sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Obstáculos e potencial





Ir de férias durante este período conturbado da vida do Sporting Clube de Portugal ajuda a arrefecer ânimos e a olhar de modo distante para o acto eleitoral que se avizinha. A dança de mariposas em que se tornou a silly season eleitoral está para lavar e durar, quantas das mariposas vão resistir a este inverno e chegar ao final de Março é um enigma e um dilema que se apresenta aos Sportinguistas.

Para já tem imperado a megalomania bacoca apostada em dourar a cenoura em vez de tratar do desgastado burro que corre atrás dela ano após ano. Milhões e mais milhões, mais etéreos do que reais, figuras e figurões para ilustrar cartazes, para a situação se tornar pelo menos mais suportável pelo menos podiam escolher a Carla Matadinho para o Marketing e o Manzara para o Comercial.

Na situação actual do Sporting todo este circo cheira a coisa nenhuma, nem a um odor fétido tem direito é um vazio, excepto se me conseguirem explicar como é possível aumentar o endividamento do clube para valores que realmente poderiam significar alguma alteração célere do nosso presente, será sempre um valor muito superior aos anunciados 50 milhões, valor esse que pelas minhas contas se resume a 3 ou 4 jogadores de qualidade a preços de mercado (mais os seus vencimentos), ora o Sporting não gera receitas correntes suficientes para manter o seu goleador, portanto… tirem as vossas conclusões.

Ainda não vi de nenhum dos candidatos a candidatos referência ao estado actual do Sporting e sobre as dificuldades que o futuro Presidente terá de enfrentar venha ele com uma resma de investidores (que só falam eurolês) ou passarões da bola (especialistas em Puortunhol), essas dificuldades para mim são as seguintes:

1- Desagregação da massa adepta do clube.
2- Ausência de voz e de estratégia sobre o desporto nacional.
3- Incapacidade de aumentar receitas.
4- Endividamento e desequilíbrio orçamental.
5- Estrutura funcional excessiva e “gorda”.
6- Problemas estruturais e logísticos da sua organização desportiva.

Este cenário é incontornável, e seja qual for o candidato vai ter de lidar com ele e na minha opinião serão questões muito mais graves, urgentes e de difícil resolução do que adquirir o futuro Liedson ou mudar as cadeiras do estádio.

Gostava de ouvir da boca dos candidatos as suas opiniões sobre como pretendem ultrapassar estes obstáculos sendo que muitos deles se podem solucionar sem recurso a muitos milhões e podem mesmo gerar as sinergias necessárias para alavancar o Sporting. Os apregoados milhões deviam ficar guardados para melhor momento estratégico e funcional do Sporting para então permitir um investimento continuado na equipa durante várias épocas consecutivas.

Uma primeira ideia que gostava de ver divulgada era a necessidade de acabar com tudo o que representa gasto e potenciar tudo o que signifique investimento, ouço incrédulo falar de mudar as cadeiras do estádio e eliminar o fosso como se isso fosse uma necessidade urgente e principalmente, quando temos o relvado num estado miserável. Este sim é um investimento onde vale a pena gastar recursos, ter um relvado de excelência onde a qualidade do futebol praticado não tivesse álibis para se esconder. Eventualmente até ajudaria a mudar a cor das cadeiras preenchendo as cadeiras “arco-iris” com Sportinguistas trajados a rigor devolvendo o verde e branco às bancadas, o ambiente festivo e o apoio à equipa feito “à Sporting”. Não com ausência de assobios (conversa que já me mete nojo), mas com pressão sobre todos os intervenientes no jogo, uns para terem noção do peso da camisola que envergam outros para saberem que em nossa casa para o bem e para o mal mandamos nós.

As recentes arbitragens miseráveis que temos sofrido não são apenas culpa da manada de Bois que nos têm saído em sortes, a culpa está mais acima e dura há tempo demasiado para sentir o Sporting amorfo sem dar eco da voz e pensar da sua massa adepta. Que os futuros dirigentes não tenham dúvidas os Sportinguistas querem, aliás estão desesperados por quem levante o nosso estandarte e saia para a luta, para o confronto contra seja quem for, pela verdade desportiva e pelo desporto nacional.

É necessário também definir objectivos concretos e realistas, dada a limitação de receitas a presença na Champions League é o objectivo a traçar, não como um elogio ao segundo lugar mas como uma necessidade para fortalecer o Sporting no sentido do lema do fundador, com todas as vicissitudes dos últimos anos o Sporting ainda ocupa uma posição invejável nos rankings europeus, muito acima de clubes quem apenas fazem dos milhões o caminho a seguir. Somos melhores e provamos todos os dias ter capacidade para potenciar as nossas qualidades ímpares.

Deixo para o final o eclectismo onde gostaria de ouvir também algumas medidas que não implicam largos milhões de euros. Antes de mais e por ser da mais básica justiça o assumir em definitivo do projecto do Hóquei em Patins, dando segurança e mérito a quem tanto e tão bem nele trabalhou. Tão importante como isso, criar condições e mobilizar sócios para reactivar as restantes modalidades extintas, trilhar este caminho sem urgência mas com a tenacidade e carinho com que o Hóquei foi alimentado. Um ponto visível desta vontade por parte do clube seria apenas aceitar projectos para o seu pavilhão que não ignorem, p.ex. o basquetebol e o voleibol, se os Arquitectos precisarem de inspiração venham visitar o pavilhão de Coimbra.

Outra oportunidade que o pavilhão não deveria esquecer é a criação de espaço dedicado aos sócios, sendo que neste particular gostava mais de ver isso efectuado no estádio sem necessidade de megalomanias, mas é determinante valorizar a condição de sócio relativamente aos restantes adeptos.

Serão necessários 50 milhões para tudo isto, não, eventualmente 3 ou 4 e carradas de Sportinguismo. Vamos à luta, os Sportinguistas estão atentos para julgar e generosamente disponíveis como sempre estiveram.

10 comentários:

  1. Vamos lá.
    Gosto muito das camisolas brancas, é claramente um bom indício. São como as camisolas brancas de manga curta. Limpas, brancas, puras, saborosas, a cheirar bem. Não falo de Termotebe atenção, essas são algo agressivas, muito agarradinhas ao corpo. Desconfortáveis, cortam a respiração. São coletes de forças fininhos que fazem muito calor.

    Algodão. Algodão. A força das camisolas brancas está no algodão. 0-2, golos de Postiga e Djaló.

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  2. O Lille está a ganhar. Estão as vias abertas para os 4ºs de final. Últimos 8. Hábito é isto: é um Sporting miserável há 2 anos e péssimo há 4 ir constantemente aos últimos 16 e últimos 8.

    A 2º maior força do Desporto do Velho Continente continua a dar cartas no seu terreno habitual: do Reino Unido ao Cáucaso, passando pelos Urais, com escala em Lisboa, Lille, Berlin, Moscovo e Belgrado. O Sporting domina tudo. Está sempre nos últimos a sair de cena. E este ano não será excepção: a final de Dublin é a meta. E lá estaremos presentes. Nós e o André Santos, e o Jesualdo.

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  3. O Rangers são uma cambada de cepos que não fazem dois passes seguidos, é uma vergonha o SCP estar a perder.
    O Cristiano nem no PAOK o quiseram e vem para o SCP...por amor de deus alguém que meta mãos nisto.

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  4. goloooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

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  5. Pena o empate a 2 conseguido pelo PSV.
    Mas mesmo que venha o PSV, o Sporting elimina-los-á. Porquê? Porque temos Cristiano. E Evaldo ...

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  6. E Paulo Sérgio já agora.
    O pior, para a 2ª mão, o perigo, o imenso perigo, é que o PS acabou o jogo de hoje a achar-se o maior. Lá para os amigos do café, "hein malta, viram, eu sabia que a nossa estratégia era a certa, dar-lhes o coelho e depois lançar o coiote a 15 do fim, nunca falha hehehe"

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