segunda-feira, 25 de abril de 2011

Chega de Páscoas!

A Páscoa como festa tradicional de profundo cariz religioso perdeu grande parte da sua importância, em particular nos grandes centros urbanos. Hoje, ao contrário dos meus tempos de meninice, é vista como um pequeno período de merecidas férias, uma pausa para recarregar baterias desgastadas por um quotidiano cada vez mais frenético e exigente.

Não tenho uma memória muito segura, mas julgo que os jogos no fim-de-semana de Páscoa são relativamente recentes, talvez do final dos anos 80. Nos últimos anos ficou instituído como o fim-de-semana da Taça da Liga, no que me parece uma boa medida de promoção de uma competição que se tem vindo a consolidar, pese o desdém a que é sujeita pelos que ficam impossibilitados de a disputar até ao fim. Não foi esse até agora o comportamento do Sporting, que perdeu até as 2 primeiras finais por uma unha negra. Ou, melhor dito, uma por penaltys outra por um apito negro.

Assisti sem grande atenção à final deste ano mas a suficiente para concluir que em Paços de Ferreira está a crescer um grande treinador que muito estranharei se continuar por lá na próxima época. Seguindo um percurso de subida sustentada, julgo que Rui Vitória está já preparado para um SCBraga ou um Vitória.

Do resultado da final e sobre as pálidas comemorações dos vencedores, e até dos momentos que a antecederam, ficou também um enorme branqueamento dos jornais de Lisboa da especialidade, pelo menos nas suas versões online. Fosse o Sporting e os seus adeptos os protagonistas do atraso do autocarro vermelho na hora da partida para Coimbra, fossem os adeptos a assobiar a equipa após a conquista do troféu e no regresso a Lisboa e como seriam as primeiras ontem e hoje do Record e da Bola? Não é que o assunto até me interesse muito, mas não deixo de constatar que as coisas estão tremidas para aqueles lados que não seria de surpreender que, ou eliminam o ScBraga na "Óroliga" ou a GNR e a PSP vão ter que monitorizar todos os viadutos da A3 e A1 quando o SLB fizer a viagem de Braga para Lisboa, após a segunda mão e apenas por causa dos adeptos benfiquistas...

Para nós ficou uma Páscoa sem competição no futebol mas com as modalidades a trazerem o nome do Sporting aos títulos, mesmo que tímidos, dos jornais. Aproveitando também o período para descanso e alguma reflexão dei comigo a desejar que o Sporting saia da Páscoa onde há algum tempo se encontra. Daquela Páscoa que associamos à crucificação, ao julgar apressado, ao lavar das mãos das responsabilidades, ao carregar de cruzes demasiado pesadas, das traições por 30 dinheiros, das flagelações, da excessiva conflitualidade interna. Felizmente o Sporting não morreu, está bem vivo, pelo que não precisa de ressuscitar. Mas parece-me incontestável ser necessário um tempo novo, em que o Sporting concentre as suas forças na luta contra as dificuldades impostas pelos adversários e não as perca por via das auto-flagelações. Chega de Páscoas!

P.S- Fica para esta semana a análise do se vem dizendo sobre os reforços e dispensas. Mas não posso desde já deixar de lamentar que possa ser verdade o afastamento de Vítor Silvestre do treino de guarda-redes do plantel principal. A evolução de Rui Patrício no último ano certamente que também a ele se deve pelo que GL, ou mais concretamente Luís Duque, deviam limitar-se a corrigir o que está mal, o que, convenhamos, já lhes dará muito que fazer. A noticia é ainda mais estranha até porque, ao contrário do que vincula o Jogo , Nélson não se especializou no treino mas sim em markting desportivo.

2 comentários:

  1. LdA

    Temos mesmo de sair deste momento. Pior do que a nossa competitividade desportiva são as derrotas fora de campo, a aceitação por parte de muitos (mesmo dos mais velhos) de que este é o destino do Sporting. Da indiferença que se instalou quer se ganhe ou perca.
    No futuro próximo os papéis estão invertidos: terá que ser o Sporting a puxar pelos Sportinguistas.
    Precisamos de melhorar em muitos campos e ser pioneiros novamente. O Clube e os sportinguistas devem valorizar o que temos de bom como p.e a formação de jogadores. Temos que melhorar nas palavras, nos actos, nas ideias, dentro do campo, na dinamização da sociedade, etc.
    Temos também que nos defender de quem nos ataca ou nos tenta adormecer. Isso faz se nos locais certos, frente-a-frente e, sobretudo, quando se está a ganhar! Só assim seremos iguais a nós próprios, fiéis à nossa identidade, superiores aos nossos rivais. Agora resta nos dar os parabéns a quem ganhou, lamber as feridas, fazer o nosso trabalho como deve ser para nos próximos anos serem os outros a vergarem-se perante a nossa superioridade.

    PS: Acho que a subida de forma do Rui Patrício não estará directamente relacionada com o trabalho do Vítor Silvestre, mas sim com aspectos motivacionais, isto é, titularidade da Selecção e transferência.
    Aliás, lembro me do RP cometer erros técnicos iguais de jogo para jogo: p.e. cair para um dos lados com o braço recolhido. Quando estendia o braço a bola já tinha passado. Foram n vezes que isto aconteceu e eu passava me sempre que via isto repetir-se. Ou a quantidade de golos que sofremos de remates de longe por ele estar 1m adiantado.

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  2. Sempre achei que o RP tinha um grande potencial, mas em determinados momentos não devia ter sido titular. Era importante que a sua titularidade fosse resultado de uma subida de forma e isso nunca aconteceu. Foi titular porque o Tiago não vale nada e tem aquela atitude do "tá tudo!" e porque o Stojkovic é oco das ideias. Infelizmente, desde que é titular no Sporting não teve a sorte de ter companheiros mais velhos na defesa com outra qualidade, que não o expusessem e lhe dessem confiança. Andou estes anos todos a levar com Abéis, Grimis, Gladstones ou com o Polga que sempre que mete o pé num remate é para enfiar a bola na baliza.
    Convenhamos que era difícil fazer melhor, sobretudo quando ainda se está a crescer. Espero que fique no Sporting mais uns 4 anos!

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