quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sportinguistas: quantos somos? Quantos queremos ser?

No passado fim-de-semana o presidente do Sporting, Godinho Lopes, anunciou como objectivo a expansão do número de sócios para 200 mil, clarificando que, neste momento, esse número ultrapassa os 93 mil, de um universo estimado de mais de 3 milhões de Sportinguistas.

Este é um tema que merece provavelmente uma reflexão mais profunda do que a que agora vou levar a efeito. Deixo apenas alguns pontos para discussão.

1- É indiscutível que esta direcção virou a agulha relativamente à rota seguida em anos anteriores no que ao relacionamento com os sócios e adeptos diz respeito, numa tentativa de inverter uma degradação mais do que evidente e que era agravada pelos maus resultados desportivos nas modalidades mais representativas. Essa conjunção de factores negativos asfixiava o clube, definhando-o.

2- É correcto que se estabeleçam objectivos concretos e ambiciosos mas sem os desligar da realidade. O número "200 mil" parece-me realista (explico mais abaixo) mas também me parece, para que a adesão às campanhas resulte, ser necessário estabelecer etapas também concretas. Não me parece prudente, mais ainda na actual conjuntura, falarmos em 200 mil sem termos chegado aos 100 mil e sem passarmos os 150 mil. 

3- Num universo estimado de mais de 3 milhões de adeptos parece-me realista mas também muito ambicioso estabelecer como possível "capturar" pelo menos 10% do seu total como sócios do clube. Mas isso significa também fazer o que nunca foi feito por nenhum clube em Portugal, inclusive o SLB, que é tido como maioritário nas preferências dos portugueses.

4- Mas o exemplo do ACP, de quem o nosso vice para a área, Carlos Barbosa, é presidente, leva a crer que a meta dos 200 mil é perfeitamente possível. O ACP conseguiu, mercê de uma campanha de parcerias que revertem em benefícios e vantagens dos associados aos mais diversos níveis, atingir os 250 mil associados. A ligação dos associados ao ACP é desprovida da emoção que liga os adeptos do Sporting ao seu clube pelo que é mais do que razoável esperar que a conjunção da relação vantagens/amor ao clube poder potenciar uma adesão pelo menos idêntica em número.

5- Têm a palavra os muitos adeptos que ainda não são associados. Quem deseja um clube grande, com peso institucional e implantação social não pode ficar indiferente às campanhas que se seguirão.

11 comentários:

  1. Concordo quase em exclusivo com o teu post mas deixo aqui a questão: interessa-nos facilitar a adesão de sócios para fazer número e que depois não paguem as quotas?

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  2. Francisco Chaveiro Reis,

    A resposta é obviamente não, nem me parece que seja esse o objectivo. Confesso que me escapa a totalidade do objectivo da pergunta.

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  3. mjn,jwhk jcikjwl43khj lkwjlkjclI lkqalikALSIK

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  4. Francisco Chaveiro Reis,

    Interessa porque os 3 milhões são eventuais e potenciais clientes da marca Sporting, mas os sócios mesmo que não paguem quotas são verdadeiros clientes da marca Sporting.

    Na hora de negociar direitos este elemento é fundamental.

    Ab

    António

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  5. Amigo,

    Depois da Comunicação ao país do 1º ministro não me parece que haja muitas possibilidades do Sporting alargar o seu número de sócios. Já vai ser bom se conseguir encher Alvalade em cada jogo se continuar a vencer semana a semana.

    É fundamental não perder os objectivos para não se regredir. Se continuarmos em todas as competições certamente os resultados financeiros poderão melhorar.

    Dias melhores virão amigos.

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  6. Caro Leão de Alvalade

    Como eis sócio do ACP digo-lhe as parcerias são uma farsa, o Sr. sem ser sócio consegue os mesmos descontos nas entidades indicadas. Os descontos de combustível pode-os obter no Lidl ou em cartões de bancos, etc...
    Termos de nos concentrar no "core business" desporto e no amor por se a assistir a bons espectáculos (futebol e outras modalidades), ter resultados desportivos bons, e ter uma vocação para preencher os tempos livres dos associados com actividades desportivas.
    Com esta crise e o nível de depressão, é por o preenchimento de tempos livres e de descompressão que se deve apostar, o Clube trabalhe em conjunto com as casas, através de actividades que outros não dão - percursos pedestres, conhecimento de lugares históricos, descoberta .
    O ACP já foi, e sei do que falo pelo o engano e tristeza que me deu.
    Mais o IVA dos bilhetes vai passar de 6% para 23%, como vai o Clube contrariar um aumento de 16% para o sócio e adepto? E como vai gerir este acréscimo de valor que tem de pagar às Finanças e que se reflecte na sua tesouraria?
    Mais do que nunca uma boa campanha Europeia e atingirmos a Champions são dois objectivos estratégicos.
    Obrigado por aceitar a opinião.

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  7. Caro Nortadas e demais:

    Em dia de realização de AG destinada à aprovação das contas do Clube, mesmo não se tratando das contas da SAD, são pertinentes as questões que coloca. No momento em que os portugueses recebem com angústia as notícias brutais de mais austeridade, é importante que se diga que:

    a) a captação de novos sócios é um objectivo imperativo de crescimento orgânico do Clube, por razões relacionadas com a percepção da base de apoio que o mercado tem na captação de patrocínios. Naturalmente que a conjuntura não favorece este objectivo, sendo que os benefícios atribuídos com as parcerias se destinam a incentivar mas não são o objectivo em si. O aumento de receita que este crescimento trará é importante mas não decisivo;

    b) o aumento da carga fiscal generalizada atinge também agora o espectáculo desportivo e dificilmente isso deixará de ter impacto nas audiências, dados os aumentos de custos para o público que não representam aumento de receita para o Clube;

    c) As receitas da participação nas competições Europeias ganham ainda mais importância, algo que só será possível e sustentável com uma boa política desportiva, assente na competitividade das equipas que representam o Sporting;

    d) Apenas uma política focada no investimento em activos com forte potencial de valorização permitirá sustentar a competitividade a médio e longo prazo;

    Estou convicto que a actual gestão do Sporting está bem consciente da importância dos factores c) e d) apresentados e os persegue como objectivos.

    Termino referindo que tenho alguma pena por não ter sido feita uma análise fundamentada aos resultados da SAD. Por exemplo, tenho pena que não se tenha debatido sem demagogia e populismos que, na dimensão assustadora do prejuízo anunciado moram 23 milhões de imparidades.

    Que significa isto? Tão somente a desmobilização de activos libertados que ainda constavam do mapa de amortização do investimento despendido na sua aquisição. É o preço a pagar pela "vassourada" que tanto foi reclamada pelos sócios, mas cuja factura está aí. Ou seja, durante muito tempo reclamou-se a saída de jogadores como Postiga, Zapater, Valdés, Grimi, Caneira, Vukcevic e tantos outros, sem nada se ter feito pela sua valorização. O resultado foi um produto irrisório da venda e um conjunto brutal de imparidades a assumir nas contas do exercício passado. Espera-se que, com esta nova política de valorização, isso não volte a acontecer.

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  8. JPS,
    A valorização dos jogadores do Sporting é conseguida via de opções do próprio Sporting; não dos adeptos do Sporting. Likewise, a sua desvalorização também ...
    Dos nomes que refere como exemplos o Sporting poderia e deveria ter melhor salvaguardado os seus interesses relativamente aos, como exemplo, dos exemplos: Simon Vukcevic.
    Mas não só: Yannick Djaló, também.
    Zapater, de igual modo.

    Os 2 primeiros, sobretudo. Estes 2 jogadores, tivessem existido melhores opções, e seriam - arrisco dizer, consciente, sem grande fé - suficientes para anular os 23 milhões que refere.

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  9. JPS,

    "Termino referindo que tenho alguma pena por não ter sido feita uma análise fundamentada aos resultados da SAD."

    Onde é que tens pena que não tenha sido feita essa análise?

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  10. JPS,

    a análise às contas da SAD foi feita aqui pelo meu amigo Hugo:

    http://anortedealvalade.blogspot.com/2011/09/quantas-contas-se-fazem-com-as-contas.html

    E foi realizada mesmo sabendo que o assunto não suscita grande interesse por parte da generalidade dos leitores dos blogues, com algum prejuízo tempo disponível do Hugo, para que o assunto não passasse em claro.

    Certamente que ele gostaria de ter aprofundado algumas questões, mas pareceu-me uma boa base para lançar o debate que, como pode ver, não ocorreu.

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  11. Meus caros:

    Quando me refiro à ausência de debate, não me estou a queixar do A Norte de Alvalade, mas sim do mundo Sporting em geral (e da blogosfera em particular).

    Não tomem isto como uma crítica a vós porque, por alguma razão, este é um dos poucos espaços que frequento. O texto do Hugo não me escapou.

    O que digo é que estes temas são normalmente abordados de forma errada e populista pela generalidade dos adeptos o que é pena. Ainda esta semana assisti a uma discussão onde se mencionava o prejuízo da SAD como uma suposta demonstração inequívoca de que alguém desvia dinheiro dentro do Sporting. É uma pena que assim seja.

    Ainda hoje, estiveram 143 sócios a aprovar as contas do SCP. Nem um ÚNICO se inscreveu para colocar alguma questão. Eu quero acreditar que as contas não suscitavam qualquer tipo de dúvidas, mas tenho bem presente que, nesta actividade, a única coisa que realmente importa é se a bola entra ou não.

    Cumprimentos e saudações leoninas,

    João Pedro Silva

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