quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Selecção a verde reluzente, mas nem tudo é ouro

Portugal puxou dos galões de uma das melhores equipas europeias dos últimos anos e apurou-se para o torneio de verão a leste onde estará "la creme de la creme" do continente na modalidade. Conseguiu assim fazer vingar a regra de que o torto nasce tarde  ou nunca endireita, ao ocupar a última vaga disponível. 

O mérito deve ser distribuído acima de tudo a uma geração de jogadores que está a atingir o seu zénite, físico, técnico e emocional, nos quais a formação do Sporting é um ponto incontornável. Ontem, além de Patrício, que ainda joga de leão ao peito, Miguel Veloso, João Moutinho, Carlos Martins abriam alas ao genial Cristiano Ronaldo, muito bem acolitado por Nani  e Quaresma que, estou convencido, pode ser muito mais importante e decisivo na fase final do que foi no apuramento. 

Não vale a pena olhar para trás e pensar o que poderíamos ter sido, quanto mais poderíamos ter ganho em dinheiro e troféus porque nada poderíamos mudar. Mais profícuo será perceber o que poderemos fazer no imediato e no futuro próximo para aproveitarmos os recursos que temos. Parece-me importante perceber que o facto de não poder haver Ronaldos a sair em todas as fornadas, não deveria contribuir para desdenhar os que  não possuindo o seu génio, são de acção fulcral para o equilíbrio de uma equipa. Nesta matéria julgo que os adeptos podem fazer muito e melhor.

O mérito do apuramento deve ser também atribuído de forma incontornável a Paulo Bento como o seria se tivéssemos falhado. O que não me impede de questionar a sua forma de relacionar com os jogadores e na forma como administra a disciplina. Há um traço comum na sua passagem pelo Sporting e agora pela selecção que me obriga a essa interrogação. E se no caso Carvalho foi o próprio jogador que fechou a porta a qualquer regresso ao errar consecutivamente - abandono do estádio e entrevista subsequente desastrosa - no caso Bosingwa foi Paulo Bento o responsável pela ignição da entrevista incendiária, ao afirmar que João Pereira e Sílvio eram mais fortes mentalmente. 

Obviamente que estes episódios que fragilizam a selecção e o próprio seleccionador. É impossível escamotear que chegamos ao Europeu menos fortes do que poderíamos ser. Episódios destes, comuns em todos os grupos, e mais ainda em selecções onde abundam grandes jogadores e grandes egos, dificilmente aconteceriam se houvesse uma estrutura dirigente digna desse nome, capaz de prevenir e que soubesse remediar, sem abdicar do exercício auto-critico interno. 

Até aqui encontro algum paralelismo com o que Paulo Bento viveu em Alvalade. Sempre senti que, apoiado numa melhor estrutura, ao invés de ter cristalizado poderia ter evoluído e com ele também o clube. O mesmo pode acontecer agora na selecção, até porque, com todos os defeitos e virtudes, ninguém tem sempre razão, como por vezes se parece crer em relação a Paulo Bento. A sua conferência de imprensa ontem e a forma como se referiu a Bosingwa e Carvalho deixou-o pior do que no cartaz da publicidade à TDT...

9 comentários:

  1. Longe de mim parecer um ultra nacionalista ou algo parecido, mas ontem reparei nisso durante a transmissão e esta fotografia relembrou-me!
    Como é que numa grande maioria das vezes agarram na bandeira "de costas"! E algumas ainda a põem de cabeça para o ar!

    Parece que só tendo um "mastro" a conseguem pôr direita...

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  2. Frederico,

    Já é uma sorte o Rolando não estar com uma bandeira de Cabo Verde...

    PLF

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  3. Sabe, que a sorte desses jogadores todas foi presisamente deixar o SCP... se não? coitado deles...
    Obrigada aos clubes onde eles jogam por lhes dar formação a serio, e não a escola primaria com a mania que são os criadores do futebol em Portugal!

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  4. Anónimo,

    provavelmente tem razão, de ter sido "presisamente" isso que aconteceu. Já precisamente foi algo um pouco diferente.

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  5. Frederico, PLF,

    Pois... Mas ontem não foi apenas isso que me chamou à atenção.

    Dei comigo a concluir que os adeptos da selecção sofrem de males comuns aos males que nos afectam como adeptos particulares do Sporting, pelo menos alguns de nós:

    1- Já sabíamos que ninguém respeita hoje^o significado de um minuto de silêncio, substituído agora por um minuto de palmas quando estas deviam ocorrer apenas no final do dito minuto. Agora já não se respeita o hino nacional dos países adversários, apesar de na Bósnia ter havido silêncio quando o nosso hino foi tocado. Achei muito feio da nossa parte.

    2- Passa-se rapidamente do olé ao silêncio e daí ao assobio.

    3-Se houvesse memória e algum pudor não se incluiriam os golos do Postiga no rol dos "golos do Sporting".

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  6. perdesse portugal e não faltariam "paineleiros" do FCP a deitarem foguetes sobre o fracasso do "parolo"...
    .
    os minutos de silêncio são uma coisa estranha na festa do futebol (as homenagem podiam ser feitas de forma e em locais diferentes).
    os hinos não fazem sentido; as selecções são das Federações.
    jmc

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  7. Ao anónimo, igual a tanto acéfalo que vem com essa lengalenga de os nossos jogadores se terem desenvolvido noutros clubes, tenho a dizer que se o Sporting não tivesse apostado neles na equipa principal, nunca teriam tido visibilidade para os grandes clubes os virem buscar. Tivessem sido eles formados no seu clube, e provavelmente andariam emprestados a um qualquer Cascalheira FC do nosso país. Pode ter a certeza de que o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL é a maior fonte de grandes jogadores do nosso futebol. Não é mania. É facto.

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  8. A unica cena de jeito que os jogos de selecções têem são os hinos, se tiram isso passa a ser outra merda qualquer. Mas sinceramente, não ligo puto à selecção, só consigo sofrer um bocadinho nas fases finais.

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  9. Depois de reparar com tristeza na triste figura que demos com os assobios a um hino que representa um povo, uma nação independente, os cidadãos de um País recente, que terá (como todos têm sem excepção) rufias e gente desrespeituosa, mas também muita gente integra e decente, depois de reparar na fraquíssima exibição arbitral (principalmente dos árbitros auxiliares), depois de reparar na festa final com (e mt bem) o hino cantado em coro entre tds e a bandeira ao contrário (e mt mal) colocada pelos nossos compatriotas jogadores, sem que os nossos compatriotas dirigentes da fpf os alertassem, depois de reparar (sem surpresa) na inflexibilidade, na intolerância, na rteimosa rigidês do PB na CdI, para mim, a questão fulcral que se seguiu à goleada foi: o que seria da selecção nacional se não fosse o SCP?


    E o 6 - 2 poderia ter sido mt mais saboroso se: não tivéssemos tido um comportamento ainda pior que os bósnios (eles foram agressivos e mal educados, nós fomos isso e ainda uns vingativos rancorosos), se a arbitragem não tivesse influencia no resultado, transformando um 7 a 1 num 6 a 2, impedindo-nos de recordar um resultado maravilhoso uns e festeja-lo pela primeira vez outros, se nos festejos a nossa bandeira stivesse correctamente colocado e, finalmente, se o PB tivesse ou soubesse ser superior, misericordioso e muito mais superior que tudo e todos ao dar margem de manobra ao perdão dos invíos pecadores... Afinal tb ele admite que errou. Só pq pediu desculpa logo a seguir, não é melhor que os outros que podiam pedir perdão (e mostrar-se verdadeiramente arrependidos) mais tarde. Mas para o PB as pessoas que não têm a mesma postura que ele já não prestam para nada. Foi pela não ter sido perfeito, mas não deixou de ser bom.

    Por fim, sempre confiei no apuramento e com relativa facilidade como se acabou por vereficar na eliminatória. Já na Bósnia não ganhámos pq a 'bóstia' do relvado fez uns truques na altura do remate (vide lance do CR7 isolado pelo calcanhar de Nani)e algum desperdício durante a primeira parte. Depois com o jogo msm no fim a coisa podia ter ficado mais perigosa, mas como cá se fazem cá se pagam, o jogador da casa atirou para fora daquele 'estádio' em Zenica.

    Venha de lá então o Euro para o próximo Verão!

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