sexta-feira, 6 de julho de 2012

Rui Costa e Antero Henriques: que bem que pregam os frei tomás!

Hoje inicia-se a nova época do Sporting e ainda há ainda muito por definir. Por essa razão e por termos muito tempo pela frente deixo para posterior análise os diversos temas que animarão os próximos meses e que, esperamos, sejam a confirmação do que a época passada já deixou entrever: o Sporting está de volta.

Já havia aqui falado sobre a nova lei que proíbe o empréstimo de jogadores entre clubes do mesmo escalão. Em abstracto a lei parece prejudicial para o desenvolvimento e afirmação dos jogadores mais jovens mas, no caso concreto do futebol português, percebo-a pelo grau de suspeição que o afecta e que, em alguns episódios nebulosos, justificaram a suspeita de manobras convenientes para os titulares dos jogadores emprestados. Curiosa é também a avaliação que alguns clubes que recebiam jogadores sob empréstimo fizeram da utilidade deste expediente ao votarem favoravelmente o seu fim.

Devo dizer que concordo com as criticas de que esta mudança deveria ter sido, pensada, discutida e a sua aplicação planeada. E parece-me que o nosso clube, com entidade formadora, perde mais do que ganha com a medida. O estágio na primeira divisão é uma ferramenta útil para os jovens jogadores, desde que os projectos onde estes se insiram sejam consistentes. Convenhamos que o critério nem sempre foi o melhor.

Ao votar favoravelmente este novo regulamento o Sporting demarcou-se dos outros 2 grandes, que vieram, na pessoa dos seus dirigentes Antero Henriques (FCP) e Rui Costa (SLB) protestar contra a medida invocando como argumento a defesa do futebolista português. Motivos mui nobres mas que não encontram paralelo com a realidade da politica seguida pelos dois clubes que representam. E, para o constatar, nem é preciso fazer reflexões profundas ou buscas exaustivas, basta ver quantos jogadores portugueses compõem os respectivos planteis ou a aposta que fazem na formação de jogadores após a sua entrada no futebol sénior para o perceber. 

Mas, para para quem anda mais distraído, e que tanto se preocuparam com a formação do Sporting porque  contratou um indiano, repare-se na lista de jogadores estrangeiros que o SLB

Daniel Wass,
Sidnei 
Yartey
Leo Kanu
Elvis
Shaffer
Oblak
Júlio César
Carole Sedan
Jara
Felipe Meneses
Urreta
Fernandez
Airton
Rodrigo Mora
Felipe Bastos
Kardec
Ademir
Enzo Perez

ou o FCP

Abdoulaye
Kelvin
Kristian Atsu
David Addy
Walter
Fucile
Belushi
Sousa

tiiveram emprestados na última época para se perceber que entre o que pregam e o que fazem vai uma grande diferença. 

Preocupados com os jogadores portugueses? E que tal contratarem menos jogadores estrangeiros? O Sporting pelo menos teve a decência de não brandir a mesma bandeira...

5 comentários:

  1. Touché! Neste caso, como noutros, o que é mau para eles é bom para nós. É como diz, em abstracto, a lei parece prejudicial para o desenvolvimento dos jogadores portugueses jovens, mas em Portugal, faz todo o sentido! Mais ainda, porque como evidencia pelo rol de jogadores emprestados pelo Benfica e Porto, a influência destes clubes até se faz sentir sobretudo através de jogadores estrangeiros.

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  2. Caro LdA,
    acabo de comentar no post anterior essa suposta preocupação com o jogador português.
    Tanta hipocrisia já começa a cheirar mal.

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  3. Isto de quem contratou um indiano de 27 anos para a equipa B só pode ser para rir, não? Mas esperem, por alguma coisa são o Lol de Portugal...

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  4. Esta foi a minha visão no passado dia 29 de Junho, e que deixei na BancadaNova.
    Ainda não mudei muito a minha opinião.
    Vamos ver o que vai dar...

    Sem pensar muito, digo que é uma boa notícia. Mas, ainda não sei.

    "Por tópicos os primeiros pensamentos e interrogações:
    - há o assumir de que há actos de corrupção no nosso futebol; jogadores e clubes que favorecem quem empresta os jogadores; não é só suspeita, é assumir que não existe verdade desportiva neste aspecto;
    - a medida não combate essa corrupção, mas tenta dificultar essas acções;
    - começar nesta época é um erro; andou tudo distraído com o Euro mas a pré-época já começou; porque não uma época de transição, diminuindo para 2 o número máximo de jogadores a emprestar?;
    - que formação há nos clubes (sem ser SCP, SLB, FCP, SCB, Guimarães, Setúbal e Belenenses) que possa, a curto prazo, suportar planteis e a manter a sua competitividade?
    - parece-me que chegarão mais estrangeiros;
    - parece-me que pode haver mais critério nas contratações;
    - poderá existir mais critério nas contratações para as camadas jovens;
    - salários baixarão, existindo mais oferta e menos procura;
    - mais emigrantes nos campeonatos de leste europeu;
    - Liga Orangina pode crescer em termos competitivos, mas esta divisão pode ser um choque para muitos jovens atletas;
    - transferências (no imediato) vão gerar menos lucro, pois haverão muitos jogadores a serem dispensados sem lugar nos planteis e no país;

    E, por fim, uma boa notícia, o Sporting está um passo à frente, com o protocolo com o Cercle e, recentemente, com o Deportivo.

    ps: o Benfica e Porto estão tramados (pelo número de activos que têm), logo acho que isto não vai passar;
    ps2: o Olhanense é um bom exemplo de jogadores que crescem bem na I Liga. Há excepções, como esta, que merecem reflexão e esta é uma medida importante e com claros reflexos no futebol português."

    E ter atenção às "rescisões". A começar pelo Miguel Rosa e David Simão. Veremos se daqui a 1 ou 2 não estão no Benfica, novamente. Será que rescindiram mesmo? Ou vão para outro clube da I Liga com ordenados pagos pelo Benfica?

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  5. Um lampião com o nick ViscondeFalido a criticar a formação do Sporting. E o Lol somos nós... abençoada patetice!

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