terça-feira, 5 de março de 2013

Os números que não aparecem nas sondagens

Foram publicadas hoje as primeiras sondagens e os números variam consoante a empresa que as realiza. A leitura da ficha técnica permitiria esclarecer as dúvidas que se levantam perante tamanha disparidade de resultados mas, mesmo sem a consulta do documento, os resultados nem a sua disparidade me surpreendem. Vêm na linha do que já sucedeu em disputas eleitorais anteriores. O universo dos sócios é restrito e não pode ser confundido com o dos adeptos - estes não votam - e, juntamente com a ponderação dos votos, dificultam sobremaneira a consulta.

Sem surpresa também a bipolarização que os resultados evidenciam, dando conta que a eleição é uma luta ombro a ombro entre Bruno de Carvalho e José Couceiro. Carlos Severino tinha a difícil missão de esbater a ideia de ser um remoto outsider, no que foi notoriamente ineficaz e até infeliz, como aqui deixei nota.

O que a sondagem não revela mas algumas reacções obrigam a interrogar é se os resultados, sejam eles quais forem, serão aceites por todas as partes envolvidas ou se, à semelhança do último acto eleitoral, para alguns "todos os resultados são bons desde que representem uma vitória". É que o cenário de um resultado muito próximo entre listas é muito possível no quadro de uma bipolarização bem evidente.

Uma nota para finalizar: Num universo estimado de 164 mil votos - que são os que resultam de cerca de 32.600 sócios pagantes (!) julgo ser merecedor de reflexão a possibilidade de convocação de uma A.G. com a finalidade de destituir uma direcção, seja ela qual for. 

Agora que o caminho das pedras foi descoberto, esta reflexão faz todo o sentido. Mais ainda num clube que é cada vez mais uma federação de uma miríade de sensibilidades, grupos de pressão e reflexão. No limite estamos a falar da possibilidade de que apenas 50 sócios com 20 votos se constituam como uma força de bloqueio. É a democraticidade de uma norma que abre caminho a que menos de 2% dos votos tornem um clube ingovernável que merece ser analisada.

5 comentários:

  1. "Num universo estimado de 164 mil votos - que são os que resultam de cerca de 32.600 sócios pagantes (!) julgo ser merecedor de reflexão a possibilidade de convocação de uma A.G. com a finalidade de destituir uma direcção, seja ela qual for. "
    julgo que sim. esta AG é, ao fim e ao cabo, o presidente da nossa "república". é uma salvagurda que pode que pode ser preciso utilizar em situações extraordinárias (que julgo não terem estado reunidas neste caso concreto). mesmo assumindo que os participantes da AG não fossem representativos, os estatutos permitem a recandidatura da direcção destituida pelo que em situação nenhuma o poder é retirado aos sócios na sua globalidade

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  2. Para além de permitirem a recandidatura, não convém esquecer que se trata de uma Assembleia Geral. Os sócios aparecem, votam e decidem.

    Se 50 sócios com 20 votos se decidirem constituir força de bloqueio, apresentarem meios para custear a AG, e não aparecerem sócios com capacidade de voto superior que votem contra a destituição, o clube seguirá a vontade dos sócios.

    Ou aceita-se que os sócios que vão às AG aprovem Relatórios e Contas e reestruturações mas não possam ter o direito de interromper linhas directivas?

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  3. Por que razão a convocação de uma AG para votar a destituição da direcção é um entrave à governabilidade do clube? É necessário pagar a AG e depois a decisão é posta a votação pelos sócios.

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  4. Ninguém vai andar a queimar € numa AGE, se não tiver a mínima possibilidade de ganhar, e se uma direcção eleita não fizer asneira atrás de asneira nunca vai ser destituído dessa maneira, portanto isso é uma falsa questão. Se esta situação não estivesse prevista nos estatutos continuaríamos aqui a discutir todos se o godinho devia sair ou não, sem uma luz ao fundo do túnel.

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  5. Boas ,
    É só para informar que a radio TSF começou hoje com entrevistas ao 3 candidatos . Hoje foi o Bruno de Carvalho

    Abraços
    SPU
    SL

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