quinta-feira, 25 de abril de 2013

Um leão de cravo ao peito

Apesar do tempo muito curto não quero deixar passar em claro a data que hoje se celebra.

Começo pelo País que hoje somos, passados que estão 39 anos após a Revolução dos Cravos. As muitas desilusões, enganos e até os retrocessos não desmentem o essencial: 

valeu a pena! 

Mesmo não ignorando os indicadores de desenvolvimento humano e social que atestam a validade da demanda dos jovens oficiais, o facto simples, mas sem preço, de me poder exprimir de forma LIVRE obriga-me a dar este testemunho. A mim com maior responsabilidade, pois conheci o que éramos e o que hoje somos.

Acabo de forma inevitável debruçando-me sobre o meu SPORTING CLUBE DE PORTUGAL. Só alguém de espirito muito mesquinho e enviesado pode pensar que o meu clube "tem um estigma" por ter nascido da vontade de pessoas à época consideradas "nobres". 

O Sporting tornou-se na maior potência desportiva nacional, que é muito mais do que ser apenas o melhor no pontapé na bola - por mais que me doa não o ser, certamente dói muito e muito mais a muitos mais que assim sejamos - porque é um clube transversal, interclassista, na sociedade portuguesa. 

É assim que se explicam os seus muitos milhões de seguidores, entre adeptos  e sócios por esse mundo fora. Fosse apenas um clube de viscondes ou de "gente de consoante dobrada" o Sporting não seria hoje muito mais do que a memórias de tempo que não voltam mais. 

Para os que duvidam lembro que o Sporting nasceu em 1906. 4 anos depois haveria de suceder uma dramática viragem politica e social, consubstanciada na implantação da República. Apesar das suas ligações de origem à classe dominante de então, cujos direitos e privilégios seriam colocados em causa e até abolidos, o Sporting, ainda de tenra idade, haveria de, mais do que sobreviver, prosperar. 

O mesmo haveria de suceder na Revolução de Abril. Apesar de ter, nos seus dirigentes à época, ligações com o poder instalado, o Sporting fez uma transição pacifica para a democracia, conhecendo com o João Rocha, um presidente eleito antes da revolução, talvez um dos seus períodos mais prósperos e pujantes.

O Sporting é um clube de elite, é assim que eu o vejo. Não no sentido do privilégio ilegitimo,  mas da elite representada na nobreza da sua missão e e dos seus ideais. É esse o Sporting que me conquistou e que, aos meus olhos continua a ser possível. Mesmo que, entre muitos de nós se sinta, aqui e acolá, tiques que apontam para uma semelhança cada vez maior com os nossos adversários e rivais. 

Foi a nobreza e exclusividade da sua mensagem e ideais que construiu a história que hoje conhecemos. Sem aqueles somos cada vez mais parecidos com todos os outros e por isso faremos cada vez menos sentido.

4 comentários:

  1. Boa tarde. Para divulgação .

    "Pelo contrário, na confrontação com o governo foi o Benfica quem mais se aproximou desse papel, nomeadamente por causa do hino censurado a Félix Bermudes (Avante Benfica).
    -Sim. O Benfica foi o clube que teve mais oposicionistas declarados.

    E teve mesmo um presidente comunista.
    -Sim, o que é inédito. Manuel da Conceição Afonso é o único caso conhecido de um comunista a presidir a um clube durante o Estado Novo. Naquela altura, todos os dirigentes de instituições tinham de assinar uma declaração a dizer que não eram comunistas."

    Retirado de:
    http://www.publico.pt/desporto/noticia/o-futebol-e-mais-instrumentalizado-hoje-do-que-foi-durante-o-estado-novo-1592434

    As elites, conforme o nome indica, devem ser elas a puxar o pais para cima, guia-lo, puxando os limites, inovando.
    Em Portugal as elites compram o Correio da Manha, o que atesta bem das idiossincrasias intelectuais das mesmas.
    Por culpa das elites o pais esta moribundo e assim eh que deve ficar...a bem das elites.

    ResponderEliminar
  2. Mas o Carnide também teve como dirigente (contribuiu para a fusão feita na data de 13 se Setembro de 1908) um tal Franco, ministro do Sidónio Pais um dos ditadores da 1ª. Republica.

    ResponderEliminar
  3. E o Benfica também teve direito a ser comparado com a "Quadrilha do Lampião..."
    Para quem não conhece a história...:
    Num determinado ano da década de cinquenta do séc passado, uma equipa brasileira passeou a sua categoria pela Europa, tendo recebido os seus jogadores na Suiça, relógios em ouro...
    O final da digressão pela Europa, foi no estádio da Luz defrontando o Benfica...
    Ao tempo era famosa no Brasil uma quadrilha de ladrões comandada por um célebre "Lampião..."
    Os jogadores brasileiros deixaram nas cabines os valiosos relógios e no fim do desafio, os mesmo "tinham voado", sem que lhes soubesse do rasto...

    Ao constatarem o sucedido, os jogadores brasileiros desolados diziam para quem os queria ouvir...: isto não é equipa de futebol...isto é quadrilha de Lampião...

    E desde então ouvimos muitas vezes orgulhosos (e desconhecendo a o porquê...)muitos adeptos dos galinhas dizerem-se "lampiões"...

    Mas fica-lhes bem pois têm sido protagonistas em tanta "roubalheira"...que mais parece "quadrilha de lampiões"

    ResponderEliminar
  4. Uma pequena rectificação...: a quadrilha do lampião existiu mesmo mas não há data dos anos 50 do passado séc. 20...
    Teve a sua actividade maior nas décadas de 20 e 30 do mesmo século...mas ainda hoje +e famosa a sua recordação no Brasil...

    ResponderEliminar

Este blogue compromete-se a respeitar as opiniões dos seus leitores.

Para todos os efeitos a responsabilidade dos comentários é de quem os produz.

A existência da caixa de comentários visa dar a oportunidade aos leitores de expressarem as suas opiniões sobre o artigo que lhe está relacionado, bem como a promoção do debate de ideias e não a agressão e confrontação.

Daremos preferência aos comentários que entendermos privilegiarem a opinião própria do que a opinião que os leitores têm sobre a opinião de terceiros aqui emitida. Esta será tolerada desde que respeite o interlocutor.

Insultos, afirmações provocatórias ou ofensivas serão rejeitados liminarmente.

Não serão tolerados comentários com links promocionais ou que não estejam directamente ligados ao post em discussão.