quinta-feira, 16 de maio de 2013

Da ausência das competições europeias nasceu isto. Não leia se a realidade o incomoda.

São muitas as saudades de um Sporting Feliz
Ficamos a saber que o nome do Sporting estará ausente quer das competições europeias, quer do pódio das competições internas, uma espécie de mínimo olímpico suportável. A dureza da constatação não deverá ser menor do que viver e experienciá-lo. Devemos ao Sporting que nos foi entregue pelos que nos precederam fazer deste momento uma excepção, recusando conformarmo-nos ou habituarmo-nos ao sabor amargo que ficou.

Pode-se olhar de várias formas para este desfecho, levados a pensar que se tratou de um acidente, fruto das circunstâncias que o clube viveu este ano. Em certo sentido sim. Não se julga muito provável que o Paços de Ferreira nos próximos anos repita a gracinha de nos anteceder na classificação. Mas já é temerário afirmar o mesmo relativamente ao Braga, que nos precede em duas épocas consecutivas. Ou até que não haja outro clube a corporizar o epifenómeno este ano assumido pela equipa de Paulo Fonseca. 

Há dias, reflectindo sobre o modelo Sporting debruçava-me aqui sobre aquilo que foram as épocas de ouro do nosso futebol, iniciada nos anos 30 e que se estendeu até aos anos 70, conhecendo o seu ocaso a partir dos anos 80 até hoje. A contabilidade daí resultante torna a actual época mais preocupante. Mais do que um acidente parece confirmar uma tendência: estamos mais próximos dos debaixo do que dos rivais de sempre e é necessário olhar para o distante ano de 2008 para nos lembrarmos do último troféu conquistado. 

Cenário mais ou menos idêntico, com algumas honrosas excepções, vive-se nas modalidades que ainda restaram, depois do domínio construído e consolidado de forma imperial por João Rocha. Da hegemonia no futebol primeiro, e nas ditas modalidades depois, ficou um historial riquíssimo e durante muito tempo incomparável. Mas é notório que o clube se debate de forma sofrida para manter o seu estatuto ímpar e, a menos que altere a trajectória, será inapelavelmente ultrapassado. Por quem e quando é uma questão de somenos.

Em nenhum momento esta constatação deve ser confundida com o pessimismo. Continuo a acreditar na viabilidade de um Sporting como o que foi sonhado pelos fundadores. Mas tal só se concretizará se o clube inverter um rumo que de há muito o afastam das virtudes em que se fundaram as suas origens, da sua missão, da sua mensagem e  dos valores que representa.

Há dias espantou a comparação dos números de treinadores que passaram pelo Sporting enquanto Sua Majestade, Sir Alex Ferguson, criava uma marca que perdurará no futebol mundial. Foram nada menos que 40, ao que podíamos somar o elevado número de presidentes, directores desportivos e de outra índole  a somarem passagens fugazes por Alvalade.

Embora haja muito quem ache que o Sporting "tem um estigma por ter ligado à sua origem viscondes" essa é a sua maior riqueza. Não a da classe social dos seus fundadores per si, da sua origem ou do seu carácter restrito e exclusivista. A ser assim o Sporting não seria hoje mais do que associado a jogos de bridge, canasta, ou bailes de debutantes. Isto se tivesse sobrevivido ao tempo e às mudanças.

O Sporting nasceu, cresceu e consolidou o seu estatuto pela qualidade excepcional dos fundadores e dos que os sucederam, por conseguirem percepcionar o meio envolvente, visionar o futuro e, pela sua acção, muitas vezes antecipá-lo, ou pelo menos moldá-lo, criando as condições para o sucesso. Mais do que o mero poder económico de alguns privilegiados, foi isso que os destacou e tornou grande o que nada era em 1906. Grande porque arrasta atrás da sua bandeira milhões e acumula milhares de troféus em dezenas de modalidades.

Desse tempo constam inúmeros registos do pioneirismo do clube. Não faltam exemplos aos quais é impossível não associar uma relação de causa e efeito. Não há aqui espaço nem tempo para não os analisar de outra forma que não aleatória. Ainda assim, conhecedor dos riscos que tal implica, atrevo-me a citar alguns.

Em 15 de Fevereiro de 1921 foi empossado o Conselho Técnico. Teve como mentores Francisco Stromp, Salazar Carreira e Júlio Araújo e tinha como missão pensar as infraestruturas e os métodos de treino. Falamos de homens com anos de permanência no clube, numa multitude de tarefas e cargos. Mais tarde, dando corpo a uma ideia de Retamoza Dias, vogal desde 1924, e então já vice-presidente de Joaquim Oliveira Duarte,o Sporting construiria o primeiro centro de estágios de que há registo. Olhando para a hegemonia que o Sporting exerceu nos anos seguintes é difícil não encontrar aqui os alicerces. 

Certamente também não será alheio o facto de ter contado com os melhores treinadores - Szabo, Cândido de Oliveira, Fernando Vaz, ou Randolph Galloway.  Joseph Szabo treinou o Sporting durante 9 épocas, o que emulado para o padrão latino, é bem capaz de suplantar o alcançado por Sir Alex... Acresce o importante facto nesses períodos o clube ter um plantel estável e de qualidade sem igual. Estabilidade é hoje uma palavra ausente do léxico leonino.

Poder-se-á pensar que os tempos mudaram, e que os tempos seriam então mais fáceis. Dizer isso é ignorar o contexto em que o clube viveu os primeiros e frágeis anos: um País profundamente subdesenvolvido, as em convulsões resultantes da implantação da República, e em simultâneo com duas guerras mundiais. Acresce ainda que o desporto de competição dava os primeiros passos em todo o mundo, não havendo por isso saber constituído. Também não existiam os diversos canais de divulgação do conhecimento e a mobilidade era reduzida.

É a qualidade das decisões que distingue os que inscrevem os seus nomes na história e os que passam. "Qualidade é excelência. Excelência não é um acto é um hábito". O Sporting hegemónico no futebol e restantes modalidades era habitualmente excelente pelo conjunto de factores aludidos.

Numa palavra, o Sporting Clube de Portugal descaracterizou-se. O clube está hoje profundamente dividido e tem que olhar constantemente para trás para encontrar referências. De uma referência de estabilidade e alfobre de ideias e valores tornou-se num exemplo de disrupção, falha e recomeço. Seguramente que não foi por ser o que é hoje que se tornou numa referência incontornável do desporto passado poucos anos da sua criação.

Ao contrário do que já se tornou um mito urbano este não é um problema dos últimos 18 anos. O nosso  muito querido João Rocha despediu Allison, antes de se completar um ano após a dobradinha. A saída do próprio João Rocha,  passado pouco tempo, que nunca foi compensada com alguém que estivesse à altura do seu legado, afundou o clube. Cintra tornou-se célebre por despedir um treinador quando ia em primeiro lugar.

O período hoje classificado de "roquetismo" foi, na sua organização interna, tudo menos a propalada "continuidade".  Do Sporting campeão após 18 anos de José Roquette, em particular do departamento de futebol, não sobrou pedra sobre pedra um ano depois. O mesmo havia de suceder em 2005, a chamada época do quase. O Sporting de Paulo Bento não encantava, mas era necessário arrasá-lo por completo para se construir um Sporting novo? O resultado está à vista hoje. Nenhuma organização, país ou associação de condóminos é eficiente neste modelo.

Decidir é, em certa medida, desenhar o futuro. Quando os dirigentes do Sporting levaram às últimas consequências a contratação de Travassos, não desistindo perante a insistência do FCP, (chegaram a raptar o jogador) não asseguraram apenas um jogador fabuloso.Viabilizaram a composição do melhor quinteto de cordas, (invulgar, por ser constituído apenas por violinos) de que o futebol nacional tem memória, com o que isso representa na nossa história.

Ao contrário, quando o Sporting decide ir buscar Eusébio a Moçambique e dá o negócio concretizado sem o preto no branco, ou mais tarde deixa suceder o mesmo com Futre para um adversário em ascensão, condicionou o seu destino. O Sporting não acabou por causa disso, fez-se um Sporting diferente.

Será assim com a renovação de Jesualdo. Aparentemente não há aqui nada de dramático. (Sirvo da circunstância como exemplo, não pretendo fazer qualquer análise sem conhecer o desfecho). Inscreve-se na mesma linha do que sucedeu com a possibilidade de ter Mourinho e se decidiu reconduzir Inácio. Ou trocar Vilas Boas por Paulo Sérgio.

A decisão de não reconduzir Jesualdo só será um erro se no seu lugar estiver alguém menos capaz. Ai será um duplo erro, que agravará consideravelmente os efeitos da decisão tomada, como sucedeu nos dois exemplos citados. Obviamente o Sporting não acabará, estará mais longe de atingir o sucesso. E isso sim será dramático. Tem-o sido aliás.

Haverá muito quem não aprecie este choque com que a realidade nos colhe. Porém ele parece-me imprescindível porque, sem realismo pessoa ou instituição percepciona a necessidade de melhorar a sua condição. E o Sporting precisa de mudar, de perseguir a excelência de que já foi capaz. Mais do que de dinheiro ou da importação de modelos de quem deveria ter muito a aprender com a nossa história.

15 comentários:

  1. LdA,

    Goste-se ou não do que escreve, será sempre enriquecedor ler, meditar e questionar.

    Partilho da mesma preocupação do LdA apenas a diferença talvez esteja numa menor % de preocupação, acredito que iremos reerguer o nosso clube, a começar pela paixão dos seus adeptos, já que sem ela o clube nunca conseguirá !!!

    Já agora aproveito e partilho a minha grande alegria.

    Ontem ao chegar a casa e ver o meu pequenote a dormir na sala ... equipado a rigor :) a grande alegria do dia :).

    SL,

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  2. Mas os nossos adeptos acreditam no clube. Andamos é demasiado deprimidos. Por exemplo, ainda hoje podemos ver no site que o jornal vai disponibilizado por apenas 22 euros anuais.

    Estes são os pequenos passos para reconquistar adeptos.

    Também concordo que não há problema se Jesualdo sair, desde que a saída seja compensada por alguém que saiba trabalhar e não um treinador dos juniores do UDLeiria ou do Alverca.

    Vamos ver.

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  3. Sérgio,

    não acredito menos nem sou/estou pessimista. Mas para mudar a actual realidade é necessário tomar melhores decisões do que as que foram tomadas e nos trouxeram ao que somos hoje.

    Nenhum clube sobrevive sem a paixão dos seus adeptos, é um facto. Mas sem o acerto dos seus dirigentes também não.

    Fico feliz por saber da novidade. Não é fácil ser pai, muito menos cá por estes lados e no momento actual.

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  4. Paulo Ravasqueira,

    o jornal não vai ser disponibilizado, o jornal já foi disponibilizado há alguns meses atrás por assinatura digital. Pena que poucos tivessem reparado nisso, tal como hoje também foi publicitado no site do clube.

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  5. Paulo Ravasqueira,

    A edição digital do jornal do Sporting está disponível, por €22 anuais, desde Setembro de 2012.

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  6. Pela minha parte, no que toca ao jornal, apesar de ter sabido da notícia em Setembro'2012 e assinado nessa mesa semana, recebi ontem um mail do Sporting a dar-me a novidade e a incentivar-me a subscrevê-lo. Um aspecto que continua a ser para melhorar: a comunicaçao com os sócios (bom, a comunicaçao, ponto).

    E grande post!

    saudaçoes leoninas,
    tiago

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  7. Tiago, não sei o que se possa ter passado porque soube disso pelo mesmo canal. Ou então estou equivocado.

    Obrigado.

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  8. Muito bem, excelente post. É um pouco injusto nomear isto nomeio de tanta coisa que merece destaque mas é a actualidade,

    Será assim com a renovação de Jesualdo. Aparentemente não há aqui nada de dramático. (Sirvo da circunstância como exemplo, não pretendo fazer qualquer análise sem conhecer o desfecho). Inscreve-se na mesma linha do que sucedeu com a possibilidade de ter Mourinho e se decidiu reconduzir Inácio. Ou trocar Vilas Boas por Paulo Sérgio.

    A decisão de não reconduzir Jesualdo só será um erro se no seu lugar estiver alguém menos capaz. Ai será um duplo erro que agravará consideravelmente os efeitos da decisão tomada, como sucedeu nos dois exemplos citados. Obviamente o Sporting não acabará, estará mais longe de atingir o sucesso. E isso sim será dramático. Tem-o sido aliás.

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  9. O SCP não conseguirá nunca alcançar os seus objectivos enquanto tiver uma massa de adeptos estimada em cerca de 3 Milhões e tiver somente 30.000 sócios pagantes.
    Em vez quererem +100.000 começem por conseguir fidelizar os outros 70.000.
    O Sporting não conseguirá crescer enquanto não conseguir ganhar 2/3 campeonatos de futebol em cada decada.
    O Sporting Clube de Portugal foi, é e será sempre grande fruto da sua história e do seu palmarés. E isso ninguém nos pode retirar.
    Mas se quiser ser ainda maior tem de regressar ás bases para depois crescer.
    Há muito a mudar neste Sporting e não é somente a nível financeiro e de futebol.
    As ultimas filosofias do Sporting assentaram em paradigmas e chavões e infelizmente assim continua.
    Um Sporting dirigido por sportinguistas que não aglutinam, que não criam empatia, que não comunicam bem está condenado ao insucesso.
    Um Sporting assente em divisionimos, em ajustes de contas e em sedes de protagonimso está condenado ao insucesso.
    Não pode haver um unico dirigente actual ou passado que tenha ou tenha tido a ousadia de pensar que pode ou podia reerguer o SCP somente com uma parte dos sportinguistas.
    Há que pensar um Sporting para o futuro e o futuro do Sporting tem de começar por conseguir fazer a envolvencia de todos os sportinguistas.
    Eles são a força do SCP e da sua marca.
    E a marca será mais forte, quanto mais fortes e aglutinados estivermos.
    Há que repensar a lógica de ligação clube/adepto/sócio e num tempo de dificuldades ainda mais imperioso de torna arranjar essas pontes.
    Na elaboração dos novos Estatutos o Sporting perdeu algumas oportunidades, mas uma delas foi a não instituição de uma categoria de sócio especial em que todos os Nucleos sportinguistas deveriam ter sido envolvidos.
    O Sporting está a precisar de dirigentes que imitem os nosso fundadores e que consigam ter uma visão mais abrangente e que consigam ser pioneiros, tal como eles forma em muitos aspectos. Tal como somos quase em tudo o que está relacionado com o desporto.

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  10. LdA,

    Não é facil garanto-te :).

    Mas dá me um gozo ver o filho "exposto" a tanto portista na família a tentar corromper a criança e ver que ela se mantém fiel à grande paixão do Pai ... só espero que essa paixão cresça nele com o tempo como aconteceu comigo, ah e que tenha mais sorte que o Pai. porque ser "apenas" campeão nacional aos meus 25 anos (antes de 1990 pouco ligava ao futebol e ao desporto em geral) pode ser desanimador.

    SL,

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  11. Enorme post! Pela qualidade, apesar de tb ter um bom tamanho! :P

    Gde abç!

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  12. Há muito tempo que não concordava a 110% contigo. Tiro o meu chapéu.

    SL

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  13. LdA

    Na linha dos teus melhores escritos.

    Enquanto o Sporting for uma feira de vaidades, e um emprego, para quem o devia servir com humildade e sacrifício não saímos da cepa torta.

    O Sporting, desde que o conheço, e já se contam uns aninhos, sempre foi um clube sem dinheiro. A diferença é que antigamente as verbas eram pequenas e havia loucos que sozinhos, ou juntando um grupo de amigos Sportinguistas, "chegavam-se à frente", e actualmente os encargos são incomparavelmente maiores e ninguém se "atravessa", nalguns casos "antes pelo contrario", se se puderem governar melhor. Infelizmente, para nós, nos outros grandes o amor aos seus clubes vai fazendo as elites continuarem a suportar muitas despesas.

    Saudações leoninas

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  14. LdA, tenho a impressão que o 8 resumiu o teu excelente post em três penadas :) Aquilo que sinto, para lá da feira das vaidades que tão bem descreve o 8, é que deixamos de fazer desporto, desporto a sério, temos milhentos papagaios especialistas de tudo e mais alguma coisa a debitar bitaites sobre algo que desconhecem por completo.

    A descaracterização acontece quando um Presidente se foca em poupar uns trocos num treinador e investe sem limite em marketing.

    Assisti à descaraterização de diversas empresas o nosso problema é que não é possível fazer o outsourcing do futebol profissional...

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  15. Muito bom Post. Gostei muito. Relativamente a Jesualdo este apareceu no Sporting por um acaso. Godinho já cansado de más decisões a ultima a contratação de um para quedista belga, face à disponibilidade de Jesualdo deu-lhe um lugar de coordenador de todo o futebol do Sporting. Talvez a única decisão certa de Godinho. Depois foi o que se sabe...
    Jesualdo é neste momento um catedrático com capacidade para propor um projecto de sucesso e Bruno de Carvalho há muito deveria ter percebido isso. Jesualdo começou na formação, tem mais 2 ou 3 anos que eu, foi meu monitor de futebol nos anos 70, cresceu como técnico gradualmente sem alardes mas com competência ascensional, perdeu e ganhou, construiu um curriculum de saber. Era o melhor treinador livre que neste momento poderíamos ter para não cairmos mais no mesmo. Mas o seu provavelmente sólido e realista projecto, confronta-se neste momento com o presidencialismo de Bruno de Carvalho e a direcção técnica de Inácio, um profissional chamuscado por um prestígio de negócios sujos. Mas a legitimidade é de Bruno, eleito, como todos os anteriores presidentes, pelos sócios do Sporting.
    O futuro será esclarecedor de quem ficará a ganhar com a ruptura. Se eu estivesse no lugar de Jesualdo jamais aceitaria dirigir um grupo de trabalho cozinhado por Inácio com o beneplácito de Bruno de Carvalho.

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