quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Leaked: os novos equipamentos do Sporting

A melhor forma de guardar um segredo é não o contar a ninguém. A partir do momento que o partilhas, o segredo deixa de o ser. Foi mais ou menos isso que aconteceu com a noticia da futura marca de equipamentos do clube que, ao que tudo indica, será a Macron. O Sporting já terá negociado com a marca, o que envolve imediatamente vários intervenientes e o circulo abriu-se em definitivo quando foi celebrado a parceria com o Real Cartagena, da Colômbia. 

O que se me oferece dizer sobre isto?

A importância da marca
A Macron não é uma das Big3 do mercado. Este é dominado pela Adidas, Nike e Puma. Pode parecer uma questão de somenos mas os interesses que circulam nos subterrâneos do futebol também passam por aqui. Uma marca está disposta a qualquer coisa para ver uma equipa sua vencer uma grande competição  - campeonatos continentais de selecções, campeonatos do mundo, Liga dos Campeões, ou até menos uma de menor importância, como a UEFA, etc - estando para isso disposta a preço que lhe parecer correcto. Isto pode parecer um pouco feio de dizer e escrever, a mim parecer-me-ia demasiado ingénuo não o considerar com esta crueza. 

Acontece que o mercado nacional é muito pouco atractivo e não é de crer que estes interesses se façam sentir com tanta acuidade como nas competições supra-mencionadas. Neste momento muito particular da sua história parece-me mais correcto que o Sporting se preocupe em fazer o negócio pelo melhor preço, desde que não tenha ao lado do seu emblema o de uma empresa de vão de escada e Macron não o é. 

O valor do contrato
Fala-se em valores que podem ir até ao triplo do valor auferido com o contrato que se extingue no final da época. A ser verdade seria um negócio do século. Duvido. 

Provavelmente esses valores devem incluir prémios por objectivos. Isto é: o contrato terá sido celebrado e contempla a hipótese de para o ano a marca estar a vestir o campeão nacional em título e para isso pagar X. Se for o segundo classificado é X menos Y e por aí fora. Independentemente de poder ser assim ou de outra forma a minha preocupação não está tanto no contrato que venha a fazer no imediato. Importante é que o Sporting se reabilite de acordo com o seu estatuto. Dessa forma a nossa capacidade negocial também aumentará e com ela os valores dos novos contratos.

A estética e a importância da camisola
Neste ponto tenho que remeter os leitores - sobretudo os que não seguem habitualmente este blogue - para o que disse anteriormente. Esta é uma questão amplamente debatida - alarga-se também às cores dos patrocinadores - e quanto mim muitas vezes de forma muito inconsequente, até irrealista e certamente com contornos políticos, ao sabor do momento. Mas como este fenómeno é 101% emoção...



Já anteriormente me tinha pronunciado especificamente sobre a publicidade nas camisolas que, de certa forma, se aplica na avaliação estética e o valor emocional que a camisola representa. No post escrito a propósito - e se o nosso patrocinador for a McDonalds - e em particular sobre o azul da TMN e a reacção que provocava em alguns adeptos dizia que "o  tema desgosta-me por se tratar da importação de uma ideia que nasceu benfiquista e que tem subjacente o ódio ao FCP, um sentimento totalmente descabido na actividade desportiva e revelador de despeito e inveja, comum em gente com complexos de inferioridade, sentimentos que julgo não caberem no Sporting. Pessoalmente não me revejo neles.


Não sinto necessidade de alterar o que então escrevi. Relembro os mais distraídos e os que em regra lêem em diagonal: se pudesse escolher havia todos os anos a mesma camisola dentro de um perfil tradicional, sem outras cores que não a nossa. 

Mas, enquanto o Sporting precisar de patrocinadores, quem tem a espinhosa missão de os angariar pode contar com a minha compreensão. É preciso dar alguma coisa em troca para poder também receber. E para isso não é preciso vender a alma, isto é, ao fim e ao cabo, suportar aberrações que curto-circuitem a ligação afectiva ao símbolo que a nossa camisola representa para todos nós.

Há que perceber também o essencial: há que descontar a subjectividade que vem de arrasto com questões desta natureza e é a subjectividade que provoca o ruído e nos afasta do consenso que são as nossas cores e símbolos. Cabe a quem que decidir não se afastar deles.

Nota final (provocação): Julgo que ninguém imagina um equipamento alternativo cor-de-rosa, o que provocaria a mesma estupefacção que os adepto do Nápoles devem ter sentido com o equipamento alternativo que Macron lhes ofereceu este ano. Mas (atendendo às cores)  e se fosse o nosso?

PS. Este post foi redigido no dia de ontem, quando começaram a surgir os primeiros rumores. É possível que entretanto possam ter ocorrido alguns desenvolvimentos mas que não devem alterar o que aqui fica escrito.

1 comentário:

  1. Acho que não podemos escolher qualquer coisa que nos apareça um contrato por objetivos que motivasse a equipa,mais vitórias mais mais cachêt da marca.

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