domingo, 24 de maio de 2015

A lição do andebol

É um misto de decepção e orgulho que deixo meia-dúzia de linhas sobre a equipa de andebol que ontem encerrou a nossa participação no campeonato nacional de andebol.

Decepção pela derrota e o que ela representa para um clube que precisa sempre de vitórias. Nesta modalidade em particular onde marcamos no passado um período de hegemonia do qual nos afastamos há muitos anos. A possibilidade de voltarmos assumia por isso uma importância ainda maior do que o que normalmente representa.

Orgulho pelo comportamento que a equipa revelou durante todo o play-off. O reconhecimento da superioridade do adversário, ao invés de nos diminuir, valoriza ainda mais o que foi feito nestes cinco jogos. Obrigamos o campeão a disputar a totalidade dos jogos e protelamos até aos últimos minutos a decisão do título. No caminho anulamos uma vantagem de 2-0 que muitos considerariam como definitiva. 

No fim prevaleceu o maior traquejo da equipa azul, habituada a ganhar nos últimos anos em Portugal e a competir ao mais alto nível nas melhores competições internacionais do continente. Essa maior experiência foi determinante em alguns momentos desta fase, como por exemplo, no primeiro jogo e ainda ontem. 

Mas é também justo, face ao equilíbrio registado, afirmar que o desfecho nos poderia ter sido favorável. Não pretendo reivindicar nenhuma vitória moral. Apenas deixar a nota que esta equipa tem a determinação que faz os campeões. A nossa hora há-de chegar. 

6 comentários:

  1. Por acaso acho que é dos casos em que é inteiramente legítimo e apropriado "reivindicar uma vitória moral." Trata-se de um vitória moral sobre nós mesmos, sobre um "fatalismo" quase institucional que se instalou no clube há muitos anos. Perdemos mas podíamos ter ganho mas perdemos e podíamos ter ganho de modo quase inédito (e não é inédito porque a derrota frente ao Barcelona na final four de futsal teve características muito similares) em muitos anos, sem nunca baixar os braços, verdadeiramente acreditando que era possível, fazendo das tripas coração, superar adversários mais apetrechados. Isto é impagável, isto é, espero, o princípio de uma "revolução moral" no ethos do clube.

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    1. Oh Jota o que é que isto é diferente das outras vitórias morais? É que talvez tu saibas aquilo que eu desconheço porque eu não me lembro de ser marca deste clube as equipas não darem tudo para ganhar. O que é diferente é a propaganda, que transforma derrotas em vitórias morais. Enquanto isso eles continuam a levar vitórias para casa enquanto outros de nós reclamam vitórias morais, reivindicando uma revolução propagandista. Para a sua narrativa bater certo nem hesitam em diminuir um passado de conquistas para o presente em que nada se ganha parecer maior.

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    2. JPM, entendamo-nos: não era meu objectivo nem diminuir o passado nem engrandecer "ficcionalmente" um presente de poucas conquistas, nem ainda fazer a apologia de vitórias alternativas: eu quero ganhar, ser campeão, no futebol, no andebol, no futsal, no hóquei, em todas as modalidades e escalões onde as cores leoninas vão a jogo. Mas permita-me que o corrija: há uns anos começou a fazer escola no clube uma certa modéstia (comparativa), que deveria ser compreendida por todos os sportinguistas, baixando-lhes as expectativas e a ambição. Emparelhando nessa modéstia instalou-se em muitas modalidades do clube - a começar no futebol - um conformismo que pouco a pouco foi minando a nossa capacidade competitiva. Aquilo a que ontem assistimos foi justamente um valente "murro na mesa" contra este "air du temps" verde-branco. Seria e será um erro enorme diminui-lo porque "de vitórias morais estamos todos fartos." É no ideal (moral) de auto-superação que a marca d'água ganhadora do clube se alicerçará de novo.

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  2. Muito orgulho nestes bravos leões!

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  3. Amigo de longa data que tanto estimo LdA :)

    O jogo de andebol foi um misto de sensações. Primeiro pq mtos diziam que já estávamos arrumados. Depois há várias exibições de grande nível que faz o comentador do Porto Canal dizer no fim que foi o título mais complicado que o Porto alcançou.

    O porto teve na mão o jogo todo (não vamos escamotear isto) , poderíamos era ter aproveitado no prolongamento o susto causado no fim. Foram melhores o ano inteiro, têm uma equipa de gigantes e excelentes jogadores e foi apenas por um triz que não chegamos lá.

    A última infelicidade foi esta final perdida (hóquei) para os lampiões. Começo a ver que o apito dourado foi para meninos. Estes vermelhuscos tomaram conta de tudo. Já mandam na polícia e tudo (quem diria)

    Forte abraço e Sporting sempre

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  4. São cenas que não dignificam o desporto mas reconheçamos que o benfica na primeira parte foi superior.

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