quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Jorge Gonçalves: Por cada bigode do leão que cair outros se levantarão

Retirou-se ontem de forma trágica do mundo dos vivos Jorge Gonçalves, antigo presidente do Sporting. Apesar do seu mandato curto e da situação calamitosa em que deixou o clube, Jorge Gonçalves deixou bem vincada, na generalidade dos Sportinguistas, um profundo amor ao clube. Que essa memória se perpetue e sirva de exemplo.

Quem sabe o tempo não se encarregará de esclarecer de que lado, réu ou vitima, ficará na história do clube. Seja qual for o lugar parece evidente que a passagem pelo Sporting representou um sério revés na sua vida pessoal e profissional, talvez mesmo determinante para o desfecho dramático que a sua vida acabaria por ter. Que se cumpra um dos seus últimos desejos, expressos no passado dia quatro de Junho, quando se pronunciou sobre o regresso de Jorge Jesus ao Sporting pela porta grande:

"Vamos ver é se ele consegue levar o Sporting para onde nós queremos, que é o título"


 




3 comentários:

  1. É bom que o clube faça as pazes com a história e saiba homenagear um seu ex-presidente. A figura do Bigodes foi cinicamente aproveitada durante muitos anos para justificar como a ambição e o entusiasmo popular afinal eram coisas más - tentações de que todo o bom sportinguista deveria fugir.

    Para isso, foi pintado como um Vale e Azevedo avant la lettre. O que é profundamente injusto, pois, como bem dizes, foi a sua incompetência que levou o clube ao fundo - e não o seu amor pelo clube ou a sua ambição em fazê-lo o mais forte de Portugal.

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  2. Conheci pessoalmente Jorge Gonçalves era eu um pré-adolescente imberbe numa história rocambolesca da minha vida. Apesar de ir tratar de outros assuntos com ele, ou ao seu escritório, assim que soube que estava lá mandou chamar o miúdo Sportinguista ao seu gabinete onde falamos durante um pedaço do Sporting. Estava longe de imaginar que anos mais tarde aquele senhor de enorme bigode viria a ser Presidente do Sporting.

    Eu nunca tinha estado sequer perto do Estádio José Alvalade e ele não parou de insistir comigo que tinha de convencer o meu pai a levar-me lá. Alguns anos depois consegui realizar esse desejo e percebi a imponência do símbolo olímpico de que tanto ele falava.

    Hoje é hábito dizer que se devem colar artigos ou histórias nos balneários dos jogadores, a história da presidência de Jorge Gonçalves devia estar afixada nos gabinetes da direcção como alerta e prevenção para os futuros dirigentes.

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  3. O Jorge Gonçalves, quem o conheceu sabe que é assim, tinha um amor assolapado pelo Sporting e nunca o prejudicaria voluntariamente. Digamos que não tinha perfil para um cargo que assumiu com tanta paixão.
    Nunca ninguém o colocou no mesmo patamar de Vale e Azevedo. Esse era um Jorge Gonçalves do avesso.
    O que se tornou recorrente no discurso entre sócios do Sporting e adeptos, foi que não adianta votar sem racionalidade, sem realismo. Nunca se lhe apontou qualquer cinismo, antes populismo.
    Sempre percebi que era uma má escolha. Apesar de tudo era uma figura que me suscitava simpatia e sempre optei por alguma condescendência relativamente ao caos que deixou. Percebi que não podia fazer melhor.
    É com tristeza que o vejo deixar a vida deste modo. Paz à sua alma.

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