terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Sporting - Boavista: Sem brilho, Leão domina a Pantera


O jogo era com o Boavista mas não foi agradável de se ver. Ressalta no entanto a importância do resultado mesmo sem este ter sido conseguido com nota artística. Que bom que era que o mesmo tivesse sido conseguido em jogos anteriores, em que acabamos de claudicar, entregando pontos que agora muito aconchego dariam à nossa candidatura ao título.

Olhando para a equipa inicial depressa se constata que pedir a tal nota artística ontem era capaz de ser excessivo. Porque não abundam no nosso plantel artistas e porque, entre alterações forçadas e opcionais, a principal virtude do Sporting de Jesus- uma ideia forte de jogo bem assimilada e geralmente bem interpretada colecivamente - de Jesus estava diminuída à partida pelas ausências de uns e presenças pouco frequentes de outros.

Os primeiros vinte minutos chegaram a ser preocupantes. O Boavista conseguia conter as investidas pouco esclarecidas da nossa parte, apesar de Teo ter beneficiado de uma oportunidade cujo falhanço precipitado nos remetia para a actuação de um principiante, ao invés do internacional colombiano experiente que esperamos dele. Desabafava eu com os meus botões que, nesse período, Teo era o melhor defensor do Boavista, enquanto a precipitação de Semedo o transformavam no melhor atacante axadrezado.

O desassossego seria interrompido à cabeçada por Ewerton, cujo regresso ao que é normal esperar dele se saúda e se deseja seja para ficar. Entramos no último terço do campeonato e precisamos dos melhores ao seu melhor nível. Tem tudo para formar uma dupla forte com Coates, embora nenhum deles seja particularmente rápido, o que podem contrariar com apurado sentido posicional e leitura de jogo. 

Nota para a participação esforçada e aplicada de Scheloto, em prejuízo de permanecer a impressão que isso também Esgaio faz, já cá estava e é mais barato. No entanto o seu estilo abnegado e a fonética do nome o candidatem a preferido nas bancadas. Na prática porém não se vislumbram grandes ganhos. Zeegelar vai continuando o seu estágio para no próximo ano, apresentar candidatura a titular indiscutível. Até lá precisa de aprender a ser mais fiável a defender e mais consequente a atacar.

A ausência de William obrigou Adrien a recuar para a frente da defesa. Neste momento a sua confiança está de tal forma elevada que até poderia jogar no lugar de Patricio, caso as circunstâncias assim o obrigassem. Quem perdeu fulgor nos últimos jogos, por menor eficácia das suas acções, foi João Mário. 

Já Ruiz quando não joga bem também não joga mal. Continuo a pensar que um jogo de intervalo na sobreutilização a que tem sido forçado poderia contribuir para melhor execução, uma vez que ao nível da decisão é um dos melhores, não apenas do nosso plantel mas e todo o campeonato. Apesar de ter sido bafejado pela sorte, foi inteiramente merecido o golo da sua autoria.

Fui comedido em relação a Teo, embora seja óbvio que com ele Slimani a frente de ataque parece engasgar-se frequentemente. O argelino ontem acabou por ser prejudicado pela falta de qualidade nas acções atacantes, não sendo servido praticamente nenhuma vez. À falta de grandes oportunidades foram as tais bolas, que paradas só estão no inicio do lance, a contribuir para a decisão do jogo. Nota ainda para a exibição esforçada de Gélson, a quem falta ainda melhor definição final dos lances.

3 comentários:

  1. "... presenças pouco frequentes de outros."

    Eu tb tive receio quando vi o escalonamento, mas para mim Ewerton e Schelotto acabaram por ser os melhores no jogo.

    Outra coisa que gostei muito foi do trabalho das bolas paradas, 2 golos em 5/6 lances com muito perigo.

    De resto mais do mesmo, um arbitro a vir para complicar a marcar todas as faltas e faltinhas contra o Sporting e a protelar amarelos aos adversários e a não marcar faltas a favor. Enfim mais do mesmo, que só não é pior porque esta equipa quando quer aperta e a maior parte das vezes consegue resolver.

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  2. Um jogo resolvido com bolas paradas... que saudades! E ainda se ensaiaram mais uma quantidade de lances diferentes para aplicar neste importante momento particular do jogo, precisamos disto como de pão para a boca.

    Muito preocupante a quantidade de passes falhados em zona de perigo, pareceu-me que foi por desconcentração e soberba relativamente à capacidade do adversário, mas lances destes contra equipas de maior acerto são fatais. Patrício está em grande mas não é mágico e tem tanto direito a falhar como os colegas, convém não abusar.

    A próxima batalha para o campeonato vai ser dura e o contexto é muito similar ao da época anterior, o jogo vai realizar-se após uma jornada europeia onde a exibição pode não coincidir com o resultado, de seguida um Vitória moralizado e a jogar à imagem do seu treinador.

    Temos de vencer e para o fazer vamos ter de sofrer. Vai ser necessário ter os níveis de concentração no máximo, os erros parvos de ontem terão consequências muito piores.

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  3. Leão,

    o jogo já vai longo, mas ainda deixo aqui umas breves notas:
    - tive saudades do Miguel Lopes e não percebo porquê que Esgaio não é usado. Fico por aqui na avaliação a Scheloto. Tenho muitas dificuldades em avaliar jogadores que não têm capacidade motora. Para isso, já me bastou um Marian Had ou Purovic, pessoas que vi tentarem jogar futebol sem terem qualquer aptidão para a prática de corrida. Creio que o lance onde tenta parar a bola com peito e isola um jogador do Boavista (77m) diz tudo sobre a utilidade deste rapaz. É como diz o LMGM: "lances destes contra equipas de maior acerto são fatais.";
    - JJ terá aprendido com os últimos 20m com o Nacional e no jogo com o Bayer? Vamos ver, mas na 2ª já não arriscou ter Aquilani em campo sem ter o Adrien também. Para um não correr e falhar passes (Aquilani), tem de lá estar outro a compensar (Adrien);
    - Teo é uma anedota. 60 minutos em campo - o que é que ficou dele nesse período? Estorvou.
    - arbitragem mais tendenciosa que de Cosme Machado; incrível, tinha tudo para correr mal. Felizmente foi com o Boavista. Reformulo as palavras de LMGM, já reproduzidas aqui: "arbitragens destas contra equipas de maior acerto são fatais."
    - Matheus voltou a pisar o relvado!!!

    Estes jogos são precisos para uma equipa descansar e manter o foco. Exibição segura na 1ª parte, muito forte nos últimos 20 minutos dessa parte. Os jogos têm sido disputados no limite e precisávamos de um jogo destes. Com uma arbitragem decente, o Boavista teria chegado ao intervalo a jogar com 9.

    Jornada que serviu para garantir uma coisa e especular sobre outra:
    - o Sporting não será campeão;
    - o Sporting dificilmente ficará em 2º lugar (acesso directo à Champions);

    E tudo isso não resultará da sua capacidade de jogo, nem da dos adversários.

    um abraço

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