quinta-feira, 2 de junho de 2016

Contas: o anúncio da saúde financeira era manifestamente exagerado?


Breves comentários à recente apresentação das contas da SAD, elegendo os pontos que me parecem mais relevantes:

Exercício marcado pela provisão do valor a pagar à Doyen, como foi imposto e como mandam as boas práticas.

Os 14,4 milhões que, até ver, terão que ser pagos à Doyen, constituem neste exercício o grande lastro que afunda os resultados. Mas, mesmo sem esta pesada factura, aqueles continuariam no negativo. Não sendo dramáticos, os valores revelados indicam que, para conseguir um resultado positivo, a venda de jogadores torna-se obrigatória. Isto para fechar o exercício de 2016 no verde, imprescindível por causa das condições impostas pelo fair-play financeiro da UEFA. 

Ora isto é bem diferente do que nos vem sendo dito. Fica assim claro que o Sporting terá de obter receitas para tapar este buraco, bem como o que se abrirá no plantel, saindo um jogador ou vários jogadores importantes. Por exemplo, se se confirmar a saída de Slimani, a tarefa será ainda mais difícil, pois não é fácil encontrar no mercado alguém que faça o lugar com a mesma eficácia. Parece-me esperar demais no imediato de Spalvis ou mesmo de Barcos.

Confirmação da reentrada em falência técnica: Valor dos activos 235.414 milhões contra o passivo de 245.547 milhões.

O aumento do passivo em 17,048 milhões, conjugado com  -0,128 milhões do lado dos activos vem confirmar que a SAD regressou à falência técnica, apesar das medidas já implementadas no âmbito da reestruturação financeira. Nada disto seria muito preocupante se não tivesse em linha de conta que "ferramentas" entretanto utilizadas, como as VMOC's e empréstimos obrigacionistas, impendem ainda sobre o futuro próximo e de médio prazo e não se vê, mantendo a actual política, como se criará folga onde possam vir a ser acomodados.

Variação negativa de quase 40% nos resultados -17.106 milhões de euros agora contra +22.125 milhões no exercício homólogo.

Para dar importância a este valor seria necessário perceber se esta variação é meramente indicativa e circunstancial ou é o inicio de um tendência, mesmo que de números não tão elevados. Veremos daqui a um ano, quando o regresso à Liga dos Campeões já se reflectirá positivamente nas contas. 

Equilíbrio entre os custos operacionais (55.699 milhões) com os proveitos operacionais (54.747) milhões 

Começo por assinalar o crescimento de 24%, num espaço de nove meses nos proveitos operacionais. Embora fosse obviamente preferível o contrário, e até atendendo à excepcionalidade do  "evento Doyen", parece que há aqui um equilíbrio que, para nosso bem, deveria existir na generalidade dos exercícios. 


Duplicação dos gastos com pessoal: 35.757 milhões agora contra 18.153 milhões no período homólogo.

Estes números merecem duas leituras. Esta época a SAD decidiu inverter de forma abrupta a política de crescimento sustentado, deixando de procurar de jogadores jovens desconhecidos em mercados emergentes como reforços, indo buscar nomes com valor e/ou experiência reconhecidos. A par disso, teve que renovar com jogadores que justificaram a aposta e viram o seu valor reconhecido pelo mercado. 

Por essa via, o crescimento exponencial  da folha de pagamentos era praticamente obrigatório, a que temos que juntar o preço de ter Jorge Jesus e a sua equipa técnica. Essa inversão de estratégia teve correspondência incontestável na prestação competitiva da equipa principal e parece-me a mais adequada para a obtenção do sucesso.

Contudo, não tendo tido grande correspondência em títulos, a interrogação sobre quanto tempo é  sustentável esta estrutura de custos impõe-se. Falta também ainda saber se o crescimento dos custos se manterá ou será agravado no próximo ano. 

Ainda neste âmbito, ressalta à vista o valor despendido com os órgãos sociais, cujo valor mais do que duplicou. Uma medida aprovada em A.G., mas que não deixa de lançar a interrogação se pelo menos uma parte dos honorários dos dirigentes não deveria estar indexado ao mérito, do qual a conquista de títulos deveria ser medida de aferição.

Como nota final assinalo que o Sporting, à semelhança de anos anteriores, continua a ser o clube com menos receitas e custos mais baixos. Parece-me pois que este exercício nos vem dizer duas coisas importantes , a reter:

No futebol não há fórmulas mágicas. A aleatoreidade do futebol dita que o dinheiro não é tudo. 

A linha que separa a saúde financeira da SAD está longe de ser um dado adquirido, apesar dos bons resultados anteriormente alcançados. Bastou uma decisão (caso Rojo/Doyen, p.ex.) para fazer abanar o que parecia sólido.

22 comentários:

  1. Em Janeiro quase 6M de mais valias em jogadores. Sem vendas o resultado seria -23M.
    Resultado operacionais negativos crescimento dos proveitos operacionais graças a 6M de aumento de direitos televisivos. Contingente ou para ficar? Curiosidade apenas.


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  2. Resumindo e concluindo:

    Para tentar (re)equilibrar as finanças lá teremos mesmo que recorrer à venda de almofadas (de duas pernas)...

    Ou dito de outra forma: a vdd é como o azeite e vem sp à superfície. No pós decisão do TAS no caso Marcos Rojo, confirma-se que afinal quem dizia a verdade era o TOC (falência técnica) e não BdC (almofada financeira para cobrir o pagamento da indemnização à Doyen). Enfim, apenas mais uma aldrabicezita do vencedor da já famosa CLG "Champions League de Gestão" sem qlq importância :)

    Virgílio.

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  3. O SCP cumpriu o fair play da UEFA devido ao caso Carrillo... se tivessemos colocado estes 15M nas épocas anteriores o SCP teria chumbado no controlo da UEFA.

    Em relação aos gastos de pessoal sinceramente a grande mudança chama-se Jorge Jesus.
    Acredito que a sua contratação trouxe um custo superior a 7M.

    Importante referir os 55M de receitas, isto num ano em que tivemos 6 meses sem pub na camisola e fora da LC.

    Acredito que se na próxima época fizermos idêntico a este ano internamente e conseguirmos passar a fase de grupos da LC que chegaremos aos 70M sem ter de vender jogadores.

    Fantástico trabalho que demonstra bem o potencial que o clube tem.

    Todos os clubes tem de vender jogadores. Não percebo o espanto, obvio que o presidente não ia dizer isso mas parece-me que este RC é positivo para o SCP.

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  4. Discordo com esta analise, podemos pegar nos números como quisermos mas uma coisa é certa entre receitas operacionais e custos operacionais temos apenas um défice de
    0,7M€, e isto para mim é que é o mais importante. É neste aspecto que se vê se existe ou não equilíbrio. E apenas quem esteja de má fé não verá que existe esse mesmo equilíbrio.

    Outra questão o prejuízo de 17M€ contra o lucro de 22M€ o ano passado, ora muito bem retiremos os 14M€ da Doyen este ano e ficamos com 3M€ negativos, da mesma forma os 22M€ positivos passariam a 8M€. Ou seja não me parece assim uma variação tão exagerada até porque não tivemos patrocinador nas camisolas até Janeiro e falhamos o acesso à champions. Ou seja mesmo com estes dois contras e um grande investimento na equipa sobretudo em salários um prejuizo de "apenas" 3M€ será assim tanto?

    Ao anónimo das 16:57 está bastante equivocado, se acompanhasse o Sporting, jornal incluído ou pelo menos lê-se o relatório e contas saberia que não existiu mais valia nenhuma de 6M€ em jogadores.

    A diferença entre as compras e vendas em Janeiro não chegou a metade disso porque não sei como é em sua casa, mas na minha não conta apenas o dinheiro do que vendo, o que compro também tem custos.

    Quanto aos proveitos operacionais a subida não é só dos direitos Televisivos. É em todos os parâmetros desde bilheteira, passando por Merchandising, Patrocinios (aqui quase igual) e claro TV. O único parâmetro que baixou foi os prémios da UEFA.

    Diria que estamos no bom caminho, quanto à venda de um activo para compensar o rombo da Doyen, bom penso que já estaria pensado, foi um risco calculado e antes ter de vender um Slimani hoje do que ter ficado fora das competições europeias por incumprimento do fair play. Teria sido muitíssimo pior ou não?

    SL
    Sporting Sempre acima de qualquer um!

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    1. Não sei em sua casa, mas na minha das quando leio num R&C, "Rendimento com transação de jogadores" 5,793M€, presumo que sejam valores que beneficiaram os resultados em quase 6M. Isso é o que diz o relatório feito pelos revisores.
      O que diz sobre investimentos ou compras é outra coisa completamente diferente e não se podem misturar. Isto, claro, se percebesse alguma coisa de contabilidade.
      Quanto ao aumento de proveitos 6M dos direitos televisivos representam 2/3 desse aumento. É um valor significativo não acha? Será uma vez sem exemplo ou será para continuar?

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    2. O anónimo das 12h22 pode fazer a interpretação dos resultados como quiser, mas a verdade é que a o Afonso Henriques refere sobre os grandes números, tirando o efeito Doyen, teríamos 2 épocas com saldo zero aproximadamente se somarmos ambas.

      Pelo conseguimos evitar consequências das regras do fair-play financeiro, bem como dar início à construção de um pavilhão, além de se voltar a ter uma equipa de futebol competitiva e treinada por um dos melhores do mundo.

      nada mau, certo?

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    3. Eu prefiro optar por ler o resultado operacional com as transacções de jogadores, que foi de 2,503M€. Como não sou TOC, gosto de ver numeros sintetizados. como os das Demonstração de resultados e se tiver duvidas vou consultar ponto a ponto.
      Afinal o que acaba por fazer a diferença nas contas finais são 2,503M€ e não 5,793M€, até porque sem a venda possivelmente não haveria outras compras, comissões pagas da própria venda etc. etc.

      Claro que sim. e julgo que os aumentos das receitas de TV irá estagnar, tendo apenas pequenos incrementos com o avançar das épocas. Agora quanto aos restantes sobretudo no que se refere a publicidade irão continuar a subir.

      Já agora lhe pergunto como especialista em contabilidade o que acha dos resultados operacionais conseguidos pelo Sporting nesta época a comparar com a década anterior? E qual o valor de gastos operacionais máximo em relação às receitas?

      Eu julgo que o ideal seria termos receitas operacionais o suficiente para custear as operacionais assim como os encargos financeiros. E este ano bastaria termos conseguido o acesso à UCL para conseguir tal desiderato.

      Obrigado




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    4. Prefere ler o resultado operacional com as transações de jogadores mas prefere mal. Está a misturar "amortizações e perdas de imparidade com jogadores" com as mais valias advindas da vendas de jogadores no 3º trimestre.
      A rubrica e o respectivo valor já estão sintetizados, o valor que dá não é síntese nenhuma, é apenas o resultado da soma de duas rubricas mas que não responde à pergunta, "quanto é que o Sporting ganhou em vendas de jogadores no 3º trimestre?". A resposta é 5,793M.

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  5. Caro Leão de Alvalade

    De facto, o contencioso com a Doyen constituiu um erro terrível de BdC, não sendo possível neste momento avaliar as suas consequências. Não sou capaz de imaginar o que ele previu, mas isto parecia estar escrito nas estrelas.

    Não tenho a mais pequena simpatia ou condescendência por fundos financeiros e empresários do futebol que parecem frequentemente mais traficantes de carne humana do que outra coisa. Mas, não se pode ir para o combate de peito feito e cabeça descoberta. E BdC cometeu esse erro primário.

    Ainda não se percebeu, na realidade, o custo do caso Doyen. Primeiro, teremos de saber quanto é que o Sporting vai pagar em consequência do processo, depois o preço na imagem de um clube incumpridor de contratos que foram assinados de livre vontade.

    De repente, fica-se com a sensação de que existe uma insuspeitada fragilidade financeira no Sporting, como referes. Permite concluir que a reestruturação financeira não existiu efectivamente, mas terá constituído um instrumento para decisões estratégicas no Sporting.
    Recordo-me que BdC, em Novembro ou Dezembro de 2013, informou os sportinguistas que a reestruturação financeira estaria em risco. A razão seria, se não me engano, que os sportinguistas não estariam suficientemente envolvidos no Clube no que refere às assistências no Estádio.
    Ora, BdC fez bluff ou foi sincero, mas tal advertência permite pensar que a reestruturação financeira estava colada com cuspo. Os próximos tempos talvez sejam clarificadores.

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    1. Não creio que o caso Doyen tenha sido um erro terrível. Penso mais que foi uma jogada estratégica de BdC para diferir custos para o exercício seguinte e ultrapassar os problemas de incumprimento do fair play financeiro da UEFA.

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    2. Uma mentira dita muitas vezes não se torna verdade. Nem no caso dos Vascos. Senão oiçamos o nosso profeta:

      "Quanto ao Fairplay financeiro o Sporting CP viu as suas contas validadas pelo Club Financial Control Body que para tal as validou directamente e através de auditores independentes. Se dúvidas há, vejamos: o Sporting publicamente indicou que na época de 2012/13 apresentou um prejuízo de 43,5 milhões de euros e que 2013/14 apresentou um lucro de 8,6 milhões de euros, para efeitos de cálculos de fairplay. E, desse modo, para a época 2014/15, para efeitos de cumprimento das regras do Fair Play da UEFA e do break-even agregado das três épocas, seria suficiente um resultado positivo de 4,9 milhões de euros. Ora, como se perceberá, a diferença positiva entre os resultados oficiais da sociedade e os relevantes para efeitos de Fair play (em que se deduzem gastos com as equipas de formação e com as infra-estruturas) colocaria o resultado de 2014/15 bem acima dos 19,3 milhões apresentados.
      Mesmo se assim não fosse, se aos 19,9 milhões retirássemos os 14,2 milhões de euros da potencial perda com o processo Doyen, restariam sempre 5,7 milhões de euros, acima dos 4,9 milhões mínimos referidos".

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    3. Qual foi o erro terrível de BdC no caso Doyen?

      Não se pagou, e bem, o que estes queriam e que na prática correspondia ao Sporting receber zero pois o valor era dividido entre Doyen e Spartak Moscovo.

      Pegou-se nesse dinheiro e investiu-se na construção do pavilhão João Rocha, algo de que todos nos orgulhamos.
      Se quiséssemos construir um Pavilhão naquele momento, nunca o poderíamos ter feito pois não havia dinheiro e mesmo que tivéssemos recorrido a um financiamento, algo que só poderia ser feito junto de BCP ou NB, com a dúvida séria de estes nos emprestarem mais dinheiro, teria sempre uma taxa de juro associada que muito certamente resultaria num montante similar aos juros que vamos pagar à Doyen por não lhes termos dado o dinheiro no momento da venda do Rojo.

      A pergunta que fica é, será que foi assim um erro tão terrível?

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    4. Agora foi para o pavilhão. Também vão pôr o nome da Doyen na parede?Até podia ser para comprar uma passagem para o céu. Um calote é um calote.

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    5. Sim, foi para o Pavilhão, não foi para uma passagem para o céu.
      Tente argumentar alguma coisa em condições antes de escrever....

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  6. Não esqueçamos que os jogadores saídos da formação não têm valor como activos, porque não têm um valor atribuído. Isto é verdade nos casos de Patrício, João Mário, Adrien, William Carvalho.

    E no entanto são activos do clube com enorme valor.

    Até Spalvis tem o valor de 2M como activo. Slimani, chegou como activo valorizado em 300 mil euros.

    Ou, se olharmos para outros clubes, Pizzi, por exemplo, está contabilizado como valendo 15M. E sabemos que não vale isso...

    Portanto, é preciso saber analisar os números.

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    1. Valdemar,

      Essa é a análise que nenhum lampião faz, nem quer fazer neste momento.
      Gostaria de os ver passar por 3 anos de seca, alguns deles sem champions para ver os brilhantes resultados que seriam apresentados.
      Talvez sejam os próximos 3 anos.

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  7. Saúde financeira? O que interessa é que o presidente do Sporting Clube de Portugal duplicou o seu salário, e que o treinador que já ganhava 5 milhões por ano, agora vai receber 6 milhões por ano. Convenhamos que é muito milhão para quem apenas ganhou uma supertaça...

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  8. Uma pergunta para o LdA,

    O que é que dará mais dinheiro numa venda?
    Um discurso onde afirmo que preciso de dinheiro e por isso tenho de vender jogadores para equilibrar as contas
    ou
    Dizer que não preciso de dinheiro e não estou vendedor.

    Julgo que concordará que será a segunda versão...assim se entenderá que o Sporting possa vir a receber 30M€ por Slimani.

    Assim se entenderá que o pior que uma Direcção poderia fazer neste momento era dizer alto e bom som que precisa de dinheiro para equilibrar as suas contas, que não tem saúde financeira (e há décadas que não a temos).
    É óbvio que o Sporting sempre precisou, precisa e precisará nos próximos anos, de dinheiro resultante de vendas.

    Sobre o valor da Doyen, diga-se que pelo menos o dinheiro com que ficámos a este entidade serviu, e bem, para financiar a construção do Pavilhão João Rocha.
    O Sporting vai ter que o devolver em breve, mas teve uma excelente finalidade (preferível a ver esse mesmo dinheiro investido em flops tipo Pongolle, Elias, etc.)

    A saúde financeira deverá ser sempre o discurso do clube se quer ter boas vendas, se quer ter clubes a bater as cláusulas de rescisão.

    Até final do presente exercício haverá lugar à venda de jogadores e basta que alguém bata a tal cláusula de Slimani para passarmos de resultados largamente negativos para largamente positivos.

    Por outro lado, é quase certo que o fair-play financeiro herdado do passado, obrigar-nos-á a ter que vender para não voltarmos à lista negra.

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    1. Santa ingenuidade. Ninguém conhece melhor a situação dos clubes que o mercado.

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    2. Nem tenho palavras para lhe responder perante frase tão profunda...

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  9. É dos blogues mais sensatos e de melhor qualidade analítica de todos os que se assumem clubistas, mas julgo que este texto é uma panaceia de vendas nos olhos, com o devido respeito pelo autor.

    O Sporting é um clube falido, não há dúvidas sobre isto. Não vale a pena andar com rodeios. O activo é bastante inferior ao passivo e não se vislumbram formas de reverter a situação, a não ser baixando custos e vendendo os principais jogadores (estratégia que seria também má para o valor dos activos).

    Ainda por cima, é uma empresa que recorre à contabilidade criativa e à supressão de informações cruciais - há passivo escondido em empresas que não são consolidadas que, juntamente com as VMOC'S, elevam o valor para cerca de EURO 500 milhões, como em tempos reconheceu B. Carvalho; por cima disto tudo, ainda beneficia de um escandaloso perdão de juros por parte da banca (basta consultar os R&C dos três estarolas para confirmar, é informação pública e não admite discordâncias).

    E ainda estamos para saber o que terá levado BES e BCP a assumir condições preferenciais relativamente ao Sporting, que não tem colateral para nada. Já está tudo hipotecado. O Sporting tinha gente directamente ligada aos dois referidos bancos em toda a estrutura do clube.

    É curioso como a CMVM e a própria justiça portuguesa não considera suspeitas estas operações e estas ligações. É muito suspeito.

    Quem está a perdoar o Sporting, neste momento, são os contribuintes em território português. Incrível. Adiante.

    Por estes dias, como o texto aborda sem grande alarido, o Sporting acumula - em apenas 9 meses de actividade - cerca de EURO 20 milhões de prejuízo.

    Até ao final de Junho, fim do actual exercício, o Sporting não tem outras receitas para considerar (nem vendas de jogadores, por enquanto, nem receitas da Europa ou de outras fontes) - mas tem salários e, eventualmente, prémios para pagar a jogadores e dirigentes, mesmo não tendo sido campeão.

    Julgo que o R&C do Sporting apresenta mais de EURO 20 milhões em contas a descoberto...

    O Benfica, por exemplo, apresenta o passivo consolidado há vários anos e tem um activo de valor semelhante ao passivo. Tudo indica que vai fechar o ano com capitais próprios positivos. Muito provavelmente, a venda do Gaitán já será registada no exercício 16/17, ou seja, o Benfica já resolveu o exercício 15/16 - com algum lucro (três anos consecutivos, se não me engano) devido à venda do Renato Sanches e aos dinheiros da Champions que estão por receber.

    O Sporting nem é titular da Academia, provavelmente vai ser obrigado a comprá-la. Com que dinheiro?

    Portanto, sem vendas de jogadores, o prejuízo vai ultrapassar bastante os EURO 20 milhões, apenas em 12 meses. Isto coloca em risco a participação do Sporting nas competições europeias, como sabem.

    O Sporting está claramente obrigado a vender atletas ATÉ 30 DE JUNHO. Repito: está obrigado a vender ATÉ 30 DE JUNHO. E é isso que anda a fazer despudoradamente com o Slimani - veja-se hoje a patética manchete do Record!

    O Sporting anda a oferecer o Slimani nos jornais e pela Europa fora, como explicou o empresário e até JJ o deixou a entender nos comentários ao Inglaterra-Portugal.

    O caso Doyen, como agora se percebe, foi uma almofada que permitiu reter o dinheiro em dívida e aplicá-lo no JJ e em jogadores para esta época. É chocante, é uma estratégia que demonstra falta de seriedade e que é um risco enorme para a SAD. É preciso ter cuidado com o senhor B. Carvalho.

    Porque hoje é evidente que ele mente todos os dias, em todos os lugares.

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