quarta-feira, 6 de julho de 2016

Mais descompressão. Menos esforço. Mais qualidade.

O semblante exausto de Andy King quando não se jogavam mais do que 35 minutos da 1ª parte evidencia o imenso esforço produzido a troco de muito pouco. É compreensível que muitos jogadores tentem compensar ausência de qualidade com pura energia despendida. Ainda assim, justamente porque algum contributo das suas partes advirá de situações (es)forçadas, melhor seria que a guardassem para lances realmente merecedores do esforço. Quantas bolas perseguidas quando já condenadas às linhas de fundo ou laterais? Quantos defesas perseguidos quando a probabilidade para que algum cometesse um deslize são pouco mais do que nulas? Sem querer parecer muito negativo, sem que tenha qualquer jogador em mente, em abstracto, para quê participar numa modalidade tão especial do ponto de vista técnico para que fazendo nada e tocando um par de vezes na bola, se fique exausto ao fim de 45 minutos?

E enquanto assim é, a mesma adrenalina e êxtase podem ver-se alcançados correndo ao longo duma pista por cima de obstáculos ou saltando para dentro de caixas de areia.

Quantas vezes tocou Renato Sanches na bola ao longo dos primeiros 45 minutos? 2, 3 vezes mais do que qualquer colega? E que diferença no jogo português sempre que ele toca na bola ...
Em sentido inverso, quantas vezes tocou C. Ronaldo na bola? Muito movimento, muito esbracejar, muita coacção, muita tensão quando para se jogar bem é indispensável o contrário (descompressão), muito desejo certamente ... para quê se a qualidade não está lá? Adoraria ter uma opinião diferente mas tratando-se dum bom futebolista, Ronaldo não sabe jogar futebol.

23 comentários:

  1. Líquido do Pâncreas6 de julho de 2016 às 22:10

    Ai se o ridículo matasse ...

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  2. As primeiras intervenções no jogo do Renato foram passes falhados.

    Curiosamente fui substituído precisamente quando o jogo melhor se ajustava às suas características.

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    1. FCS,

      Só vi a 1ª parte do jogo e achei-a muito agradável em relação aos outros que a selecção portuguesa fez. Os momentos mais agradáveis foram aqueles em que R. Sanches se envolveu, momentos onde se incluem os passes falhados que refere. Bruno Alves de igual modo, que sempre teve capacidade técnica bem acima da média, incomparavelmente mais proveitoso que um central como Pepe, a contribuir imediatamente para a melhoria do jogo da equipa com bola. Para mim elementos como esses são os mais importantes porque o meu desejo como espectador é ver bom futebol.

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    2. ?

      Juntando este post ao inicial, só posso concluir que está a ser olimpicamente irónico.

      Ou então percebe zero de futebol.

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    3. Nenhuma ironia. Como disse gostei de algumas coisas do que vi e só vi a 1ª parte porque entretanto distraí-me. Quando voltei ao jogo estávamos nos 64 minutos. Falta dia e meio, sábado isto é, para que na arena de Manchester Klitschko e Fury se reencontrem. Não sei se a final do Europeu é no sábado ou no domingo mas espero que os eventos não se sobreponham.

      Serve a explicação?

      Não sei ao que se refere sobre ironia.

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    4. E aceito já agora o selo que me cola sobre entendimento zero de futebol. Lembrar-me-ei dele da próxima vez que pretender vender-te alguma opinião ou impor-te alguma razão.

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    5. Perceber zero sobre futebol diminui ninguém. Todos conhecemos pessoas brilhantes que percebem nada do jogo. Suponho que seja o caso.

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    6. Não subscrevo qualquer das proposições embora só possa refutar uma. Nem brilhante nem opaco, suficientemente desinteressado do futebol ou do Sporting para que amando profundamente ambos opine sobre eles em liberdade. A outra proposição que não subscrevendo não consigo infelizmente refutar e por isso como lhe disse concedo: percebo zero de futebol. Assim seja. À medida que formos falando, ao longo de meses ou anos (se for o caso), sem imposições, tornar-se-á claro qual de nós se aproxima mais da razão.

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    1. O rídículo tão como as opiniões felizmente não mata.

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  4. MM

    Nem o "palerma" do marco silva soluciona essas ideias.

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    1. The Cure,

      Sinto pena mas não é possível fazer mais. Bom futebolista é uma cedência suficientemente grande para que se perceba que não é o meu objectivo ofender ou beliscar sensibilidades, muito menos sobre Ronaldo que tal como tenho referido em muitas oportunidades é recebedor da minha estima e admiração. É até mais gratificante estimar e admirar alguém do que simplesmente achá-lo o melhor ou o 2º melhor jogador do mundo mas não entremos por aí.

      Reparou como Ronaldo ontem sorriu enquanto a selecção via a foto ser-lhe tirada, quando o espectador se juntou ao 11? O respeito que constantemente mostra pelos seus adeptos, a forma como os acarinha, os pequeninos desvios sempre que a comitiva do Real chega a algum lado para com eles (adeptos) interagir e reconhecer a sua (adeptos) presença. Tudo isto é ouro. E aquilo que merece profunda admiração está também no seu exemplo como desportista de elite que seria - presumo - o mesmo tal qual se tratasse de um amador. Querer sempre mais e melhor, hoje tal como no princípio. É simplesmente admirável.

      Gosto imenso de Ronaldo, mas não como jogador de futebol.
      A culpa não é minha. Nem dele. Se jogar bem futebol estivesse à distância de uma receita ou de um comprimido seria o primeiro a fazer-lhe chegar a cura. Infelizmente não está. Uns sabem outros não, sempre foi, sempre será.

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  5. tenho sentido o Ronaldo mt melhor, amigo.

    n sei o q se passou, mas parece mm q houve ali um click qq dos 2 ou 3 1os jogos para os restantes. Até na forma como não está sp a ter a bola e a finalizar os nossos ataques sp q a tem!

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    1. Aceito-o sem quaisquer reservas Maldini, e fico contente que ele jogue de tal forma que o exponha menos ao erro e que isso contribua para o jogo dos outros todos. Ainda assim na perspectiva de vencer acho que os erros de Renato Sanches nos aproximam mais da vitória do que os acertos ou a menor exposição de Ronaldo. Achismo bem arriscado de fazer na tua presença mas adoro-te, e tu desculpas-me, por isso não há problema.
      Mais a sério, na perspectiva de Fernando Santos e daquele que é apontado como sendo o seu melhor jogador, a solidariedade (de todos) ou a procura de menor exposição ao erro (para Ronaldo ou qualquer outro individualmente), não deram mais do que 4 empates frente a equipas perfeitamente banais. O sucesso destes resultados é ilusório. Estamos na final não porque tivéssemos sido solidários, não por termos feito os mínimos exigíveis mas porque nem sequer alcançando esses mínimos tivemos sorte de participar numa prova onde empates chegam para que nos vejamos apurados para as rondas seguintes. Que valor tem isto? E que valor tem isto ao pé do que fizemos em 2000 ou 2004? Com versões incomensuravelmente piores, nem H. Coelho ou Scolari foram capazes de nos impossibilitar de jogar bem futebol, e de aí sim fruto de futebol estarmos bem próximos de vencer.

      E isto nem é um elogio a jogadores que tivemos há 15 anos. É mesmo para dizer que em França estamos próximos de vencer mas que essa proximidade é um fruto do acaso.

      Um abraço.

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  6. ha pessoas que sao capaz de dizer qualquer coisa para ter atencao

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    1. Nem a atenção nem a falta dela. Nada aqui me perturba.

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  7. MM,

    O Ronaldo chegou muito mal a este Europeu. Parece-me no entanto que tem vindo em crescendo. Agora é um facto que o perfil dele mudou muito ao longo dos tempos. O Ronaldo que jogou em Manchester não é o mesmo que hoje joga na selecção ou no RM. A facilidade com que consegue finalizar acabou por o "fazer esquecer" outras funções que executava bem em campo e sobretudo na forma egocêntrica como participa pno jogo.

    Já o Renato continuo a vê-lo como um jogador com um potencial enorme, que já faz o que quase ninguém da sua idade faz, mas ainda sem a consistência que seguramente terá daqui a uns anos.

    Valha a verdade que este modelo de Fernando Santos não é propriamente o ideal para grandes relevos individuais.

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    1. Concordo Leão de Alvalade, mas mesmo o Ronaldo de Manchester que jogava mais e produzia menos golos, mesmo esse Ronaldo não me encantava. Tal como Giggs nunca me encantou, Giggs que tinha muita substância e jogo, jogador por quem sinto real e profunda admiração. Mas não me encantava. Ontem via o País de Gales e olhando para o G. Bale que até fez algumas coisas interessantes, lembrava-me do malogrado Gary Speed. É uma divergência inultrapassável naquilo que desejo ver num jogo de futebol e cuja transmissão não funciona por imposição, nem pela força do que muitos acreditam.

      Leão de Alvalade concordo também que Renato Sanches é muito bom jogador. E como ele existem outros Europa fora. Aquilo que o Renato faz, isso é que deveria ser o normal.

      Um abraço.

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    2. MM

      Ontem tinha feito dois comentários e saiu apenas um.

      Concordo com o que já foi dito também. Este tipo de táctica não favorece ninguém. João Mario e André Gomes, por exemplo, parecem jogadores banais encostados nas linhas. João Mário com Jesus jogando a direita é totalmente diferente.

      Em relação ao Ronaldo - ele foi totalmente "sugado" no Real Madrid, é assim sempre.
      O próprio Figo revelava-se nestas competições muito "pesado".

      Mas é o que temos. Estamos na final e vamos ver com qual colosso :)

      forte abraço

      PS- sem qualquer tipo de clubismos ontem o melhor em campo foi Adrien. Depois da sua saída pareceu-me que os galeses cresceram.

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    3. The Cure,

      Lamento pelo comentário perdido. Ver vamos como correrá a final. Uma das maravilhas do futebol de selecções é podermos ficar felizes quando ganhamos sem que fiquemos tristes quando perdemos, algo que já não acontece para o clube.

      Um abraço.

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  8. O pior jogador de Portugal em campo na primeira parte foi o RSanches, mas de longe.
    Honestamente não consigo perceber o propósito deste post, estivemos a ver o mesmo jogo?

    Acho que devias era observar como sem bola se destrói completamente a táctica do adversário como fez o Adrien, isto sem contar com as inúmeras vezes que diz aos colegas como se hão-de posicionar em campo.

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  9. A caminho da 4ª bola de ouro e pela primeira vez neste Europeu, numa equipa que joga sempre em função do adversário, quase sempre de costas voltadas para a baliza. Infelizmente o ranking de Portugal só deu para assumir a candidatura nas conferências de imprensa. E para ganhar a um grupo bom de jogadores, como os croatas.

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  10. Se gostaste assim tanto da exibição de Renato imagino o que pensas do jogo de Adrien.

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