segunda-feira, 7 de maio de 2018

Da amarga nulidade quase total aos saborosos bis

Derby nulo
Decepcionante e de nulidade quase total o nosso desempenho no último dérby da época. Salvou-se o resultado, que nos mantém na luta pelo segundo lugar, o que permite continuar a acalentar a possibilidade de voltarmos a participar na Liga dos Campeões. Um objectivo secundário mas determinante para o prestigio e sustentabilidade do clube, como agora se percebe melhor com os novos plafonamentos de verbas destinadas aos participantes na competição.

Das duas estratégias em confronto para o jogo, há que reconhecer que a do nosso adversário se superiorizou à nossa, sobretudo pela forma como soube trancar a generalidade das nossas tentativas de organizar o ataque e, em contrapartida, soube criar condições para o sucesso das suas perigosas transições. Samaris e Fesja (especialmente) superiorizaram-se a Battaglia e William (sem ritmo) e abafaram completamente Bruno Fernandes, o nosso elemento mais importante na criação de jogo. Um recurso já anteriormente usado por outros adversários, nomeadamente Sérgio Conceição, e que explicam em muito a ausência de vitórias a nosso favor em jogos entre os grandes. Fica a satisfação de, ao contrário de outras ocasiões recentes em que fomos superiores, termos alcançado um resultado que nos pode ser útil, apesar do menor desempenho.

Destaque maior para Rui Patrício, que voltou a ser determinante para chegarmos assim ao mínimo admissível, nestas circunstâncias, jogando em casa: manter a vantagem alcançada na última jornada. Falta agora confirmá-la na última jornada, algo que não se augura como fácil. Quer pela pouca vitalidade exibida nos últimos jogos, quer pelo que os interesses em jogo podem provocar e de cujo exemplo tivemos na arbitragem do sr. Xistra e pela "falta de comparência" do vídeo-árbitro. 

Mão na bola e no bis
Quem não esteve com dúvidas nem procrastinações foi o andebol. Muito empenho (sem ele não se ganha, muito menos no andebol) e muita classe estiveram na base da confirmação do ressurgimento da modalidade com a expressão de que já havia gozado anteriormente. 

A memória de "Os Sete Magnificos" (Carlos Correia, Alfredo Pinheiro, Ramiro Pinheiro e Manuel Brito, Adriano Mesquita, Bessone Basto e Manuel Santos Marques) dos anos 60/70 em que dominamos a modalidade, os que estrearam a primeira equipa portuguesa na Taça das Taças (1975/76), os primeiros vencedores de uma competição europeia de clubes (Taça Chalenge, 2009/10, feito repetido por este grupo de trabalho o ano passado) é assim honrada e a transmissão do seu importante legado é concretizada. 

O significado desta conquista é ainda maior se se atender aos pormenores: alcançamos o segundo titulo consecutivo, o que ractifica a nossa qualidade. E ainda por cima voltamos a liderar em número de campeonatos nacionais alcançados, suplantando o FC Porto, que de 1999-2000 até hoje dominou como quis, conquistando onze títulos.

Os parabéns a todos os envolvidos neste titulo, direcção, seccionistas, equipa médica, dos jogadores, enfim, a verdadeira equipa que se formou e cujo trabalho realizado na organização da época foi fundamental para superar as muitas contrariedades e que, além de cumprirem o desígnio de ganhar, construíram uma relação notável com os adeptos.

O futebol e os títulos também são para meninas 
Foi "Sem desculpas", o lema de toda a secção, que a equipa feminina revalidou o título e confirmou a hegemonia na modalidade, com uma goleada ante o Valadares, por 4-1. Este é o primeiro titulo sénior de futebol celebrado em Alvalade, desde a inauguração do estádio, o que só pode ser entendido como um exemplo deixado pelas meninas e que o fim da "eterna malapata" está a chegar. A diferença de andamento para a concorrência tem sido tão grande que leva a supor que a esta equipa (tal como acima dizia, todos os que a compõem, da direcção ao roupeiro) nos vai continuar a dar muitas alegrias. O facto de estarmos na presença de um grupo jovem e que ainda por cima domina as convocatórias da selecção nacional assim o leva a supor.

Notas soltas:

- É impossível constatar o ressurgimento das modalidades sem que isso não obrigue a uma reflexão e comentário. Tentarei fazer isso aqui de forma tão breve como possível. Mas a constatação de que a  necessidade de um pavilhão era estruturante era tão "lapalissiana" que nem sequer merece comentários, como se pôde ver nesta última semana.

- Uma nota pessoal sobre o dérby. Não vou enunciar os nomes daqueles que finalmente tive oportunidade de conhecer pessoalmente, porque não quero incorrer na injustiça de me esquecer de algum. Pelas mesmas razões não vou enunciar os nomes daqueles que ficaram por voltar a cumprimentar, voltar a abraçar ou finalmente conhecer pessoalmente. Este misto agridoce dos encontros e desencontros, mas especialmente o calor da comunhão dos mesmos interesses e da imensa paixão por este clube é que dá forças e vontade de superar todas as contrariedades para voltar a casa sempre.

4 comentários:

  1. Grande postada, LdA.

    Assim que chegar a casa vou escrever umas coisinhas :)

    abraços e viva o grande SPORTING!

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  2. Péssimo jogo do futebol masculino sénior, como todos contra os 3 restantes classificados desta mini-tabela (Porto, Benfica, Braga) - A excepção foi a 2ª mão da meia final onde apesar de também haver dificuldades em criar oportunidades houve garra, empenho e domínio nos 30 minutos adicionais.

    Muito bons jogos contra rivais directos no andebol (vitórias contra Benfica em casa e fora, o mesmo contra Porto).

    Igualmente óptimo campeonato da equipa feminina sénior do Sporting e possibilidade de conquistar a "dobradinha" pela 2ª vez consecutiva.

    Caso de estudo. Como o Sporting que dá cartas nas modalidades e no futebol de formação e feminino, não consegue na equipa principal masculina chegar ao tão almejado título. Parece uma montanha impossível de escalar enquanto aos outros 2 parece que o fazem quase com uma perna às costas.

    Cumprimentos.

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  3. Atrevo-me a dizer que o domínio inicial do benfica foi devido a entrada no onze do William - sem qualquer ritmo - Bryan e Battaglia estava a resultar bem, mas o mestre da táctica é que sabe. (Agora tb é fácil falar)

    Incrível como o clube das toupeiras se sente sempre prejudicado. Vivem mesmo numa realidade paralela.

    LdA, em relação as modalidades é com imenso prazer e orgulho que as vejo com esta pujança. Isto é sem dúvida o Sporting. Aquele pavilhão ao rubro traz imensas lembranças. Tantas memórias e vitórias na antiga Nave de Alvalade – quem sabe se o pavilhão João Rocha não nos trará mais alegrias e maiores feitos. É o meu singelo desejo.

    Como diria alguém nosso amigo & leão: EM FRENTE SPORTING!

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  4. Essa tal mini-liga entre os quatro primeiros devia servir para reflexão interna. Conquistámos uns míseros quatro pontos em dezasseis possíveis. A que se deve esta falta de competitividade? Haverá défice de talento face aos nossos adversários? Não seria impossível ganhar o título com o plantel que temos, mas parece-me que há lacunas no plantel que o tornam, pelo menos, improvável.

    Um exemplo ilustrativo: Bas Dost é um finalizador raro e tem evoluído, mas acrescenta pouco ao jogo colectivo se o compararmos com Jonas, Jimenez, Soares, Aboubakar, etc. O mesmo exercício poderia ser feito a respeito doutras posições.

    O que me preocupa como sportinguista é que, ao contrário doutros momentos na história recente do clube, nos últimos anos houve investimento em contratações, mas JJ parece sempre desconfiado das alternativas de que dispõe. Ora, se é ele quem avaliza as contratações, há algo aqui que não bate certo.

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