Terminou da pior forma a janela de mercado. Um colossal desastre comunicacional exponenciou expectativas que dificilmente poderiam ser cumpridas, mesmo que o Sporting se encontrasse nos seus melhores momentos, o que sabemos bem é precisamente o oposto. Jogadores como Bacca, Muriel e outros dificilmente querem correr o risco de tentar relançar a sua carreira numa liga periférica e em paulatina perda de competitividade internacional. E muito menos o fariam num clube que passou os últimos meses a ser noticia não pela conquista de títulos na modalidade de que são profissionais mas pela sua profunda crise interna.
O trabalho de Sousa Cintra na reconstituição do plantel acaba assim por ser contaminado pelas últimas imagens: a falha na aquisição de um ponta-de-lança e Fábio Coentrão. Depois de informações desencontradas percebe-se hoje que o Sporting pouco ou nada fez para ter o lateral de volta. Há dois factos surpreendentes aqui:
Que não se tenha contratado um defesa-esquerdo à altura da exigência das nossas ambições, uma vez que isso acabará por nos sair caro, como aliás já se vai vendo, nas limitações que isso impõe ao nosso jogo, quer do ponto de vista ofensivo como defensivo.
E as reacções de indignação por não contratarmos um jogador do Jorge Mendes. Tão indignadas como as que se registam sempre que se comenta uma noticia de que o Sporting estaria a negociar um qualquer jogador com origem naquele empresário. O universo leonino não para de nos surpreender na sua ciclotimia.
Felizmente o mais importante e desejado reforço acabou por chegar já quase no encerramento não do mercado mas dos noventa minutos do jogo com o Feirense. E esse reforço tem nome e sobrenome: quatro jogos, dez pontos, primeiro lugar.
Duas razões de fundo para que tal tenha sucedido:
O nosso processo de jogo carece ainda de muito trabalho de aprimoramento mas sobretudo de melhores ideias mestras. O intervalo que se segue será fundamental para as por em prática, bem como de integração dos últimos reforços.
O Feirense de Nuno Manta não é uma equipa qualquer. Não se remeteu à defesa e quando teve que o fazer ou o fez bem ou teve um guarda-redes intransponível. A excepção que confirmou essa regra resultou de um lance de muita sorte para que a bola tivesse chegado ao nosso joker, Jovane.
Uma palavra final para José Peseiro. Já se percebeu o quanto mudou e ele mesmo fez questão de o lembrar na conferência de imprensa final, que constituirá um marco desta época, seguramente. O que conseguiu até agora talvez só existisse na sua cabeça e nos nossos melhores sonhos. Mas saberá tão bem como nós que a equipa tem muito que crescer para manter a performance.
Uma menção também para os jogadores, cujo empenho tem superado as deficiências colectivas resultantes das mais diversas condicionantes conhecidas de todos. Não merecem os assobios impacientes das bancadas que não só ignoram as circunstancias como o quanto ajudam os nossos adversários. E depois ainda se queixam no final que a equipa jogue sem ligação e pontapé para a frente, especialmente quando o jogador em posse não se desfaz da bola rapidamente. Até quando???
A minha concordância com o texto e as mensagens subsequentes.
ResponderEliminarAté quando? Até haver uma liderança forte que promova a confiança dentro das 4 linhas, na bancada e entre elas, minimizando assim o espaço aos treinadores de bancada
"Não merecem os assobios impacientes das bancadas que não só ignoram as circunstancias como o quanto ajudam os nossos adversários."
ResponderEliminarMeu caro Leão de Alvalade, também não gosto nada de assobios, mas se há quem o faça é porque quer exprimir, exteriorizar o que as pessoas mais comedidas como eu e talvez você não fazem... é irritante ver a equipa não avançar no terreno, o facto de não ganharmos o campeonato há uma "porrada" de anos... Diz-me você estes jogadores não têm a culpa, pois os anteriores também não tinham e entretanto chegamos aos 16 anos a seco...
No Porto que foi campeão o ano passado com contrariedades financeiras, e estando o Sérgio Conceição altamente cotado e respeitado pela massa adepta portista, não têm pejo de contestar e assobiar más decisões técnicas como dos jogadores, como se viu nos últimos dois jogos que os portistas fizeram, com pouca dinâmica no global, as recepções a Guimarães e Moreirense...
Até mesmo no Rio Ave (e já vêm do ano passado com Miguel Cardoso) os adeptos vilacondenses não tem problemas em assobiar quando a equipa demora a chegar à frente, nos jogos no Estádio dos Arcos, e se não fosse a tardia vitória contra o Portimonense reduzido a 9, o José Gomes seria fortemente contestado e assobiado... até parece que já os adeptos do Rio Ave têm maior cultura de exigência do que nós...
Resumindo, se a equipa não quer ouvir assobios jogue para a frente e vença jogos com classe e tranquilidade, principalmente em Alvalade. Simples!
Cumprimentos.