domingo, 28 de julho de 2019
Matar saudades do Grande Sporting em New York
Vivo no Canadá, bem perto da fronteira com o estado de New York e sensivelmente a 700kms do Yankee Stadium, distância bem razoável para fazer sobretudo pelo Sporting.
Queria ver a equipa, cumprimentar alguns amigos que ainda tenho a trabalhar no Clube, sentir a emoção do jogo e estar com outros Sportinguistas, também eles ora emigrados ora descendentes de Portugueses mas com quem partilho o amor pelo Sporting.
Foi um final de tarde sensacional, a viagem de metro até ao Bronx, o vislumbrar do Yankee Stadium, as cervejas e o merchandizing a serem vendidos a um ritmo incrível, até o cheiro no ar (mesmo em NY) me faziam lembrar os grandes dias de jogo em Alvalade. Esperei pela equipa na porta do Estádio (não me lembro quando o fiz pela última vez), conversei com adeptos do Liverpool (estavam em completo êxtase por verem os campeões europeus), ensaiei cânticos com os ainda poucos leões naquela zona do estádio, até que a equipa chegou. Infelizmente e por razões de segurança (coisas bem americanas), as equipas não podiam parar na entrada e desceram a rampa da garagem rapidamente.
A Sporting TV fazia uma ronda de entrevistas aos Sportinguistas presentes, uns de NY, outros de Jersey, Connecticut, outros estados próximos e até do Canadá, como eu. Enquanto me preparava para sair dali, ainda tive oportunidade de cumprimentar o Presidente e de lhe endereçar algumas palavras, e o meu amigo Beto Severo que tinha vindo cá fora sentir o ambiente.
Estava quase na hora de entrar, ver a bola a rolar, aplaudir o Jubas e o Paulinho, o Renan, o Max e o Nélson no habitual aquecimento dos GRs e por fim o restante plantel e equipa técnica. O coração já palpitava, o estádio começava a encher a um bom ritmo (não pensei que acabasse praticamente cheio como sucedeu), o Klopp era a máxima estrela no relvado (espectáculo de Homem), os nossos adeptos iam chegando a uma zona que quando comprei os bilhetes pensei ser apenas para adeptos do Sporting, mas não, cada vez mais camisolas NB, vermelhas, brancas, de outras cores, todas com um símbolo diferente do leão. Sem problema algum, éramos poucos mas tudo com muita vontade de gritar bem alto o nome do Sporting.
Permitam-me partilhar o arrepio que senti quando se cantou o You’ll Never Walk Alone, foi a primeira vez que ouvi ao vivo e foi incrível, melhor só o Mundo Sabe Que em Alvalade.
Início do jogo e GOLOOOO, foi a primeira vez que os milhares de adeptos do Liverpool sentiram a nossa presença, e que rugido!!
Durante o jogo fui conversando com os Sportinguistas que estavam ao pé de mim, quis perceber e ter a certeza dos meus argumentos quando na semana passada escrevia algo sobre o assunto. Ainda hoje não percebi a polémica em torno desse tweet, pois dizer que os adeptos que vivem longe de Alvalade não têm o real conhecimento da grandeza do Sporting não é nenhuma mentira, nem tão pouco é algo que seja mau, é apenas uma constatação de um facto, que felizmente tive oportunidade de comprovar. Estão longe, alguns nem Português falam, e são do Sporting porque os familiares já o eram e porque usam o Sporting quase como o principal elo de ligação a Portugal. Adoro ver aquele sentimento, já o conhecia dos meus tempos de Gestor do Produto Sócio, onde tinha a função de conhecer muito bem o adepto e sócio do Sporting, onde quer que ele estivesse. Por isso, não falei de cor, não foi um minorar de ninguém, nem sequer catalogar, mas há diferenças, são facilmente perceptíveis.
Posso dar um exemplo para que compreendam melhor o que digo, usando a minha pessoa e a minha própria experiência. Quando saí de Portugal não havia ainda o Pavilhão João Rocha, construído no mandato do Bruno de Carvalho, e que tantas alegrias e tanto orgulho nos tem dado. Leio e vejo vídeos do ambiente do PJR, tento colocar-me lá a ver o Hóquei ou outra qualquer modalidade, mas não sei o que é, mesmo tendo vivido nos tempos de glória no velhinho Pavilhão de Alvalade e na Nave, não acredito que saiba ou que seja possível alguém explicar o que sentiram e viveram quando ganhámos o jogo ao Porto na final da Liga Europeia de Hóquei, ou quando eliminámos o Benfica da Final Four da UEFA Futsal Cup, é impossível descrever. Ora se eu com 40 anos de sócio, 35 anos de vida quase diária em Alvalade, não sei a grandeza do Sporting no PJR, como poderão Sportinguistas que não conhecem Alvalade, que viram o Sporting 1 ou 2 vezes na vida ter a real ideia da dimensão do Sporting Clube de Portugal?
Quanto ao jogo, foi maravilhoso voltar a ver um jogo totalmente despido de politiquices e sem pensar nas constantes guerras entre Sportinguistas, ver o jogo como um adepto que ama futebol, que tem os seus preferidos e os menos preferidos (para não dizer que os detesto), que incentiva e aplaude, que grita por eles e faz movimentos com o corpo como se a tentar guiar os jogadores para fazerem o que pensamos ser o mais acertado, seja um passe ou um remate. Que bom foi, que sensação maravilhosa!
Um abraço desde New York, sim aproveitei e fiquei por aqui mais uns dias!
Nuno Paiva
P.S. Obrigado ao José Duarte pela oportunidade de partilhar esta minha fenomenal experiência.
NDR: Obrigado eu Nuno. Que a distância encurte e que tenhamos aquilo que há tanto tempo desejamos.!
1 comentário:
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Um abraço, Nuno e bem ajas por este post! Viva o Sporting!
ResponderEliminarJosé Gomes (JG)