quarta-feira, 10 de agosto de 2022

No futebol português só o descrédito e a vergonha é que não prescrevem


Gostava de acreditar que a prescrição do processo contra o apoio ilegal às respetivas claques por parte do SLB se deveu apenas à incúria e incompetência de quem enferma as organizações que tutelam o futebol nacional. Mas não consigo ter dose de inocência suficiente - teria que ser elevada - para não acreditar que, mais uma vez, os interesses e os jogos de bastidores prevaleceram sobre o apuramento da verdade e da justiça desportivas.

O desfecho que agora se conhece já há muito que vinha sendo antecipado na comunicação e redes sociais, pelo que o CD da FPF e a Comissão de Instrutores da Liga podia agora poupar-nos ao número indecoroso de passa culpas que se assistiu quando a noticia foi conhecida. A prescrição de um processo é pelo menos um sintoma de incapacidade e desleixo que deveria fazer corar de vergonha todos os envolvidos e dá uma perspetiva muito sombria das instituições. 

Tal deveria corresponder a um sobressalto suficiente por parte dos dirigentes de ambas as instituições, levando ao apuramento exaustivo de responsabilidades. Algo que sabemos não vai suceder porque tal poderia corresponder à abertura de portas de armários cheios de esqueletos e alguns cadáveres recentes já em decomposição. É esse cheiro nauseabundo de suspeições infindáveis, de casos burlescos e enchem de ridículo os responsáveis e que torna irrespirável o futebol português.

1 comentário:

  1. Perdoai se mal pergunto: a mudança do Secretário de Estado que tutela o Desporto não foi, apenas e só, a aplicação da máxima salazarista "mudem alguma coisa para que tudo fique na mesma"? (Ou pior, acrescento eu)

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