quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Quem protege e branqueia os erros de Narciso?


Sem surpresas, os erros cometidos pela equipa de arbitragem no jogo Rio Ave - Sporting acabaram por ser premiados com as nomeações dos prevaricadores. António Nobre, o VAR que não conseguiu ver a falta que precede o golo do Rio Ave nem o salto de karateca de Nóbrega, a cometer o penalty que simultaneamente envia para o estaleiro Trincão, um dos jogadores em melhor forma no Sporting. Como prémio vai ser o quarto árbitro num dos jogas mais importantes da presente Liga. 

Parece-me um prémio adequado pois vai ter pouco que fazer, a não ser levantar as placas de substituição e do tempo de descontos e para isso não precisa de ver bem que como ficou provado no jogo de Vila do Conde não é um dos seus melhores sentidos. O Sr. Narciso vai ser VAR no Chaves - Arouca, no que também parece uma medida acertada, uma vez que parece claro que precisa de auxilio de ecrã e slow-motion, uma vez que à vista desarmada não consegue estar à altura da exigência da função.

Os jogos sucedem-se e vamos perdendo o rasto aos erros de arbitragem. Como memorizamos mais facilmente um frango do nosso guarda-redes, ou um penalty falhado pelo nosso avançado, ou uma oferta do nosso médio ou defesa, acabamos perder a noção da relação entre os erros e os seus autores. Mas se puxarmos o filme um pouco atrás, e não é preciso ser muito, damos conta por exemplo que André Narciso é o mesmo árbitro que na jornada 18 da Liga nos arbitrou em Vizela conseguindo a unanimidade das apreciações negativas que, porém, acabaram sepultadas sob peso da avalancha que o Sporting deixaria  (2-5) à passagem pela terra minhota.

Ora a jornada dezoito decorreu precisamente no dia 18 de de Janeiro e passado sensivelmente um mês parece que o Sr. Narciso foi nomeado para o encontro de Vila do Conde para acabar o que tinha tentado, sem sucesso, trinta dias antes. Se assim foi, pode dar a tarefa por bem sucedida. E o Conselho de Arbitragem parece ter o mesmo sentimento, ao reincidir na nomeação em tão curto espaço de tempo, apesar da infeliz actuação de Vizela. E já na jornada 15, três jornadas antes de actuação em Vizela, Narciso tinha perdoado um penalty claro de Tomás Araújo e consequente expulsão, estava o resultado ainda 1-0. Já na décima jornada, jogo entre Sporting e Estrela da Amadora já havia fica marcado por uma grande penalidade evidente sobre Daniel Bragança. O árbitro André Narciso mandou jogar.

De erro em erro o Conselho de Arbitragem promove a incompetência e, não menos importante, a falta de confiança e descrédito, isto quando nos aproximamos a passos largos para os momentos decisivos do campeonato. Para a ajudar à festa hoje ficamos a saber que os erros que de forma quase consensual foram assinalados no jogo com o Rio Ave para a respectiva comissão técnica não o foram.

A tudo isto o Sporting tem respondido com silêncio. Um silêncio que dá origem a dúvidas e que se presta a equívocos. Ao abdicar de comunicar o Sporting descura desde logo a frente interna. Os adeptos assistem perplexos a uma estratégia que não percebem mas vêm e sentem os resultados nulos dessa estratégia. Para o exterior vai perdendo oportunidade atrás de oportunidade de fazer o mínimo que parece ser necessário: marcar uma posição e exteriorizando a indignação pela permanente diferença de tratamento e de critérios. 

Há quem entenda que é inútil, que tal nunca produziu grandes resultados. Não creio contudo que se o Sporting tivesse uma outra estratégia de comunicação o assunto pelo menos não estivesse mais na ordem do dia, o que não sucede de todo. Aconteceu Guimarães, Vila do Conde (e até Vizela...) e o que se vai dizendo é que o Sporting é a melhor equipa do campeonato até agora, esquecendo onde poderia e deveria estar neste momento.

Não quero crer que a SAD do Sporting assista a tudo isto muda e queda, mas vivemos num mundo em que a percepção conta. A nossa, da comunicação social, dos adeptos em geral e dos árbitros em particular. Na hora de apitar seguramente que pesa o que se vai dizendo e, não se dizendo nada, o sentimento de carta branca e impunidade faz o seu caminho. 

Se o Sporting tivesse dito alguma coisa após o jogo de Vizela o Conselho de Arbitragem nomeá-lo-ia passado um mês para Vila do Conde? E, se mesmo que o tivesse feito, o árbitro e o VAR teriam procedido com a mesma ligeireza? Com honestidade, não posso afirmar ou responder negativamente a esta questão. Mas o que sei, é que não dizer nada não funciona de certeza. 

Não sei quem protege e branqueia os erros de Narciso, mas percebe-se até pelas nomeações que o Conselho de Arbitragem está satisfeito com o seu trabalho. Parece que o Sporting também está, o que não creio. Mas o seu silêncio também ajuda a branquear as actuações de Narciso, Pinheiro e outros muito bem conhecidos por todos nós.

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