sexta-feira, 1 de março de 2024

Sporting 2 - SL Benfica 1: Tanto para tão pouco!


Não sei se haverá memória de um derby tão desequilibrado em favor do Sporting como este que sucedeu nesta primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal. No final do jogo ficou um sabor amargo doce por termos jogado tanto para amealhar tão pouco. Ficam aqui alguns apontamentos retirados do que me foi dado observar:
 
  • Colectivamente o Sporting foi superior em quase todos os pontos. Preparou melhor o jogo em função das suas forças e debilidades do adversário, chegando em alguns períodos da primeira parte a asfixiar o adversário. 

  • A equipa sabia o que fazer em todos os períodos do jogo. Sem pressas a organizar o ataque, fugia à pressão desorganizada do adversário e, assim que o conseguia, partia em vertiginosas transições à procura da baliza adversária.

  • Foram quase tantas as transições como as ocasiões que se perderam por má definição ou precipitação no último passe, com a defesa encarnada já em palpos de aranha para responder à ameaça.

  • Morita e Hjulmand estiveram imperiais em grande parte do tempo. Concentrados e reactivos a defender e muito perspicazes na procura o colega solto para receber, nunca arriscando em  demasia, sempre pacientes na procura da melhor solução.

  • Gyokeres é um nome incontornável na nossa estratégia mas pode melhorar muito na decisão. Num dia bom a primeira parte poderia ter construido um resultado histórico.

  • Teve pouco apoio em Edwards, ainda longe do seu melhor, desde que regressou da gripe que o afastou. Se é verdade que algumas vezes o sueco o podia ter solicitado também é que desperdiçou várias oportunidades para fazer melhor.

  • Matheus Reis esteve muito abaixo do seu melhor também, desperdiçando boas jogadas sem conseguir ligar o jogo na chegada ao último terço.

  • Houve momentos em que pareceu que a eliminatória parecia ir ficado resolvida logo no seu primeiro encontro mas a entrada de Tengsted baralhou a equipa, ficando um pouco perdida nas referências.

  • O golo sofrido fez a equipa abanar. Ao contrário do que possa parecer, a quebra foi mais anímica e psicológica do que física. Tanto assim é que após a anulação do segundo golo dos visitantes a equipa voltou-se a equilibrar e a subir de nível, obtendo um golo monumental por Nuno Santos que deu pena ver ser anulado. Seria uma forte candidatura ao Puskas.

  • Se tivesse que apontar um defeito a esta equipa seria precisamente a sua dificuldade mental em lidar com as incidências da partida que lhe são desfavoráveis. Seja os erros dos árbitros, seja a superioridade momentânea dos adversários. É muito comum ver a equipa soçobrar porque se desarticula emocionalmente, parecendo não saber lidar com a necessidade que todas as equipas acabam por ter que lidar.

  • Uma outra evidência que já vem de jogos anteriores com o SLB de Schmitt é a superior qualidade de Amorim sobre o alemão. Se o Sporting joga ao nível elevado a que assistimos ontem na primeira parte tal deve-se à forma superior com que o treinador prepara minuciosamente a equipa para todos os momentos do jogo. Este Sporting não é o mesmo do ano em que foi campeão, é hoje muito melhor e bem estruturado.

  • Contudo, se a equipa de Schmitt nos é inferior a riqueza individual do plantel à sua disposição também o é. Bastaria olhar para o banco ontem para o constatar. E isso nos momentos decisivos, em que as lesões, o stress competitivo e o cansaço impõem a sua presença, pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso.  

  • Uma nota final sobre a arbitragem para dizer que podia ser pior. Foi preciso coragem para anular aquele segundo golo e manteve o critério no que seria o nosso terceiro. Difícil de entender que o árbitro e o VAR não tenham visto o penalty sobre Pote, mas há males que vêm por bem e isso as arbitragens não conseguem ainda controlar. Do erro nasceu o nosso primeiro golo.

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