sexta-feira, 15 de março de 2024

Atalanta 2 - Sporting 1: como se diz hara-kiri em italiano?

Se alguém duvidava da vontade de prosseguir na Liga Europa, dissipou todas as dúvidas perante o semblante agastado e carregado de frustração de Rúben Amorim. De facto, o Sporting deve a si mesmo esta eliminação: ofereceu os dois golos com que foi derrotado e desperdiçou diversas oportunidades para empatar e mesmo virar o resultado dentro do tempo regulamentar. O primeiro golo sofrido então é caricato. Sucede na sequência da saída de bola em nossa posse, no início da segunda parte, que perdemos para depois ganhar um lançamento, que acaba com a bola no fundo da nossa baliza, depois de sobrevoar toda a nossa defesa, é caricato. A este nível é equivalente à prática de hara-kiri.

É precisamente o mesmo sentimento de frustração que me leva deixar para trás as demais incidências do jogo para concentrar nas consequências imediatas. Sobra agora mais tempo para o necessário acerto de calendário (jogo com o Famalicão) e acabam os jogos às quintas-feiras e, possivelmente, os jogos às segundas-feiras. Por outro lado, fica mais uma vez adiada a oportunidade de consolidar a afirmação do nome do Sporting a nível internacional. Contudo, essa afirmação nunca acontecerá desligada do que sucederá a nível interno e essa sim é a nossa prioridade. 

Nesse sentido, a lesão de Pote, que à primeira vista parece ser muscular e, por isso requer tempo de cura, que certamente o afastará dos dois derbys consecutivos a ocorrer a 3 e 7 de março, pode ser uma perda importante.  E, ainda que não afaste, a paragem, por menor que seja, significará um regresso longe da melhor forma. Aos que acham que foi um risco desnecessário responderia que o mesmo poderia ter acontecido num treino até, sendo agora fácil fazer esse tipo de considerações.

Ganham por isso ainda mais importância para o que aí vem Trincão e Edwards. Ora é precisamente a forma do inglês que causa maior apreensão. O jogo de ontem desastroso e de longe o pior que vi com a nossa camisola. À paragem por gripe antes do jogo com o Tondela, no inicio do ano, sobreveio um regresso marcado por exibições muito abaixo do que se espera de um jogador talentoso como ele. 

O momento é difícil, a falta de confiança a executar é notória, a fazer lembrar um pouco o calvário de Trincão. Talvez com a agravante das suas características particulares de uma personalidade introvertida. Para o resgatar deste momento Edwards precisa também dos adeptos. Por muito exasperante que seja vê-lo falhar e alhear-se do jogo, a melhor forma de termos o melhor Edwards de volta é não o ostracizar. A começar desde já no jogo com o Boavista no domingo. Precisamos de todos, faltam apenas 10 jogos para sermos felizes.

1 comentário:

  1. Parabéns pela análise e, sobretudo, pelo que escreveu sobre o Edwards. Em contra-ciclo com os que escrevem barbaridades sobre o jogador.
    O afastamento por gripe e a subida de forma de Trincão levaram-no a perder o lugar e a confiança. Precisa de apoio e nós precisamos, muito, dele.
    SL

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