quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Alvalade ao Rubro

Lá fora não se houve um carro nem vivalma na rua. As auto-estradas estão vazias e as estações de serviço à pinha. Nas casas sente-se um burburinho esquisito e intenso. Ouvem-se gritos, murros nas mesas, asneiradas, murmúrios da alma. Nas tascas e tavernas correm litros de vinho e destilam-se cervejas acompanhadas de azeitonas e tremoços, para aconchegar o estômago e disfarçar o nervosismo. Há homens de boina com o rádio colado ao ouvido. O povo esquece a crise. O juiz, o médico e o gestor confundem-se com o trolha, todos com os olhos pregados na TV a debitar barbaridades contra um gajo vestido de negro. Há larápios que aproveitam para fazer das suas e a noite vai caindo. Por momentos pensei que tinha acontecido algo de anormal no país, mas afinal, apenas se jogava um Sporting – Benfica. Onde estavam os restantes 5 milhões de Portugueses? Provavelmente a responder a um inquérito telefónico de uma qualquer empresa Alemã.

Já foi assim e ainda será sempre que houver um dérbi decisivo, como nos anos do título, em Maio de 2000 e 2002. Este não é decisivo, mas um dérbi é sempre um dérbi e ninguém admite outro desfecho que não seja o da glória leonina. O país para de norte a sul e o mundo de Timor ao Brasil. O ambiente à volta de Alvalade debita paixão e mística, são autênticas romarias de fé, desde os netos até aos avós. A tensão e o nervosismo escondem-se em mais um copo, recordando memórias, exultando a paixão leonina, a alma verde e branca, que depois é transportada para dentro das quatro linhas e torna Alvalade num verdadeiro caldeirão de emoções.

Alvalade ao rubro é o que todos desejamos. Que a velha e saudável rivalidade assuma a plenitude na disputa de cada bola. Que a mentalidade vencedora, que a alma leonina como aconteceu no ano passado no jogo da Taça se apodere de todos nós, para que possamos cravar as garras no velho rival e mostrar ao dragão que vamos lá para lhe tolher o fogo.

Força Mágico Sporting!

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