sábado, 29 de agosto de 2009

Foi Veloso que mandou Roca para o Brasil

Não tenho dados para afirmar que Veloso treina mais esta época do que na anterior. O que posso afirmar, sem receios de ser desmentido, é que há um regresso à casa de partida, onde o 24 vestia a promessa de mais um jogador de eleição saído de Alcochete. E falo do que vejo no rectângulo de jogo, que é onde um profissional de futebol revela, em última estância, a forma como se devota à sua profissão. Foi precisamente aí que o Miguel, numa comunhão de esforços com o Veloso, disse alto e bom som a Rochemback que era altura de procurar nova vida. Não foi à saída ou à chegada de férias, num aeroporto qualquer. Foi no relvado, que tal como o algodão, não engana.

Muitos dos que clamavam pelo afastamento de Veloso, mesmo que sem qualquer retorno para o clube, estiveram sempre calados enquanto Roca proferia aqueles dislates. Ficaram calados quando o braisleiro, por entreposta pessoa, e em vésperas de um jogo vital para o clube, disse de PB o que Maomé nunca disse do toucinho. Provavelmente estão de boca aberta a ver o Veloso jogar. Espero que, uma vez estabelecidas as tréguas, se alcance a paz. E se perceba que o mediatismo do nosso melhor jogador para a posição 6 não é necessariamente um problema. Num clube com escassez de recursos, a sua sobre-exposição poderia e deveria ter retorno para nós, e não apenas para marcas de chuteiras ou champôs.
Mas o Miguel é único no plantel para a sua posição. Aguardo que a saída anunciada de Rochemback, a quem espero não suceda o mesmo que Celsinho, corresponda à entrada de alguém para o lugar. É que Veloso joga a 6, com a camisola 24. 6x4= 24. Bom, espero que depois do Liedson valer por 5 não se espere que o trinco valha por 4...

A formação do Sporting carrega o nosso futebol às costas, como tenho varias vezes defendido aqui. E como tributo tem ainda por cima uma margem de erro menor. No nosso clube, e tal como no resto do País, a formação serve como um casaco de dupla face. Umas vezes veste-se do lado brilhante, para aparecer nas fotografias. Outras o lado coçado serve para fazer figura de coitadinho. Veja-se Queiroz: o expoente máximo da escola de jogadores portugueses, com os resultados que se conhecem, vai abrir mão do que sempre defendeu e do valor que criou por se sentir acossado pelos resultados. Viva a convicção.

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