quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Sporting não é só o melhor mas também o principal fornecedor do futebol português

Os últimos anos, no que à convocatória das principais selecções de futebol diz respeito, foram marcadas pelo número maioritário de jogadores formados pelo Sporting. Tal revela a qualidade da formação e o valor de mais do que uma geração de futebolistas. 

O facto tem originado os mais variados artigos de cariz elogioso, em Portugal e no estrangeiro, sobre o trabalho que vem sendo realizado em Alcochete, o que naturalmente enche os Sportinguistas de orgulho. Julgo também que estas menções honrosas, além de significarem um justo reconhecimento do trabalho de muita gente, a maior parte da qual não aparece nos jornais, é também o fruto estratégia ou politica há muito seguida pelo Sporting e que não nasceu apenas com a construção da Academia. 

Não é demais lembrar que a geração de Figo que foi campeã do Mundo de júniores é ainda anterior a Alcochete. E que, por exemplo, já nos anos 80 a equipa campeã em 1981/82 era composta tanto de grandes jogadores com outras origens - Meszaros, Eurico, Oliveira, Jordão  - como também de jogadores formados no pelado que circundava o antigo estádio José Alvalade - Inácio, Ademar, Mário Jorge, Lito, Carlos Xavier e Freire, para citar apenas alguns.

O que artigo publicado no sitio do Mais Futebol e que aqui reproduzo, vem agora também comprovar que a capacidade de recrutamento e formação do Sporting tornam-no no principal fornecedor do futebol português também em quantidade. Os cada vez menos portugueses que conseguem vagas nos clubes da Liga são maioritariamente originários na nossa formação. 

Ora isto não significa apenas "mero" orgulho tem outro resultado bem mais palpável: cada vez que um jogadores desses é transferido e há verbas envolvidas, o Sporting capitaliza os valores que são seus de direito como clube formador. 

Este estatuto representa também uma responsabilidade. Representa o trabalho de muitas gerações que se tornou numa referência incontornável e a cuja manutenção estamos obrigados. O que leva muitos anos a atingir pode ser perdido em apenas um ou dois de más decisões.

O artigo é publicado aqui apenas parcialmente. Seguindo o link abaixo pode encontra-lo na sua versão integral.

Afinal, de onde vieram os portugueses da Liga?



Dependente dos grandes clubes, dos centros urbanos de Lisboa e Porto e ligeiramente inclinada a Norte. É este, na atualidade, o retrato robô da formação na Liga portuguesa, usando como medida de aferição a proveniência dos 174 jogadores portugueses que já atuaram nesta edição da prova.

Sem surpresa, o Sporting surge como o pólo formador mais importante: 27 jogadores portugueses da nossa Liga (15 por cento do total) passaram pela formação leonina entre os 16 e os 19 anos – a fase final da formação, que determina a passagem a profissional. Os outros dois grandes vêm a seguir: 20 jogadores nacionais registaram passagem pela formação do Benfica (11,5%) e 19 (11%) passaram pelo FC Porto nesse período. Em conjunto, os três grandes são responsáveis pelo aparecimento de quase 40 por cento dos jogadores nacionais da Liga.

A seguir, na influência formadora, vêm o V. Guimarães (12 jogadores, 7% do total) e o Belenenses (10, ou 6%), a distância significativa dos outros clubes do escalão principal. Olhanense e Arouca são os únicos emblemas que não registam a passagem de qualquer juvenil ou júnior atualmente a jogar no primeiro escalão da Liga.

Clubes com mais jogadores formados*

Sporting, 27
Benfica, 20
FC Porto, 19
V. Guimarães,12
Belenenses, 10
V. Setúbal, 8
Académica, 7
Penafiel, 7
Leixões, 6
Sp. Braga, 5
Marítimo, 5
Boavista, 5
Varzim, 4
Nacional, 3
P. Ferreira, 2
Rio Ave, 2
Estoril, 1
Gil Vicente, 1

* Portugueses com minutos jogados nesta Liga e que tenham passado pelos escalões de formação, no mínimo uma época, entre os 16 e os 19 anos.

Este está longe de ser o único critério para aferir a eficácia da formação de cada clube. Muitos, por exemplo, contabilizam passagens curtas de jogadores que acabam de ser formados em outras paragens. Neste sentido, vale a pena ponderar que fatia desses três anos decisivos (entre os 16 e 19) coube a cada clube. Mais uma vez, sem surpresa, o Sporting surge na frente, com 14 por cento do total de épocas, mas a fatia de Benfica (9%) e FC Porto (8%) desce de forma nítida, sugerindo uma aposta menos continuada em jogadores que vêm de trás e, por outro lado, uma prospeção mais atenta a juniores de último ano.

Sporting e V. Guimarães mantém o talento em casa

No que se refere ao aproveitamento que é feito da formação, e voltando a incidir a análise nos clubes do primeiro escalão, Sporting e V. Guimarães voltam a ser exceção, utilizando cada um, nesta edição da Liga, sete jogadores formados em casa. Quase metade das equipas da Liga usou até agora um, ou nenhum, jogador proveniente dos seus escalões de formação.

Jogadores formados pelo próprio clube*:

Sporting, 7
V. Guimarães, 7
Marítimo, 5
V. Setúbal, 5
Benfica, 4
Nacional, 3
Belenenses, 3
Académica, 2
Sp. Braga, 2
FC Porto, 1
P. Ferreira, 1
Gil Vicente, 0
Arouca, 0
Olhanense, 0
Rio Ave, 0
Estoril, 0

* Portugueses com minutos jogados nesta Liga e que tenham passado pelos escalões de formação, no mínimo uma época, entre os 16 e os 19 anos.

12 comentários:

  1. Maria Avillez,

    Suponho que se trata de Paulo Lopes, André Gomes, André Almeida e Ivan Cavaleiro.

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  2. Silvio, Cavaleiro e os Andrés (o P.Lopes não jogou qualquer minuto).
    Assim como não conta para esta lista o Semedo (ainda não jogou na liga) ou o Dier por não ser português...

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  3. o percurso da formação do André Gomes só inclui o clube da Segunda Circular a partir da época de 2011/2012.
    assim sendo, não pode ser considerado um «jogador formados pelo próprio clube». por essa ordem de ideias, então o Ricardo também deveria ser incluído no "lote" do FC Porto.

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  4. André Almeida formado no Benfica?
    Teve mais anos de sporting na formação que no Benfica.
    E mesmo o Cavaleiro só apareceu no Benfica no primeiro ano de júnior.
    Enfim, acho que a formaçao é uma questão pertinente, mas que nao deveria ser a questao central de quando se fala do Sporting.
    É um orgulho está claro, mas acho que falar demasiado nisso, nos faz ficar mais "moles" em relaçao á concorrência.
    A selecçao sub21 agora mesmo, assenta em jogadores como A.Gomes, B.Silva ou I.Cavaleiro e nao em J.Mario, C.Mané ou Betinho.

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  5. J.
    Por alguma razão eu digo no post que
    "Este estatuto representa também uma responsabilidade. Representa o trabalho de muitas gerações que se tornou numa referência incontornável e a cuja manutenção estamos obrigados. O que leva muitos anos a atingir pode ser perdido em apenas um ou dois de más decisões. "

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  6. J,

    A seleção sub21 também assenta em jogadores como William Carvalho, Esgaio, Ilori e Bruma.

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  7. Acabei de trocar uns emails com o autor do artigo (Nuno Madureira) e são de facto 4 os jogadores do Benfica, claro que podemos sempre argumentar que os critérios são estranhos e no final são uma soma de renagados aos quais podemos juntar o Paulo Lopes e o Steven Vitória.

    André Gomes (chegou à formação do clube com 18 anos, logo jogou 1 ano na formação que é o critério do artigo por oposição aos tradicionais 3 anos)
    Sílvio (parece respeitar todos os critérios)
    Ivan Cavaleiro (na formação desde os 14 anos)
    Ruben Amorim (parece respeitar todos os critérios)

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  8. Em relação à questão dos sub21 acho que estão a ser muito exigentes apenas porque o sporting atravessa uma revolução profunda onde para além de ter "perdido" jogadores que iriam ocupar posições importantes como Ilori e Bruma, também a renovação do plantel obrigou a que todos os escalões dessem um salto, ou seja, a equipa de juniores é consideravelmente mais nova que todas as outras porque teve de fornecer jogadores à equipa B que por sua vez também emprestou jogadores à equipa A e é preciso deixar isso assentar. Não esquecer que a equipa de Juniores lidera com 12 pontos de avanço em relação ao Benfica e com um plantel composto por muitos juvenis. Também não é culpa do Sporting que jogadores como o William passem quase directamente para a equipa A, ou é? E isso é mau?

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  9. Sim, partilho grande parte daquilo que tens dito em relação á formação do Sporting.
    Por exemplo, que neste momento não temos uma clara visão de quem é que pode passar da equipa B para a equipa A. Acho mesmo que Jardim vai assentar naquilo que tem hoje na equipa A e ir cada ano apostar no máximo em 1 (C.Mané) ou talvez 2 (R.Semedo) jogadores da formação.

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  10. O Ivan Cavaleiro não foi juvenil no Belenenses, tendo estado inclusivê com um pé no Sporting?
    Obviamente que Bruma e Ilori contariam como jogadores da formação, mas até pela forma como sairam do clube, acho que prefiro ignorar-los.
    Clubismos....
    Esgaio na sub-21 é defesa direito e William ja não é jogador para essas coisas.
    Tb é verdade que se tirarmos todos estes, já é meia equipa.
    :-)
    Mas do que vi nos ultimos jogos, B.Silva, A.Gomes e I.Cavaleiro foram os grandes destaques.

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  11. E pronto, lá continua a "cantiga da formação". Este ano o scp aposta na formação porque simplesmente não tem dinheiro, e os que aplaudem hoje essa aposta na formação são os mesmos que aplaudiram os boularouhz, pranjics, mexers, labyads, etc. Como não havia dinheiro para segurar estes "craques" lá tiveram que apostar na formação. Formação essa que não dá títulos nem dinheiro (lembrar que o CR saiu por menos que o Coentrão) ao scp, mas pelos vistos isso é secundário. Formação essa que nos ultimos dez anos (10!) anos fez com que o scp não pusesse os pés na champions. Quantos jogos fez o william de carvalho na europa com 20 anos? Zero. O André Gomes já fez 7 jogos na champions com 20 anos.

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