quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Os processos, o balneário, o 10, o central, o treinador, os jarretas e ressabiados


Era inevitável que a queda para o oitavo lugar não trouxesse atrás de si alguma (ou até muita) turbulência. As notícias confundem-se com os rumores, deixando o adepto a interrogar-se, tentando destrinçar as diferenças entre umas e outras. O post de hoje comentará algumas delas (noticias) ou deles (rumores).



Os processos

Não sei que grau de veracidade tem a notícia deontem no DN, dando conta da intenção de Bruno de Carvalho processar jogadores (Patricio, Nani, Jefferson), por se sentir visado de forma critica, nas reacções pós-Schalke 04. Se havia fundamento na notícia e a intenção não se concretizar abrir-se-á campo à culpabilização dos autores e à vitimização dos citados, no que não seria nada de novo. 

Como dizia o poeta, uma mentira para ser mentira tem de ter um fundo de verdade e é aqui que me interrogo. A notícia parece tão inverosímil que até é difícil de acreditar que possa ter sido inventada, a menos que o jornalista se sentasse a escrevê-la em plena viagem alucinogénica. A ser verdade, significaria um profundo desnorte, e isso sim seria a pior de todas as notícias, uma vez que o Sporting teria tudo a perder. Perderia credibilidade o presidente, que assim se arriscava a perder o balneário (Patrício e Nani deverão ter aí preponderância), acabaria por perder o clube. Por tudo isso prefiro recusar-me a acreditar. 

O balneário

Não sei, nem tenho como saber, como reagiu o balneário às tão faladas críticas públicas do presidente. Pronunciei-me sobre o método, que me parece despropositado, sobretudo por não lhe reconhecer outras consequências contabilizáveis que o ruído e a má imprensa, e por me parecer injusto e produto de uma má avaliação das causas dos problemas. Não me surpreenderia que, por isso, não tivessem caído bem no balneário mas também não vi, na atitude dos jogadores, que os tivesse desmobilizado.

Continuo a pensar que, pelo menos para já, os problemas têm origem em questões técnicas, que cabem sobretudo ao treinador resolver, e nas óbvias limitações do plantel que, para o treinador, são pouco mais que os 15 jogadores a quem deu mais de 300 minutos, um terço do tempo de jogo até agora disputado nos 10 jogos da Liga. Sobre o que hoje se diz de Marco Silva ter vedado o balneário, parece-me mais uma inverosimilhança que também me recuso a acreditar. Do que conheço da vontade dos treinadores, não acredito que não fosse sempre assim desde sempre. Imagino que esta e a notícia do ponto anterior venham a merecer desmentido oficial. 

O 10 e o central

Com a aproximação da janela de mercado é natural que se falem novamente em nomes para acrescentar ao plantel. Um jogador com características de 10 e um central. A questão do central deve ser agora consensual face às evidências, embora "um central de qualidade e experiente" seja uma daquelas expressões tão vazias como infelizes. A aquisição do oposto não faria sentido, embora o Rabia e o Sarr até já cá estejam... A questão do 10 não deixa de me surpreender, porque não vejo onde ele possa entrar no modelo até agora em uso por Marco Silva. E a experiência Shikabala deve ter deixado algum ensinamento no seu rasto de insensatez e perplexidade. Esta questão empurra-nos para o ponto seguinte.

E que tal ouvir Marco Silva?

Depois de uma pré-época a adquirir pacotes de jogadores sem o aval de Marco Silva com os resultados que se conhecem - não vale a pena repetir o nome de jogadores que o treinador não reconhece valor para contar com eles -  talvez fosse bom envolver o treinador no processo, se ele vier a existir, de futuras aquisições. Esta possibilidade faz ainda mais sentido quando se ofereceu a Marco Silva um contrato longo, o que esbate o perigo de contratar jogadores que, com a saída deste, acabem por ficar a embaraçar nos corredores. Duvido, embora reconheça o carácter especulativo do meu sentimento,  que estivéssemos a sentir os problemas que estamos a sentir com o lote de centrais, se o treinador tivesse tido uma palavra a dizer na sua definição.


"Jarretas, ressabiados e gente que perdeu o tacho"
Nos últimos tempos várias foram as vezes que me foram dirigidas criticas, sob as mais diversas acusações, o que se pode observar mais ou menos pela generalidade das redes sociais. O tempo acaba por ser o maior clarificador e, para quem se quiser dar ao trabalho de verificar, a linha editorial do blogue não mudou com o tempo, sendo provavelmente muito mais critica no passado do que é hoje. 

Algumas das preocupações aqui expressas na constituição do actual plantel talvez sejam melhor compreendidas hoje. Por exemplo, na formação, tantas vezes aqui tratada, os maus resultados e pior, as más exibições, acumulam-se. A derrota dos Iniciados A (sub-15) com o último classificado da série (!) foi a última e falta apenas saber se, à semelhança dos atletas da equipa de séniores B, também foram correr para a praia. 

Agora já faz sentido a preocupação sobre a generalidade da politica desportiva seguida pela SAD, sobre o que se passa em Alcochete, ou é mesmo apenas conversa de "jarretas, ressabiados e de gente que perdeu o tacho?"

2 comentários:

  1. Apenas uma achega em relação ao ponto "E que tal ouvir Marco Silva?" Segundo a imprensa de hoje (mais uma noticia, ou rumor?), o presidente e MS terão tido ontém uma reunião de mais de 3 horas a discutir precisamente estes assuntos (remodelação do plantel em Janeiro)...

    A ser verdade parece-me uma evolução positiva.

    SL

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  2. O que eu acho mais curioso é os talibans na hora das evidências manterem-se na madrassa e só voltarem a sair de lá quando acontece um resultado como o do Schalke. É este o problema de quem funciona a 0's e 1's, um problema que me parece afectar também o nosso presidente. O tempo vem provando que a aura de infalível é apenas mesmo aura. Pena é que os outrora tão exigentes se tenham transformado em facilitadores de desculpas.

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