Era inevitável que a queda para o oitavo lugar
não trouxesse atrás de si alguma (ou até muita) turbulência. As notícias
confundem-se com os rumores, deixando o adepto a interrogar-se, tentando
destrinçar as diferenças entre umas e outras. O post de hoje comentará algumas
delas (noticias) ou deles (rumores).
Os processos
Não sei que grau de veracidade tem a notícia deontem no DN, dando conta da intenção de Bruno de Carvalho processar jogadores
(Patricio, Nani, Jefferson), por se sentir visado de forma critica, nas
reacções pós-Schalke 04. Se havia fundamento na notícia e a intenção não se
concretizar abrir-se-á campo à culpabilização dos autores e à vitimização dos
citados, no que não seria nada de novo.
Como dizia o poeta, uma mentira para ser mentira
tem de ter um fundo de verdade e é aqui que me interrogo. A notícia parece tão
inverosímil que até é difícil de acreditar que possa ter sido inventada, a
menos que o jornalista se sentasse a escrevê-la em plena viagem alucinogénica.
A ser verdade, significaria um profundo desnorte, e isso sim seria a pior de
todas as notícias, uma vez que o Sporting teria tudo a perder. Perderia
credibilidade o presidente, que assim se arriscava a perder o balneário
(Patrício e Nani deverão ter aí preponderância), acabaria por perder o clube.
Por tudo isso prefiro recusar-me a acreditar.
O balneário
Não sei, nem tenho como saber, como reagiu o
balneário às tão faladas críticas públicas do presidente. Pronunciei-me sobre o
método, que me parece despropositado, sobretudo por não lhe reconhecer outras
consequências contabilizáveis que o ruído e a má imprensa, e por me parecer
injusto e produto de uma má avaliação das causas dos problemas. Não me
surpreenderia que, por isso, não tivessem caído bem no balneário mas também não
vi, na atitude dos jogadores, que os tivesse desmobilizado.
Continuo a pensar que, pelo menos para já, os
problemas têm origem em questões técnicas, que cabem sobretudo ao treinador
resolver, e nas óbvias limitações do plantel que, para o treinador, são pouco
mais que os 15 jogadores a quem deu mais de 300 minutos, um terço do tempo de
jogo até agora disputado nos 10 jogos da Liga. Sobre o que hoje se diz de Marco
Silva ter vedado o balneário, parece-me mais uma inverosimilhança que também me
recuso a acreditar. Do que conheço da vontade dos treinadores, não acredito que
não fosse sempre assim desde sempre. Imagino que esta e a notícia do ponto
anterior venham a merecer desmentido oficial.
O 10 e o central
Com a aproximação da janela de mercado é natural
que se falem novamente em nomes para acrescentar ao plantel. Um jogador com
características de 10 e um central. A questão do central deve ser agora
consensual face às evidências, embora "um central de qualidade e
experiente" seja uma daquelas expressões tão vazias como infelizes. A
aquisição do oposto não faria sentido, embora o Rabia e o Sarr até já cá
estejam... A questão do 10 não deixa de me surpreender, porque não vejo onde
ele possa entrar no modelo até agora em uso por Marco Silva. E a experiência
Shikabala deve ter deixado algum ensinamento no seu rasto de insensatez e
perplexidade. Esta questão empurra-nos para o ponto seguinte.
E que tal ouvir Marco Silva?
Depois de uma pré-época a adquirir pacotes de
jogadores sem o aval de Marco Silva com os resultados que se conhecem - não
vale a pena repetir o nome de jogadores que o treinador não reconhece valor
para contar com eles - talvez fosse bom envolver o treinador no processo,
se ele vier a existir, de futuras aquisições. Esta possibilidade faz ainda mais
sentido quando se ofereceu a Marco Silva um contrato longo, o que esbate o
perigo de contratar jogadores que, com a saída deste, acabem por ficar a embaraçar
nos corredores. Duvido, embora reconheça o carácter especulativo do meu
sentimento, que estivéssemos a sentir os problemas que estamos a sentir
com o lote de centrais, se o treinador tivesse tido uma palavra a dizer na sua
definição.
"Jarretas, ressabiados e gente que perdeu o tacho"
Nos últimos tempos várias foram as vezes que me foram dirigidas criticas, sob as mais diversas acusações, o que se pode observar mais ou menos pela generalidade das redes sociais. O tempo acaba por ser o maior clarificador e, para quem se quiser dar ao trabalho de verificar, a linha editorial do blogue não mudou com o tempo, sendo provavelmente muito mais critica no passado do que é hoje.
Algumas das preocupações aqui expressas na constituição do actual plantel talvez sejam melhor compreendidas hoje. Por exemplo, na formação, tantas vezes aqui tratada, os maus resultados e pior, as más exibições, acumulam-se. A derrota dos Iniciados A (sub-15) com o último classificado da série (!) foi a última e falta apenas saber se, à semelhança dos atletas da equipa de séniores B, também foram correr para a praia.
Agora já faz sentido a preocupação sobre a generalidade da politica desportiva seguida pela SAD, sobre o que se passa em Alcochete, ou é mesmo apenas conversa de "jarretas, ressabiados e de gente que perdeu o tacho?"
Apenas uma achega em relação ao ponto "E que tal ouvir Marco Silva?" Segundo a imprensa de hoje (mais uma noticia, ou rumor?), o presidente e MS terão tido ontém uma reunião de mais de 3 horas a discutir precisamente estes assuntos (remodelação do plantel em Janeiro)...
ResponderEliminarA ser verdade parece-me uma evolução positiva.
SL
O que eu acho mais curioso é os talibans na hora das evidências manterem-se na madrassa e só voltarem a sair de lá quando acontece um resultado como o do Schalke. É este o problema de quem funciona a 0's e 1's, um problema que me parece afectar também o nosso presidente. O tempo vem provando que a aura de infalível é apenas mesmo aura. Pena é que os outrora tão exigentes se tenham transformado em facilitadores de desculpas.
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