sábado, 17 de outubro de 2015

Regressar em festa à festa do Futebol Nacional

Para atenuar os efeitos do síndroma de abstinência entretanto instalado, o futebol nacional regressa este fim-de-semana. Será, como convém nestas circunstâncias, ser servido em dose aligeirada, para que os adeptos não se ressintam, mas em volume suficiente para preparará-los para o grande embate que é o dérby, que ocorrerá no fim-de-semana seguinte.

Não será apenas pelo respeito que é devido a todos os oponentes em qualquer competição desportiva, mas também por uma certa tradição, que a ocorrência de resultados inesperados praticamente em todos os anos da competição, que o Sporting deve encarar o embate com o Vilafranquense com seriedade. O dérby só chegará depois desse jogo, é bom que isso esteja na cabeça dos jogadores. Com este aviso à navegação não se pretende agoirar um mau resultado mas tão somente lembrar como tudo é eventual no futebol até o árbitro apitar para o fim do jogo.

Para exemplificar o que acabo de dizer acima, e aproveitando para fazer uma pequena revisitação à nossa história, lembro um dos piores desaires. Não foi vivido por mim, mas os diversos Sportinguistas que tiveram essa infeliz oportunidade e que fizeram o favor de a testemunhar, fizeram-no com tal veemência que acabou por me marcar. Falo da derrota ante o Tirsense, ocorrida no dia 17 de Abril de 1949.

É difícil não imaginar que quando a equipa deixou Lisboa em direcção "à província" ninguém terá pensado um minuto que fosse em quem era o Tirsense. A equipa de Stº Tirso militava então na longínqua 3ª divisão nacional e nós carregávamos impantes a até aí inédita proeza de nos termos sagrado tri-campeões nacionais, onde pontificavam então os Cinco Violinos (Jesus Correia, Vasques, Albano, Peyroteo e Travassos). 

Éramos então considerados uma das melhores equipas da Europa e aprestávamo-nos para jogar a final da primeira edição da Taça Latina, com o Barcelona. Era provavelmente aí que estaria a cabeça dos jogadores e quiçá dos responsáveis. E foi por aí que ficámos nessa edição, onde havíamos chegado como titulares do troféu pela terceira vez consecutiva. Provavelmente foi por aí que começamos a perder também a final da Taça Latina, que a equipa da cidade catalã haveria de vencer por 2-1.

Mas deixemos cair a cortina do tempo sobre a história e centremo-nos na competição que este fim-de-semana começa e da qual somos novamente os vencedores em titulo. Porque afinal a Taça é também a festa do futebol nacional.

É impossível esquecer a alegria esfuziante que  aquele momento significou para todos nós, em particular os que tivemos o privilégio de viver a montanha russa de emoções que culminou com o levantar do troféu e dos dias que se seguiram. Não é demais também lembrar a importância daquele momento, por representar o regresso às conquistas importantes no futebol, reconquistando simultaneamente a vice-liderança na hierarquia dos vencedores da competição, que foi nossa por muitos anos e que havíamos deixado fugir paulatinamente.

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