quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Da contratação de André a Douglas: "o risco é a minha profissão"

Se tudo correr dentro da normalidade (o que é isso em futebol?...) André e Douglas serão anunciados em breve como jogadores do Sporting para as próximas épocas. Douglas é já um sonho antigo, há muito falado como possível aquisição, desde que se cruzou connosco, e impressionou, jogava ainda no Twente, da Holanda. André já "toda a gente conhece" desde que o seu nome saltou para as primeiras dos jornais e os "torcedores" do Corinthians invadiram a página do clube "recomendando a sua aquisição.

André: aprender com os erros e mudar de nome*
Com a implacabilidade que as caracteriza, as redes sociais já julgaram André de forma sumária e inapelável. Já todos o conhecem como se tivessem partilhado a carteira na escola, o espaço no recreio, a cama e a mesa. Também me associei às brincadeiras que resultaram de um incidente em que o jogador foi apanhado a dormir num sofá de discoteca. O que provavelmente foi um episódio sem repetição, tornou-se num filme sobre a sua vida. E o facto de ter a folha manchada por actos de indisciplina adensaram uma fama pouco recomendável, muito porque os golos se começaram a tornar mais incertos.

Agora que o jogador pertence aos nossos quadros é a hora de virar as páginas já escritas até a uma folha em branco. Até porque o percurso dele não se resume apenas  ao falhanço do último episódio vivido no "Timão". O seu aparecimento fulgurante no Santos rendeu-lhe a chamada à selecção brasileira ainda muito jovem. A má gestão da carreira, com uma saída demasiado precoce para a Ucrânia (Dínamo de Kiev) atirou-o para um percurso cheio de zig-zags e altos e baixos.

Sem dúvida que o Sporting está a arriscar muito ao adquirir André, com a agravante de se tratar de uma aquisição cara (e apenas 50% do passe), e transitar imediatamente para o topo da folha salarial. O que certamente Jorge Jesus (o verdadeiro mentor da aquisição) vai à procura no jogador é do potencial revelado quando ele tinha por companhia Neymar, Ganso e Robinho. Se o jogador mantiver intactas as suas qualidades e com o volume (e com a indispensável qualidade, obviamente) de jogo atacante que a nossa equipa consegue habitualmente criar o André pode muito bem perder o apelido "Balada" para, correndo bem, adquirir um novo: "André Bolada(s)". Assim ele tenha aprendido com os erros.

Douglas: trocar um "certinho" por habitualmente mais "certo"
Devo confessar que, nesta altura, o centro da defesa seria o último sector a merecer o direito a nova aquisição. Já as laterais, especialmente a esquerda, deveriam estar no topo das prioridades. Há aqui também algum risco ao ir buscar Douglas e deixar sair Naldo (e eventualmente também Ewerton ou Paulo Oliveira) um género de central "arroz com feijão": certinho,confiável, não inventa. O que Jesus certamente procura nesta troca é um jogador mais capaz não só a defender, mas que assuma também um papel preponderante no inicio da construção de jogo. 

*O caso de André merece também uma atenção por parte dos adeptos. Se contasse apenas a opinião geral e do momento, por exemplo o Acosta nunca teria feito a segunda época em Alvalade. E o "coxo"do Elias, depois de ter saído do Sporting, nunca mais voltaria a jogar na selecção.


2 comentários:

  1. Concordo com tudo o que é dito do André Bolada:)

    Quanto ao Douglas, e concordando que nao era prioritário, creio ser uma troca interessante: mais competitividade para o Semedo, o que é bom; mais opções para o caso de uma lesão do coates - sabe-se que é um risco.

    Defesa-esquerdo, mantenho: o melhor é o Bruno César, e o segundo melhor é o esgaio. Está tudo dito não?

    SL

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  2. O Douglas é uma velha fixação de JJ. A troca não penaliza desportivamente o Sporting, mas acrescenta custos, ou não será assim? Se não era prioritária - há tantos defesas centrais, incluindo o Naldo, o Tobias e os da equipa B - trata-se de um acréscimo de custos desnecessário. Um luxo. Quanto ao André, agora mesmo um amigo brasileiro me dizia que tinha sido o melhor negócio do Corinthians. Mas acho que o ponto de vista do Leão de Alvalade é o correcto. Embora não se compreenda o custo de 50% do passe e as razões pelas quais passa a ser dos mais caros do plantel. Não terá sido pelos golos marcados ultimamente.
    Julgo que estes investimentos mostram que haverá vendas seguras, até porque tendo agora mesmo mesmo passado por Alvalade, não me pareceu terem-se iniciado trabalhos de prospecção do, agora desvalorizado, ouro negro.
    O sorteio foi-nos muito adverso. Se do ponto de vista desportivo enfrentar os melhores é sempre um estímulo, e um desafio, passar para a fase seguinte e arrecadar os simpáticos milhões daria um grande jeito. Os nossos parceiros portugueses tiveram melhor sorte, ainda bem para eles.

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