quinta-feira, 1 de junho de 2017

Houve troca de contratos na "operação Rodrigo Battaglia"?

Dizer que Rodrigo Battaglia é um jogador com perfil "à Jesus" é dizer o óbvio, mas não é dizer tudo. Trata-se de um jogador que há muito tempo anda no radar dos scouters e a única surpresa foi a sua chegada a Braga, quando se lhe auguravam outros destinos mais vistosos. Porém, a confirmar-se a sua saída para Alvalade, o tempo passado na cidade dos arcebispos foi menor do que o número de viagens de ida e volta: desde que chegou em 2014 não se conseguiu fixar no plantel, rodando entre Moreirense, Chaves e incluiu até um breve regresso à Argentina. Foi precisamente em Chaves que despertou a atenção, mostrando algo que ainda não se tinha visto e que nem os últimos meses num Braga em perda menorizou.

Imagina-se que JJ veja nele um potencial "8", no lugar de Adrien  e até não surpreenderia ninguém que o estivesse a ver jogar no lugar de Adrien. O argentino não tem medo de ter a bola nos pés, lê bem o jogo, não se limitando por isso às tarefas de pressionar e defender que o seu porte físico permitem intuir. Quem o conhece augura-lhe um bom futuro, estranhando ter demorado tanto tempo a chegar a um grande. Como obstáculos a contornar pelo argentino, e que poderão ter estado na origem deste interregno, uma menor qualidade no último passe e alguma dificuldade emocional para lidar com as suas expectativas.

Por curiosidade pode-se acrescentar que é um internacional sub-20 pela Argentina que se cruzaria com a selecção portuguesa e ficaria pelo caminho nos quartos-de-final, no desempate por grandes penalidades da competição de 2011.

Potencialmente trata-se de uma aquisição muito interessante. O preço, como sempre, só contará se acabar por defraudar as boas indicações que traz, mas 3,5 milhões mais dois jogadores parece excessivo. O mais intrigante contudo são os termos até agora conhecidos das contrapartidas adicionais: o empréstimo de Jefferson e a cedência definitiva de Esgaio. Não terão trocado os nomes nas cláusulas? É que Jefferson está a caminho da última época de contrato, ficando livre em Dezembro. E Esgaio, de quem se vai dizendo sempre que é pouco, além de não desmerecer em nada aos que ficam, sempre é da casa, sendo por isso difícil de perceber a saída em definitivo. Não faltam exemplos semelhantes de decisões das quais não faltaram razões para nos arrepender.

Nota: Jefferson tem contrato até 2020 e não, como pensei, até 2018. Tem 28 anos e Esgaio 24.

5 comentários:

  1. Atendendo ao que o jogador fez desde que regressou a Braga vindo de Chaves pode-se afirmar, não correndo o risco de errar, que não tem valor para jogar no Sporting. Atendendo ao preço pode-se afirmar que não vale 3,5 milhões de euros, mesmo que se situe acima das expectativas e ainda que superasse as limitações que o limitaram, passe o pleonasmo. Por um valor mais ou menos semelhante vendeu o Sporting ao Southampton o melhor lateral direito português e o melhor lateral direito da Liga inglesa.
    Se a isso somarmos Jefferson a custo zero, o negócio fica mais dificil de aceitar. Se somarmos Esgaio - bem melhor que Schelloto e o único lateral que joga dos dois lados e que pode ainda jogar como médio defensivo no corredor central - o negócio torna-se inaceitável sem ser na lógica de estarmos perante um negócio em que o Braga ganha bastante e o Sporting perde bastante. Bom mas o Sporting também ganha alguma coisa, ou melhor recupera, neste caso o hábito de fazer negócios inexplicáveis e ruinosos.
    Temo pela amostra que JJ além de não ganhar nada vá destruir bastante na próxima temporada.

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  2. No meu comentário anterior não referi a questão que o post suscita. Terá havido mesmo uma troca dos contratos. Porque senão não se percebe.

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  3. Até a poucos dias chamavam Esgaio de lateral fraco e agora já passou a polivalente e especialista como médio defensivo!Fabuloso para quem já foi o 2º melhor marcador da 2ª Liga jogando a extremo. Se calhar até joga a 2º avançado!
    Só tenho a dizer que foi capitão do Sporting nos escalões de formação e na Seleção.
    Sinto a mesma angustia que senti com Carriço!
    No entanto, e como se apercebe pelos comentários, é e será sempre visto como suplente tapa-buracos. Se não é para ser titular é preferível partir para outro clube e continuar a crescer na carreira jogando com regularidade. E digo isto pensando exclusivamente no jogador. Espero que fiquemos com uma percentagem significativa do passe, a imagem de Wilson Eduardo, pois acredito que será aposta como extremo no Braga e ainda teremos algum proveito financeiro no futuro.
    Em relação a Jeferson aguardo para saber detalhes do acordo.
    Aliás, neste momento tudo isto é especulação e só interessa para gastarmos alguns minutos a "prever"...

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  4. Battaglie até poderá render Adrien sem grande decréscimo de qualidade, mas caso o capitão saia vamos precisar de mais 1 alternativa. Tal como a quase certa vinda de Coentrão, face ao débil historial físico, do internacional português vai justicar também mais uma opção para a lateral-esquerda, que poderá ser Jonathan.

    Se Jesus quer mais um ano de tolerância tem de montar um plantel com banco, de forma a que não suceda o que aconteceu no passado recente sempre que Adrien ou William tinham de ficar de fora.

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  5. qualquer hipotetica avaliação dependerá sempre do posterior rendimento que se observar.
    Não vejo razão, neste caso em concreto, para tirar conclusões precipitadas sobre aquilo que Bataglia poderá dar ao Sporting, caso se confirme a aquisição do mesmo.
    Quanto à questão da troca referenciada no post, julgo que aí posso dar a minha opinião:
    - A Academia não dá a qualquer jogador a chancela de qualidade, só por si. Não reconheço a Esgaio mais que um jogador banal, sem ter nada, rigorosamente nada, a criticar quanto á vontade e profissionalismo, não apresenta valencias e competencias que o façam ser um jogador que contribua para a construção de uma equipa com a qualidade que se exige duma equipa como o Sporting.
    - Jefferson, parece-me por aquilo que já demonstrou, mais que aquilo que actualmente demonstra, ficando claro que há ali algo mais do que o jogador ostracizado por parte do actual treinador.
    Sendo assim, serei daqueles que encaro esta opção com naturalidade e pragmatismo, aceitando perfeitamente a saida definitiva de um jogador que chegou ao fim da linha e respectiva avaliação de potencialidades e outro que parece poder sempre reverter o ciclo de desinspiração que se assiste nos ultimos tempos.
    Neste caso, na minha modestissima opinião, tudo aceitável.

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