segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Quando as vitorias são de todos e as derrotas só de alguns


Há quem tenha tido que engolir o Rúben Amorim primeiro e o título depois. Quem se tenha então juntado à festa de sorriso amarelo e semblante carregado, com o mesmo à vontade de um gato dentro dum balde de água. São eles que agora vêm, ufanos pedir a cabeça de primeiro de Amorim e depois o resto, que sabemos muito bem quem e o que é. Tudo isto à primeira jornada, depois de um empate que, sem qualquer dúvida, sabe a uma derrota amarga. 

Eis que regressa o Sporting saudoso dos gloriosos 6 campeonatos em 50 anos, pontuado por imensos terceiros e quartos lugares, em que jogávamos como nunca e perdíamos como sempre. Um Sporting que não consegue perceber quanta da distância que encurtamos num curto espaço de duas épocas. Não está, nem nunca poderá estar, em causa o direito à critica ou à discordância. Está, isso sim, a vontade de querer o "quanto pior melhor" com objectivos que estão à vista e são do conhecimento de todos. 

Qualquer resultado em que o Sporting marque três golos e não ganhe ao Braga é obviamente criticável. O Braga não tem a força de nenhum dos nosso rivais e não é nenhum Manchester City daí que, mais do que a critica sobra-me a preocupação. Um dos esteios da nossa caminhada para o título foi precisamente a segurança defensiva mas desde o ano passado que essa já viveu melhores dias. 

Hoje é fácil crucificar o Esgaio mas qualquer jogador pode ser batido daquela forma se não tiver o devido apoio e o Sporting, a jogar com cinco homens na última linha, no momento defensivo, tem de ter muito mais largura e, sobretudo, ser muito mais solidário. Infelizmente depois, no centro da defesa, St. Juste e Coates também foram batidos pela velocidade do lance, não acautelando a posição do avançado bracarense. Já antes Nuno Santos (será a escolha ideal em jogos de maior dificuldade?) se tinha esquecido de apoiar Inácio e Banza beneficiou de facilidades que não vai dispor muitas vezes a este nível. Mas o problema está longe de ser um individual, infelizmente. Porque bastaria então trocar de jogador. Mas uma equipa que, durante o jogo de ontem, tem vinte e sete perdas de bola no último terço não só "está a pedi-las", como tem um sério problema para resolver.

Uma coisa é certa e sempre será: a vitória foge dos que medricas, dos que vacilam às primeiras dificuldades. As derrotas como o empate de ontem ajudam a definir com quem se conta e nesses seguramente que não estão os que estão sempre em cima do muro a agoirar a desgraça.

3 comentários:

  1. Mas, amigo, afinal onde é que nos devemos posicionar? É, ou não, legítimo criticar? Podemos, todos, ou não dizer o que pensamos? Sabe, eu já passei por essa do "centralismo democrático" -, saberá porventura o que é -, e, em termos de discussão democrática estamos conversados!
    Por isso, e voltando à "vaca fria", ainda que o Pan não goste, podemos e devemos ou não dizer que a defesa do Sporting não se portou bem no último jogo? É que nós sabemos, eles sabem, todos sabem! E, seguhndo o meu amigo, podemos e devemos discutir isso ou não?

    ResponderEliminar
  2. O post creio que responde à questão: "Não está, nem nunca poderá estar, em causa o direito à critica ou à discordância. Está, isso sim, a vontade de querer o "quanto pior melhor" com objectivos que estão à vista e são do conhecimento de todos. "

    ResponderEliminar
  3. Completamente de acordo com o texto. Empatar em Braga não é, de longe, um desaire. As contas fazem-se no final. Acredito que a equipa irá aprender a lição e mostrar o mesmo futebol ofensivo contra o Rio Ave, sem cometer os erros defensivos.
    Parece-me que ontem se viu a falta que faz o Palhinha a cobrir o ataque contrário. Ugarte será um bom substituto, mas quem substitui Ugarte? Morita não me pareceu ter a mesma capacidade defensiva, é um jogador mais parecido com M. Nunes. Talvez falte outro trinco, e não um ponta de lança como se diz por aí.

    ResponderEliminar

Este blogue compromete-se a respeitar as opiniões dos seus leitores.

Para todos os efeitos a responsabilidade dos comentários é de quem os produz.

A existência da caixa de comentários visa dar a oportunidade aos leitores de expressarem as suas opiniões sobre o artigo que lhe está relacionado, bem como a promoção do debate de ideias e não a agressão e confrontação.

Daremos preferência aos comentários que entendermos privilegiarem a opinião própria do que a opinião que os leitores têm sobre a opinião de terceiros aqui emitida. Esta será tolerada desde que respeite o interlocutor.

Insultos, afirmações provocatórias ou ofensivas serão rejeitados liminarmente.

Não serão tolerados comentários com links promocionais ou que não estejam directamente ligados ao post em discussão.