quarta-feira, 2 de novembro de 2022

A queda do cavalo dos Campeões para o burro da Liga Europa


A sensação de que qualquer decisão final sobre a classificação final do grupo do Sporting seria possível foi amplamente confirmada ontem pela sequência dos eventos: todos podiam ter sido apurados, quase todos poderiam cair fora das competições europeias. O Sporting esteve "em todos os lados", do primeiro ao último, acabando classificado para Liga Europa já quase com os jogadores a tomar banho.

Começando pelo fim, esta qualificação sabe a muito pouco, quase nada, depois do brilhante começo. Acabamos a fazer o caminho inverso do ano passado, e andar de burro em público depois de ter andado a cavalo não é propriamente um grande incentivo para o amor próprio. Mas há que, depois desta caída do cavalo, por-se novamente a pé, limpar o pó e continuar o caminho. Que pode e deve ser aproveitado para fazer crescer jogadores, quase todos eles de folhas quase virginais no que diz respeito a carimbos de Liga dos Campeões. Pior seria ficar de fora. Para a nossa actual realidade, especialmente da época em curso, a Liga Europa talvez até seja a competição adequada.

Sei que dizer isto estou a convocar "os exigentes", que são a nossa espécie de "terraplanistas", sabem tudo e o seu contrário, falam de uma realidade que ninguém vivo conhece  - a dum Sporting vencedor nas competições europeias, e até internas - só não dizem onde e quando o Sporting fez melhor do que nos últimos dois anos, de forma sustentada. 

Sobre o jogo de ontem há muito pouco a dizer. 

Houve um jogo até ao penalty inventado por uma equipa de arbitragem que pareceu vir articulada com um desígnio: espalhar cascas de bananas no caminho da nossa qualificação e empurrar os alemães. Nada de novo. É um "azar dos Távoras" que nos sucede sempre que encontramos os alemães em jogos decisivos. Invenção complementada com a uma expulsão perdoada, ainda com as equipas empatadas. O árbitro trouxe os alemães para o jogo, quando até ali pouco tinham feito para terem a "sorte" que tiveram.

Quando uma arbitragem erra apenas para um dos lados não preciso de um desenho para perceber o que se está a passar. Para mim o momento em que fica claro ao que vinha este esloveno foi a falta sobre o Paulinho, quando ele tinha acabado de ultrapassar um central e ficava numa posição privilegiada.O árbitro está bem colocado, não valida a falta  e cartão amarelo respectivo porque não quer. O penalty é do VAR. Ou seja, houve um trabalho de equipa que começou na nomeação. A UEFA prefere o Eintracht, levam milhares a todo o lado, são alemães, não são morenos nem pobres, são titulares da Liga Europa.

Outro jogo começou depois do empate. Aí veio ao de cima mais do que os erros de preparação da época as lesões de Ugarte e Nuno Santos. Com eles em campo o Sporting poderia ter respondido de outra forma. Ou talvez não. A minha dúvida reside na manutenção da opção por dois médios, que já o ano passado nos deixaram quase sem reacção com o Ajax e City e na segunda volta com  SLB e FCP (especialmente no jogo da Taça). Com Pote já a juntar os cacos e com Essugo é que seguramente não. Mas essa questão não se pôs com os com o Tottenham, por exemplo. Fica a questão para os "exigentes".

Ainda assim há que convir que ontem precisámos do Paulinho a fazer o que tão bem sabe - ligar o jogo - mas não foi feliz e mereceu atenção redobrada dos alemães, demonstrando reconhecimento da sua importância no nosso jogo. Precisámos do brilho de Edwards cuja lâmpada genial não se acendeu. E de uma equipa mais confiante em si mesma, o que, sabemos bem, não está a suceder.

Sobre Amorim, o planeamento da época, etc, falaremos depois. Neste momento parece-me mais adequado respirar duas vezes antes de dizer muito mais do que já foi dito.

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