domingo, 8 de janeiro de 2023

A 5ª derrota não deve ter sido a última


Mais uma viagem à Madeira para coleccionar mais uma derrota. E uma derrota inteiramente merecida, pelo que aconteceu depois de o árbitro Hélder Malheiro, "auxiliado" pelo VA, ter mudado o curso do resultado, perdoando uma penalidade clássica. E logo de seguida, ainda beneficia da "colaboração" do auxiliar ao ignorar uma falta que deveria ter equivalido ao segundo amarelo ao Leo Pereira. Acresce o autêntico bar aberto para os jogadores do Marítimo, que lhes permitiu bater em tudo o que mexia.

Tudo que sucedeu depois foi demasiado mau. Havia ainda muito tempo para jogar mas isso não aconteceu. O Sporting actuou aos repelões, nunca conseguiu estar confortável no jogo, dando-se mal com a agressividade dos ilhéus, perdendo duelos atrás de duelos. Mateus Fernandes ainda não tem estofo físico nem mental para estas andanças, deixando a opção de Amorim muito má impressão sobre o que ele pensa de Sotiris. 

Mas esta derrota não deve ser a última. Já vimos algo semelhante em momentos anteriores esta temporada, quando precisávamos e devíamos aproveitar maus resultados alheios para recuperar e acabamos por ficar ainda em pior situação da que nos encontrávamos antes de disputar o jogo. Esta equipa do Sporting vem demonstrando uma incapacidade quase total de superar resultado adversos, pelo que se a sorte do jogo dita a inferioridade no marcador, a derrota fica praticamente selada.  

E se a estrelinha de Amorim parece ter empalidecido, o discernimento parece ter tido igual sorte.  Teve tempo para pensar e rectificar a equipa ao intervalo, quando se percebia que Mateus Fernandes era um desastre pronto a acontecer. Tardou e pagou por isso. E ainda mexe muito mal na equipa, nunca se conseguindo perceber o que pretendia. Rochinha não é um 8, Coates era importante para o final do jogo e Trincão pura e simplesmente não esteve em campo, tão miserável foi a sua prestação. 

Obviamente que não se põe em causa o talento de Mateus ou Trincão. Mateus precisa de crescer, é uma perda de tempo e até um risco ser chamado a jogos com este nível de exigência, ainda por cima perante uma equipa com superioridade numérica e física. Trincão precisa de se aconselhar melhor, a sua capacidade física actual, que o impede de ganhar qualquer bola dividida, será sempre um muro demasiado alto para escalar em direcção ao sucesso. Mas há solução para isso e ele e a estrutura do Sporting certamente que o sabem. No entanto joga sempre, independentemente da sua prestação, devendo Amorim, antes de o explicar a todos, explicar a si mesmo se a sua presença é uma aposta ou uma protecção.

De facto o discernimento de Amorim já se parece ter esgotado ainda no inicio da temporada. O "caso Matheus Nunes" acabou por crescer mais do que a sua própria importância. A razão que lhe teria assistido então parece ter toldado a avaliação na formação do plantel. Quando se olhava para o banco ficava à evidência que o Sporting tem um plantel deficitário em soluções. E, voltamos à vaca fria: se é para cruzar, cruzar, continuamos a precisar de mais do que apenas Paulinho. Este nunca foi um problema, a inexistência de alguém que o acompanhe na frente ou sirva de alternativa é!

Obviamente que quase tudo o que é dito acima são reflexões avulsas, mas a época parece estar irremediavelmente perdida, apesar do forte investimento realizado (cerca de 45 milhões, grosso modo). Esse facto, juntamente com a cada vez mais certa ausência da Liga dos Campeões obriga a um profunda reflexão. Venha Maio, por favor!

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