No que a problemas diz respeito temos o arsenal completo. Dispensaríamos por isso de ter que enfrentar agora precisamente o Arsenal de Londres, que ontem carimbou a sétima vitória consecutiva na Liga inglesa e décima no tal das competições que se encontra envolvido. E algumas delas, duas para ser mais exacto, foram alcançadas com uma mudança radical na equipa titular. Provavelmente é o que vai acontecer amanhã, repetindo o que já havia acontecido nos jogos anteriores da Liga Europa.
Soluções é o que mais abunda neste Arsenal de Emery. Soluções ao nível individual, colectivo e cambiantes tácticas. Este ano já jogaram em 4-4-2 como em 4-2-3-1, como ontem por exemplo. Quem tiver possibilidade de ver o jogo de ontem, com o Leicester, tem uma boa oportunidade para acabar de vez com o mito de que o duplo pivot está a acabar com o jogo do Sporting. Esse é um problema que o Arsenal não tem, apesar de utilizar esse recurso. O problema, é bom de ver, não é o modelo mas a sua concepção e a respectiva adaptação dos jogadores. Mas é sobretudo a ausência de dinâmica, com os pivots, que deviam lançar o jogo, a receber demasiadas vezes a bola de costas para o sentido ideal do jogo, desencontrados ou sem conseguir contactar com os apoios para a progressão.
Aguardo com alguma curiosidade as opções de Emery, sobretudo relativamente a Mezut Ozil. O seu papel na derrota da equipa de Adrien foi determinante e alguns momentos roçou o brilhantismo. Para lá chegar passou no entanto por algumas dificuldades nos momentos iniciais. Porém, a partir do momento em que o virtuoso alemão de ascendência turca começou a internar-se no seio das linhas Foxes, os problemas sentidos para ligar o jogo gunner acabaram e com ele surgiram as oportunidades e os golos com toda a naturalidade. E, saliente-se, em abundância suficiente para contornar o embaraço de um auto-golo concedido por um infeliz Hector Bellerin.
Até ao começo do recital de Ozil o Leicester estava a aproveitar muito bem a projecção dos laterais gunners, com Vardy e Ieanacho a moverem-se muito bem no espaço deixado vago, criando enormes dificuldades aos centrais da casa. A repetir-se este cenário, abre-se a oportunidade para abertura de espaços para a subida ao centro de Bruno Fernandes e Nani, aproveitando a velocidade de Jovane e o desposionamento provocado pelas deambulações de Montero nas laterais.
Do ponto de vista defensivo esperam-nos grandes dificuldades. Mesmo sem Ozil, a presença entre linhas de Aubemeyang e Lacazette são suficientes para nos criar imensos problemas. O sentido de baliza do gabonês conhecemos já nós sobejamente da última passagem pela Liga dos Campeões.
Creio contudo que o maior obstáculo do Sporting são as suas próprias dificuldades, expressas até agora nos últimos resultados. O contexto actual é de desconfiança interna e quando as fraquezas começam por aí as dificuldades crescem exponencialmente. Quem sabe não tem neste jogo com um adversário poderoso uma boa oportunidade para mostrar serviço e conseguir o doping anímico que as exibições não têm fornecido, e dessa fora desanuviarmos os nosso arsenal de problemas.
4-4-2, 4-2-3-1, 4-3-3, 4,5,6,7, nenhuma tática terá qualquer hipótese contra o duplo pivot!
ResponderEliminar"Quem sabe não tem neste jogo com um adversário poderoso uma boa oportunidade para mostrar serviço e conseguir o doping anímico que as exibições não têm fornecido, e dessa fora desanuviarmos os nosso arsenal de problemas."
ResponderEliminarComo de costume, mesmo vendo que a equipa não tem condições, continuamos no registo da expectativa de um milagre. Só falta vir dizer que está bem treinada...