Leão dança bem na terra das valsas
Pode-se argumentar, com propriedade, que o adversário de ontem não era nenhum City, mas isso também era o também austríaco Lask Linz e todos sabemos como acabou. A verdade é que o Sporting de Amorim soube retirar ao adversário as suas melhores armas, dominando o jogo quase até ao fim, panorama que só se alterou quando sobreveio o cansaço, o que afectou a qualidade de algumas decisões. Porém nunca o adversário conseguiu encostar o Sporting às cordas e a vitória foi mais do que justa. E não fora o cansaço é muito provável que o resultado obtido teria sido mais volumoso.
Este momento da equipa parece anunciar a entrada na idade adulta da versão do Leão que Amorim nutre desde Março de 2020. O que, a confirmar-se, não deixa de ser curioso que tal suceda, precisamente quando o plantel viu partir em simultâneo os símbolos maiores de maturidade e experiência: Coates, Neto e Paulinho.
A exibição alcançada em terras austríacas foi das mais seguras e categóricas numa competição em que a facilidade só existe no dicionário. A relevância a dar a este momento é ainda mais justificada quando os condicionamentos ou impedimentos por lesão de peças fulcrais reduzem as opções do treinador e limitam a resposta da equipa.
Neste âmbito, e porque o futuro imediato traz um mais um ciclo onde vai ser necessário estar a um nível elevado, as boas noticias de ontem não se ficam pelo resultado alcançado. Os regressos de Pote e Matheus Reis e St. Just devem também ser saudados.
É difícil e provavelmente até injusto destacar individualmente algum jogador, tendo em conta que todos tiveram, dentro das suas possibilidades, e do papel que lhes foi proposto pelo treinador, uma prestação concentrada empenhada, sem conceder veleidades ao adversário. Mas claro que o bailado de Gyokeres no país das valsas ficará para a memória e nos registos dos gulosos “tubarões” europeus, pela enésima vez.
Seguem-se os compromissos mais fáceis desta fase da competição. Sim, leu bem. Os mais fáceis. Porque é o Man City e o Arsenal que detêm a obrigação de ganhar. Nestes jogos o Sporting está “apenas” obrigado a tornar-lhes a vida o mais difícil possível e, com isso, ir à procura com ambição do melhor resultado possível, que pode ser a obtenção de pontos, para adicionar aos sete que já possui.
Aqui vale a pena lembrar o ponto obtido com o PSV, na Holanda. Pareceu pouco, mas é a mesma equipa que ontem impôs um empate ao PSG em Paris e é uma das referências europeias em golos marcados, melhor diferença de golos marcados e sofridos, pontos por jogo e golos marcados por jogo. E imaginem quem é a equipa que, à altura da realização da estatística, há uma par de semanas, liderava quase todos os índices? Ah, pois, é, esse mesmo, o Sporting Clube de Portugal.
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