O mercado encerrou ontem com o Sporting a conquistar o titulo de clube mais activo no último dia. Um titulo que nos diz muito das dificuldades financeiras com que nos debatemos e que deixam também uma grande interrogação sobre o que foi a planificação da época. Todos nos lembramos que ainda há pouco mais de um mês nos era assegurado pelo presidente Frederico Varandas estar tudo planificado e a andar sobre rodas. O que saiu fora do controlo e tornou os últimos dias tão caóticos - mesmo descontando a histeria e a insanidade reproduzida nas redes sociais - é a explicação que se impõe e que certamente nos será dada em breve.
1- A primeira nota vai para o enorme leão no meio da sala que é a permanência do capitão Bruno Fernandes. Atendendo à quantidade de vezes que foi vendido aos mais diferentes clubes, atendendo à sua importância na equipa e provavelmente no balneário, a sua permanência pode ser considerada como a melhor aquisição do defeso. O Sporting foi seguramente obrigado a fazer um enorme esforço financeiro para o conservar. Só não a valoriza a sua permanência quem se apressaria a rasgar as vestes caso tivesse sido vendido.
2- A saída de Bas Dost foi mais um episódio traumático que rapidamente escalou e que marcará este defeso de forma particularmente negativa. A importância do jogador estendia-se para lá do elevado número de golos marcados, a sua relação com as bancadas era excepcional e, pelo que se viu nas despedidas, era também grande a sua preponderância no balneário. Compreendendo que não se lhe podia pagar, preferiria que saísse de outra forma. Ele também, seguramente. Todos seguramente. Ao empresário, de barriguinha cheia, tanto fez. Depois de tudo isto, fica por explicar porque, tendo o jogador antecipado a sua vontade de sair, porque não ficou o seu lugar acautelado.
3- O Sporting dispensou das mais diversas formas quarenta e sete jogadores (!) que constavam da sua folha salarial. Deu seguramente um passo em direcção à sustentabilidade e o número diz bem da urgência que havia em realizar grande parte destas operações. Como se chegou a estes números e como se pagaram salários a troco de quase nada a muitos deles, devia ser objecto de profunda reflexão, até porque tal nem sequer é inédito no nosso clube.
4- A aposta prometida na formação foi um dos assuntos mais falados durante o defeso, por via da saída de alguns jogadores em quem os adeptos auguram um futuro promissor e reconhecem talento. Com mais ou menos concordância relativamente a alguns deles, creio que os interesses do clube ficaram acautelados relativamente aos que mais prometem (Geraldes, Matheus, Bragança, Barbosa, Ivanildo) ao manter-se-lhes o vinculo e permitindo-lhes que continuem a jogar, especialmente se não seriam chamados com regularidade. No final da época faremos as contas.
5- Foi com surpresa que se assistiu à partida de Thierry Correia. Trata-se de uma venda excepcional, especialmente se nos lembrarmos que Piccini, seu antecessor, mas com outro curriculum, tinha saído para o mesmo destino, há um ano, por oito milhões de euros. Foi seguramente pelo seu trajecto na formação que se chegou a estes números, com o clube espanhol a confiar no potencial do jogador, uma vez que as suas prestações até agora não auguravam tanta valorização neste mercado.
6- Os rumores de há dias, que vaticinavam a partida de Raphinha acabaram-se por confirmar. Os valores da venda são significativos e julgo que adequados ao valor actual do jogador. Marcado pela inconstância das suas exibições, precisa ainda de consolidar em valor o potencial que tem.
7- O encerramento do processo Podence foi conseguido com a obtenção de sete milhões de euros e ainda o salário de um ano de empréstimo de Bruno Gaspar. Um negócio muito razoável se feito antes da rescisão. O oportunismo do jogador merecia que o deixássemos a treinar no cacifo onde se terá escondido. Atendendo à morosidade que o processo levaria e a incerteza do seu desfecho, parece-me que se alcançou um acordo minimamente razoável. Comparar estes valores com os que eram pedidos pelo advogado ao nosso serviço como preparação para o processo litigioso é no mínimo irrealista e até desonesto.
8- Jesé é tudo menos aquilo que esperava ver chegar neste encerramento de mercado. Jogador de grande talento, mas que tarda em impor-se, está marcado pelos últimos anos sem nenhuma expressão. Tem no Sporting uma oportunidade para dizer se quer desaparecer como eterna promessa ou se quer voltar a aparecer para o futebol. Um perfil de jogador que surpreende por parecer em oposição ao que havia sido prometido em campanha pelo presidente e que tem, por isso, sido largamente explorado nas redes sociais. Depois, fica a grande dúvida: é ele que vem ocupar o lugar deixado vago por Bas Dost? Numa coisa podemos estar certos: um Jesé "normal" será uma das figuras desta Liga.
9 - Fernando é um dos eleitos - porque o nosso plantel tem ainda outros candidatos, como Plata e Camacho - para o lugar de Raphinha. Pelo que me foi transmitido por quem o viu aparecer no Brasil, tratava-se de um jogador claramente acima da média na sua faixa etária. Com 23 jogos o ano passado, sob a batuta de Paulo Fonseca não tinha a confiança de Luis Castro. O facto de não ter opção de compra revela que a confiança dos responsáveis ucranianos se mantém, mas torna a sua possível afirmação num mau negócio para nós, uma vez que apenas renderá no aspecto desportivo.
10- Voltamos a ter um Yanick, desta vez de apelido Bolasie. Mesmo com 30 anos já feitos, tem tudo para poder tornar-se num dos preferidos da bancada, se conseguir impor os seus dribles desconcertantes, a velocidade, imprevisibilidade a executar, Não é um goleador, é um extremo que é capaz de criar inúmeras assistências, no entanto o número de golos que marca não envergonha quem joga na sua posição.
11- Diaby foi um milagre. Talvez agora se perceba melhor como foi importante a forma como foi gerido seu inicio de época.
Aos últimos a chegar desejo sorte, que será também a nossa. Que lhes seja pelo menos concedida a oportunidade de mostrarem ao que vieram e que não sejam rapidamente transformados em mais uma arma de arremesso nas eternas discussões entre nós.
Brilhante análise. Perfeita, mesmo. Vou reenviá-la a todos os meus consócios. Sem comentários, salvo uma fotografia daquele célebre ministro iraquiano da informação. Obrigado e bem haja! JPT
ResponderEliminarPodia dizer "Nunca pensei que os sócios do Sporting fossem tão idiotas como são" mas deixo para ti
EliminarObrigado outra vez! Sugiro aditar um n.º 12 a elogiar a visão desportiva e o génio financeiro em esperar por hoje para rescindir o contrato com o brilhante e promissor treinador que contratámos há menos de um ano. JPT!
ResponderEliminarPareces triste com a demissão de um treinador que consideras incapaz. Então, que se passa?
Eliminarnão comentando na substancia comentarei na forma e a parecença com outro comentário que vi noutro blogg afecto ao nosso clube só me faz pensar numa cartilha organizada, parece-me um novo baixo nesta nova gestão...
ResponderEliminarSe tiver alguma incorrecção ou mentira corrija sff. O que lhe parece e aqui deixou é apenas uma pretensão insultuosa.
EliminarSe tivesses UM PINGO DE VERGONHA, fechavas o bordel!!!
ResponderEliminarTu e os teus "patrões" que tomaram de assalto o Sporting Clube de Portugal, serão julgados...disso podes ter a certeza.
Há net aí?
EliminarEh pá!!!
ResponderEliminarQue saudades de 2013!!!?!!
Tenho um felling...que esta época iremos bater um record, que já nos pertencia!!!!
Ou seja, para os MAIS DISTRAÍDOS, estou a referir-me ao número de treinadores numa mesma época.
Ao ler os comentários,que alguns pretensos sportinguistas aqui debitam,fico cada vez mais convicto que a lampionização trazida pelo "vendedor da banha da cobra" foi por eles bem assimilada!...Tristeza de gente que não respeitam nada,nem ninguém!...
ResponderEliminarA venda por 12+3 do Thierry não é uma venda. É um empréstimo do Jorge Mendes que será saldado com o Bruno Fernandes.
ResponderEliminarTambém “vendi” o Ivan Cavaleiro e o João Carvalho por 15 Milhões.