Os 4 alicerces para a nova casa do leão
Texto escrito no ãmbito da cooperação com o site Fairplay
Com a eleição dos novos corpos sociais o Sporting cruzou a linha de fronteira para um tempo novo. Independentemente do que venha a suceder no futuro, é quase garantido que a nova liderança trará uma postura e actuações diferentes das dos seus antecessores imediatos. Isso percebe-se-imediatamente nas primeiras tomadas de posição públicas do novo presidente, Frederico Varandas, e o quanto contrastam com as do seu antecessor.
Elegemos quatro pontos que nos parecem virão a ser fundamentais para os primeiros tempos da gestão de Frederico Varandas e respectiva equipa:
Relações Internas
O lema de candidatura escolhido pelo novel presidente foi precisamente a união interna. Que ela é desejável e necessária ninguém duvida, como se chegará a ela é que já é mais difícil de prever. O final caótico da anterior liderança deixou marcas profundas no clube ainda não totalmente quantificadas e não apenas na situação financeira. Elas são particularmente visíveis numa facção ruidosa e que não está disposta a conceder um mero segundo de graça à nova equipa dirigente, recorrendo para isso a todo o tipo de boatos difundidos a partir das redes sociais.
Para todos, dirigentes incluídos, há noção cristalina de que a actual gestão tem vários dossiers complicados em aberto que requerem decisões rápidas e eficazes. A forma como eles forem sendo encerrados será decisiva para a consolidação da imagem da actual direcção.
O elevado interesse com que os Sportinguistas acompanham o seu clube e a forma como o veneram ficou mais uma vez provada no recente acto eleitoral. Daí que o cumprimento de algumas promessas eleitorais da lista vencedora merecerá também amplo escrutínio. Se a reordenação de toda a Formação representa muito maior complexidade do que simplesmente reorganizar a Academia e cujos resultados vão requerer alguns ciclos, outras promessas há que não necessitarão de tanto tempo para se iniciar a efectivação e notar a diferença.
Entre essas estão a implementação do modelo para o futebol, onde ganha particular relevância o interesse pelo nome escolhido para o Head Scout, bem como dos técnicos que o acompanharão. A constituição da Unidade de Performance e os nomes que acompanharão o seu director e simultaneamente director clinico, João Pedro Araújo. O posicionamento do clube relativamente aos jogadores que rescindiram e que, não tendo regressado, mantêm contencioso com o clube, a procura de novas receitas e a criação de valor com a potenciação do “ecossistema Sporting” suscitarão também interesse e merecerá acompanhamento.
Dossier Financeiro
É nos assuntos financeiros onde a actuação dos novos corpos sociais será mais visível e onde são requeridos resultados praticamente imediatos. À cabeça o revolving do anterior empréstimo obrigacionista, com o objectivo de remunerar o anterior já em atraso, bem como permitir a conclusão da reestruturação financeira que levará a um haircut da divida de quase 70%, em condições particularmente vantajosas e imperdíveis. Terá obrigatoriamente que deixar clarificadas todas as questões levantadas durante a campanha sobre a real situação financeira actual.
Resultados desportivos
Aqui pode estar um presente envenenado. Sousa Cintra entregou a Frederico Varandas a equipa de futebol no comando do campeonato. Algo que não é passível de ser melhorável. Mas pode piorar, sem que a direcção da SAD possa fazer muito para alterar o rumo dos acontecimentos, pelo menos até Dezembro. Falta saber até quando poderá ser disfarçada a forma deficiente como a época foi preparada nos mais diversos níveis, por força do período conturbado que o clube atravessou. Aliás, o que provoca perplexidade em quem observa o clube é a forma como este se levantou desde o profundo abalo que a invasão da Academia, passando pela destituição dos órgãos sociais até às eleições que provocou.
Felizmente as chamadas modalidades conseguiram manter uma linha de continuidade nos seus plantéis e órgãos directivos que lhes permite manter a competividade ao mesmo nível. Mas, desta vez pelas melhores razões, o presente não tem menos veneno. É que os títulos conseguidos em quase todas elas servirão de fasquia para a avaliação de desempenho.
Relações institucionais
Não é um dossier tão urgente ou decisivo como os anteriores mas é uma evidência que o Sporting tem de ter uma estratégia clara relativamente às relações com os órgãos tutelares (FPF, Liga, IPDJ,) bem como com os seus concorrentes e rivais. O Sporting não pode estar fora da definição da agenda, dos regulamentos e ordenação do futebol português. Um capitulo que vai ter de começar a ser reescrito, tal a forma como foram paulatinamente fechadas as portas aos mais basilares entendimentos e cavadas as respectivas trincheiras.
As reacções à presença de representantes do Sporting nos camarotes presidenciais no recente derby é apenas um breve introito de uma intricada teia de posições e interesses quase nunca convergentes. Ainda sem saber o que representa para si o Cashball, o Sporting vive sufocado por dois rivais dispostos a tudo, como se prova pelo Apito Dourado e o mais recente E-Toupeira.
No ambiente pantanoso e subjugado aos mais diversos interesses, a ausência de qualquer presença relevante nos órgãos decisores funciona como um contravapor para as ambições de revitalização do clube. Porque por não há organização, programas ou modelos, mesmo que brilhantes que resultem quando os bons resultados desportivos não acontecem.
Com a eleição dos novos corpos sociais o Sporting cruzou a linha de fronteira para um tempo novo. Independentemente do que venha a suceder no futuro, é quase garantido que a nova liderança trará uma postura e actuações diferentes das dos seus antecessores imediatos. Isso percebe-se-imediatamente nas primeiras tomadas de posição públicas do novo presidente, Frederico Varandas, e o quanto contrastam com as do seu antecessor.
Elegemos quatro pontos que nos parecem virão a ser fundamentais para os primeiros tempos da gestão de Frederico Varandas e respectiva equipa:
Relações Internas
O lema de candidatura escolhido pelo novel presidente foi precisamente a união interna. Que ela é desejável e necessária ninguém duvida, como se chegará a ela é que já é mais difícil de prever. O final caótico da anterior liderança deixou marcas profundas no clube ainda não totalmente quantificadas e não apenas na situação financeira. Elas são particularmente visíveis numa facção ruidosa e que não está disposta a conceder um mero segundo de graça à nova equipa dirigente, recorrendo para isso a todo o tipo de boatos difundidos a partir das redes sociais.
Para todos, dirigentes incluídos, há noção cristalina de que a actual gestão tem vários dossiers complicados em aberto que requerem decisões rápidas e eficazes. A forma como eles forem sendo encerrados será decisiva para a consolidação da imagem da actual direcção.
O elevado interesse com que os Sportinguistas acompanham o seu clube e a forma como o veneram ficou mais uma vez provada no recente acto eleitoral. Daí que o cumprimento de algumas promessas eleitorais da lista vencedora merecerá também amplo escrutínio. Se a reordenação de toda a Formação representa muito maior complexidade do que simplesmente reorganizar a Academia e cujos resultados vão requerer alguns ciclos, outras promessas há que não necessitarão de tanto tempo para se iniciar a efectivação e notar a diferença.
Entre essas estão a implementação do modelo para o futebol, onde ganha particular relevância o interesse pelo nome escolhido para o Head Scout, bem como dos técnicos que o acompanharão. A constituição da Unidade de Performance e os nomes que acompanharão o seu director e simultaneamente director clinico, João Pedro Araújo. O posicionamento do clube relativamente aos jogadores que rescindiram e que, não tendo regressado, mantêm contencioso com o clube, a procura de novas receitas e a criação de valor com a potenciação do “ecossistema Sporting” suscitarão também interesse e merecerá acompanhamento.
Dossier Financeiro
É nos assuntos financeiros onde a actuação dos novos corpos sociais será mais visível e onde são requeridos resultados praticamente imediatos. À cabeça o revolving do anterior empréstimo obrigacionista, com o objectivo de remunerar o anterior já em atraso, bem como permitir a conclusão da reestruturação financeira que levará a um haircut da divida de quase 70%, em condições particularmente vantajosas e imperdíveis. Terá obrigatoriamente que deixar clarificadas todas as questões levantadas durante a campanha sobre a real situação financeira actual.
Resultados desportivos
Aqui pode estar um presente envenenado. Sousa Cintra entregou a Frederico Varandas a equipa de futebol no comando do campeonato. Algo que não é passível de ser melhorável. Mas pode piorar, sem que a direcção da SAD possa fazer muito para alterar o rumo dos acontecimentos, pelo menos até Dezembro. Falta saber até quando poderá ser disfarçada a forma deficiente como a época foi preparada nos mais diversos níveis, por força do período conturbado que o clube atravessou. Aliás, o que provoca perplexidade em quem observa o clube é a forma como este se levantou desde o profundo abalo que a invasão da Academia, passando pela destituição dos órgãos sociais até às eleições que provocou.
Felizmente as chamadas modalidades conseguiram manter uma linha de continuidade nos seus plantéis e órgãos directivos que lhes permite manter a competividade ao mesmo nível. Mas, desta vez pelas melhores razões, o presente não tem menos veneno. É que os títulos conseguidos em quase todas elas servirão de fasquia para a avaliação de desempenho.
Relações institucionais
Não é um dossier tão urgente ou decisivo como os anteriores mas é uma evidência que o Sporting tem de ter uma estratégia clara relativamente às relações com os órgãos tutelares (FPF, Liga, IPDJ,) bem como com os seus concorrentes e rivais. O Sporting não pode estar fora da definição da agenda, dos regulamentos e ordenação do futebol português. Um capitulo que vai ter de começar a ser reescrito, tal a forma como foram paulatinamente fechadas as portas aos mais basilares entendimentos e cavadas as respectivas trincheiras.
As reacções à presença de representantes do Sporting nos camarotes presidenciais no recente derby é apenas um breve introito de uma intricada teia de posições e interesses quase nunca convergentes. Ainda sem saber o que representa para si o Cashball, o Sporting vive sufocado por dois rivais dispostos a tudo, como se prova pelo Apito Dourado e o mais recente E-Toupeira.
No ambiente pantanoso e subjugado aos mais diversos interesses, a ausência de qualquer presença relevante nos órgãos decisores funciona como um contravapor para as ambições de revitalização do clube. Porque por não há organização, programas ou modelos, mesmo que brilhantes que resultem quando os bons resultados desportivos não acontecem.
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