1-Ao contrário do que tem vindo a ser veiculado aqui e ali, a Assembleia Geral (AG) do próximo sábado não se destina a deliberar a expulsão de nenhum sócio, mas apenas a apreciar os recursos dos diversos associados, a citar: Alexandre Godinho, Bruno de Carvalho, Carlos Vieira, José Quintela, Luís Gestas e Rui Caeiro, membros da direcção destituída pelos sócios e entretanto suspensos, Elsa Judas e Trindade Barros, sócios expulsos.
2-Sobre a matéria que estará sob apreciação dos sócios - a manutenção das penas aplicadas - e tendo em conta a gravidade dos actos cometidos, mas também tendo em conta o que foram as acções subsequentes, é absolutamente claro para mim que não há nenhuma razão para a suspensão das penas dos ex-dirigentes (Alexandre Godinho, Bruno de Carvalho, Carlos Vieira, José Quintela, Luís Gestas e Rui Caeiro), bem pelo contrário.
3-Sobre a pena de expulsão dos dois referidos sócios (Elsa Judas e Trindade Barros), a sua intervenção e participação nos eventos que levaram à AG de destituição configuram gravidade suficiente para o merecimento da pena aplicada. O facto de nem sócios de pleno direito serem por, alegadamente, terem quotas em atraso e, não menos importante, serem especialistas em direito funciona como especial agravo.
4-Ontem registaram-se novos desenvolvimentos do que virá a ser a AG. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral (PMAG) Rogério Alves dirigiu uma comunicação aos sócios, dando nela conta da possibilidade de os indivíduos sob alçada disciplinar e requerentes do recurso se poderem apresentar pessoalmente na AG e tomarem a sua defesa. Em teoria olho para esta medida como uma atitude generosa e até saudável. Na prática olho para ela como uma medida ingénua e baseada numa análise irrealista e distorcida da realidade.
5-Dá impressão que o PMAG delegou num clone a gestão da passada AG e que depois disso não chegou a estabelecer contacto com a sua réplica. Mas pior, não tem lido os jornais, não tem visto as noticias e não se apercebeu ainda do que têm sido os últimos meses da vida do Sporting. Peço desculpa pela crueza da imagem, mas não há generosidade nenhuma em continuar a afagar a cabeça do mastim que temos em casa e cuja intenção continua a ser evidente de querer continuar a tentar morder. A isso chama-se ingenuidade e só por respeito ao PMAG não uso outra palavra.
6-Tenho uma diferença de opinião insanável com o PMAG e talvez mesmo com a generalidade dos órgãos sociais que parece quererem ir em busca de uma pacificação por via da tão famosa "união". Para que tal acontecesse seria necessária uma regra básica, que se aplica a actos mais banais como por exemplo dançar um tango: é preciso a vontade dos dois lados. Aplicando isso à realidade vigente no nosso clube, há um último reduto de adeptos que continua a não aceitar os resultados das eleições e cuja única e exclusiva vontade que continuam a manifestar é reverter o acto até ao ponto em que seja possível voltar a colocar Bruno de Carvalho de onde ele foi afastado pela vontade de uma maioria bem expressiva de sócios. A sua lealdade ao Sporting extingue-se nessa vontade cega. Só deve ir a jogo quem aceita as regras. Ora o PMAG diz que "
temos que de democraticamente aprender as decisões maioritárias" mas esse exercício carece ainda de ser feito por muitos, pelo que não se percebe a generosidade.
7- Compreendo que haja sócios que entendam o contrário de mim e guardem do anterior presidente memórias mais positivas e reconfortantes do que as minhas. Mas o que está em causa neste processo são factos muito concretos e revestidos de especial gravidade que num eleito para defender a instituição Sporting funcionam como circunstâncias especialmente agravantes. Se dentro desses há quem olhe para o mandato e encontre razões de satisfação e regozijo, lembro que esse deveria ser o resultado normal do exercício da função que lhe foi confiada e tida por ele como uma honra e não como um livre trânsito.
8- Não é demais lembrar o objectivo das AG's do inicio do ano, cujo um dos objectivos dos então dirigentes era o endurecimento do regulamento disciplinar, sob cuja alçada haveriam de cair em tão pouco tempo. Isso não apenas faz acrescer as suas responsabilidades como as agravantes para os seu actos.
9-Tenho também sérias dúvidas da legitimidade da permissão de entrada na AG de sócios suspensos. Também compreenderia a generosidade expressa na vontade de deixá-los tomar a sua defesa, não sendo demais lembrar que foi-lhes facultado o exercício do contraditório no decurso do processo disciplinar. Porém pergunto-me: o que poderão dizer de novo que não saibamos já? Que se encontravam temporariamente inimputáveis quando decidiram criar uma mesa de assembleia geral fantasma uns e a aceitaram integrar outros? Foram vitimas de envenenamento dos alimentos pelos "sportingados" e outros malfeitores?
10-Não sei que rumo tomará a AG e muito menos o seu resultado. Mas até mesmo para alguém como eu, que nunca acreditei em Bruno de Carvalho, não aceito que o seu sportinguismo não tenha falado até hoje mais alto que as suas ambições pessoais. Desde que o caos em que nos lançou e as divisões que provocou, e depois das inúmeras providências cautelares sucessivamente rejeitas que interpôs, em nenhum momento ouvi uma palavra que demonstrasse uma preocupação genuína com o futuro do clube mas apenas consigo próprio. Isso por si só é suficiente para manter e reforçar as minhas convicções relativamente aos eventos à época e os seus principais protagonistas.
Dez pontos de leitura "obrigatória".
ResponderEliminarCom a próxima AG , que expectativas terão o PMAG e restantes orgãos sociais em exercício, do posterior comportamento e atitude dos sócios suspensos e expulsos em questão, assim como do seu contributo para "UNIR O SPORTING" ?!
Para mim, "bola".
SL
"não aceito que o seu sportinguismo não tenha falado até hoje mais alto que as suas ambições pessoais". É muito isso. E eu fui apoiante de BdC, do original, do que conseguiu uma mini revolução nos primeiros tempos do seu exercício, que foi muito importante para a revitalização do Sporting. Agora, é ele que vai contra si próprio e o que afirmava quando dizia que quando estivesse a mais ia embora. Já chega, mudemos de página, deixemos o Sporting avançar!!
ResponderEliminarPonto 11 - Se o Espadinha for podiamos vender os direitos de transmissão da AGS á CMTV. Era capaz de render os 4 milhões que falharam no empréstimo obrigacionista.
ResponderEliminarLMGM
Caríssimo, desta vez não estamos de acordo. Não vem mal nenhum ao mundo por isso. Não é a primeira vez e não será certamente a ultima.
ResponderEliminarNão me parece que o fogo do inferno seja o melhor caminho numa instituição que se quer unida e com valores. Entre os quais devem estar a generosidade e o perdão. Mesmo em relação a quem cometeu erros graves e que possa não o merecer.
Continuo a achar que o BdC do primeiro mandato é a razão porque voltamos a ter Sporting e um Sporting forte como há muito não se via (o numero de espetadores médios no estádio, o numero record de sócios aptos a votar nas ultimas eleições, o pavilhão e a razia que demos nas modalidades na ultima época falam por si). Também achoq eu é graças a ele que a SAD é nossa ainda.
Por tudo isso, não quero sangue, nem vinganças e por tudo isso a minha tolerância para os atos graves que cometeu (e sim, cometeu) é maior que seria normalmente.
Vou votar contra a manutenção dos castigos. Mas aceito a votação da maioria e será essa que vai prevalecer.
O meu maior desejo é que, seja qual for o resultado, o Sporting possa seguir em paz, com esta Direção que foi eleita pela maioria. Isso seria o melhor resultado que poderia saír desta AG. Gostava também que a AG decorresse de forma a não ofuscar a decisão de dia 20 quanto ao toupeirame. Até porque não me parece inocente que a decisão seja anunciada 5 dias depois desta AG e não antes como estava previsto. Vamos dar hipótese de mais uma vergonha sem limites para a justiça deste país passar despercebida?
José Gomes (JG)