A dor causada por ser atirado para a valeta, sem honra, por uns turcos de futebol tão básico é inevitável, mas ao desastre sobreleva-se uma sensação de alivio. Desta forma evitamos não só a exposição do nosso nome a humilhações como a de ontem, como nos poupamos ao desgaste que a esperança depressa transformada em desilusão nos provoca.
Ora se com os ignotos turcos somos corridos a quatro, o que nos poderia acontecer na fase seguinte da prova, com adversários mais poderosos? Pelo menos poupamos o Bruno Fernandes ao embaraço de explicar aos colegas do Manchester United como jogava ele neste molhe de jogadores - equipa é outra coisa... - caso nos calhassem em "sorte".
É muito difícil de entender como é que uma equipa com uma eliminatória na mão e vinda de um jogo onde demonstrou superioridade se entrega ao adversário de forma dócil, consentida, diria mesmo solicitada. Total ausência de compromisso e respeito pela camisola envergada por parte de alguns jogadores, associada a falta de classe de grande parte deles. Demasiados erros defensivos a revelar desconcentração e uma demonstração de medo, cagaço miúfa, falta de estofo para estas andanças, o que lhe quiserem chamar. A melhor ilustração desses factos são a quantidade de golos sofridos de bola parada e em momentos determinantes como o fim da primeira parte e o fim do tempo regulamentar por duas vezes.
A ausência de autoridade, de orientação e discernimento não foi exclusivo dos jogadores, antes parece ter vindo de fora para dentro. Não se sabe que orientações deu Silas à equipa, ou como decorreu a preparação do jogo. O que se percebeu logo desde o inicio é que a equipa pareceu aturdida pelo futebol directo dos turcos, nunca conseguindo fazer aquilo que se esperava para este jogo: tentar ter bola, arrefecendo a vontade e a crença turca e procurar os espaços que os turcos teriam que abrir para chegar até à baliza de Max.
Mas quem faz alinhar o inepto Bolasie durante uma hora, volta a confiar num inútil Jovane também não parece estar a ler bem o que se está a passar em campo e o que o jogo pedia. Para o ilustrar chama Doumbia, que se limitou a correr para a frente e para os lados, nunca constituindo uma referência e apoio para as tarefas defensivas e reacção à perda de bola. Fazê-lo a seguir ao golo caído do céu que nos recolocava na discussão da eliminatória também não deve ter sido particularmente estimulante ou reforço dos níveis de confiança já de si baixos. E o que dizer da entrada de Eduardo no momento de marcação de um canto, e que ditaria a descida ao inferno do prolongamento e daí ao regresso inglório para casa?
A abordagem ao jogo e a leitura feita por Silas não pareceu a melhor. Mas, com todas as virtudes e defeitos do treinador, não se deve excluir da análise o enxovalho e consequente desautorização que as capas de jornais com nomes de substitutos por desmentir constituem. Se o treinador não conta para a definição do futuro do grupo de trabalho não nos devemos surpreender que os jogadores aliviem na entrega e no compromisso, ainda que tal constitua uma falha no seu profissionalismo. É por aqui que construirá muito do que ainda resta da época e a obrigação que temos de ir à procura do último lugar que nos resta. Infelizmente parece que o que se prepara parece ser mais um salve-se quem puder.
Parafraseando 1 grande "pensador" do nosso burgo: Futebol, fácil fácil!!!
ResponderEliminarE por aqui me fico...pois eu desde a primeira hora, confidenciei com vários amigos leões, que o que nos esperava com o senhor doutor Varandas, era 1 regresso a um passado não muito longínquo!!!
Pedro Sommer