sábado, 18 de dezembro de 2010

O triunfo dos porcos

Muito se falou do golo de Valdés frente ao F.C.Porto por pretensa irregularidade do chileno. Isto porque, no momento em que Rui Patrício pontapeia a bola, Valdés de facto estava adiantado ou, como diz a lei 11, estava em fora-de-jogo porque estava "mais perto da linha de baliza adversária do que a bola e o penúltimo adversário". Acontece que a mesma lei também diz que "estar em posição de fora-de-jogo não constitui por si só uma infracção" e acrescenta "a posição de fora-de-jogo só deve ser sancionada se, no momento em que a bola é tocada por um colega ou é jogada por um deles, o jogador toma, na opinião do árbitro, parte activa do jogo:
• intervindo no jogo ou
• influenciando um adversário ou
• tirando vantagem dessa posição"

A minha opinião é que Valdés não se encontrava em fora-de-jogo, por não tomar parte activa do jogo, por a bola ter sido enviada para um local onde ele não podia estar. Posteriormente, e por aselhice do defesa portista, a bola acabou por ressaltar para uma zona onde aparece Valdés, mas que não é exactamente a mesma onde se encontrava no momento do pontapé de Patricio, fazendo um golo que me parece limpo. vejamos o vídeo:


Não foi essa a opinião do treinador do FCPorto nem dos paineleiros do famoso tribunal de "O Jogo", como se pode ver  a seguir:
 
 Há fora-de-jogo no golo do Sporting?

Jorge Coroado

Valdés, no momento da assistência de Patrício, estava em posição irregular. O pontapé foi longo, e isso originou a distracção de José Ramalho, que não prestou atenção à movimentação do atacante. Na sequência, Valdés jogou a bola com o tronco e não com o braço, como foi pretendido por Helton.

Pedro Henriques
Um lance de difícil análise, porque a bola vem de um passe feito a mais de 50 metros de distância. Contudo, Valdés, no momento do passe de Rui Patrício, está mais perto da linha de baliza do adversário do que a bola e o penúltimo adversário, ou seja, estava em fora-de-jogo. Valdés nunca tocou a bola com a mão.

Paulo Paraty

Apesar de os jogadores do FC Porto reclamarem que Valdés jogou a bola com a mão, tal não aconteceu. E é um facto que o assistente é traído pela grande distância que a bola percorreu até chegar a Valdés, não punindo a sua posição inicial de fora-de-jogo.

Passaram já diversos dias e a dúvida sobre a legalidade do golo ficou no ar, tal como uma mentira que, dita muitas vezes, ganha estatuto de verdade. E, embora me parecendo que, face ao que a lei determina, a minha interpretação está correcta, aceito outras interpretações, desde que devidamente fundamentadas na referida lei.

Mas porquê falar agora disto? Bom, era minha intenção fazê-lo mais cedo mas o que pretendo com estas letras é algo que não depende da actualidade para que a análise se mantenha pertinente. 

Repare-se agora no 1º golo de Postiga frente ao Portimonense, na jornada seguinte ao clássico de Alvalade. Na sequência do livre de Maniche, a bola é defendida pelo guarda-redes e no momento da recarga, Postiga está deslocado mas não chega a intervir na jogada, o que só acontece momentos depois, fazendo um golo regular e que ninguém contestou, apesar de ser resultante de uma situação muito idêntica à que proporcionou o golo a Valdés frente aos azuis e brancos. Atente-se ao vídeo:


E atente-se ao que disseram os paineleiros do tribunal de "OJogo", que consideraram ter sido "um jogo fácil com duas dúvidas", sem contudo referirem o lance em causa. No mínimo teriam que manter a coerência da análise feita anteriormente. Saber porque não o fizeram ajudaria a entender muitos fenómenos do entroncamento do futebol português. O que me leva a concluir que a lei é igual para todos mas, para uns alguns, é mais igual que para outros, como nos dizia George Orwell premonitoriamente na sua alegoria "O Triunfo dos Porcos".

15 comentários:

  1. Leão de Alvalade,
    Excelente forma de ver o lance. Bem explicado, e claro. Lembro-me que quando foi o jogo (salvo erro) o LMGM adiantou a explicação mas na altura confesso que não prestei grande atenção, explicação essa que no entanto era (se bem me lembro) a mesma que agora avanças. E não prestei atenção porque o discurso que se viu nesse dia e nos dias seguintes de portistas por 4 ou 5 blogues mistos que por aqui existem era tão patético que nem merecia que se perdesse tempo a discutir a validade do golo ou não.
    Queixarem-se da arbitragem quando já existiram 4, 5 ou 6 casos em que foram claramente beneficiados é ridículo, e mais ridículo é quando não se vê nenhum dos seus adversários questionar a sua liderança. Nessa medida subscrevo o Paulo Sérgio quando na resposta ao Villas-Boas mencionou que as arbitragens não deviam sequer ser discutidas, este ano. No plano isolado do Sporting, temos tantos buracos no nosso futebol que agrada-me ver o Paulo Sérgio esquivar-se desse tipo de conversa. O discurso desculpabilizador existe mas não alva as arbitragens, e bem. Já depois desse jogo vimos o que se passou na recepção ao Setúbal onde mais uma vez um penalty decidiu o jogo a seu (deles) favor.
    O Porto nesse clássico foi dominado na 1ª parte. Preparava-se para dominar a 2ª parte quando se viu reduzido a 10 e não fora um Sporting incompetente e nulo na criação de perigo e o Porto devia ter perdido esse jogo. O empate aceita-se e ninguém tem que se queixar da arbitragem. Os portistas que o fazem são claramente possuidores de pouca memória, pouca vergonha e falam por falar, só.

    Só uma coisa sobre o post anterior e a discussão que ela gerou: não li a maioria da discussão mas fiquei claramente com a ideia que esse Sali deve ser algum triste benfiquista a brincar aos comentários. E fiquei com essa ideia logo no início, "o vosso amigo Bettencourt" e "parecemos o Belenenses ou o Atlético" fizeram-me perceber que não é se calhar um sportinguista quem está por trás dos comentários. Acho por isso que não deviam perder muito tempo com discussões dessas, aqui. Porque este não é o sítio mais apropriado para tê-las. Um badameco qualquer insulta o Virgílio ou outra pessoa qualquer e depois como é óbvio isso obriga sempre a um qualquer tipo de resposta. Resposta aqui e contra-resposta acolá e inicia-se toda uma sequência de comentários ofensivos que se arrasta sem necessidade. Não tenho grande autoridade para fazer este reparo mas acho que há sítios onde isso não deve ser feito, e este é um deles. Compreendo que o Virgílio se sentisse obrigado a responder mas será sempre melhor ignorar, às vezes, deixando-os falar sozinhos, até porque o Virgílio é claramente muito melhor do que um palhacinho qualquer que fala do Sporting naqueles termos que referi.
    Não obstante, e a partir do momento em que a discussão teve lugar sinto-me na obrigação de expressar solidariedade com o Virgílio, achando enquanto sportinguista que podes e deves, sempre que queiras (Virgílio) ser agressivo e ofensivo, desde que do outro lado esteja alguém que mereça esse tipo de tratamento.
    Não faças por isso caso da censura da Ana. A Ana não tem as suas prioridades em ordem, claramente.

    Era só isto. Boas continuações de um excelente fim-de-semana e que o poderio e a luz do Vukcevic vos ilumine o caminho. Qualquer que seja, onde quer que vos leve, para onde quer que vos desvie e para onde vos conduzir, no fim, enfim, e por fim. Hoje e sempre, de Glasgow a Belfast, numa procissão que nunca verá caída a bandeira verde do Leão mais poderoso de todos os tempos. Aquele que nasceu em Alvalade, conquistou 15 ou 20 000 títulos pelo mundo fora e hoje nos une, aqui.

    Um Feliz Natal e um óptimo Ano Novo a todos, já agora.

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  2. Leão de Alvalade,

    por muito que estude as limitações da teoria da interpretação, continuo a ficar fascinado como duas pessoas conseguem ver coisas totalmente diferentes no mesmo suporte físico.

    Não pretendo nenhuma aproximação a uma verdade universal. Parece-me, contudo, que dificilmente se poderá considerar que o Valdés não "tomou parte activa no jogo" "influenciando o adversário" - com quem corria lado a lado - , algo que não encontra o menor paralelo na acção de Postiga, que se limitou a receber uma bola cortada ao acaso, por acção de outro (e não de si) e muito depois da tal situação de fora de jogo posicional.

    A minha perspectiva, contudo, é outra.

    O desporto e o Sporting deveriam ensinar-nos a não nos escondermos na hora das derrotas. Porque só nos escondemos de nós próprios. Temos de saber reconhecer quando erram a nosso favor para podermos reclamar de quando erram contra. Procurar afastar as más influências dos erros mas compreender que este jogo, muito em particular, se estrutura à volta de quem consegue provocar e prevenir o maior número de erros.

    Sejamos competentes. Não interpretativos.

    Tenhamos boas ideias. Não estiquemos ideias possíveis mas dificilmente concretizáveis e - está visto - ainda menos unânimes.

    Procuremos ser melhores antes dos outros. Não é fácil, mas é muito mais responsabilizador. Porque o futebol ganha-se no resultado final de cada jogo, não nos argumentos que poderão servir no dia seguinte para atenuar os efeitos emocionais de uma desfeita.

    Saber gostar de futebol também é compreender que se pode perder injustamente. No desporto as rivalidades devem ser salutares e gerar a competitividade e não a conflitualidade.

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  3. LdA:

    Não perdi tempo nenhum com o lance do nosso golo contra o fcporto, muito por falta de pachorra e azia com um empate que, independentemente de um ou outro lance mais polémico, tinha tudo para acabar em vitória, não fora mais um exemplo flagrante da incompetência de PS. Mas recordo-me bem da luta isolada do LMGM... Dos poucos que sempre interpretou esse lance como REGULAR e deu-se ao trabalho de o tentar explicar.

    A verdade que é sempre um lance de difícil interpretação. Isso é dos poucos pontos consensuais neste lance. Mas recuperemos a Lei 11 (fora de jogo), que o LMGM trouxe à caixa de comentários na altura, nos aspectos que interessam analisar neste caso em concreto:

    1) Estar em posição de fora-de-jogo não constitui por si só uma infracção.

    2) Um jogador na posição de fora-de-jogo só deve ser penalizado se, NO MOMENTO em que a bola é tocada ou jogada por um colega de equipa, o jogador toma, na OPINIÃO DO ÁRBITRO (portanto há sempre inerente uma interpretação), parte activa do jogo:

    - intervindo no jogo ou
    - influenciando um adversário ou
    - tirando vantagem dessa posição

    Definições
    - “intervindo no jogo” significa jogar ou tocar a bola passada ou tocada por um colega de equipa.

    Minha visão: Valdés no momento seguinte ao pontapé do Rui Patrício não tocou na bola, nem sequer a procurou jogar. A única acção que se lhe nota é correr na direcção do seu meio campo, afastando-se da baliza adversária. A bola nem sequer se dirige para a zona onde ele se encontra. Quem disputa a bola afim de continuar com o jogo é Liedson e Rolando que tentam jogar de cabeça. No momento seguinte, quando estes disputam a pose da bola, já Valdés se encontra atrás de Maicon, logo em posição regular.

    - “Influenciando um adversário” significa impedir um adversário de jogar ou de poder jogar a bola, obstruindo claramente a linha de visão ou os movimentos do adversário, ou fazendo gestos ou movimentos que, no entender do árbitro, engane ou distraia o adversário.

    A minha visão: Valdés não fez rigorosamente nada do que esta definição descreve. No momento do pontapé de Rui Patrício está isolado e não tem qualquer adversário por perto. Está nas costas do (julgo) Rafael Emídio, que não se apercebe sequer da sua presença.


    - “Tirar vantagem dessa posição” significa jogar a bola que ressalta de um poste ou da barra para ele, estando em posição de fora-de-jogo, ou jogar a bola que ressalta num adversário para ele, estando em posição de fora-de-jogo.

    A minha visão: Por fim, Valdês, não tira vantagem da sua posição no momento inicial do lance porque não joga a bola ressaltada de poste, barra, ou qlq adversário. Ganha em corrida a Maicon no seguimento duma bola disputada e perdida por Liedson e Rolando. Ressalvo e repito novamente que o movimento de Valdés antes de ambos (Rolando e Liedson) perderem a bola que disputaram era de afastamento da baliza de Helton e não na sua direcção, partindo, aliás, atrás de Maicon.


    Resumindo:
    No início do lance o Valdés que está em posição de fora de jogo POSICIONAL, afasta-se da baliza. Portanto nessa altura não tira qualquer partido, da eventual vantagem da sua posição (a bola jamais sofrerá ressaltos da baliza ou adversários), esse movimento não interfere nem engana nenhum adversário, e não intervém no jogo, já que a bola irá ser disputada bem longe de si, por Liedson e Rolando. Qd o lance é disputado pelo ar por Liedson e Rolando, para onde o pontapé de Patrício se dirige, Valdês já se encontra atrás do ultimo defesa portista: Maicon. Só após sobrar a bola para o espaço de Maicon, é que Valdés toma parte activa na disputa da bola, ganhando a sua posse a Maicon em velocidade. Este, é um momento posterior ao pontapé de Patricio na direção do seu colega Liedson.

    À luz do que vem estipulado na lei, e a tomar uma posição, tenho que me inclinar mais para o suporte da opinião do LdA e do LMGM. Admito, outras posições, pq como disse, este é um caso mt difícil de analisar.

    SL

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  4. Virgílio,

    a disputa de bola entre Rolando e Liedson é um NÃO FACTO. Não tocaram na bola, não contam para a aplicação da regra do fora de jogo. Se fosse um facto relevante, o Valdés estaria em jogo, porque nesse momento de disputa de bola já está atrás do Maicon. Mas não é.

    Parece simples e é. 99,99% dos especialistas serão da opinião que o Valdés está fora-de-jogo. E isso tem valor.

    Esta é a aplicação mais straightforward da regra do fora-de-jogo. Não há nenhum factor de possível confusão na jogada. No momento do passe do Rui Patrício - que o Valdés vai receber (logo é absurdo dizer-se que está alheado do jogo) - o Valdés está para lá do penúltimo defesa. A bola não é tocada por ninguém, o Maicon não chega sequer a tocar na bola. E é absolutamente indiferente que, depois da bola a viajar, tenha existido um momento em que havia mais de 2 defesas entre ele e a baliza porque não é esse o momento de definição da aplicação da regra (que é o momento em que o passe é efectuado). Não há mais rectilíneo do que isto.

    Achar que isto não é fora-de-jogo levaria (naturalmente) a um resultado absurdo: que um defesa não pudesse disputar a bola quando tem um adversário em fora-de-jogo, sob pena de tocar a bola para ele que está nessa posição. Não apenas isso invalidaria a regra da desconsideração do fora-de-jogo posicional, como criaria um facto de perturbação na regra de fora-de-jogo que tornaria a sua aplicação excessivamente difícil.

    O que se deveria dizer, e que ninguém ousa dizer - pelo menos não o vi em ninguém a fazê-lo - é que o NÃO FACTO da disputa de bola entre o Liedson e o Rolando é efectivamente extraordinariamente enganador.

    Fala-se em benefício e prejuízo, mas pouco se falta no facto de haver um momento que cria uma diversão a quem tem de aplicar a regra numa fracção de segundo. Ninguém diz que só depois de muitas repetições sequer se pensou que afinal nem o Liedson nem o Rolando tinham tocado na bola e que, nessa medida, o Valdés estava adiantado (ao contrário do que aconteceria se tivessem tocado) e que, por essa razão, a situação em concreto era extraordinariamente difícil de apreciar.

    Se há um erro compreensível, é este. Mas não deixa de ser um erro.

    E no que também é importante, interrogo-me se ainda estaria a ser discutido se tivesse sido ao contrário. Imaginem pois o Hélton a chutar, o Carriço a disputar a bola com o Falcão mas sem que nenhum lhe toque e o Hulk, que no momento pontapé do Hélton estaria adiantado em relação ao Polga, a ganhar em velocidade e a atirar para golo.

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  5. MM:

    Estás coberto de razão. Claro que ignorar é a atitude mais inteligente a adoptar ‘naqueles casos’. Normalmente é o que faço. Ou porque é a atitude mais inteligente ou porque, pura e simplesmente, não tenho tempo para ‘debates’, mais ainda porque sei de antemão que aquilo não vai levar a nada. Admito que a primeira intenção, qd iniciei a troca de ‘argumentos’ com o ‘tesourinho deprimente’ que por aqui apareceu, era afastá-lo, apontando-lhe as incongruências e os equívocos do seu discurso. Isto, porque não gostei do tom do gajo, que logo na estreia a comentar ofende o JVL e insistiu com uma tentativa de confrontação gratuita e uma menorizarão intolerável das opiniões do LdA. Mesmo depois de lhe terem chamado a atenção variadas vezes.

    Estás, no entanto, enganado numa coisa: aquilo que se passou ontem não foi uma discussão, já que eu nunca a encarei como tal. Mas ontem como estava com tempo, ‘home alone’ e sem preocupações ou outra coisa com que me entreter, resolvi entrar no jogo do tal Sali. A página tantas comecei a achar piada ao incrementar do tom grosseiro e insultuoso do tipo e na sua vã e cómica tentativa em me ofender e, repito, como estava com tempo e sem nada melhor para fazer, resolvi alinhar na ‘brincadeira’. Principalmente a partir do momento da rábula do ‘andar novo’ versus ‘apartamento’ que tantas gargalhadas me proporcionou e transformou uma tarde que decorria aborrecida num pedaço de tempo bem divertido…

    Eu sei… que fui um bocado egoísta ao permitir que o nível da caixa de comentários do ‘ANorte’ baixasse e atingisse níveis históricos de non sense… apenas para combater uma tarde mais enfadonha. Pode ter sido errado, mas olha também não vem mal ao mundo permitirmo-nos um capricho de vez em quando. Foi um exemplo que, dadas as circunstâncias, dificilmente se repetirá…. Hehehe… (Enfim como todos nós, sou um pecador nato, confesso!).

    Quanto à Ana, também já se começou a perceber que a posição dela será sempre contra a opinião / posição que é sustentada pelos editores do ‘ANorte’. Mesmo se para isso tenha que se colocar ao lado de alguém que nos insulta reiteradamente e que compara os níveis de grandeza do SCP com outros clubes, cujos estádios (e sedes?) se encontram noutras freguesias alfacinhas mais a sul. O que, no caso dela, é não só uma pena… mas igualmente um desperdício.

    De qualquer forma agradeço-te na mesma a solidariedade e a tua preocupação. Podes ficar descansado que é preciso muito, mas mesmo muito mais, que um Sali qualquer para me afectar!

    Abraço.

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  6. PLF:

    Concordo que é um lance difícil apreciação, por várias razões, as quais tu já apresentaste. Concordo também que este lance não merecerá tanta polémica em torno dele, tb por isso não me manifestei naquela altura, pq tendo sido bem ou mal apreciado é, como dizes desculpável: o árbitro assistente tem aqui muitas atenuantes. Também compreendo a tua posição ao não achares justificação para relançar a discussão, mas neste caso já não concordo tanto. Porque, precisamente por ser um lance ‘complicado’ necessita de maior debate…

    Qt ao teu ultimo parágrafo, deixa-me dizer-te que não me custa nada reconhecer os erros arbitrais que favorecem o SCP, não só pq acontecem menos vezes, se comparados com os nossos adversários directos, mas pq a minha prática nesse aspecto o tem comprovado. E já ando pela blogosfera há uns anitos. Aliás, a prova mais recente reside no facto de ter afirmar anteriormente que, nesta época em particular, temos sido muito mais beneficiados que prejudicados. Se calhar, também por isso não me debrucei com a atenção devida na altura em que o lance que estamos agora a discutir ocorreu. Como vez é sempre bom regressar ao passado e esclarecer melhor as situações mais dúbias.

    SL

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  7. PLF:

    Não me apercebi que este assunto tivesse aqui sido tratado anteriormente senão ter-lhe-ia feito referência.

    O intuito deste post nada tem a ver com o jogo em si. Sobre ele escrevi aqui o que pensava e nada tenho a acrescentar ou a mudar.

    Também não quero com ele arranjar desculpas para o que vem sucedendo ao futebol do Sporting que, como disse anteriormente, sendo gerindo de forma tão incompetente, nem é capaz de aproveitar os erros a seu favor como foi o caso, p.ex, com o Vitória de Guimarães.

    Não pretendo catequizar ninguém com o que me parece ser a interpretação mais correcta de ambos os lances e que, a meu ver, me parecem semelhantes, mas julgo que pelo menos merecem a discussão. Concedo que, não sendo um especialista, não tenho outra autoridade sobre o assunto senão o meu próprio discernimento.

    E julgo que, nesse sentido, só se falou tanto do lance do Valdés, por oposição à total ignorância do lance do Postiga, e que pelo menos deveria suscitar dúvidas, por ele ter sido levantado pelo FCP.

    No caso concreto do Jogo, parece-me que, como em muitas outras ocasiões, os paineleiros do "tribunal" do referido jornal sejam imparciais na análise ou tão pouco tenham, pelo seu passado na arbitragem, autoridade moral para tecerem considerações sobre o trabalho de ex-colegas.

    Interrogo-me por isso também o que diriam se o lance fosse precisamente ao contrário...

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  8. Em primeiro lugar faço minhas as palavras do 1º autor: não desçam ao nível de alguns que aqui aparecem porque o que se passou no post anterior torna este blogue igual à maioria o que era uma pena,pelo menos para mim que sou vosso leitor.

    Em 2º lugar o assunto aqui trazido. Confesso que não me apercebi do lance do Postiga mas depois de o ver até me parece fazer mais sentido o fora-de-jogo que o golo do Valdés embora olhando para o que dizem os regulamentos nenhum deles o seja.

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  9. Chamo a atenção para o primeiro golo do Vitória contra o Beira Mar nesta jornada. Pena que nos jogos sem ser dos grandes não fale o "tribunal"... do dono, ou do pato se quiserem.

    PLF, para disputar uma bola ou até para ter posse não preciso de contactar com ela. O exemplo mais vulgar disto é a protecção que um defesa faz da saida de bola para beneficiar de um pontapé de baliza. Ele mantém-se a uma distância da bola onde se considera que a tem jogável protegendo a bola sem contudo a tocar.

    Rolando e Liedson, saltam para disputar o quê? O ar?

    Nunca disse que Váldez não se encontra em posição de fora de jogo quando Patricio chuta a bola (mas alheado da disputa da bola), quando ele a disputa já está em jogo e parte de uma zona diferente daquela para onde a bola foi jogada inicialmente pelo guarda-redes do Sporting.

    P.S.- Atenção, o lance do Vitória é claro fora de jogo, só não tenho a certeza se há um toque anterior do defesa do Beira Mar. Mesmo assim sancionaria, a bola é dirigida para ele em posição irregular ao contrário do lance de Postiga.

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  10. LMGM,

    cada um é livre de interpretar como quiser. Eu sigo apenas aquela que me parece ser a interpretação da esmagadora maioria das pessoas.

    Dois apontamentos apenas.

    1. Isto está nas regras interpretativas da FIFA.

    In the context of Law 11 – Offside, the following defi nitions apply:
    • “nearer to his opponents’ goal line” means that any part of a player’s
    head, body or feet is nearer to his opponents’ goal line than both the
    ball and the second-last opponent. The arms are not included in this
    defi nition
    • “interfering with play” means playing or touching the ball passed or
    touched by a team-mate
    • “interfering with an opponent” means preventing an opponent
    from playing or being able to play the ball by clearly obstructing
    the opponent’s line of vision or movements or making a gesture or
    movement which, in the opinion of the referee, deceives or distracts an
    opponent
    • “gaining an advantage by being in that position” means playing a ball
    that rebounds to him off a goalpost or the crossbar having been in an
    offside position or playing a ball that rebounds to him off an opponent
    having been in an offside position.

    No sentido acima, tentar jogar a bola é como tentar fazer um passe ao GR. Se não se toca na bola, não há passe. Se se corta a bola (como o Polga para o Stojkovic no Porto há uns anos atrás), não há passe - ainda que haja toque. É simples. E é desejável que seja simples.

    http://pt.fifa.com/mm/document/affederation/generic/81/42/36/lawsofthegame_2010_11_e.pdf

    Situação do Postiga é a 11, pág. 107.

    2. Mesmo que o Rolando tivesse tocado na bola, o Valdés estaria fora-de-jogo. Porque não basta que exista um corte, é necessário que exista um passe para que o fora-de-jogo do início da jogada deixe de existir. É a situação 12, pág. 107.

    Abraço.

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  11. LMGM,

    minto. Se o Rolando toca na bola - como no caso do Postiga contra o Portimonense - esse é o momento relevante para aferir o fora-de-jogo. Havendo toque E intencionalidade de jogar a bola, esse é o momento determinante.

    Só havendo intencionalidade, não é determinante.

    Abraço

    ResponderEliminar
  12. Típica noção de não perteber do que fala.

    Valdés, nenhum jogador, pode tirar partido de uma posição irregular, na mesma jogada, portanto sem intervenção de mais alguém que porventura interfira na jogada em causa. Valdés aproveita-se disso já que mais ninguém tocou na bola.

    Não adianta mistificar. É fora-de-jogo e o auxiliar sabia que ele estava adiantado, mesmo sem ter a noção do pontapé longo do RP. Instintivamente, o auxiliar devia marcar fora-de-jogo porque com ou sem pontapé longe, se não viu a origem da jogada, como ninguém mais tocou na bola o Valdés participou activamente na jogada e não podia.

    O lance de Postiga, que não vi, pode ter diferente tratamento, sim. Pode estar, antes, em fora-de-jogo passivo. Um ressalto, uma defesa do g.r., uma "nova" acção de jogo, mas entretanto com Postiga a recolocar-se em jogo, pode permitir-lhe marcar.

    Só não percebe quem não quer entender.

    ResponderEliminar
  13. Não percebo o porquê de tanta discussão sobre este lance. O auxiliar só marcaria fora-de-jogo se conseguisse ter os 2 olhos a apontar para os 2 sitios ao mesmo tempo (Rui Patricio e Valdes). Como teve que olhar para o Patricio, de forma a saber quando ele pontapeia a bola, quando volta a por os olhos em Valdes, já ele estava em linha com a defesa do porto.

    ResponderEliminar
  14. Zé Luís:

    O típico comentário arrogante de quem não sabe argumentar.

    Como disse no post aceito qualquer outra interpretação, desde que devidamente enquadrada pela lei. Porque é isso mesmo que o que vem descrito na lei XI, e que retirei do site da LIGA, permite:

    "a posição de fora-de-jogo só deve ser sancionada se, no momento em que a bola é tocada por um colega ou é jogada por um deles, o jogador toma, na opinião do árbitro, parte activa do jogo".

    Ao admitir a interpretação do árbitro, permite a introdução da subjectividade.

    Eu também entenderia, como certamente entendeu o arbitro, que Valdés não toma parte activa no jogo no momento do pontapé de Patricio, uma vez que a bola é disputada noutro local, longe do chileno. Mais ou menos o mesmo que acontece no lance do Postiga.

    ResponderEliminar
  15. Desculpa, leão, mas o auxiliar tem de agir quando deve e não em qualquer circunstância.

    O auxiliar está bem colocado, viu a linha de defesa do Porto e que Valdés estava bem adiantado. Valdés faz-se ao lance depois de Patrício chutar. A bola sobrevoa o meio-campo, Rolando e Liedson disputam-na sem a tocarem. Valdés faz-se prontamente ao lance.

    É só uma questão de atenção. Quando Valdés se faz ao lance não está em fora-de-jogo, de facto, mas como na viagem da bola desde RP ele quis colocar-se em jogo isso não legitima que fique em posição regular. Não é subjectividade, nada é mais objectivo do que isto no fora-de-jogo. Nada.

    Não é, por isso, arrogância, é mais uma tentativa canhestra, mas habitual na calimerice, de olhar as regras como dá jeito. Aquele lance é inadmissível. Ponto. Porque é tudo tão claro, não há interferencia de alguém ma jogada que nem que a bola viesse ao ralenti e demorasse 25 ou 30 segundos a chegar à área do Porto o Valdés nunca poderia jogar aquela bola.

    Se, no caminho, com Valdés em fora-de-jogo, alguém tivesse tocado a bola, para o lado e a jogada se desenrolasse de outra forma, seria já uma outra jogada e se entretanto Valdés se repusesse em jogo poderia participar activamente no desenvolvimento da jogada.

    Há ali só uma falta de atenção gritante do Ramalho, mas como anda afectado desde o cachaço na Luz nem admira. Se os periodistas de ocasião nem reportaram o assunto é por verem os jogos com o olho cego costumeiro e a maioria, 98%, estão baseados em Lisboa.

    Agora, depois de se ver o lance na tv, repetidamente, argumentar que poderia ser válido nem é arrogância, é ignorância. Porque ninguém mais, face às evidências, contestou o lance. Tão claro ele é. Adulterar isto é uma forma serôdia, canhestra de falar de uma acção das mais objectivas nas várias dificuldades que enformam a apreciação do fora-de-jogo.

    Ramalho nem seria obrigado a ver Valdés tocar na bola. Sabendo-o à partida em fora-de-jogo, se ninguém tocou ou alterou a direcção da bola chutada por RP, deveria levantar a bandeirola logo que Valdés se fez ao lance. É básico.

    Tomo outro exemplo de como o auxiliar deve esperar para ver como decorre uma jogada que em princípio deveria ser anulada se se precipitar a levantar a bandeirola.

    O 1-0 do FCP ontem na Mata Real: livre de Hulk, bola para o monte mas para ningúém em especial, há portistas em fora-de-jogo posicional mas se nenhum ataca a bola (vai muito no ar) há sempre fora-de-jogo passivo que não deve ser sancionado. Finalmente, esperando para ver, a bola cai no espaço vazio e Otamendi, vindo de trás, marca legalmente.

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