domingo, 31 de agosto de 2014

Derby: satisfação e preocupação

Duas ideias fortes que sobressaem do jogo e do resultado final do derby que acabou há pouco na Luz:

Satisfação pelo resultado alcançado, que interrompe uma série negra e embaraçosa naquele estádio. Não é o resultado mais desejado mas foi um resultado que minimiza impactos psicológicos negativos resultantes dos 4 pontos de atraso que a partir de agora nos distanciam do FCP.

Preocupação pela falta de qualidade patenteada pela nossa defesa, em particular de Sarr. Sempre ausente dos lugares que devia ocupar, marcações homem a homem absurdas que o desposicionam, abrindo grandes buracos no centro da nossa defesa. Maurício, que tem as limitações que se sabem, precisava de outro companheiro a seu lado. Talvez seja suficiente para adversários mais fáceis mas com a actual dupla, em jogos como os da Champions, que encontraremos adversários mais fortes do que os de hoje, qualquer jogo se pode transformar numa terrível dor de cabeça para nós.

Uma pequena nota para Nani: sem fazer um jogo brilhante, foi determinante na recuperação da confiança da equipa no pior momento na segunda parte, quando o adversário estava completamente por cima do jogo. A importância de o termos connosco também se avalia nestes pormenores.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Quem são como e com quem jogam os adversários do Sporting na Champions League

O @ruimalheiro realizou um trabalho de apreciação dos adversários do Sporting na fase de grupos da Champions League. É uma espécie de introdução ao que nos espera na competição, seguramente que, mais tarde, voltaremos ao tema de forma mais personalizada, aquando dos jogos com cada um dos adversários em questão.


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Hadi(r) para o Sacko

Depois de Paulo Oliveira, André Geraldes, Junnya Tanaka, Ryan Gauld, Slavchev, Naby Sarr, Oriel Rosel, Ramir Rabia e Nani, chega agora Hadi Sacko. Como o próprio reconheceu já, vem para aprender. 

Felizmente há Nani para contrariar a impressão generalizada de que a ideia base da politica de aquisições foi o futuro. Logo num ano em que se assume declaradamente a candidatura ao titulo e há o regresso à Liga dos Campeões. No futebol o futuro é o próximo jogo.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Grupos e objectivos possíveis da Champions League: sonhos de uma qualquer noite de verão

Aproxima-se a hora do sorteio para a fase de grupos da Liga dos Campeões e, embora haja ainda jogos a disputar que definirão adversários possíveis, já é possível avaliar o que nos pode esperar na competição. 

Objectivo mínimo a cumprir: dignificar o nome do Sporting Clube de Portugal é o primeiro de todos. Depois o apuramento para a fase seguinte da Liga Europa. Pode parecer pouco ambicioso mas, avaliando adversários e o actual plantel à disposição de Marco Silva, pode, aos mais realistas, já parecer uma corda no limite da tensão. Acresce à valia individual e colectiva do plantel a falta de experiência em jogos internacionais, o peso dos cenários também contará, e muito.

Neste momento os potes contêm os seguintes "rebuçados"( a bold os clubes nacionais que nesta fase não podem ficar alinhados no mesmo grupo e com asterico os que creio virem a ser apurados, os do pote 3, onde estamos incluídos, também não contam):

POTE 1
 
Real Madrid
Barcelona
Bayern Munique
Chelsea
Benfica
Atlético Madrid
Arsenal* 
FC Porto
 
POTE 2
Schalke 04
B. Dortmund
Juventus
Paris SG
Shakhtar Donetsk
Basileia
Zenit
Manchester City
 
POTE 3
Bayer Leverkusen*
Olympiacos
CSKA Moscovo
Ajax
Nápoles*
Liverpool
Sporting Clube de Portugal
Galatasaray
 
POTE 4
Anderlecht
Salzsburgo*
Roma
Steaua Bucareste*
Apoel Nicósia
Bate Borisov
Maribor
Mónaco
 
Adversário do pote 1: Arsenal ou Atlético de Madrid. Todos os adversários são fortes, em teoria deveríamos considerá-los apurados e capazes de nos causarem sérios embaraços. O clube de Wenger não é o mais acessível é apenas o que me parece ser mais plausível de poder ter um dia não. Já dois será mais difícil. O Arsenal tem ainda o atractivo de transplantar por um jogo o cenário dos grandes jogos, para os quais fizemos o novo Alvalade. 
 
Talvez o Atlético de Madrid, pelo que vi na passada jornada da Liga Espanhola, se aproxime de um adversário mais ao nosso nível, especialmente se os obrigarmos a ter que assumir o jogo. Todos os outros me parecem "dispensáveis". A minha escolha, apesar de prever uma eliminatória quente dentro e fora do relvado.
 
Adversário do pote 2: Shaktar ou Basileia. É ao olhar para o segundo pote que os adeptos começam a por os pés no chão e a perceber a dificuldade da tarefa. Alemães, não obrigado. Italianos, não obrigado. Paris é uma cidade linda para passear. St. Petersburgo é monumental mas muito longe. Shaktar seria uma guerra dura de travar mas apostava na instabilidade reinante, que dificilmente não se estende à equipa, que jogará longe (em principio, embora as últimas noticias possam fazer crer que a situação ucraniana está a estabilizar) da Donbass Arena. Uma ida a Basileia não seria a procura do chocolate de leite, teríamos que funcionar como um relógio suíço. Mas se não podermos para estes dois, mais vale nem pensar sequer na... Liga Europa e ficar em casa a pensar na... Taça da Liga.

Adversário do pote 4: Todos menos a Roma. Sentimentos mistos em relação ao Mónaco. Se for para os deixar para trás na classificação e acertar umas contas com o Jardim: a contratação do Magrão, a titularidade do Maurício sobre o Dier (espero que tenhas bons streams...), o equívoco do Héldon, adjudico. Se for para lhe agradecer o resultado final do seu trabalho, também, porque a gratidão é um sentimento nobre, assim o é também o Sporting Clube de Portugal.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Lições: Arouca, Nani & Aboubakar

Lição Arouca
"Não há jogos fáceis na I Liga" poderia ser o sumário de lições tantas vezes repetido. Assim foi o jogo do passado sábado e assim serão grande parte dos jogos que ainda temos pela frente. Dificuldades que aumentam quando o golo não surge e o nulo adensa a possibilidade de mais 2 pontos ficarem pelo caminho.

Mais do que o momento tardio em que o resultado foi alcançado - fosse sempre assim e ninguém ficaria triste - foi o constatar da dificuldade em criar oportunidades claras de golo que me deixou preocupado. Não que elas não tenham surgido, mas aconteceram em quantidade que exige uma eficácia de que poucas equipas se podem gabar. E já deu para perceber que Montero vive no extremo oposto em que nos encantou na época passada: há um ano atrás era cada toque cada golo, este ano as bolas parecem atraídas pelos pés de guarda-redes e defesas.

A bola continua no campo de Marco Silva. Se a ideia é continuar a chegar à baliza via cruzamentos constantes, a aleatoriedade aumentará exponencialmente. Atente-se ao golo obtido por Mané: há muito mais de sorte na trajectória da bola do que intenção. Assim faz todo o sentido ter um jogador como Slimani no lugar de Montero e jogadores como André Martins ou João Mário fazem menos sentido. Mas seriam jogadores como eles (abaixo juntarei Nani) que nos dariam melhores garantias para chegar com qualidade ao último terço do campo, no centro do terreno. É de maior qualidade que o nosso jogo está a precisar, uma vez que nada há a apontar aos jogadores.

O derby, pelas suas características especiais, não servirá de grande exemplo. Mas, até pela disposição táctica habitual  das equipas de JJ, se o Sporting não souber explorar os espaços entre médios e defesas encarnados e insistir em cruzamentos para a área diminuirá consideravelmente as suas possibilidades de êxito. Isto mesmo admitindo que Marco Silva aposte num jogo de espera e transições rápidas. Mas a minha preocupação principal para o derby é o centro da defesa.

Lição Nani
Ter falhado um penalty que ninguém lhe pediu para marcar foi, estou certo, uma boa lição para Nani. Isto é o mais importante a retirar deste episódio, uma lição de carácter pessoal, apesar das mil e uma extrapolações que entretanto se fizeram. Compreendo a vontade de assumir o risco, o que deve ser entendido como um sintoma de compromisso com a equipa. De outra forma, com o resultado a zero, o normal seria pensar em não se expor. Apesar do resultado não ter sido o desejado, o que o levou a ele só posso entender como uma boa noticia.

Já agora, volto a Marco Silva: não lhe valerá de muito ter à disposição um jogador deste calibre se a equipa prescindir de usar os espaços frontais à área adversária.

Lição Aboubakar
O FCP fez nos habituou há 30 anos sempre que sente que o Sporting deve ser levado a sério: com a contratação de Boubakar ao Lorient Pinto da Costa visa impedir que o Sporting se reforce e, simultâneamente, desferir um golpe no amor próprio dos adeptos Sportinguistas. Nada que não tenha tentado e conseguido anteriormente.

No que ao Sporting diz respeito, devo dizer que não fico triste com estes recentes desenvolvimentos. Parte concedo que deriva do meu desconhecimento do real valor do jogador. Este facto, associado ao elevado preço e ao facto de poder ser mais  um jogador convocável para a qualificação e eventual fase final do CAN, onde os Camarões são sempre favoritos, tornaria a contratação demasiado contingente. Duvido também que venha emprestar mais do que Ghilas já podia dar, o que nos diz muito da forma "tudo ou nada" como o FCP tem encarado o mercado.

Voltando ao primeiro parágrafo, e mesmo sem saber quem detém os restantes 70% do passe, não é necessário ser particularmente conspirativo para não pensar num hipotético relacionamento com o recente corte de relações com a Doyen e esta aquisição.

Poder-se-ia dizer que o Sporting não foi suficientemente "furtivo" na abordagem ao jogador, atendendo a que a noticia de negociações, inclusive da viagem de Virgílio a França, foram amplamente divulgadas. Uma ilusão, porque antes de noticias deste teor chegarem aos jornalistas há muito são conhecidas dos agentes e empresários. Mas fica a lição, que terá, seguramente, mais sumários de teor idêntico.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O regresso de... Bruno de Carvalho, o negócio Rojo e o pavilhão que ainda "não é nosso"

O regresso de Bruno de Carvalho
O regresso de Nani foi também o "regresso" de Bruno de Carvalho. O inicio de época não lhe estava a proporcionar o meio onde se sente mais à vontade: o do impacto das ondas de emoção, que ele sabe gerir muito bem no seio dos adeptos. É a praia dele, está como peixe na água. A época estava longe de lhe (nos) estar a correr de feição: as aquisições chegavam tão tristonhas como os equipamentos e os dias deste estranho verão sem encantar. Os resultados resvalavam e com eles a confiança da equipa e dos adeptos.


Tirar Nani da cartola foi uma jogada de compêndio, uma carta jogada no momento certo e que vira o jogo em diversos tabuleiros. Desde logo o mais importante, o apetrechamento da equipa, com um reforço de R maiúsculo, mas que se estende para lá do plano técnico. Bruno de Carvalho viu em Nani também a vitamina  para o impulso necessário para a venda das GB's e reavivar do interesse e apoio indispensável em torno da equipa. Ao seu estilo, não se coibiu de recolher os louros do trabalho realizado, em "voltas de honra" no estádio e no aeroporto. 

Há quem goste e quem não aprecie, retenho o mais importante sobre a minha opinião pessoal: a relação adepto/clube é acima de tudo emocional e é preferível mantê-la viva do que deixá-la definhar. O estádio de Alvalade tinha ontem mais gente que num treino do que a quase totalidade dos estádios da I Liga em dia de jogo. Assim se afere o carácter dos adeptos que sustentam o clube e distinguem-no dos outros. A minha opinião, que aqui já deixei bem clara, é que a ideia de uma pessoa ser mais do que clube é, a prazo, perniciosa para o próprio clube e para a sua identidade.

O negócio Rojo
O futebol é o momento e não me enganarei muito se disser que este é o valor máximo que algum clube irá conseguir por Rojo. Isto diz tudo o que penso do negócio: fabuloso! 

Aos 20 milhões acrescem os 5 milhões anuais que Nani cobra ao Manchester United, registando-se aqui um reencontro com a história: Nani sai por 25 milhões e regressa envolvido num negócio realizado pelo mesmo valor. Quem sabe não esteja aqui encontrado já o número para a sua camisola e o nome de guerra: o "Sr. vinte e cinco milhões".

Seria o negócio perfeito se não impendesse sobre ele a sombra do contrato rasgado com a Doyen. Até à sua resolução a valorização deste acto tem ser neutra. As consequências podem vir a ser nulas também, no melhor cenário possível, caso o Sporting venha a recolher uma sentença totalmente favorável. Mas podem ser também gravosas para o clube, caso a Doyen veja reconhecida a razão do seu lado. Uma possibilidade que, a verificar-se, não se esgotaria na restituição aritmética da percentagem que era detida pelo fundo, os tais 75%, e que podem ir até à captura de receitas via providências cautelares, atendendo ao estado económico da SAD, ultrapassando os 20 milhões recebidos.

Este é um assunto de que iremos falar e ouvir falar nos próximos tempos, pelo que, recusando sofrer ou festejar por antecipação, o melhor talvez seja mesmo ir gozando o momento de ver o Nani de novo com o Leão ao peito.

O pavilhão que não é nosso
Aproveitando a entrada de um valor substancial a SAD comunicou ontem que "pretende afectar, em termos legais a definir, 9 milhões de euros à construção do Pavilhão do Sporting Clube de Portugal, continuando a Missão Pavilhão em funcionamento até ser angariado o valor de 1 milhão de euros." A ideia merece-me total aprovação e aplauso, sem qualquer reserva. 

Porém os termos propostos oferecem-me dúvidas da sua exiquibilidade a curto prazo, mesmo que a totalidade das verbas (os 20 milhões) entrassem de imediato nos cofres do clube, o que sabemos já não vai acontecer. Importando pouco para já saber se, das 3 tranches ontem anunciadas (10 milhões + 5 milhões + 5 milhões) quais serão aplicadas na construção referida, já o mesmo não sucede quanto à solução legal que o clube encontrará. Por isso o comunicado refere "em termos legais a definir" porque os valores a receber pelo Rojo pertencem à SAD e o titular da construção é clube.

Se a transferência de verbas entre as duas entidades (Sporting SAD e clube) será, do ponto de vista interno, pacifica, não sabemos como ela será vista pelos credores e se estes têm uma palavra a dizer na matéria. E todo este raciocínio só é válido se o dinheiro vier de facto, o que, como foi dito acima, está ainda por saber.

Mas as dúvidas relativamente à construção do pavilhão não se extinguem aqui, aliás arrastam-se desde o inicio da constituição do processo conhecido como "Missão Pavilhão". No mesmo comunicado afirma-se que o concurso de adjudicação da construção do Pavilhão está na fase conclusão. Ora até quem não percebe muito de construção civil constatará que para haver concurso teria que haver um projecto sobre o qual os interessados (empresas ou consórcios de construção civil) baseassem as suas ofertas. Pelo menos que eu saiba ou tenho sequer constatado rumores esse projecto não existe. 

Assim sendo, como pode ele estar em fase de conclusão de processo para adjudicação ou pode ser sequer estar orçamentado um projecto que não existe? Porquê 10 milhões e não 9,5 ou 8,95? É que estamos a falar de diferenças de verbas de 500 mil euros ou mais, valores muito próximo do que foi até agora amealhado e cuja diferença pode definir ou não a própria exequibilidade do projecto. 

Questões como estas, e outras do mesmo teor, lançam demasiadas dúvidas e estas nunca foram propriamente o combustível ideal para a adesão em massa, como se deseja, a uma ideia. Talvez estejam aqui algumas das explicações da adesão anémica a uma ideia que se sabe ser acalentada de forma consensual, como poucas o serão no Sporting.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

"A vida real só é atingida pelo que há de sonho na vida real." Hoje todos somos Nanis

"A vida real só é atingida pelo que há de sonho na vida real."* 

Num acto apenas o regresso de Nani cumpre a realização de vários sonhos: 

- O do próprio Nani de voltar a jogar de leão ao peito, exprimindo gratidão e sentimento de pertença à família leonina. 

- É a realização do sonho de muitos adeptos ver um dos melhores jogadores formados em casa voltar ao Sporting na plenitude das suas faculdades, de mote próprio, pelo coração e não por mera conveniência. 

- O regresso de Nani é, acima de tudo, o regresso de um Sportinguista a casa, o sonho de todos e cada um de nós. No sonho que ele transformou em realidade, hoje somos todos Nanis.

*Clarice Lispector

Nani? Sim, mas... Anderson? You hear that Mr. Anderson? Goodbye, Mr. Anderson...

A entrada de um bom jogador como Nani significaria sempre um acréscimo de qualidade necessário e desejado para o plantel do Sporting. Acrescem às suas qualidades técnicas a importância que o seu regresso importaria para o amor próprio de uma casa mais habituada a ver os seus melhores partirem quase sempre demasiado cedo e sem regresso, mesmo que apenas emocional. Nas mais das vezes a relação com o clube resume-se a tiradas vagas, politicamente correctas, sem grande alcance prático.

Mas o tão agora falado e aparentemente tão desejado regresso de Nani tem perigos que devem ser considerados. Nani não pode ser visto pela bancada como o "salvador da pátria", o que vem resolver todos os problemas, porque é apenas um e os desequilíbrios no plantel, ao nível da qualidade e não quantidade, são vários. Ao nível do balneário a importância da chegada de um jogador como Nani é "uma faca de dois legumes": integrar um jogador milionário num balneário remediado tem de ser gerido com pinças e microscópio. 

O sucesso da operação Nani residirá sempre em maioria de percentagem na vontade do jogador. Na vontade de voltar pela mesma porta por onde saiu, a grande, e a de ser útil e dos melhores entre os melhores. É aqui que reside a minha dúvida, não faltam a Nani propostas mais vantajosas do ponto de vista do dinheiro e mais atractivas do ponto de vista desportivo (sair da Barclays Premier League para a Liga que nem patrocinadores tem não o é). A vir, será pelo coração.

Já Anderson como moeda de troca resumo numa citação do Matrix: 

You hear that Mr. Anderson?: 


That is the sound of inevitability... Goodbye, Mr. Anderson...

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O maior problema para Marco Silva é o... Sporting

Ao tempo da "grande seca" (18 anos sem ganhar um campeonato) o Sporting passou a ser conhecido como um cemitério de treinadores. Como todas as generalizações, a asserção pecava por excessiva, muitos dos treinadores desses anos não nasceram para treinar o Sporting, pelo que o seu "falecimento" não nos devia ser imputado. Muito menos sentido faz que se diga que aqui ficaram enterrados, se não havia assento de nascimento.

Isto vem a propósito do jogo do passado sábado, o pensamento ocorreu-me quando relembrei a passagem de Paulo Sérgio pelo Sporting. Lembro-me vagamente de lhe terem perguntado - na verdade era uma pergunta que era feita a quase todos os treinadores, pelo que admito que possa estar a ser atraiçoado pela memória - se não tinha receio de vir trabalhar para o Sporting, perante o historial de insucesso do seu futebol e até do momento conturbado (um dos muitos) em que vivíamos. O homem não poderia responder de outra forma como a que terá respondido na ocasião, esconjurando o mau agoiro que, afinal era apenas mau. Não era agoiro, como a realidade acabou por demonstrar.

Desde a primeira hora que fui um acérrimo critico da escolha de Paulo Sérgio, nunca chegando a perceber que critérios presidiram à sua escolha. Sendo verdade que a sua carreira registava um sentido ascensional, nem o futebol praticado pelas suas equipas constituíam propriamente uma referência, como não registava êxitos - leia-se títulos - assinaláveis. Critério que era ainda mais difícil de descortinar quando se sabia que o Sporting tinha conseguido um compromisso com André Villas Boas, que anularia. Ou que Paulo Sérgio chegava para substituir Carvalhal que, além de uma postura exemplar perante um clube cuja SAD não o trataria com a elevação que merecia, conseguiu devolver alguma dignidade ao futebol praticado, apesar do ambiente hostil.

O tempo ajuda a peneirar a intensidade das coisas e acabei concordando com a opinião de um amigo, com quem partilhava a perplexidade da escolha. Dizia-me ele que mesmo o Paulo Sérgio poderia ter feito muito melhor se tivesse uma estrutura que, dentro do seu estilo, lhe tivesse dado os jogadores que precisava. No fundo um clube que o ajudasse a crescer, dentro das suas limitações.

Obviamente que este longo intróito serve para falar de Marco Silva. O jovem treinador assumiu um risco que, lembre-se, Jardim não quis. Ninguém duvide que não foi apenas o dinheiro que seduziu o treinador madeirense. Ele, melhor do que ninguém, percebeu que esta época,-  por mérito seu, assinale-se,  - iria ser a mais difícil dos últimos anos. Manter a classificação já seria um grande desafio, superá-la com a anunciada candidatura ao titulo, com as nossas limitações e o poderio dos rivais, é um salto sem rede. Este é o problema de Marco Silva, superar as expectativas criadas por um segundo lugar que, não tendo caído do céu, pareceu natural, quase fácil. 

Não duvido do acerto da escolha da SAD quando se comprometeu com Marco Silva, tal como anteriormente aqui afirmei. Tivesse essa felicidade sido repetida nas escolhas das aquisições e a época poderia estar a ser encarada com outra... tranquilidade. Infelizmente isso não aconteceu, e esse é, repito, principal problema de Marco Silva: elevar a fasquia dos objectivos com o  afundar o ponto de apoio para um salto maior porque os "reforços" que, até ver, não o são. É cada vez mais claro que o Sporting não está mais próximo dos seus rivais, apesar das revoluções por estes encetada. O argumento do dinheiro, (a falta dele), é real mas mais difícil de explicar quando já lá vão 10 milhões em aquisições.

Isto não é dizer que Marco Silva não tem responsabilidades. Nenhum treinador se pode furtar a elas até porque, em última análise, nem que seja apenas de forma tácita, aceita o que lhe dão. Mas é na soberania das suas escolhas que pode fazer o seu próprio caminho, ainda que limitado. E, em relação a Coimbra, podia ser mais feliz. Felicidade que não faz por merecer quando escolhe Heldon, por exemplo, apesar da coragem até agora evidenciada, quando não oferece a titularidade "porque sim" aos jogadores que a SAD desatou a contratar. Talvez precise de um pouco mais para olhar para a equipa B, onde existem vários jogadores a precisar e a merecer novos desafios: Esgaio, Figueiredo, Chabi, Guald, Medeiros.

O lado da gestão da SAD é, sem dúvida, o factor determinante. Contudo a importância da bancada não deve ser esquecida. Não fazem sentido grande parte das reacções negativas face ao resultado de Coimbra, especialmente se estas se fizerem ouvir no estádio no próximo jogo. Os momentos iniciais da época são definidores, o Sporting não pode perder mais pontos até ao jogo da Luz. E, face ao desaire de sábado, está ainda mais obrigado a ir buscá-los ao campo do rival, se não quiser começar a ler com dificuldades os nomes dos seus predecessores na classificação. A última coisa que o Sporting precisa é de desagregação. Sempre, obviamente, nos momentos mais difíceis ainda mais.

São estes os dois principais problemas de Marco Silva e todos eles vêm de dentro do Sporting. Resolvamos esses para depois termos legitimidade para nos preocuparmos com os que possam vir de fora.

Nota breve sobre a equipa B: Se a ideia é fazer crescer Ryan Gauld não faz sentido pô-lo disputar segundas bolas no meio das torres adversárias no meio-campo. Ou se joga com a bola no chão ou então mais vale pô-lo a estagiar no... Dundee, onde esse processo é permanente usado. O mesmo é válido para Podence, Chabi e Medeiros, por exemplo. E, por falar em equipa B, Sambinha, Enoh e Dramé parecem ter sido comprados ao quilo e não pelo talento.

sábado, 16 de agosto de 2014

Coimbra desencantou nos minutos de despedida

Empate triste e difícil de engolir, mas algo espectável a partir do momento em que William é expulso. O Sporting, até aí mais ou menos equilibrado ou a fazer pela vida, parecia ser capaz de manter o resultado alcançado aos quinze minutos, através de um golaço de Carrillo. Um golo que não fez muito bem à equipa, que, devagar, devagarinho, se foi acomodando à ideia de ficar com os 3 pontos com o golo solitário. Algum mérito da equipa da Académica, sobretudo na segunda parte, quando decidiu reduzir-nos o tempo e o espaço de construção de jogo. Mas acabou por se repetir uma tendência dos jogos mais recentes de sofrer golos de forma infantil no final do tempo de jogo.

Será com certeza objecto de discussão a opção de Marco Silva e o tempo que demorou a ser tomada.  O golo sofrido legitimará quase todas as hipóteses a considerar. Desde a escolha de Esgaio para a bancada, como o número de jogadores no meio-campo, tudo é possível depois de ver o jogo. Mais importante que o número de jogadores que deixou no meio-campo, os jogadores que deixou e a forma que os dispôs é que podem ter sido determinantes. Por exemplo, manter Rosell, que lhe daria melhor reacção à perda de bola e melhor qualidade em posse, encostado a uma lateral, já me parece ser questionável. 

Depois há que considerar as limitações das escolhas possíveis para Marco Silva. Este plantel tem uma falta de qualidade que se torna mais evidente quando é necessário "fazer mais qualquer coisa". Um ano difícil a caminho, a menos que os próximos 15 dias sejam mais felizes e produtivos que os anteriores da pré-época, no que ao reforço do plantel diz respeito. 

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Em modo de Doyen a quem doer

Sou um Sportinguista privilegiado
Ter trabalho nos dias que correm é um privilégio, mesmo quando o trabalho é muito. Tem sido o caso nos últimos dias. Assim, os acontecimentos que ditaram o afastamento por indisciplina de Rojo e Slimani chegaram-me não a frio e aos pinguinhos, como se de tortura chinesa se tratasse, mas já devidamente coados pelo tempo. Dessa forma a irritação, o desconforto e a perplexidade que habitualmente se instalam nestas ocasiões - que infelizmente se repetem anos após anos - foram consideravelmente atenuados. Neste sentido, considero-me um Sportinguista privilegiado.

Sou um Sportinguista crédulo

Se se derem ao trabalho de reler o post anterior notarão que o meu feeling era de que ambas as situações se acabariam por resolver, com maior ou menor atrito, resultante da diferença de interesses em confronto, a contento das partes. Os jogadores veriam reconhecidos os seus bons desempenhos ao serviço do clube, com a possibilidade de progredirem nas suas carreiras. O clube receberia o retorno adequado pela valorização que lhes proporcionou, assim como ainda veria os seus cofres fortalecidos para a necessidade de os substituir e de realizar mais valias. Assim seria se o bom senso tivesse prevalecido.

Não sou um Sportinguista implacável mas reconheço a importância da disciplina
A possibilidade de um profissional suspender, de forma unilateral, o exercício das suas funções, mesmo em casos litigiosos com a entidade patronal, não pode ser tolerada, facto que nem merece discussão. Não só pelas repercussões que a impunidade teria entre profissionais, mas também pela mensagem que se replicaria no clube em cascata. Entre esses, destaco em particular os que fazem das tripas coração - leia-se sacrifícios e escolhas difíceis para seguir o Sporting, pagar quotas, GB's etc. Já foi possível entretanto perceber que as faltas em que os jogadores terão incorrido serão de natureza diferente, o que se constata com despromoção de Slimani para a equipa B.

A importância da vontade
Há também que considerar o seguinte, até por uma questão de equidade: sendo verdade que os jogadores assinaram de livre vontade, é determinante que essa vontade se mantenha para que o essencial do seu compromisso se mantenha. De outra forma têm que compensar o clube da valorização que o clube lhes proporcionou, interessando pouco discutir se ela seria ou não possível ou até maior com outra entidade. E, a ser verdade as verbas de que se fala, essa situação seria possível de se verificar. Isto é muito diferente de pretender que os jogadores se aprestam a fugir pela porta dos fundos à socapa porque há quem lhes pague mais.

No fundo, no fundo, ninguém gosta dos fundos
Não conheço ninguém, para lá dos que deles beneficiam, que seja capaz de articular um discurso coerente descrevendo os fundos como um modelo de virtudes. Como qualquer outra fonte de financiamento ela tem vantagens e inconvenientes. Acresce contra os fundos a opacidade dos seus interesses e composição, bem como da origem e forma como dinheiro circula. Mas há também que não mistificar em demasia, sob pena de se perder a objectividade.

Os fundos são tão amigos dos clubes quando lhes proporcionam a possibilidade de ter ao seu serviço jogadores que, de outra forma lhes seria impossível, como são os bancos quando nos oferecem a possibilidade de adquirir uma casa que, sem os seus (em)préstimos ficaríamos por comprar. O mesmo exemplo poderia ser dado para carros, ou ate mesmo para a alavancagem de negócios empresariais. As relações podem ser as melhores, ou apenas convenientes, é uma relação de interesse. A simpatia pelos bancos e pelos banqueiros entre os comuns mortais é tão grande como pelos fundos e empresários entre os clubes.

Convém no entanto lembrar que quer uns (bancos e banqueiros) quer outros (fundos e empresários) mantêm relações de proximidade - leia-se de favores mútuos - com alguns dos seus clientes que por vezes constituem graves distorções da livre e sã concorrência. É muito difícil de não constatar que o Sporting, por inabilidade sua, ou por vontade deliberada sua ou de terceiros, nunca logrou obter grandes favores.

É igualmente fácil de constatar que os fundos foram um instrumento fundamental no êxito da estratégia desportiva de ambos os rivais, quando no Sporting aconteceu o inverso. Ao invés do discurso do coitadinho, talvez não fosse pior avaliar friamente as nossas responsabilidades.

A guerra santa não começou ontem 

Dizia acima que sou por norma crédulo, mas não sou ingénuo. A guerra contra os fundos, no caso concreto da Doyen, não começou "ontem" com Rojo, vem já do tempo em que a actual administração assumiu funções. Todos os jogadores que a Doyen e outros fundos representam (p.ex. Labyad, Elias, Rojo e Viola) significaram problemas para resolver, o que é um sinal claro da falta de entendimento entre as duas instituições. A de Rojo é apenas a última.

A ideia de que estamos a disputar uma guerra santa contra os poderes obscuros da finança, dos empresários e todos males que enfermam o futebol pode ser muito agregadora - nós contra o mal - mas não me convence na totalidade. Como em todas as guerras santas há os argumentos para justificar os danos colaterais e depois há a realidade pura e dura. E essa diz-nos que o Sporting, como qualquer outro clube, ou tem meios próprios para financiar a sua actividade ou tem de recorrer ao crédito directo ou em forma de parcerias.

Pretender que os fundos são o anticristo, ignorando o que são os bancos é distorcer a realidade. O Sporting hoje sugere à Doyen que revele a sua estrutura accionista, revelando uma preocupação que não teve quando aceitou renegociar a sua divida com o BES por exemplo. Ou quando aceitou a Holdimo como parceiro. Ou quando anunciou uma parceria para o Oriente, com os empresários que trouxeram Slimani, que agora a estas horas devem estar a fazer contas à vida se a transferência do jogador falhar. Não há almoços grátis é um facto, mas também não há notas limpas. Pode o Sporting assegurar que negoceia apenas com os bons? E quem são eles?

Comunicados escritos a G3
São duros ambos os comunicados emitidos pelas partes. Eles confirmam afinal o que há muito é público: as relações difíceis, provavelmente já impossíveis sem uma barra de tribunal a mediá-las. As acusações e insinuações da Doyen são graves: sugerem pelo menos quebra de sigilo, falta à verdade e favorecimento de empresários contra outros. O Sporting, sustentando a razão para rescisão com justa causa, a intromissão de representantes da Doyen na actividade reservada à SAD bem como o aliciamento e incitamento à indisciplina por parte do jogador. Ambos dariam pano para mangas, mas isto é o essencial.

Amigos da onça
Naturalmente que, quem não é da Doyen, mas também está no mesmo ramo, mas não tem a mesma capacidade de alavancagem e de chegar aos melhores clubes e jogadores (é claro que a Doyen e Jorge Mendes são próximos, to say the least) deita hoje foguetes e elogia o conflito do Sporting com a Doyen.

Eu duvido que a estratégia que interessa ao Sporting seja a de andar a "queimar sutiens" na praça pública, partindo para uma guerra de que não sabe sequer o valor jurídico dos seus argumentos e remete para o limbo a possibilidade de realização de mais-valias com o jogador. E o que vai fazer às verbas que já recebeu do fundo, está em condições de as devolver, como prevê a ética nestes casos? Não aparenta este acto uma fuga para a frente, sem grande sustentação?

Empreender esta luta é-nos conveniente? Duvido. Lembro que hoje todos os jogadores beneficiam da luta empreendida por Bosman, mas foi só o jogador belga que viu a sua carreira ir pelo cano para os outros hoje empocharem verbas pornográficas, como beneficiários de uma luta que se ganharam sem levantar um dedo.

Haver havia, agora é que já não há
Haveria outra forma de resolver a situação do Rojo (e até do Slimani)? Sem dúvida. Bruno de Carvalho tem toda a legitimidade de escolher os parceiros que quiser para o Sporting bem como rejeitar os que não deseja. Até porque os fundos, e quem os detém, terão em breve a a actividade limitada, ou até impossibilitada nos termos em que a exerce actualmente. Desfazer-se dos jogadores por eles representados procurando retirar o melhor do negócio para o clube era possível, com a possibilidade ainda de chamar a si os méritos das suas valorizações. Resulta claro na sua actuação que quis a qualquer custo impedir que a referida empresa retirasse qualquer dividendo. O futuro dirá se a estratégia foi a mais adequada.

O azar é muitas vezes incompetência
A frase não terá sido bem esta mas foi algo de semelhante que Bruno de Carvalho terá dito sobre o trabalho dos seus antecessores e com a qual estou plenamente de acordo. Talvez seja uma boa altura para a trazer de novo à liça. Das duas uma, o recente acumular de casos significa que, ou Sporting só forma e contrata malandros que são representados pela pior da escória que há no futebol, ou então há alguma coisa que não estamos a fazer bem.

Próóóóóóóóximoooooo!
Cédric, e todo e qualquer que esteja valorizado mercado e que, dessa forma, tenha argumentos para negociar. Fácil é fazer acordos com o Cissé. Eu preferia uma pré-época mais calma.

O canto do Moniz (e de outras sereias)

Enquanto o Benfica e o Porto (com menos êxito no último ano) seguiam, com o apoio do BES, uma estratégia que lhes permitiu ir adquirindo os melhores jogadores e acumulando títulos, o Sporting, não por estratégia assumida, mas por necessidade, fazia o caminho inverso. Agora que a torneira deixou de pingar levanta-se um coro de aflitos a exigir as mesmas condições que o Sporting negociou com os seus credores que, diga-se, são quase draconianas. 

Compreendo a aflição mas não é já um bocado tarde e até patético este estertor? É que não me lembro do sr. Moniz, e os que já falaram e os que virão a falar, enquanto saboreavam o filet mignon que o BES lhes ajudava a por à mesa, vir exigir que o Sporting tivesse acesso às mesmas condições de que beneficiavam.

Isto sem considerar que, para quem passa a vida a tecer considerações sobre a excelência da sua gestão, isto parece a admissão da maior das imprevidências, isto é, a sua própria negação.

Nota: Os casos Slimani e Rojo, já aqui abordados anteriormente, e que, do que foi dito, mantenho o essencial, terão que merecer nova abordagem. Porém, a falta de tempo e os novos desenvolvimentos (os comunicados da Doyen e do Sporting), acabaram por remeter para o lixo grande parte do post que estava já escrito. Espero ainda hoje poder publicar uma nova avaliação da situação.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Slimani e Rojo, prevenir para não remediar. Rabia e Jonathan os últimos não fecharam a porta

Slimani e Rojo: o melhor é prevenir para não ter que remediar
Dois jogadores com duas situações diferentes mas que o recente mundial no Brasil, ao valorizá-los, veio unir num desejo comum: partir para novos e melhor remunerados desafios. A sua valorização tornou quase obrigatório ao Sporting equacionar a sua partida. O protelar dos negócios só pode ser entendido como uma tentativa de melhor defender a posição do clube, uma vez que se afigura difícil a manutenção dos jogadores. 

Difícil e contraproducente, porque nem o clube ganha se eles, contrariados, sentirem que lhes cortaram as pernas e porque o prolongar indefinido, até ao fecho do mercado, funciona também contra o Sporting. Quanto mais tempo demorar a encontrar uma solução, mais difícil será a tarefa de Marco Silva. Não só a repensar a equipa sem aqueles jogadores, como a aguentar um balneário que, naturalmente, não pode passar incólume a tanto ruído. Preço do sucesso e da cobiça, bem mais desejável do que o alheamento e ausência de interesse nos nossos jogadores. Dores de parto de um Sporting melhor, mas que obriga a uma gestão de filigrana, tantos são os factores a ponderar.

Rojo
Quando no dealbar do fim-de-semana passado Rojo passa a seguir o perfil do Twitter do Manchester United estava a anunciar não apenas um mero desejo, compreensível em qualquer profissional de futebol, de querer representar o colosso britânico. Estava a dar conta de algo muito mais concreto, facto que agora parece cada vez mais confirmado. 

Não daria para já grande (ou pequeno) crédito às noticias que circulam, afirmando que o jogador hoje se recusou a treinar. Se o fez, fez mal, uma vez que o extremar de atitudes não ajuda a resolver o problema, muito menos favorece a sua intenção. O facto é que, desde o Mundial do Brasil, era cada vez mais claro que seria dificil encontrar um caminho comum, com os os interesses do jogador e do clube em conflito. A entrada em cena do Manchester precipita os acontecimentos, tendo em conta o prestigio, que se soma a um vencimento que não podemos igualar. 

A questão agora é o tempo que demorará para que a Doyen, detentora de 75% do passe do jogador argentino, e o Sporting, encontrem para se entenderem. Aqui o exemplo do negócio de Mangala não se aplicará, quase por certo. Não apenas porque parecem ser dignas de crédito as noticias de um relacionamento institucional difícil e, para lá de Labyade e Viola, cujos futuros são incerto, não se advinham novas trocas. 

A questão da percentagem detida tem sido apontada como um dos óbices à realização do negócio. Ora o Sporting despendeu cerca de 2,4 milhões de euros (A Doyen pagou os 3 milhões que perfizeram os 5,4 milhões recebidos pelo Spartak de Moscovo) que agora, na pior das hipóteses (caso não haja negociação desse valor), dobrará. Está longe de ser um mau negócio.

Vale também recordar que a percentagem detida não parece nunca ter sido tida como um factor prioritário pela administração da SAD. A cláusula de opção para aquisição de mais 25% do passe à Doyen Sports, pela quantia de 750 mil euros, válida até final de 2013, nunca chegou a ser exercida, preferindo a alocação de verbas para aquisições de passes de diversos jogadores, cujos últimos foram Héldon e Schikabala. Só o jogador cabo-verdiano custou ao Sporting o dobro daquele valor. O exercício da cláusula valeria, pelos números de hoje, mais 5 milhões ao clube. Não tendo prevenido, resta agora remediar. A minha sensação neste negócio é que ele estará já em fase de negociação e que o Sporting e a Doyen Sports chegarão a um entendimento, uma vez que o conflito não serve o interesse de nenhum deles.

Slimani
Não tem nenhum colosso como o Manchester, mas a Bundesliga (Schalke04), a Premier League (Leicester, Whest Ham) ou a Turquia do tutor do seu sucesso no Mundial, Vahid Hallidozic, têm propostas para fazer perder o sono a um jogador de 26 anos que sabe que estas águas não passam duas vezes debaixo da ponte de uma carreira. A fazer fé no que se diz hoje no DN, os 13 milhões do clube bávaro, mesmo que a 3 prestações, seria talvez o melhor negócio de sempre do Sporting, atendendo ao rácio custo/valor do jogador. Metade desse valor daria para o Sporting adquirir, com relativa facilidade, um jogador de valor semelhante. Basta ver quanto custou o Derlei ao SLB, valor já inflacionado pelas mais-valias do Marítimo que, na origem, terá pago bem menos do que os 2,5 milhões que agora cobrou.

Rabia e Jonathan os últimos não fecharam a porta
As partidas quase certas dos dois jogadores supracitados vai obrigar a recompor o plantel, uma vez que as entradas recentes destes dois jogadores não a lograrão evitar. 

Jonatham Silva
Um lugar em aberto desde o ano passado é o destino deste jovem argentino. E como Jefferson anda a pedir por concorrência. As referências são as melhores, mesmo em alguma literatura mais especializada consultada na net. Porém, as cautelas impõem-se, basta lembrar o caso de Grimi, lateral-esquerdo revelação do Apertura, contratado e tão rapidamente recambiado pelo Milan para... Alvalade. O futebol sul-americano reserva para os defesas-laterais missões mais próximas de um médio ala, com poucas preocupações defensivas, muitas vezes com recurso a três centrais. Por acaso, não era essa a opção do treinador dos Estudiantes, pelo que se espera que Jonatham demore menos a integrar-se.

Rami Rábia
Será provavelmente a primeira tarefa do jogador egípcio: jogar muito à rábia. Brincadeiras à parte, isto para dizer que Rábia não vem apenas de uma lesão, vem de um campeonato semi-parado, acumulando apenas 10 jogos oficiais no respectivo campeonato, acumulando apenas 859 minutos, o ultimo dos quais em Maio passado. Nas restantes competições, CAF Champions League, Mundial de Clubes e CAF Supercup completou mais 588 minutos.É descrito habitualmente como um dos jogadores mais promissores do seu continente de origem, tem agora uma oportunidade de se confirmar ou desmentir.

Nota importante: Quando se começou a planear a época que agora se inicia e se começaram a conhecer alguns nomes como sendo possíveis  para o Sporting (falava-se já de Rabia, Gazhal) alertei aqui para a  exposição do plantel ao CAN 2015. O campeonato decorrerá entre 17 de Janeiro e 8 de Fevereiro de 2015 e Marrocos, mas a fase de qualificação terá jogos a realizarem-se já em Setembro. Mesmo descontando Slimani, que pode já cá não estar, restam ainda Rábia e Schikabala, do Egipto, Helton de Cabo-Verde. Isto caso não venha mais algum jogador africano.

Viver para contar a glória de uma noite inesquecível de um Sportinguista Imortal

Momento em que Lopes desfere o ataque que o isolaria de Robert de Castella 5º (Austrália) e Charles Spedding 3º (GB)
Completam-se hoje 30 anos que, pela primeira vez, um português subiu ao mais alto lugar de um pódio olímpico. Quem teve a sorte e o privilégio de assistir a esse momento mágico certamente que não mais o esquecerá e lembrar-se-á do local, das pessoas e até das lágrimas de orgulho e emoção vertidas.
Lopes caminha isolado para o ouro e record olímpico que duraria até 2008!
Um feito histórico, conseguido por um atleta invulgar, mas marcadamente simples. As vitórias de Carlos Lopes tinham essa marca de simplicidade grandiosa, pareciam fáceis, palavra que para ele existiu apenas no dicionário. Tudo o que alcançou, desde a saída da remota Vildemoinhos até ao pódio do Los Angeles Coliseum, foi conquistado centímetro por centímetro dos milhares de quilómetros corridos. Fica aqui esta singela homenagem a um grande atleta, um Sportinguista Imortal!

O Diário de Noticias publica hoje uma reportagem especial comemorativa do feito, cuja leitura recomendo a quem interessar.





domingo, 10 de agosto de 2014

Pré-época do Sporting:entre elogios precoces e derrotismo antecipado, a realidade chega no sábado

Imagem do Twitter do  
Uma derrota e uma vitória são um saldo ambivalente do nosso regresso ao prestigiado Torneio Teresa Herrera. Essa sensação mista marca uma pré-época em sentido descendente, que a vitória de hoje não apaga por completo. Hoje, nenhum golo de bola corrida adensa a ideia das dificuldades de construção de jogo atacante, que se confirma pelas dificuldade se penetração e registo de jogadas envolventes no último terço. A ausência de golos na nossa baliza permite algum alivio, com abertura para os julgamentos mais optimistas: voltamos ao bom caminho. No outro extremo considerar-se-á que Sarr, tendo melhorado de forma quase dramática em relação à má prestação anterior, dificilmente encontrará tão poucas dificuldades.

O meio-campo será aquele, se William ficar. Um sector que até começou bem mas que, subitamente, perdeu fulgor, quer no apoio à frente, quer na segurança para o sector recuado. O ataque sofre com a "ausência" de Montero, que a presença de Slimani não anula, a que se soma a debilidade dos extremos. Talvez os elogios iniciais tenham sido precoces, e o derrotismo de há dias seja exagerado, a dúvida, que se justifica, é se há qualidade para as exigências desta época. Especialmente se os reforços não serão apenas aquisições, a dúvida presente em grande parte das conversas. 

A realidade começará a dar-nos as suas respostas, sendo que me parece determinante a forma como a equipa conseguir chegar à jornada com o SLB.

sábado, 9 de agosto de 2014

Sinais de preocupação

A derrota por 2 golos sem resposta ante uma equipa que habitualmente disputa lugares da metade da tabela para baixo na Liga espanhola, (e que agora está na divisão inferior) seria sempre motivo para causar alguma apreensão. Mas, tratando-se de um jogo de um torneio particular, cujo resultado até seja algo injusto e inflacionado, não lhe atribuiria grande importância.

Porém as notas de preocupação que este resultado, inserido no quadro da pré-época, a uma semana do inicio da época me suscitam são:

- Salvo o jogo para a Taça de Honra, o Sporting teve sempre grandes dificuldades, sempre que encontrou adversários que exibiram alguma organização, perdendo dois desses jogos. Assinale-se que nenhum desses adversários são equipas de topo, dentro do género dos que podem sair a caminho nas viagens europeias. Equipas muito ao género de Bragas, Nacionais, aquelas que nos podem fazer perder pontos "desagradáveis".

- A falta de eficácia da equipa, associada ao normalmente reduzido número de oportunidade criadas. 

- A prestação defensiva, cuja responsabilidade não se esgota nos centrais. Os golos hoje sofridos são inadmissíveis em alta competição. Contudo acrescem as dúvidas sobre que dupla  iniciará o campeonato e que confiança nela depositar, especialmente se Rojo sair, como será possível e compreensível.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A defesa central de Dier

A entrevista de Dier hoje ao jornal Record, que publicaremos abaixo, será, estou certo, um fonte de decepção. Não minha, mas de todos aqueles que viam nela a possibilidade de explorar a narrativa do "jogador ingrato" e que "fugiu pelo dinheiro". Ao invés, a entrevista confirma as impressões que Dier já havia deixado nos 12 anos de passagem pelo Sporting. E essas foram de uma pessoa bem formada e esclarecida.

É uma entrevista diferente do que estamos habituados, talvez pela ascendência britânica do nosso ex-jogador, e que merece referência pela elevação com que sempre se refere ao Sporting. Dier não confunde o clube com as pessoas que se atravessaram no seu caminho e o levaram a mudar a vontade que havia exprimido há um ano de apenas sair do Sporting como uma grande figura do clube. 

A lição de Dier vai até mais longe, ao escusar-se a abordar as causas da súbita decisão de regressar a Inglaterra, não se abstendo de elogiar o que lhe parece estar a ser bem feito em Alvalade. E, não menos importante, não renega a sua condição de adepto Sportinguista.

Certamente que esta entrevista de Dier fará regressar as conversas sobre a formação, a necessidade de formar homens e jogadores, porque saem tantos jogadores de forma traumática, etc. Neste âmbito, há que perceber o que são as questões que decorrem da normal actividade e são comuns a todos os clubes e o que é ou pode ser um problema especifico do Sporting. 

Jogadores que saem antes de completarem no clube o trajecto que prometiam para irem à procura da afirmação noutros locais são situações comuns a todos os clubes. De outra forma não conseguiríamos contratar jogadores como, por exemplo, Gauld ou Slavchev. Pelo critério que aplicamos aos nossos que saem, teríamos também que os considerar também mercenários, quando mais não fazem do que procurar legitimamente as melhores condições para se afirmarem como profissionais.

Outra coisa bem diferente é quando se estabelece um padrão, com ocorrência simultânea de sinais de mau estar, decisões de carácter administrativo legitimo, mas que não se podem furtar ao também legitimo escrutínio dos adeptos. Era disso que aqui se falou quando surgiram noticias de "insatisfação na formação" num artigo de alguma forma premonitório sobre o que viria a ser o desfecho do caso Dier do André Carreira de Figueiredo, do qual extraio este excerto que me parece importante até no presente caso do Eric Dier:


"Tanto no Futebol Profissional como na Formação, há vários jogadores descontentes nestes últimos 13 meses, e o dinheiro é uma das razões desse descontentamento, mas está longe de ser a única. O Sporting pode não ter mais dinheiro para dar aos seus atletas e funcionários, mas pode melhorar a relação que tem para com eles de outras formas. Profissionalmente, depois do dinheiro, não há nada mais importante do que o respeito, a confiança e a lealdade."
«Estive no Sporting 12 anos e saio sem uma palavra do presidente? Para mim, é estranho» 

RECORD – Deixou o Sporting depois de ter estado no clube desde os 8 anos, numa transferência que muitos adeptos consideram ter sido “péssima” para o Sporting. Foi difícil tomar esta decisão?

ERIC DIER – Claro que não foi uma decisão fácil… Estive no Sporting muitos anos, mas quando surgiu a oportunidade de assinar pelo Tottenham não tive dúvidas. Tinha de vir, pois era ótimo para mim. Passei a pré-época com isto sempre na cabeça. Estive no Sporting desde os 8 anos e continua a ser a minha segunda família.

R – No comunicado publicado após a sua saída, o Sporting diz ter tentado renovar o seu contrato, mas que o Eric “não desejava continuar”, mesmo que os leões igualassem a oferta. O processo foi mesmo assim?


ED – Não gostei do comunicado. É estranho tratarem alguém assim, que estava no clube desde os 8 anos, que respeitou sempre o Sporting e que tentou fazer sempre tudo bem feito. Depois, na altura da saída, vejo um comunicado daqueles? Sinceramente, é um pouco estranho…


R – Sai magoado do Sporting?


ED – Magoado, não. [silêncio] Surgiu a proposta, tinha a cláusula dos 5 

milhões no contrato. A culpa não é minha. Essa cláusula está lá desde os 16 anos. Tiveram 4 anos para mudar e esta direcção até já tem um ano e meio de mandato… Ninguém mudou.

R – Mas houve a intenção de mudar a cláusula dos 5 milhões de euros?


ED – A única vez que me fizeram uma proposta foi neste verão. Essa foi a primeira vez que houve conversas.


R – Mas na altura em que lhe foi apresentada a proposta do Sporting, já tinha surgido o Tottenham…


ED – Na altura não sabia nada do Tottenham. Fomos negociando e só depois é que apareceu o Tottenham. O Sporting tinha a opção de igualar as condições que me foram oferecidas, mas optaram por não o fazer. Ao mesmo tempo, deram a entender que também não tinham interesse na minha continuidade. Se quisessem que eu ficasse, tentavam igualar. Nesse sentido, é impossível que eles digam que eu não ficaria se eles tivessem tentado igualar a proposta, pois isso nunca foi uma possibilidade. É um comentário que não faz sentido...


R – A proposta de renovação apresentada pelo Sporting estava longe daquilo que o Eric Dier queria?


ED – As pessoas podem pensar que estou a mentir, mas o problema nunca foi o dinheiro. As cláusulas que o Sporting queria impor é que dificultaram as negociações.


R – Está a falar de um aumento da cláusula de rescisão de 20 milhões para 45 milhões, certo?


ED – Exato. Nunca poderia aceitar isso. Queriam meter cláusulas impensáveis. Uma cláusula de 45 milhões implica um ordenado ao mesmo nível. Além do mais, ficamos completamente presos ao clube. Sou um central e queriam-me pôr uma cláusula de 45 milhões com um salário que não justifica esse valor? Nem pensar… Para mim não faz sentido, mas respeito os meus colegas que aceitaram estas condições.


R – Então, o principal motivo da mudança para o Tottenham não foi apenas financeiro?


ED – Nunca ia tomar uma decisão apenas baseada no dinheiro. Tive várias oportunidades para sair e nunca o fiz. Isso demonstra que não era essa a questão.


R – Acha que foi bem tratado pelo Sporting nestes últimos meses, principalmente pelo presidente que, em última análise, é a cara da direcção?


ED – No último ano e meio fui muito maltratado. Nunca vou esconder isso. Para alguém que estava no clube desde os 8 anos e que nunca tinha tido problemas com ninguém…


R – Ou seja, desde que Bruno de Carvalho chegou ao Sporting…


ED – Exatamente, desde que esta direcção assumiu a presidência.



R – Esse foi um dos motivos que levaram à sua saída?


ED – Não quero juntar as coisas. Acho que fui maltratado e as pessoas dentro do Sporting sabem disso. Esta não é a altura certa para estarmos a falar sobre tudo, mas um dia no futuro as coisas irão sair cá para fora.


 R – …


ED – Prefiro não dizer mais nada...


R – Ilori foi para o Liverpool, mas não teve sucesso. Bruma no Galatasaray teve azar... Acha que com o Eric Dier as coisas serão diferentes?


ED – Conheço bem o Tiago [Ilori] e o Bruma e somos os três ambiciosos. Eu e o Tiago nunca escondemos que queríamos jogar na Premier League. Quero sempre desafiar os melhores, treinar-me com os melhores e evoluir. Não tenho receio do futuro. Vou tentar adaptar-me ao futebol inglês. Não vou impor metas. Vou dar o meu melhor pelo Tottenham. Sempre.


R – Despediu-se de Bruno de Carvalho?


ED – (silêncio) Fui à Academia de Alcochete na quinta-feira de manhã para ir buscar as minhas coisas e despedir-me de toda a gente. O presidente estava lá, cumprimentou-me e não disse nenhuma palavra. Seguiu em frente. Não me desejou boa sorte nem nada, o que é um pouco estranho… Estive no Sporting 12 anos e saio sem uma palavra do presidente? Para mim, é estranho.


R – Acha que foram feitos todos os esforços por parte da SAD para que o Eric Dier renovasse contrato com o Sporting?


ED – Não. Não mesmo.


R – Por quê?


ED – Eles tiveram a opção de igualar a oferta e não o fizeram. Nem sequer mostraram interesse… Por isso, penso que não há muita margem para dúvidas.


R – Como foi dizer adeus a Portugal e ao Sporting?


ED – Sentia que estava na altura de colocar um ponto final. O Sporting será sempre a minha segunda família e vou ter saudades de várias pessoas. Cozinheiros, empregados, motoristas, jogadores, treinadores... É a essas pessoas que quero agradecer e de quem sentirei falta. Sou inglês, mas há muito de português em mim. Senti que estava na altura de sair, surgiu o clube certo e não tenho dúvidas de que tomei a opção correta.


R – Perguntei-lhe há pouco se tinha saído magoado do Sporting e resposta foi negativa. Perante as respostas, vou insistir. Sente-se magoado com os últimos desenvolvimentos?


ED – Sou uma pessoa muito pacífica e tento não levar as coisas a mal. Não acho é que este tipo de atitudes esteja correto. É preciso muito mais do que isto para me magoar.


«Não me vejo a jogar num outro clube em Portugal»


R – Não está impedido de regressar a Portugal. Aceitaria representar o FC Porto ou o Benfica?


ED – Isso é uma pergunta muito teórica…


R – Ganharia o coração ou o lado profissional (isto se as propostas fossem superiores)?


ED – Para mim é 50/50: coração e profissão. Sou do Sporting, por isso… Acho que o coração pesaria mais na minha decisão. Não me vejo a jogar num outro clube em Portugal.


«Sporting está no bom caminho»


R – Como foi trabalhar com Marco Silva?


ED – Fantástico. É um óptimo treinador. Os treinos e a teoria de jogo são muito bons e tem uma mentalidade muito forte.


R – O que diferencia Marco Silva de Leonardo Jardim?


ED – Há muitas coisas semelhantes. Mas o Marco Silva gosta de um futebol mais trabalhado e ofensivo. O míster Jardim tinha a sua teoria de jogo e fixava-se muito nela; o Marco Silva quer um futebol mais “complicado”, mais dinâmico. O Marco Silva é mais próximo dos jogadores, dá para falar melhor com ele.


R – Acha que ele tem o perfil certo para levar o Sporting ao desejado título?


ED – Espero que sim. Por tudo o que vivi neste arranque de pré-época, acredito que o Sporting está no bom caminho.


R – O que lhe disse Marco Silva quando chegou?


ED – Nunca falei muito com ele sobre aspetos fora do futebol. Marco Silva mostrava confiança em mim ao meter-me a jogar e ao colocar-me em situações de relevância dentro da equipa.


R – E o que acha que o Sporting pode fazer na Champions?


ED – A Champions não é fácil para nenhum clube. Vamos esperar pelo sorteio dos grupos...


R – Apesar do orçamento ser mais baixo, o Sporting pode ser campeão?


ED – Demos uma boa luta na temporada passada, a base da equipa continua a ser a mesma e eu pergunto: por que não?


«Marco Silva é um espectáculo»


R – O que lhe disse Marco Silva no momento da saída?


ED – O míster é um espectáculo. Toda a gente no Sporting gosta muito dele: da forma de trabalhar; da sua relação com o grupo de trabalho. Desejou-me boa sorte e que tudo me corresse bem.


R – Marco Silva contava consigo para 2014/15. Não pensa que poderá ter perdido uma boa oportunidade para ser titular numa equipa que vai estar na Liga dos Campeões?


ED – Temos de lutar pelo nosso lugar seja em que clube for. Tenho a certeza absoluta de que dei um passo em frente na minha carreira.


R – Há pouco mais de um ano, sublinhou numa entrevista a Record que "o Sporting era o clube ideal" para si. O que mudou?


ED – Na altura não tinha dúvidas disso. A última temporada não me correu bem. Não tive pré-época devido à presença no Mundial de sub-20 e isso prejudicou-me muito. A partir daí, foi difícil ganhar um lugar no onze de Leonardo Jardim.


R – O que é que aconteceu na época passada? A sua ausência das opções iniciais de Jardim foi meramente por opção tática, ou houve razões "administrativas" que impediam a sua utilização?


ED – Não, não… Jardim tinha as opções dele e eu respeitava.


R – A contratação de Paulo Oliveira e o interesse em Rabia desmotivou-o?


ED – É bom ter concorrência. Faz com que evoluas. O Paulo [Oliveira] é muito bom jogador e já gostava dele no V. Guimarães. Faço o meu trabalho e eles fazem o deles.


R – Maurício e Rojo foram os titulares. Sem falsas modéstias, acha que tinha qualidade para ser titular?


ED – Sim. Tenho de ter confiança em mim. Se eu disser que não, quem é que iria dizer que sim? Quero jogar sempre.


R – Um golo em 33 jogos na equipa principal do Sporting. Esperava mais?
ED – Muito mais.


R – O que correu mal?


ED – Muitas mudanças no comando técnico. Esperava que o ano passado fosse a minha temporada de total afirmação, mas isso não aconteceu.


R – O que mudou com Bruno de Carvalho?


ED – Foram feitas mudanças positivas. A equipa ficou mais unida e humilde. Havia um melhor ambiente no balneário e isso ajudou. Jardim também foi importante. O clube voltou a acreditar na formação.


R – A presença do presidente no banco motiva ou intimida?


ED – Para mim é indiferente. Para os outros não sei. Estar no banco ou na bancada é igual.


«William Carvalho vale 45 milhões»


R – William Carvalho tem lugar na Premier League?
ED – William Carvalho tem lugar em qualquer equipa do Mundo. Fisicamente e tecnicamente não terá problemas para se adaptar ao futebol inglês. Não tenho dúvidas disso.


R – William Carvalho vale, então, os 45 milhões de euros da cláusula?


ED – ... (risos)


R – Falámos há pouco de cláusulas de rescisão…


ED – Para mim… vale.


R – Adaptavam-se facilmente. Mas, sinceramente, acho que qualquer jogador do Sporting poderia atuar na Premier League. Se quiserem, todos eles têm qualidade para isso.


ED – Slimani e Marcos Rojo também se podem juntar ao Eric Dier na Premier League…


R – Qual o melhor treinador com o qual trabalhou?


ED – Jesualdo Ferreira


R – Essa resposta foi muito rápida…


ED – Ajudou-me muito. Já disse várias vezes que aprendi mais com ele em 6 meses do que com qualquer outro treinador em 5 anos. Foi uma experiência incrível. Falei com ele apenas uma ou duas vezes depois que ele saiu do Sporting. É professor e isso diz tudo. Aliás, acho que o Ilori e o Bruma também diriam a mesma coisa. Ajudou-nos muito, deu-nos confiança e isso fez-nos crescer. Foi muito bom para nós.


R – E o melhor jogador com o qual partilhou o balneário?


ED – O Tottenham não conta! Foi o William Carvalho, claro.


R – O que se passa com Fredy Montero? Já não marca desde dezembro de 2013, frente ao Gil Vicente…


ED – Os pontas-de-lança vivem na base da confiança que os golos transmitem. É normal que Montero não esteja tão confiante devido à situação que atravessa. No entanto, trata-se de um jogador de grande qualidade e, se continuar a fazer as mesmas coisas que tem feito, não tenho dúvidas de que vai voltar aos golos. Quando entrar o primeiro, depois entra o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto, e por aí fora.


R – E o Tanaka? É mesmo goleador ou os 5 golos marcados na pré-época foram “sorte de principiante”?


ED – (risos) Passei três ou quatro semanas com ele na pré-época, por isso não posso dizer muita coisa. É um bom jogador, uma excelente pessoa e muito trabalhador. Espero que continue a marcar.


R – Ele anda sempre com um dicionário japonês-português…


ED – Sim, sim! Tem que se dar muito valor a isso! Tenho muito respeito por ele pois, logo desde início, está a tentar adaptar-se e aprender a língua. Isso é muito bom.


R – Qual foi o reforço do Sporting que mais o surpreendeu?


ED – São todos muito bons, mas não vou contar o João [Mário] como reforço! Sem faltar ao respeito a nenhum deles, só conhecia o Paulo [Oliveira] e o Geraldes. No entanto, aquele que mais me surpreendeu foi mesmo o Oriol Rosell. A mim e a toda a gente dentro do balneário.


«Central é onde estou confortável»


R – Central ou médio?


ED – Sem dúvida, central.


R – Chega de experiências, então?…


ED – (risos) Sou central desde miúdo e é a posição onde me sinto mais confortável. Mas jogo em qualquer lado.


R – Nem os elogios de Jesualdo Ferreira o fizeram mudar de ideias?


ED – Se o míster Jesualdo continuasse, se calhar até me podia ter 

transformado num médio. Acho que tenho capacidade para isso. No entanto, as coisas não seguiram esse caminho.

R – Leonardo Jardim colocou-o a médio-defensivo no dérbi com o Benfica (1-1) e as coisas não correram muito bem…


ED – O facto de o jogo ter corrido mal não me abalou absolutamente nada. Mas não correu mal só a mim. Treinei-me sempre a central e entrar para o meio-campo num jogo daqueles nunca é fácil… Não correu bem, não vale a pena esconder!


«Não vou impor metas para esta temporada»


R – Segue-se a aventura no Tottenham. Quais os objetivos imediatos? Tentar agarrar a titularidade ou crescer durante esta temporada?


ED – Não vou impor metas para esta época. Vou fazer o meu melhor, mas claro que todos os jogadores querem jogar sempre. Vou trabalhar muito para mostrar serviço ao treinador.


R – Como estão a ser os primeiros dias no Tottenham?


ED – Muito bons! Fui muito bem recebido por toda a gente. Claro que é mais fácil por ser inglês, pois falo o mesmo idioma e entendo tudo o que se passa à minha volta. Sinto-me muito bem aqui e estou a gostar muito desta primeira experiência.


R - Mauricio Pochettino já falou consigo?


D – Já falei com o míster Pochettino e com toda a sua equipa técnica. Deu-me as boas-vindas ao clube e disse-me que não havia pressão nenhuma. Disse-me, ainda, para continuar a fazer o mesmo trabalho que vinha a desenvolver no Sporting. A única coisa que me pediu foi que desse sempre o meu melhor.


R – O “fantasma” de André Villas-Boas ainda paira por White Hart Lane?


ED – (risos) Já me falaram nele por ser português. No geral, a opinião que as pessoas do Tottenham têm de André Villas-Boas é muito positiva.


R – Falaram-lhe sobre Jorge Jesus e a eliminação do Tottenham às mãos do Benfica?


ED – Não, não! Ninguém me falou em nada disso. Pelo menos por agora!


«Não há ninguém que diga que o Gauld não é bom jogador»


R – Ryan Gauld pode ter sucesso em Alvalade?


ED – Sabes que um jogador tem qualidade quando chega a um clube e os companheiros lhe reconhecem de imediato capacidades. Não há nenhuma pessoa no Sporting que diga que o Gauld não é bom jogador. Nesse sentido, não tenho dúvidas de que ele vai brilhar no Sporting. Ainda é muito novo e tem de adaptar-se a Portugal. Eu sei do que falo, pois a mim aconteceu-me o mesmo. É um excelente jogador.


R – Ele pediu-lhe ajuda nesse processo?


ED – Falámos muitas vezes. Ficámos sempre no quarto juntos. É muito determinado e tenho a certeza que vai tudo correr bem.


R – A pressão de ser o “mini-Messi” não deverá ser fácil de lidar…


ED – Mas ele não liga nada a isso. Essa questão não será, certamente, um problema para ele.


ANÁLISE AOS REFORÇOS

Geraldes
Muito bom jogador. É um defesa-direito extremamente ofensivo. Humilde e trabalhador. [Dor de cabeça para o Cédric?] Espero que sim, pois fará bem aos dois e é bom para o Sporting.

Paulo Oliveira
É um jogador jovem e isso tem importância quando falamos de centrais. É uma excelente pessoa, muito empenhado em tudo o que faz. Já provou na Liga que é um bom jogador. Tem tudo para continuar a crescer no Sporting.


Rosell
Um médio superinteligente. Lê muito bem o jogo e isso torna a vida mais fácil aos centrais. Foi o reforço que mais me surpreendeu nesta pré-temporada do Sporting.

Slavchev
Não vi tanto pois esteve lesionado durante o período em que estive no Sporting. Parece-me ser um médio muito forte fisicamente. Trabalha bem a bola e tem tendência a jogar mais apoiado.


Gauld
Muito bom tecnicamente. Inteligente na forma como aborda o jogo. [A sua frágil compleição física será um problema?] É pequeno mas muito agressivo! Além do mais, se jogou na liga escocesa, não terá problemas em Portugal.

Tanaka
Finalizador nato. Tem uma técnica evoluída e combina bem com os jogadores do meio-campo. É um jogador parecido com o Montero, pois é também muito móvel e bom tecnicamente.

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