Fecho do mercado: os últimos sonhos de verão
Estão em vias de se resolver os problemas do Sporting, a avaliar pela onda de entusiasmo provocado pelo anúncio da saída de Djaló e possivelmente de Postiga. O futuro encarregar-se-à de demonstrar que a questão - os maus resultados - não é assim tão simples de resolver, embora seja meu entendimento que, com a recuperação física de Jeffren e Bojinov, a subida de forma Capel acabassem por remeter ambos os jogadores para segundas escolhas, Djaló em primeiro lugar. Continuo a pensar que, com bons resultados e subida da qualidade de jogo colectivo, o Sporting teria nos dois jogadores boas opções para alguns jogos com determinadas características. A sua saída acaba por ser benéfica, sobretudo para os jogadores, que têm direito a procurar melhores condições de trabalho.
A ditadura imposta pelas bancadas é porém um péssimo sinal. Quando se fizer a avaliação do que foi esta época o papel dos adeptos no inêxito deste arranque não pode deixar de ser considerado. Alvalade tem sido por estes dias um paraíso para os adversários e um inferno para os nossos, não há como escamotear essa realidade, e assim é muito difícil sequer pensar em ganhar.
A esquizofrenia instalada faz com que a entrada de Elias aproxime os discursos de alguns adeptos e adversários do Sporting. Não deixa de ser curioso ver benfiquistas, portistas, e Sportinguistas exibirem as mesmas preocupações seja com o preço, seja com a qualidade do jogador, a origem do dinheiro, comparações absurdas com Pongolle, etc e tal, esquecendo que o jogador até podia estar a jogar no SLB (aí seria um golpe de mestre, substituindo Ramires por um jogador de valia semelhante, realizando ainda por cima mais-valias) e sobretudo que é um craque e que as equipas precisam é de jogadores assim para que o seu jogo suba de qualidade. Enquanto isso ninguém no FCP ou no SLB se preocupa com as aquisições dispendiosas de Danilo, Defour e Witsel porque são craques. Ai Sporting!...
Indo para a dimensão prática do negócio Elias ele significa desde já que à sua entrada terá que corresponder uma saída, que poderá ser de Pereirinha, Turam ou Martins. A hipótese de Turam rodar num clube estrangeiro parece estar em cima da mesa. Na minha opinião, e com o objectivo de procurar uma real integração deste jovem promissor, fazia mais sentido que rodasse em Portugal. Onde? No Beira-Mar por exemplo, que agora ficou sem André Marques.
Nos mentideros continuam-se a falar em novas entradas com o nome de Amauri à cabeça. Se ele mantiver intactas as qualidades e a ambição seria uma enorme contratação. Desde o jogo com a Juventus, e depois de saber a estranha disposição de Conte de o encostar, que, na minha condição de treinador de bancada, imaginava a sua contratação, não fora a costela de adepto realista pensar o quanto seria difícil de lhe pagar a cada fim do mês. Mas depois de ver chegar Elias qualquer sonho parece ser possível. Até ao fecho do mercado este é outra vez o paraíso dos adeptos.