terça-feira, 29 de março de 2011

Por mim chega! Dêem uma oportunidade ao Sporting

A decisão foi tomada na véspera das eleições, quando acabava de escrever o post “Que estas eleições não sejam mais uma bola na trave” e comunicada aos restantes elementos que compõem o blogue. Fundada no sentimento de que a direcção saída das novas eleições não preencheria os requisitos mínimos para com ela me sentir identificado – de todas as 5 candidaturas só me pareciam passíveis de ser eleitas a lista de BdC, GL e DF – não me sentia motivado para “voltar à luta” de sempre. Por outro lado tinha consciência que a direcção que poderia sair das eleições, cada uma delas por razões diferentes,  teria que lutar contra conjuntura externa e interna adversas para se afirmar, pelo que o mínimo que poderia fazer pelo meu clube era conceder aos novos dirigentes um período de graça. Os meus augúrios, aparentemente pessimistas, viriam a ser confirmados e até superados pela realidade por uma conjunção de coincidências que, como uma tempestade perfeita, se abateram sobre o Sporting. Neste quadro fazia ainda mais sentido o que começou apenas como um pressentimento vago: a suspensão da publicação do “A Norte de Alvalade”.

Este sentimento não era novo e há alguns meses atrás o havia colocado aos meus companheiros de blogue. Na altura sentia-me já desiludido com a queda abrupta de qualidade da blogosfera, quer em termos gerais, mas sobretudo ao nível do comentário. Das poucas centenas de visitantes diários, e por razões que nunca consegui perceber, o “A Norte” passou a milhares de visitantes. Mas à quantidade de comentários e visitas nem sempre correspondeu a  qualidade, e, como primeira medida vi-me obrigado a retirar a possibilidade do comentário “anónimo”. Os bons debates ficaram demasiado dependentes da participação dos elementos do blogue, o que nem sempre ocorreu, bem como de alguns leitores mais exigentes que o cada vez mais comum consumidor da blogosfera. Por outro lado polulam os sítios cuja única preocupação parece ser a vaidade pelas audiências, cuja objectivo único parece ser anunciar o próximo trilião de visitas, mas sem qualquer compromisso com o rigor ou mesmo preferindo a invenção delirante à verdade para atingir os seus fins. Ou quem se preocupe apenas em surfar os picos das ondas emocionais, sem o mínimo de racionalidade, sem apego à lógica e à responsabilidade. Julgo que estes são alguns dos muitos factores que têm contribuído para a descredibilização do meio e para a desmotivação que se pressente de forma generalizada.

O resultado e os episódios, alguns deles degradantes, das recentes eleições mais contribuíram para justificar a decisão de me remeter ao silêncio. Não o faria se tivesse dúvidas que o resultado eleitoral tivesse sido falseado, mesmo que o candidato eleito fosse o meu, o que até nem é o caso. Faço-o justamente porque há demasiado barulho que já está a prejudicar o Sporting e cujas consequências se estenderão por um tempo e amplitude impossíveis de determinar hoje. Acho que nesta questão se foi longe de mais, seja pelo sentimento de impotência gerado pelo objectivo de mudança há muito desejado por alguns, nos quais me incluo, e ao qual dedicam já alguns anos, pela frustração de outros por não ter ganho e, sem dúvida, também pelo mau perder. Tudo isto inflamado por uma cobertura da comunicação social irresponsável, desviando-se daquela que devia ser a máxima preocupação: informar e não vender informação. Com tudo isto o Sporting está hoje colocado, no que à credibilidade diz respeito, abaixo do rating do Zimbabwe de Mugabe ou tantas outros. Muitos foram ontem os adeptos portistas e benfiquistas que, como muitos sportinguistas diga-se, desconhecendo questões básicas como a eleição independente dos diversos órgãos sociais, apontavam para as diferenças de votos entre o CD, CL, AG e CFD como uma evidente prova de falcatrua.

Os motivos que assim me levam a pensar relativamente ao acto eleitoral estão descritos no post anterior, e que não vi contestação que me abalasse a convicção firmada em testemunhos de pessoas em quem acredito, que participaram no acto e que representavam listas que concorriam com as duas que disputaram renhidamente a vitória. Ao que atrás deixei só vi contrapor rumores, grande parte sem sentido, ou situações que resultam de desorganização própria de um clube que não se modernizou, do elevado número de participantes, da preocupação excessiva com celeridade e não com a eficiência, mas que não configura ou justifica a suspeita de fraude.

Já ouvi todo o tipo de argumentação mas não vi abordar o que, na minha opinião, torna bem evidente que o caos generalizado da noite das eleições colide com a teoria da conspiração: Rogério Alves chegou a dar os parabéns a Eduardo Barroso e Godinho Lopes preparou os seus colaboradores para a derrota, quando circulou o rumor de que BdC havia ganho. Dificilmente o fariam de forma tão pronta e ligeira se estivessem calçados por uma chapelada. Por outro lado, esta, a existir, dificilmente ficaria pelos escassos e desconfortáveis 360 votos, obviamente.  

Não nego o direito de procurar o seu esclarecimento, bem como o apuramento de responsabilidades a quem tiver provas concretas sobre algo de menos próprio que tenha ocorrido nas eleições . A forma como o fizer será também um indicador dos seus propósitos.

Os tempos que se advinham são difíceis. O 3º lugar será muito difícil de manter e o inêxito desportivo dará gás à contestação já instalada. A insanidade parece querer tomar conta do clube, os que conseguem gritar mais alto parecem querer fazer um take-over a um clube que não lhes pertence em exclusivo e que não representam, apesar das suas prestações vergonhosas nos embaraçarem e comprometerem a todos. Não participarei neste suicídio colectivo. O meu silêncio é de protesto contra tudo isto!  

A direcção, que já teria que lutar em ambiente hostil e o presidente que é considerado fraco, acabou de ser eleito e, em lugar de um discurso de vitória, foi humilhado e com ele todos os Sportinguistas, tendo que fugir debaixo de insultos e tentativas de agressão. Por maior que sejam a sua determinação, empenho e até preparação ficou em posição fragilizada ante os nossos adversários, ante os nossos credores e perante parceiros comerciais e demais instituições. Perdemos todos. Alguém é capaz de estimar o impacto que tudo isto terá junto do próximo treinador a contratar, por exemplo? Que profissionais quererão trabalhar num clube em guerra civil, arriscando a carreira?  

Há razões para ter esperança, mesmo que comedida. O presidente eleito esteve ontem na SIC muitos furos acima das suas prestações no debate, o que nem surpreende, tendo em conta a sua formação.  Falou de coisas que são caras a muitos de nós, como a auditoria, o voto à distância, na valorização do papel do sócio. O PMAG teve ao mesmo nível no seu habitual programa, falando como o representante de todos os Sportinguistas. 

Dêem uma hipótese ao Sporting! Acima de tudo e todos pensemos no clube que herdamos e no clube que vamos deixar ficar aos nossos filhos. Não impus o Sporting ao meu filho, da mesma forma que não lhe impus a religião, credos políticos ou ideológicos. Gostava que, tal como eu, fizesse a sua opção pelo Sporting de forma consciente e voluntária. Temo que por este caminho o amor filial que lhe leva a fazer o esforço que faz em ser Sportinguista como o pai seja ultrapassado pelo desencanto.

P.S- Não sei se voltarei a escrever aqui. Obviamente que este interregno, que poderá redundar em final, é uma decisão dolorosa, mas também consciente. O blogue poderá continuar ou não, estando isso dependente dos restantes editores.

domingo, 27 de março de 2011

Tudo o que sei sobre as eleições


Tudo o que sei sobre as eleições

Durante e após o acto eleitoral fui recebendo informação junto de 3 listas concorrentes que aqui deixo ficar.

- Durante a contagem de votos GL alcançou vantagem sobre BdC até chegarem as últimas mesas.

- Até aí a vantagem de GL era grande, vantagem que se foi esbatendo à medida que se foi caminhando para as mesas com menos votos.

- Às 2.23 da manhã o GL estava à frente com 6% de vantagem mas faltavam ainda contar as mesas com menos votos portanto.  

- Às 5.03 da manhã recebi informação que Godinho Lopes por 0, 40%. Soube depois que não terá havido qualquer recontagem, face à diferença de votos.

- Ao contrário do que se começou a propagar pela blogosfera e redes sociais não houve qualquer incidente, confusão ou actos menos claros.

- Lembro que estavam 10 listas em confronto, com os respectivos delegados no recinto onde decorria a contagem. Todas as mesas foram escrutinadas com presença dos delegados, sem registo de problemas.

- Os resultados parciais, por mesas, foram sendo aceites sucessivamente sem registo de incidentes.

- Quando foram apurados os votos da AG apurou-se a vitória da lista de BdC, que, pelo tempo em que ocorre, terá sido quando foi dada como certa a vitória de BdC, mas para o CD, e que deu origem a toda a confusão. O próprio GL preparou aí os seus apoiantes para a possibilidade de derrota.

- Quando foi feita a comunicação dos resultados finais não foi houve contestação no interior da sala pelos delegados, incluindo os do BdC.

- As urnas seladas foram seladas vazias e nunca estiveram abandonadas.

Estas informações podem ser corroboradas seguramente pelos diversos delegados e, até ao momento, apenas a lista de BdC é que reclamou.

Nota Pessoal:
Bruno de Carvalho já decidiu impugnar as eleições. Ao fazê-lo sem recorrer à recontagem dos votos dá um mau sinal porque os números, ao contrário dos testemunhos, são irrefutáveis.

Não é suficiente apelar à calma e na mesma frase dizer que “existiram muitas inconformidades”. Isto é abrir a caixa de Pandora e os boatos entretanto a circular são o seu resultado. Se existiram muitas, quais foram?

Bruno de Carvalho diz que lutará até ao fim pelo Sporting, se permanecer neste registo não terá que lutar muito tempo. Aceitar com garbo uma derrota que saiu cara ao vencedor e que já fez o Sporting perder muito ontem capitalizar-lhe-ia mais apoios do que os que terá, arrastando o Sporting para uma luta fratricida de proporções e consequências difíceis de imaginar.

Ao proceder desta forma BdC põe-se do lado do problema e retira-se do lado das soluções. 

Têm a palavra todos os Sportinguistas!

Vitória de GL: meio golo (ou meia grade?), com efeitos caprichosos

Até ver Godinho Lopes será o novo presidente do Sporting. Até ver, porque parece que  Bruno de Carvalho irá impugnar as eleições. É difícil de perceber por isso se as eleições de ontem foram apenas mais uma bola na trave ou um auto-golo. Para já GL terá ganho as eleições por meio golo (percentual) resultado conseguido por um remate de vários efeitos caprichosos, que aqui procurarei analisar. Nessa análise tentarei ser o mais objectivo possível, prescindindo da argumentação emocional já de si excessiva, que funciona aqui como um conta gotas de gasolina a pingar sobre a fogueira. Não sendo eu apoiante de nenhuma das candidaturas em disputa, ser-me-á porventura mais fácil o distanciamento necessário para ser objectivo.

O efeito fracturante
O efeito fracturante destas eleições, se elas vierem a ser validadas, perdurará por algum tempo. Godinho Lopes é um presidente como uma base de “desapoio” enorme: 63,44%, isto somando os votos de todas as candidaturas. O resultado seria mais o menos idêntico para BDC, obviamente, o que quer dizer que o primeiro trabalho do próximo presidente deve estar centrado em chamar a si essa percentagem de sócios que não votou na sua proposta. Esse trabalho requer inteligência e paciência do lado de quem ganhou mas nunca terá sucesso se não houver tréguas do outro lado. Fosse qual fosse o presidente saído destas eleições precisaria sempre de tempo para afirmar a sua liderança, pelo fractura evidente e pelo momento difícil do clube, que não é passível de ser invertido em clima de guerrilha interna. O Sporting, mais do que qualquer candidato, merece muito mais do que o se viu ontem e o que se programa para os dias que se seguem. Se alguém trocar de posição com GL , e a manter-se este clima, apenas trocará de campo de batalha, mas esta continuará.


O efeito Record
A frustração existente no seio da candidatura de BdC é mais que justificada, pela exiguidade da distância a que ficaram de GL. Essa frustração começou logo a ser alimentada e potenciada pelo anúncio irresponsável do Record, pouco depois do fecho das urnas. Os resultados da sondagem exibidos são  fiéis ao resultado da votação. O que não o é foi o anúncio da vitória de BdC, como foi feito, porque o que realmente apontava a sondagem era para um empate técnico. E assim foi entendido pelas candidaturas, porque as reacções foram comedidas. Estive até às 22h no Alvaláxia, onde residia a sede de candidatura de BdC, e apesar do óbvio optimismo não vi nenhum triunfalismo. Esta irresponsabilidade ou desonestidade intelectual foi um dos primeiros rastilhos para o que se seguiu.
O efeito Futre
Confesso que não esperava um resultado tão renhido, porque pensei que o Dias Ferreira valia muitos mais votos e disputaria com GL um eleitorado mais conservador. O que não contei, julgo que ninguém contou, nem o próprio DF, foi com o efeito Futre. O seu “slalon”, “naquela “ conferência de imprensa , terá baralhado completamente os resultados destas eleições, estou em crer. Só falta apurar onde aterraram os charters dos apoiantes de DF que debandaram, por certo incrédulos e assustados. Se em maioria na candidatura de GL, se na de BdC é difícil de avaliar, mas sendo um eleitorado mais conservador, talvez em GL, retirando à ListaC uma vitória que parecia certa.


O efeito Jabulani
Não sei, ninguém sabe, o que se seguirá. Um pouco como acontece aos guarda-redes quando a  Jabulani é rematada pelos avançados. No entanto é crucial nestas alturas percebermos que o que está em causa acima de tudo é o que nos vincula ao Sporting e não a este ou àquele Sportinguista. Os resultados das eleições podem ser verificados e foram acompanhados pelos elementos das diversas candidaturas. O seu testemunho é crucial de forma a atalhar os boatos e que estes se tornem mitos urbanos. Mais do que alimentar as fogueiras emocionais que nos ameaçam consumir é necessário ser fiel aos factos ocorridos. Os boletins de voto estão certamente selados e podem ser recontados e o seu resultado verificado. A impugnação pura e dura do acto eleitoral, sem ter em conta todos os procedimentos prévios, só pode ser entendida por mim como mau perder e a tentativa de obter uma vitória na secretaria que não se logrou obter em campo eleitoral.

À tentativa de impugnação seguir-se-á uma contra-resposta, o que arrastará indefinidamente decisões e impedirá que o Sporting tenha uma direcção tão cedo, comprometendo fatalmente o clube já de si fragilizado. Assegurada a legalidade do acto eleitoral importa por os olhos no futuro e perceber que a possibilidade de servir o clube não se esgota nestas eleições, a menos que o clube sendo posto em causa, definhe e acabe.De igual modo, se nos mecanismos de apuramento que se devem seguir antes de outras tomadas de posições, se se apurar a maioria dos votos na candidatura de BdC, não restará à candidatura de GL senão aceitar esse facto e a derrota.
O que se passou a seguir à comunicação dos resultados é inadmissível e sê-lo-ia na mesma se BdC tivesse ganho e quem perdeu retaliasse de igual modo. Se alguém quer BdC ou GL como presidente independentemente da votação dos sócios que funde um clube.

O futuro próximo poderá (ou não…) ser esclarecedor do que propõe ambos os lados. Veremos quem está disposto a aceitar decisões salomónicas, esquartejando o clube, quem se satisfaz com vitórias de Pirro, ganhando a qualquer custo e por qualquer meio, deixando atrás de si um clube moribundo. 

Nota pessoal: 
Os episódios à volta destas eleições, desde a campanha eleitoral até aos tristes episódios de ontem, mais tranquilo me deixaram com a minha opção de voto. Os que gritam mais alto não são os que têm razão. Uma franja de adeptos não pode ter na mão decisões que cabem a todos os Sportinguistas. Votaram cerca de metade dos sócios habilitados para o efeito, poucas centenas de sócios não os representam, por muito barulho que façam. Há em ambas as listas que agora se degladiam tiques e vícios que os afasta da ideia de Sporting que professo, pelo que não ter votado em nenhuma foi um voto útil no Sporting.

Veremos quem, acima de tudo e dos seus projectos pessoais, gosta do Sporting.

Sabotagem…

Eleições do SCP: Um cenário negro...

Nem sei o que dizer...

Com esforço, consigo resumir o sentimento que me invadiu após adormecer sentado no sofá, madrugada adentro, de comando na mão, extenuado da longa jornada e de tanto zaping entre os canais ‘n’ da SIC e da RTP. Adormeci vencido pelo cansaço mas ainda esperançoso num novo ciclo e, ao acordar com tudo isto, só sinto que a réstia de esperança com que me deitei foi sabotada.

Para mim, todo este processo eleitoral, culminado nesta forma dramática (será que acabou mesmo?), foi um golpe muito, muito traumatizante que vai levar tempo a sarar. Quando a esperança se esvai e ficam a ANGUSTIA, a DÚVIDA, A REVOLTA e o ARRASO, resta que o vencedor anule todos estes sentimentos negativos, gradualmente, um por um até restabelecer a confiança que os nossos anteriores dirigentes (e seus compagnons-de-route) tanto malbarataram…

Parabéns e muita sorte a Godinho Lopes e ao Domingos Paciência. A este ultimo só lhe peço novos domingos no futebol leonino.

Uma ultima questão:

Será desta que se alteram os estatutos? Entre muitas situações incompreensíveis, nos tempos de hoje, é revoltante a discrepância no n.º de votos entre sócios do SCP…

sexta-feira, 25 de março de 2011

Que as eleições não sejam mais uma bola na trave!

A campanha eleitoral chegou ao fim e certamente não deixou saudades. Amanhã é dia de votar , pelo que talvez seja bom aproveitar o pouco tempo que resta para reflectir sobre o que queremos que seja o Sporting do futuro. Não podemos mudar o que se passou até hoje, facto que até é positivo porque o Sporting encerra ainda em si uma capacidade de sedução que lhe advém não só do brilho das suas conquistas como do respeito que as suas cicatrizes infunde. Mas ao fazermos, com o nosso voto, uma opção estamos a tomar decisões sobre o futuro que queremos para o Sporting.

O debate eleitoral foi decepcionante,  o que de certa forma coloca em causa o entendimento de que o aparecimento de 5 candidaturas era um sinal de vitalidade. Pelo nível do debate, pelas propostas apresentadas, dificilmente se pode concluir que o Sporting ganhou. e estima-se como muito difícil que venha a ganhar. Falou-se muito de valores, mas de milhões. Pouco se falou dos valores que estiveram na origem do Sporting e como eles nos podem ajudar a projectar o futuro. Falou-se muito, mas pouco se reflectiu para lá dos lugares comuns.

Não nos entendemos, é um facto e, como nos diz o Prof. Poiares Maduro, um dos subscritores do Manifesto Recuperar a Identidade Perdida, também não entendemos que:

1-"(...) é uma péssima ideia qualquer candidato aparecer com um fundo. Não é que um fundo de investimento em jogadores seja necessariamente uma má ideia para o Sporting. O que é seguramente mau é um candidato negociar qualquer fundo de investimento quando ainda não é presidente do Sporting. (...) Um candidato pode e deve formular como acha que deve ser constituído e operar um fundo a criar pelo Sporting mas vincular-se a um fundo com determinados investidores antes das eleições parece-me simplesmente absurdo. 

2-Treinadores: Um candidato tem menos escolha que um presidente (muitos treinadores nem sequer aceitam envolver-se neste “circo”). Até é bem possível que um candidato a presidente preferisse o treinador já apresentado por outro mas como também tem de apresentar um... (...) O importante era apresentar um mecanismos de escolha credível e diferente que identificasse um perfil e um processo de selecção inovador e que garantisse o máximo de qualidade e proximidade a esse perfil

(No manifesto sugeria-se  "uma consultadoria sobre a nossa política desportiva a três treinadores de topo (nomes internacionais como Sachi ou Hiddink conjugados com alguma ex-glória do Sporting): desde o modelo de jogo à qualidade do nosso scounting tudo deve ser avaliado. Este grupo de sábios (chamemos-lhe assim) deveria, igualmente, ajudar o clube a definir um perfil de treinador e a selecioná-lo. Segundo, que os treinadores passem a ser avaliados não apenas pelos resultados mas também pelo público que atraem ao estádio, de forma a premiar a qualidade do futebol mesmo quando a juventude da equipa não lhe permita sempre vencer títulos. )

3- Remuneração. Continua a bater-se na tecla que um Presidente do Sporting não pode ser remunerado. Isto deixa-nos duas opções: apenas se podem candidatar os que já são milionários ou reformados ou aqueles que têm profissões compatíveis com uma acumulação (normalmente empresários). Isto é uma fonte enorme de potenciais conflitos de interesse. Eu prefiro um presidente remunerado e com regras muito claras que proíbam determinados conflitos de interesse.  

Talvez não seja por isso demais lembrar o que este manifesto propunha no essencial e as palavras de Artur Agostinho, que me parecem adequadas ao momento de reflexão que deveria acontecer antes de votarmos:

Dizia Artur Agostinho:

Escolher um presidente não é como jogar no Euromilhões. Em que se escolhem os números e ficamos à espera do ”milagre”. (...) "Porque não é suficiente que um candidato garanta que vai tentar atrair investidores ou diga que é possível que fulano, sicrano, beltrano as Empresas X e Y invistam, em força, no Sporting. Também não chega prometer que procurará negociar com a Banca uma nova solução para a dívida acumulada e respectivos juros. São importantes – direi mesmo indispensáveis – dados concretos em que possamos acreditar. (...) É dever dos candidatos esclarecerem os associados acerca do seu projecto, sem promessas vagas ou simples intenções, e que conceito de clube propõem se forem eleitos. Um “conceito” que deverá trazer profundas alterações na área do futebol. Não temos a memória tão curta que nos impeça de recordar um passado recente em que as promessas megalómanas e o aventureirismo de alguns – ainda que à sombra de muitos sonhos líricos e ingénuos – empurraram o Sporting para um plano inclinado que por pouco não o conduziu a um abismo sem… regresso possível."

Diz o Manifesto:

(...)Neste momento, a prioridade do Sporting é, acima de qualquer outra, recuperar a sua identidade. Tivemos um longo período da nossa história em que perdemos muito sem perder o entusiasmo. Hoje, ao fracasso soma-se a perda de entusiasmo. A razão é simples: deixámos de nos identificar com a equipa.

 (...)Os sportinguistas precisam de se reencontrar com o Sporting e o Sporting precisa de reavivar a cultura que fez dele um clube com forte tradição identitária. Quantas vezes não ouvimos recentemente que as crises oferecem uma oportunidade. O Sporting é conhecido por falhar muitas oportunidades... Esperemos que as próximas eleições não sejam apenas mais uma bola na trave. 

Têm a palavra os sócios do Sporting. Chegou o dia de acertar o relógio, não fiquemos a ver o tempo

Os cinco candidatos vistos à lupa

O engenheiro ambicioso que faz ioga, o investidor que compra roupa nos saldos, o sobrinho-neto do almirante destemido, o advogado que queria ser actor, ou o juiz que queria ser actor são alguns dos pormenores que a investigação do DN revela hoje sobre os candidatos à presidência do Sporting. Talvez sejam pormenores pouco relevantes, um pouco ao jeito de fait-divers, mas também é verdade que já quase tudo foi dito, mesmo que esse tudo pouco tenha tido a ver com que era realmente importante abordar. Mas quem viu o debate de ontem na TVI24 também é capaz de concordar que, independentemente do que venha a ser a escolha dos Sportinguistas, já pouco ou nada poderá ser esclarecido, nitidamente por falta de vontade e de nível da generalidade das candidaturas.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Fundos tipo Fd´s ou os bobos somos nós

Foi um dia mau para a candidatura de Dias Ferreira, depois de ontem ter marcado pontos e mais uma vez num debate. O debate  é aliás o meio que DF nitidamente domina, no que é um bom exemplo de que o treino pode apurar a arte. O candidato tinha treinos marcados à segunda-feira, todas as semanas, e não costumava faltar. Afinal GL era capaz de ter alguma razão ao convidá-lo para defender os interesses do Sporting junto de instituições como a Liga. Já quanto ao acerto nas decisões, e pelo que se viu na escolha do seu "homem do futebol" estamos elucidados.

E foi um mau dia porque além de ter sido desmentido pelo representante de Dunga - DF afirmou com ares de grande segurança no que está a fazer que Rijkaard foi a sua primeira e única opção - ainda viu o Futre fazer um número cómico sobre prospecção de talentos. O que tem Dunga a ver com Rijkaard, isto é, quando se definiu o perfil do treinador como se saltou do brasileiro, depois deste se ter negado, para o holandês? Só pode ter sido pelo mesmo motivo que o novo rico escolhe as marcas e os artigos mais caros sem saber se lhe vão sequer ser úteis. E se o fundo de BdC deixa muitas dúvidas que fundo terão Futre e Dias Ferreira para arcar com as despesas das mirabolantes contratações que elencaram? Será um "fundo tipo FD´s"? (os mais ousados ponham as vogais que faltam...)

No mesmo dia em que se anuncia o interesse em Wendt e Bobo, no que é mais uma excelente demonstração da excepcional capacidade de prospecção de Freitas, é caso para dizer que os Bobo´s somos nós todos. A falta de respeito, a alergia em falar verdade da generalidade dos que se candidatam aos mais altos cargos no clube mais não é que uma profunda falta de respeito pelos associados e um sinal que só muito dificilmente a mudança necessária chegará. Tudo isto deveria constituir matéria de reflexão para os adeptos, que muitas vezes tomam as dores dos candidatos e não menos vezes se degladiam, insultam e perdem as estribeiras  para defender quem insulta a sua própria inteligência.

Nem Godinho Lopes nem Bruno Carvalho: back to basics!

Estas eleições têm sido condicionadas por dois factores: a discussão à volta da ruptura/continuidade, que aqui ontem procurei desmistificar, e pela bipolarização das discussões entre GL e BdC. Foi-se instalando a ideia de que GL é o caos e BdC o único que nos pode salvar . Este maniqueísmo é a versão inversa de um dos piores tiques que vigoraram durante o período de que tanto se querem livrar os Sportinguistas: quem não é por nós é contra nós, é mau Sportinguista. Aliás o BdC que vi no Solar do Norte, simpático e afável, - o debate tinha-lhe corrido bem e tudo andava sobre rodas – revela-se agora arrogante com os adversários e azedo perante as contrariedades.

Para quem aqui me lê sabe que desde o inicio não caucionei a questão de fundo que acaba por ser incontornável nesta campanha: o fundo russo. Pelo mecanismo em si, que encerra  em si  um risco superior ao que devemos correr num campo onde é aconselhada prudência. Onde devemos arriscar é em campo, e nem aí de forma descontrolada. E as dúvidas sobre o fundo, desde a sua existência até à própria valia como ferramenta de alavancagem do reforço do plantel, e que é crucial na estratégia de BdC são mais que legitimas. E ontem, quer de manhã no debate da TSF quer no debate na SportTV, ficaram bem expressas quer as fragilidades do fundo quer as dificuldades de BdC em dar explicações. No fundo o fundo não existe ainda, senão quem fez o show off com Van Basten já teria apresentado umas unhas. E ontem BdC não conseguiu contrariar a ideia que o direito de veto dos tomadores do fundo não permite ao Sporting contratar quem quiser, nem ficou claro de quem são os direitos desportivos e de quem são os direitos económicos, ou como serão divididos os prejuízos com os jogadores que não se imponham . Acreditar no fundo é necessário quase fazer uma profissão de fé.

Isto é mais ou menos o mesmo que eu arranjar finalmente o dinheiro que tanto necessito para comprar casa nova, decidindo prescindir do habitual financiamento bancário, e socorrendo-me das amizades que tenho junto de gente endinheirada, mas de ascensão duvidosa. Dou de barato que até me emprestam o dinheiro e que não tenho que explicar em casa, em particular aos mais novos, porque decidi fechar os olhos aos valores que lhes andei a tentar incutir e que nos deviam servir de guia. Mas afigura-se mais difícil entender como um bom negócio estar sujeito ao veto a decisão que só devia ser minha relativamente ao revestimento exterior do edifício, a marca dos electrodomésticos, a cor das telhas ou  a escolha do madeira para a pavimento.  E desconfio quando a esmola é grande: se vender o imóvel ainda fico com 60% das mais valias. Parece um bom negócio, mas é igualmente um risco e não vejo porque, face às outras opções disponíveis, eu decida arriscar a segurança e a estabilidade da minha família. Pesados os prós e os contras depender de um banco pode até ser melhor até para a minha saúde... Porquê então arriscar?

É isso que tenho ouvido mais da parte dos Sportinguistas quando, perante as dúvidas sobre o fundo de BdC declaram que é preciso arriscar. Há sempre necessidade de arriscar em  determinados momentos da vida, mas há que fazer a devida ponderação entre o grau do risco e o ganho que se possa vir a obter. Não me parece razoável, perante todas as possibilidades que existem, arriscar assim tanto. É por isso que não votarei BdC. Mas não só. Não gosto das suas escolhas, não vejo estrutura sólida, tudo gravita à sua volta. Mas BdC tem pelo menos 1 grande mérito: diz as coisas que são bonitas de ouvir, é um grande prestidigitador, tão do agrado das massas: disse que ia ter um grande treinador e trouxe um treinador grande. O adjectivo está lá , mesmo que deslocado. Tem um projecto de 93 medidas, logo ninguém pode desmentir a existência do projecto, mas ninguém discute o mérito do que propõe. Tem dinheiro de investidores, com quem tirou fotografias em Moscovo, logo é verdade, mesmo que não se lhe veja rasto e na véspera da sua viagem o rosto do fundo negava a sua existência.

Até perceberia tudo isto se as eleições fossem entre BdC e GL. Não nego o direito de GL e seus acompanhantes de se candidatarem, mas, tal como afirmei aqui anteriormente, era preferível que, em nome da pacificação do clube, fosse finalmente dada via aberta para novas pessoas e ideias. Parece que GL tentou fazer uma lista consenso, no que falhou redondamente. O que nasceu foi um bebé cheio de gorduras e a crescer de dia para dia, sem nexo. Arranjam-se lugares para as pessoas e não pessoas para os lugares. Continuará seguramente a promiscuidade, sendo difícil de perceber se alguns elementos dos órgãos sociais estão em representação dos credores ou como Sportinguistas, ou ambos. Não gosto de o dizer por não querer cair na conversa dos bons e maus Sportinguistas, mas expliquem-me a necessidade de ter nos órgãos sociais elementos ligados às empresas auditoras do clube e da SAD?

Há mais vida nesta eleições para além de GL e BdC. Por umas razões ou por outras nenhuma destas listas merecerá o meu voto. O mesmo não acontecerá com DF, apesar deste ter mais anos de Sportinguista que eu de vida. O seu historial não o recomenda, em particular nesta altura de vida do Sporting. Falar mais alto não é ter mais razão. O Sporting precisa de um consenso alargado que DF nunca conseguirá oferecer pela dificuldade que tem em lidar cada vez que ouve uma critica. Pedro Baltazar tem sido razoável nas suas propostas, cheguei-o a considerar uma hipótese mas, o problema pode até ser meu, preciso de o perceber melhor.

Já ontem o disse: vou votar Abrantes Mendes. Revejo-me nos valores e princípios que defende, revejo na forma realista como aborda o momento do Sporting. Não é conformismo percebermos as  nossas limitações, é apenas o primeiro passo para melhorar.  O Sporting sempre encontrou no seu seio a força para superar as dificuldades. A forma de estar de SAM é que mais se adequa a estabelecer as pontes que há anos foram derrubadas entre nós e aglutinar as sinergias que se espalham por todas as candidaturas e sensibilidades. A forma como todos se calam quando ele fala é paradigmática. E como me pareceu pela pergunta final que endereçou aos seus concorrentes, é o único cuja ambição pessoal é servir o Sporting, acima dos projectos de projecção pessoal. O Sporting precisa de um urgente caminho de volta para si próprio, precisa de fazer o seu back to basics.

Esta é a minha escolha pessoal. Mas seja qual for a escolha que os Sportinguistas façam no sábado o meu mais intimo desejo é que o próximo presidente seja finalmente o presidente de todos os Sportinguistas. Para que tal aconteça que a primeira medida seja chamar a si todas as listas que concorrem ao acto eleitoral, incluindo ao CL e CF, e ouça o que propõem. Porque em todas há boas ideias. O Sporting é um gigante anestesiado pela dor e pela desconforto da desconformidade da sua actual existência com a sua grandeza. Saber ouvir e congregar em torno do clube todos os associados que a isso estiverem disposto é o primeiro passo para o triunfo da próxima liderança.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Não há cadáveres do roquetismo? ( ou meu sentido de voto)

Estas eleições têm tudo para ser uma oportunidade perdida no sentido de se discutirem os reais problemas do Sporting e podem ir muito bem no sentido de os agravar, se alguns factores se acabarem por conjugar. Quem diz que pior do que tem sido  é impossível seguramente que não tem em linha conta que o Sporting está na mesma situação que alguém que brinca à roleta russa e, por inconsciência  e sorte, não tendo ainda ouvido nenhum disparo, põe a hipótese de nem haver bala. Mas há bala e se ela sair não matará o Sporting, seriam precisas muitas para o efeito, mas pode muito bem matar o seu estatuto, o que levará muitos mais anos do que os que já são necessários para que  o Sporting  volte a ser. que todos desejamos que seja. Quem duvida da grandeza da instituição que somos basta que tenha em conta o número de anos que leva a ser mal gerida e delapidada e verificar o quanto tem aguentado para não duvidar.

Mas estas eleições são já um significativo avanço no panorama dos últimos 15 anos do clube. O “roquetismo” que dominou os últimos anos, entre eleições quase transformadas em plebiscitos e cooptações, está, pelo menos por hora, reduzido a menos de 100 elementos, agora acantonados à volta do coitado do Godinho Lopes.  Nesta campanha ele já despertou em mim pelo menos simpatia, a mesma simpatia que temos pelas vitimas de chacinas, que é o que lhe tem acontecido em todos os debates, e sempre tenta dizer o que seja. Um destes dias, até sábado, ainda o veremos ser questionado por, ao abrir a boca para bocejar, se pensar que ia fazer o uso da palavra. Nesta coisa da continuidade tem havido muita desfaçatez, muita amnésia selectiva, muita  sem-vergonhice. Os 90% que apoiaram JEB esfumaram-se, e já o renegaram 3 vezes e o galo nem sequer cantou. Muitos desses ainda há poucos meses reconduziriam JEB apesar das evidências. Muitos ainda apoiaram as medidas que desbarataram os já parcos recursos disponíveis conseguindo a proeza de ainda nos deixarem pior. Desgraçadamente a blogosfera é mais perene que as folhas de jornais e os programas de televisão semanais, pelo que basta haver 1 pouco de paciência para perceber a diferença entre as convicções e vontade de cavalgar com a manada, com medo de ficar sozinho e ter que pensar por um segundo como se vai para casa sem ser junto com os outros.

Se todos tivermos memória e um pingo de coerência verificaremos que, muito ou pouco, todos contribuímos para o que passou nos últimos anos e que esta coisa da “continuidade” tem servido nestas eleições para desviar atenções, expiar culpas e sobretudo para inquinar as discussões. O meu roquetismo não é maior nem menor do que o de ninguém, também eu acreditei no que Roquette propôs, os nossos rivais copiaram-nos, tiveram foi o mérito de o fazerem melhor do que nós. Godinho Lopes saiu há 8 anos do Sporting e o “roquetismo” prosseguiu o seu caminho. Tivesse ele uma boa gestão de imagem e um pouco de sangue frio não deixaria encostar à parede quem com ele concorre e lhe atira à cara a cada segundo a palavra continuidade. A sua dispendiosa agência de comunicação mete mais água que o Titanic e a acusação feita a DF  (teria advogado contra o Sporting, cujo desmentido era já do conhecimento público) devia dar direito a despedimento, com direito a indemnização. Afinal ele esteve no período áureo, dos campeonatos, da  construção do estádio, da Academia e a maioria de nós achava que afinal o oásis existia. Quantos dos que hoje o insultam não choraram no dia da inauguração do estádio, p.ex.?

O roquetismo parece de facto ter morrido mas, estranhamente, não se sabe onde estão os cadáveres.

Pedro Baltazar foi até há um ano atrás membro não executivo da SAD. DF foi um dos maiores defensores do “status quo” durante todos estes anos a fio, semana após semana. No CD que propõe a votação estão, com ele incluído, 3 elementos que acabaram de sair dos órgãos sociais que mais nódoas deixaram cair na história do clube, mais até do que no CD de GL. Bruno de Carvalho votou em Bettencourt e propôs para a AG do clube, isto é, para representante dos sócios, um dos melhores propagandistas do regime roquetista. A sua cisão com a “continuidade” não é programática ou ideológica  é apenas oportunista. Porque é que de repente percebeu a necessidade de uma auditoria às contas e à gestão, quando ela é mais do que necessária há tanto tempo? Todos eles, uns mais do que outros, outros menos, são tão responsáveis pelo estado em que chegamos a estas eleições. Como todos nós afinal, uns mais do que outros.

Dei comigo a pensar que não iria votar nestas eleições. Porque não encontrava projecto que me satisfizesse e o que entendia ser coerente com o que penso e com a forma de estar e que pudesse ganhar as eleições. Mas a dada altura não deixei de me questionar: vou votar para ganhar ou votar para dar ao meu clube um novo rumo, que não um rumo qualquer, entenda-se? Voto útil? Útil para quem o receber ou voto útil para o meu clube? E como se pode imaginar qual será o voto mais útil, se nem se consegue perceber quem está melhor posicionado para ganhar, ou se não se consegue sequer perceber o que este ou aquele faria com o meu voto? Não me restava outro caminho senão ficar de bem com a minha consciência e no sábado, quando regressar a casa, depois de longa viagem, e puser a cabeça no travesseiro, estarei pelo menos tranquilo comigo mesmo, mesmo que o clube me continue a oferecer preocupações e insónias. Assim sendo, não me resta outra alternativa senão votar em Abrantes Mendes.

Não sei SAM pode ou não ganhar as eleições, mas eu também não sou do Sporting por ter as vitórias garantidas. Não tive ninguém que me levasse o Sportinguismo ao berço, enamorei-me do Sporting já pré-adolescente, como quem descobre a mulher dos seus sonhos, e sabe que é aquela ou não há consolação possível. Devia ser benfiquista se as tentativas, próximas do suborno (equipamentos completos, bolas, etc) da minha querida tia tivessem resultado. Amo o Sporting porque lhe conheço e reconheço as virtudes ímpares da grande associação (não empresa) de vontades mas também porque olho para todos as suas imperfeições sem delas me envergonhar.

Votarei Abrantes Mendes  e amanhã explicarei porque o faço, o que, diga-se de passagem, não é difícil de adivinhar.

Ecos do debate ontem no DN/OJogo

Prosseguiu ontem a campanha eleitoral com mais um debate, desta vez com patrocínio do DN/OJogo, que inclusivé foi transmitido em streaming nas páginas online desses jornais. As perguntas, as respostas e as frases mais marcantes é que agora disponibilizo, até porque, há hora que ocorreu o debate, poucos devem ter conseguido presenciá-lo.




terça-feira, 22 de março de 2011

Dias Ferreira, Godinho Lopes e Bruno Carvalho ao DN

Muita tem sido a informação disponibilizada aos Sportinguistas nesta campanha eleitoral. Por manifesta falta de tempo tem sido impossível acompanhar e disponibilizar os conteúdos que não estão disponíveis online, como é hábit. Tendo em conta as diversas publicações optei pelos conteúdos que o DN tem publicado desde o passado domingo, e que se prolongam até quinta-feira, com audição de todos os candidatos. Ficam aqui as entrevistas de Dias Ferreira, Godinho Lopes e Bruno Carvalho.





“Sócios do Sporting não sabem toda a verdade”

João Mineiro e Frederico Abreu
Frederico Abreu e João Mineiro defendem que só um conselho fiscal e disciplinar (CFD) independente poderá realizar uma auditoria aos últimos 16 anos de gestão. Ambos alertam também para o facto de estas eleições estarem centradas no investimento no futebol e pouco preocupadas com a sustentabilidade de um clube que teima em caminhar “para o abismo”.

Porque apresentam uma lista apenas ao CFD?
Frederico Abreu (FA) – Porque acreditamos que é fundamental uma auditoria no Sporting, que, para ser bem feita, terá de ser executada por elementos independentes dos outros órgãos sociais. Uma das linhas fortes desta candidatura é chamar a atenção para a necessidade de separação de poderes. Por exemplo, o presidente da mesa da assembleia-geral (AG) é o primeiro representante de todos os sportinguistas enquanto associados e devia ter um distanciamento total da direcção. A mesma lógica pode ser aplicada ao CFD. É este órgão que, se for independente, tem condições para fazer uma auditoria, recolhendo informação de forma objectiva, apurar a evolução do passivo, da gestão e do património, para os sócios ficarem realmente informados. Desta forma, poderiam ter votado de forma mais consciente a última proposta de reestruturação financeira…
João Mineiro (JM) - E o exemplo da reestruturação financeira é perfeitamente elucidativo para ilustrar aquilo que pretendemos evitar de futuro. Foi dado a entender aos sócios que esta operação iria libertar um determinado montante para investir mais na equipa de futebol. Uma ideia totalmente falsa, já que a reestruturação se destinou apenas a capitalizar dívida.

Quais são as principais respostas que esperam obter com a auditoria?
FA - A última auditoria no Sporting foi mandada fazer em 1995, no mandato de Pedro Santana Lopes, após a saída de Sousa Cintra. Na altura, o Sporting tinha um passivo de 27 milhões de euros e um activo considerável, com prédios, terrenos e outros bens imobiliários. 16 anos depois, temos um passivo gigante e não temos activos praticamente nenhuns. Esta evolução tem de ser explicada. Algum dia terá de ser feito, até para pacificar e recuperar o clube.
JM – Esta auditoria teria uma função quase higiénica para o clube: perceber o que é que aconteceu. A seguir poderá partir-se para um momento de construção.

E a auditoria será só à gestão financeira e património?
FA – Não só. Irá também abranger todos os investimentos no futebol. Relacionar o valor da equipa de futebol versus os resultados desportivos e a sua competitividade. Isto tudo para evitar, de futuro, aquilo que para nós é claro: a falta de organização. É que nem sempre o ter mais dinheiro pode ser associado a uma melhor prestação. Actualmente vivemos no pior de dois mundos: temos mais dinheiro e menos resultados. O Sp. Braga provou, no ano passado, que se pode fazer muito com menos dinheiro. O que é verdade é que, nos últimos dois anos, se destruiu imenso a capacidade financeira e económica e que os resultados desportivos são medíocres.
JM – A nossa lista para o CFD quer alertar para a necessidade de dissociar aquilo que é sustentabilidade daquilo que é investimento no futebol. Esta campanha tem provado que é muito mais fácil falar de investimento, na compra de jogadores, mas, acima de tudo, o Grupo Sporting tem de ser sustentável. Neste momento tal não acontece e estamos a caminhar para o abismo. Se estamos numa situação insustentável, não podemos falar de investimento que só a vai agravar.

É de investimento que mais se tem falado nesta campanha…
JM – É precisamente por isso que é fundamental ter um CFD independente. É que, neste momento, não existe informação nem transparência.
FA – A minha pergunta é a seguinte: será que os sócios estão na posse de toda a verdade? Acho que não. É necessária a consciencialização do sócio anónimo que tem pouca informação e conhecimentos económicos. Tem de ser simplificada o economês pesado que se tem utilizado para falar do clube e que não explica que estão, na realidade, a matar o Sporting.

Para essa consciencialização dos sócios não teria sido importante a vossa candidatura ter surgido mais cedo?
JM – Havia já um grande espartilhamento do que eram listas e ideias de todas as listas que foram surgindo e nós não quisemos contribuir para alguma confusão.
FA – Na realidade temos feito algumas acções de sensibilização, mas a mensagem não passa. As redacções da comunicação social, nomeadamente da imprensa desportiva, não nos têm dado visibilidade, porque somos uma voz incómoda. Face a isto, a estratégia passou por concentrar as acções de campanha numa fase mais derradeira, onde haverá mais apetência para perceber o que é que está a acontecer. Até porque a nossa campanha não tem grandes meios financeiros envolvidos ou estratégias de comunicação. É um trabalho que tem de ser feito quase de forma pedagógica, porque as pessoas preferem ouvir falar de jogadores e treinadores.

Têm seguido com atenção as constituições dos conselhos fiscais das listas candidatas à direcção?
JM – Sim. Ficámos particularmente surpreendidos com as declarações do cabeça-de-lista para o conselho fiscal proposto pelo candidato Godinho Lopes [João Mello Franco]. Numa entrevista confessou que não conhecia as contas do clube.

Um CFD independente não pode ser considerado uma força de bloqueio pela direcção?
JM – Nós não queremos ser uma força de bloqueio, mas temos de perceber que o CFD não pode estar cerceado, como até aqui, por opiniões que vêm de cima, do conselho directivo. Não há a tal separação de poderes. O que tem acontecido até agora é que um auditor e um credor do clube têm lugar no actual CFD. São executores e controladores ao mesmo tempo.
FA – E esta situação irá permanecer com a lista candidata ao CFD proposta pela candidatura de Godinho Lopes. Caso ganhe, a promiscuidade vai continuar, já que José Maria Ricciardi [presidente do Banco Espírito Santo de Investimento] integra o elenco como vice-presidente. Depois, o próprio candidato a presidente do CFD está envolvido com Carlos Barbosa, um dos principais elementos da lista para a direcção de Godinho Lopes, na direcção do Automóvel Clube de Portugal. Com estas relações, as pessoas não têm uma total independência.

Actualmente, que informação têm os sócios sobre as contas do Grupo Sporting?
JM – Às contas do clube, que, neste momento, representam 10 por cento do grupo empresarial; às contas da Sociedade Anónima Desportiva (SAD), porque é uma sociedade cotada, mas onde, até há pouco tempo, estavam localizados apenas cerca de 12 por cento do passivo bancário. Tudo o resto é totalmente desconhecido. Informação é poder e, neste momento, não existe. Assistimos há dias ao ridículo dos candidatos irem reunir-se com o engenheiro Nobre Guedes para se inteirarem da situação do clube.
FA – Fazendo um paralelismo com o Estado português, imagine-se um Instituto Nacional de Estatística que não fosse independente do Governo. Caso contrário, como teria liberdade para publicar os verdadeiros números do deficit e outros indicadores económicos que se pretendem independentes e rigorosos. Não lembra a ninguém considerar este organismo uma força de bloqueio.

E como vão tratar a informação se forem eleitos?
JM – Nós propomos organizar indicadores de gestão, que podem ser muito facilmente perceptíveis pelos sócios, comparáveis de ano para ano. Estes dados seriam depois publicitados entre os sócios, nos finais das épocas desportivas. Queremos fazer um livro branco dos últimos 15 anos, para se aprender com os erros que foram cometidos, e começar a ter uma informação transparente. Com isto, o nível de discussão no Sporting vai automaticamente elevar-se, já que os números falam por si. No passado, das vezes que solicitámos oficialmente informações nas vésperas de assembleias-gerais, acabou, na grande maioria dos casos, por ser recusada. Esta situação é sintomática. A partir do momento em que se fecha o clube aos sócios eles vão embora e, neste momento, é assustadora a curva descendente do número de associados efectivos com cotas em dia.
FA – Queremos trazer a meritocracia a este clube. Para o bem e para o mal, temos de responsabilizar quem de direito.

As transferências de Paulo Pereira Cristóvão e Pedro Cunha Ferreira do Movimento Ser Sporting para a direcção da lista de Godinho Lopes fragilizaram de alguma maneira a vossa posição?
FA – Quem acompanhou o trabalho do Leão de Verdade, que esteve na base deste projecto, e quem acompanhou o próprio Movimento Ser Sporting, sabe que nenhum dos dois contribuiu com nenhuma linha do programa que apresentámos nas eleições de 2009, quando concorremos contra José Eduardo Bettencourt [com Paulo Pereira Cristóvão como cabeça-de-lista à direcção]. Não foram eles que contribuíram com as ideias e as suas saídas não me surpreenderam.
JM – Quem trabalhou para o Ser Sporting permaneceu e continua com os mesmos ideais. Quem trai os princípios e as pessoas, não merece muito a nossa atenção e desse tipo de gente não reza a história.

Tiveram convites para se juntarem a outras candidaturas concorrentes às eleições?
JM – Partilhamos algumas ideias e alguns objectivos com algumas listas, mas o nosso objectivo aqui foi exactamente marcar uma posição independente.

Que outros objectivos tem a vossa lista caso venha a ser eleita?
JM - Queremos garantir que alguns compromissos que foram assumidos pelas anteriores direcções junto dos sócios irão ser cumpridos, nomeadamente a manutenção da maioria accionista do clube na SAD.

Quando os Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC) que foram emitidas e adquiridas, por tomada firme, pelo BES e Millennium, forem transformados em acções, o Sporting perderá a maioria accionista…
JM – Esse foi um “presente envenenado”, para o qual alertámos em tempo útil, da reestruturação financeira que foi parcialmente aprovada em assembleia-geral no mandato de José Eduardo Bettencourt. A forma como esta operação foi montada, exige que o Sporting, no futuro, tivesse meios financeiros para cobrir a parada.

Que valor é que estamos a falar?
JM – Para manter os 51 por cento das acções, o Sporting terá de despender aproximadamente de 14 milhões de euros quando os VMOC forem transformados em acções [o que pode acontecer já dentro de dois anos]. Isto só piora um cenário, já por si muito mau. O Sporting Clube já não tem praticamente património, exceptuando o estádio, e um futuro presidente poderá ser confrontado com a necessidade de fazer um aumento de capital na SAD, para garantir a maioria accionista, e a única forma que terá para o fazer será a passagem para esta sociedade dos direitos de superfície do próprio estádio. Está manietado nas suas opções. Os sócios não tinham consciência deste cenário. Muitas pessoas estão interessadas em que seja alienada a maioria da SAD e o seu controlo de gestão, mas a minha pergunta é a seguinte: sem o clube controlar a gestão da principal modalidade que razão têm os sócios para o continuarem a ser.

Mas é muito importante o Sporting Clube manter a maioria accionista?
JM – É importante do ponto de vista patrimonial, identitário e financeiro. Neste último caso, face à situação de ruptura financeira em que o clube se encontra, a única forma de recuperar passa por gerar mais-valias substanciais que só podem ser geradas através do futebol. Ou seja, o Sporting Clube não pode abdicar do controlo da única entidade que, bem gerida, pode garantir a sua sobrevivência e salvação.
FA – Se o Sporting entregasse o negócio do futebol, este passaria a ser gerido de fora e a tomar as suas opções visando outros interesses que não o clube. Se perdêssemos o controlo do futebol voltaríamos a ficar com o pior de dois mundos: não seríamos um clube que pudesse ser comprado por um Abramovich milionário, mas também não seríamos exactamente um clube de sócios. Ficaríamos numa situação híbrida: por um lado, um clube de sócios quando se trata de empurrar o passivo; por outro, para aquilo que interessa, que é a compra e venda de jogadores, já poderá haver um investidor que ficaria com a mais-valia do jogador a, b ou c.

Como têm visto as opções de muitos candidatos em recorrerem a fundos para investir no futebol?
JM – Os fundos fazem sentido e podem ser uma boa opção, desde que as suas regras sejam claras, mas é preciso demonstrar que o dinheiro que vai ser gasto para a manutenção dos salários dos jogadores a contratar pelos investidores será sustentável. É preciso alertar que as receitas provenientes de uma vitória no campeonato, mesmo que esta surja já no próximo ano, não serão suficientes nem para cobrir os prejuízos actuais nem para cobrir investimentos adicionais na equipa não sustentados. Por exemplo, este ano a SAD vai acumular mais prejuízos apesar das receitas extraordinárias das vendas de dois importantes activos como Miguel Veloso e João Moutinho.

Somos todos Sportinguistas





Finou-se o segundo debate televisivo, a primeira nota que retiro é a nova oportunidade perdida de esclarecimento daquilo que cada um dos candidatos pretende para o presente e futuro do Sporting. Está instalada uma campanha de clichés, máximas e redundâncias. Poucos assuntos são debatidos com rigor e despidos da urgência e do foco na captação de votos a qualquer preço, onde todos tendem a ser agradáveis para o seu umbigo e jogar num par defesa/ataque defendido por staffs obscuros que não interessam a ninguém.

A segunda nota é que após um primeiro debate morno, onde ninguém quis ser protagonista passamos para a ofensiva, este debate foi uma equipa à Robson, attack, attack, attack, todos os candidatos (excepto talvez Abrantes Mendes) surgiu com uma agenda própria bem preparada e estruturada sobre o que queriam transmitir e sobre o que não queriam que os seus adversários nas eleições transmitissem. As duas horas do programa foram consumidas com seis temas:

1 – A Sondagem do dia
2 – O treinador
3 – Continuidade vs ruptura
4 – Financiamento
5 – Relações com os adversários
6 – Declarações aos sócios

No final, fiquei com a sensação que todos querem o mesmo mas ainda não se lembraram de ouvir o Abrantes Mendes e começar a praticar. Aquilo que de comum todos querem, é uma liderança forte coadjuvada por quadros (Director Desportivo e Treinador) competentes, um Sporting respeitado e representado nos centros de decisão, uma equipa vencedora, um clube mais próximo dos seus sócios, uma auditoria, investidores e/ou financiamento bancário, aqui há uma pequena nuance o Pedro Baltazar assume-se como mecenas, não descurando as outras soluções.

Na realidade há pouco que os diferencie, há rótulos, competência/incompetência, puros/impuros, aventureiros/credíveis, etc., etc.. Para muitos a confusão persiste e perdurará até à cabine de voto, todos estes rótulos só serão efectivos pela sua acção e não por promessas do óbvio e de futuros risonhos que todos desejamos.

Na minha visão por candidato começo por Abrantes Mendes, parece-me o candidato em que todos gostariam de votar se o clube estivesse numa situação estável. Aquilo que tem a oferecer é ele próprio, a sua credibilidade profissional e pessoal e no momento em que todos descobriram a rotura, o fosso e a mudança ele cresce por ter sido quem cavou a trincheira onde agora todos querem ser heróis. Não tem aquilo que é necessário para vencer umas eleições, como Sportinguista é um Leão, como candidato a Presidente um tótó sem treinadores galácticos, milhões ou velhas glórias para atrair as massas. Terminou hoje a sua missão.

Godinho Lopes, o grande derrotado da noite, surgiu bem preparado e pronto para atacar e dominar o debate, foi atacado por Dias Ferreira e Bruno Carvalho por todos os lados e sempre que tentou contra-atacar, sofria golos em barda. A rábula de ter visitado o Núcleo de Paredes, o dizer que não diz mas dizer que o seu treinador é Domingos Paciência, a descoberta da auditoria, o sócio-adepto, enfim um chorrilho de asneiras que nos deixam vontade de votar em Luis Duque porque este no fundo é que decide tudo e tudo sabe. O seu staff ou a malfadada agência de comunicação tem conduzido mal os seus destinos, a tentativa de distanciamento da continuidade só o limita e desvaloriza, devia ter abraçado esse rótulo e assim retirar-se de becos sem saída podendo então numa posição mais confortável, atacar com tudo aquilo que a continuidade fez de positivo, assim, é um encapuçado que nada pode dizer nem assumir porque não pode ser quem é nem prometer o que não será.

Pedro Baltazar, melhorou imenso relativamente ao primeiro debate, é um empresário de sucesso (o que é muito diferente de um gestor de sucesso) demonstra disponibilidade para investir capitais próprios e captar outros investidores. Atacou, sem sucesso, Bruno Carvalho, a acusação que ele lhe faz (o fundo não existe ou não é credível) só na prática poderá ser comprovada. Julgo que será um homem importante no futuro do Sporting, mas este ainda não é o seu momento, apostou nos cavalos errados (Zico e Santana Lopes) e a exemplo da equipa de futebol deu a primeira parte de avanço e a iniciativa de jogo aos adversários. Devia nos tempos após as eleições vir conhecer as bases do Sporting para nunca mais dizer asneiras como a referência ao Futsal no primeiro debate.

Bruno Carvalho, é o menino bonito do momento e tudo correu a seu favor, foi um dos vencedores. Assumiu sempre durante a campanha a iniciativa e essa aposta certa faz com que esteja nos debates numa posição confortável, não tem que apresentar nada, tudo está mais que discutido, programa, fundo de financiamento e treinador. Apenas tem de montar o seu autocarro e esperar os ataques dos adversários defender-se de acusações não prováveis e desferir contra-ataques mortíferos. É a segunda vez que fala de aumentos de quotas, aumento de valor das gamebox e ainda não foi pedido que esclareça sobre questões. Comunica bem e apresenta-se como grande rival de Godinho Lopes.

Para finalizar Dias Ferreira, foi para mim de novo o grande vencedor, soube escolher o adversário (Godinho Lopes) e este não estava à espera dos seus ataques tal a vontade que trazia de atacar Bruno Carvalho. Fez marcação serrada a Godinho Lopes e saiu vencedor em toda a linha, era ali que ele podia ir cativar votos, era ali que estava a fraqueza da continuidade (como se ele não fosse…). Os seus dotes de advogado foram demonstrados quer a comunicar quer a impedir que os outros passassem a sua mensagem. Muito bom, com Luis Duque no lugar de Paulo Futre era o grande candidato à vitória, até garantiu o financiamento de Pedro Baltazar… e o seu treinador é o único com um currículo vencedor.

Dia 26 é um dia de grande desafio para os Sportinguistas, julgo que não devemos temer o caos, nem iludirmo-nos com glórias imediatas, utilizem aquilo que têm pedido a diferentes direcções bom senso e votem em consciência.

segunda-feira, 21 de março de 2011

O medo, a paciência e o protesto




Pontos prévios:

- Não existem candidaturas perfeitas. Se assim fosse, qualquer uma das outras candidaturas recenhocê-lo-ia e retirar-se-ia da corrida eleitoral uma vez que não teria qualquer hipótese, pois todos os sócios iriam votar nessa.

- Não me revejo completamente em nenhuma das candidaturas mas sei perfeitamente em quem não votarei. E uma das razões que me leva a excluir determinadas candidaturas, é que não posso votar em quem não respeita os Sportinguistas com opinião contrária à sua.

O medo

De há vários anos para cá, o medo tem estado sempre presente na vida do SCP, tendo o seu expoente máximo no já familiar "ou nós ou o caos". Porque qualquer outro é um aventureiro que se quer promover às custas do SCP, ao passo que quem nos tem liderado, não. Eles são a fina flor da gestão portuguesa e eles sim, têm a visão, competência e capacidade para nos conduzir à glória eterna. Está é a levar tempo...

Eles não necessitavam do SCP mas a visibilidade que lhes foi dada, os negócios que foram conseguidos e os salários que foram pagos, alguns deles pela 1ª vez na História do Clube - não é JEB? - deram muito jeito. Oh se deram.

Passado este tempo todo, onde é que eles nos levaram? Ao ponto mais baixo da nossa História.
São anos a fio de discursos derrotistas e castradores da paixão Sportinguista, onde a apologia da mediocridade e do conformismo, anda de mãos dadas com a subserviência ao fcp.

Paciência (falta dela)

Seria então de esperar que por esta altura, qualquer Sportinguista já não conseguisse sequer conceder qualquer margem de manobra ou confiança a quem tenha estado ligado a este trajecto. Claro que não.
Há sempre quem esteja ainda disposto a acreditar, que desta é que é. Só é pena não jogarmos no campeonato das reestruturações, porque ai, seríamos os candidatos mais fortes ao título.

A minha paciência para estes "gestores de topo" acabou-se há muito. Não estou disposto a dar-lhes nem mais um minuto à frente dos destinos do nosso Clube. Chega.

Chega de falta de ambição.
Chega de falta de respeito para com os Sportinguistas.
Chega de pensar pequeno.
Chega de ficarmos contentes com o 2º lugar, especialmente se o slb ficar atrás de nós.
Chega de aumentar o passivo.
Chega de delapidação de património.
Chega do decréscimo de qualidade do plantel de futebol.
Chega de desculpas.

Protesto

É por isso que nas próximas eleições, o meu voto quanto mais não seja, será de protesto.
Depois de anos a dar oportunidades a estes miseráveis que nos dirigem, porquê tanto receio e cautela em relação a um novo rumo e renovada fé para quem corporiza "mais do mesmo"?

Não bastam já as provas cabais de incompetência e incapacidade? Como é possível ainda acreditar-se que serão eles a reerguer-nos e que os seus "projectos" e re-estruturações, serão a resposta desta vez? Nunca a foram, porque é que seria diferente?

Qualquer candidatura que não esteja conotada com a continuidade, tem que provar por A + B que o seu programa é exequível, que as suas soluções funcionarão, mostrar o seu treinador, etc. etc.
Porque é que a exigência não é a mesma para com as candidaturas de GL e DF, por exemplo? O mesmo já se tinha passado com a de JEB e viu-se onde isso nos trouxe: a eleições passados menos de 2 anos.

GL limita-se a arranjar nomes sonantes do Universo leonino. E confrontarem-no com a questão da proveniência dos 100M€? Com as sucessivas contradições do seu discurso? Já
DF arranjou o Futre, defendeu-o com mais uma das suas tiradas típicas referindo que arranjar "Sportinguistas bacteriologicamente puros" é difícil, e treinador. O resto logo se vê.

Se falta dinheiro para acabar a época, de quem é a responsabilidade? Porque é que há quem ainda queira que os responsáveis por esta situação, continuem à frente dos destinos do Clube?

Neste momento, estou inclinado para votar Bruno de Carvalho. Não tem experiência? Que experiência tinham Roquette, Dias da Cunha, FSF, etc.? E o que é que interessa a experiência, se o histórico nos diz que é má?
BdC foi até ao momento, o único que cumpriu tudo o que disse, que se preocupou em apresentar aos sócios o seu programa e que tentou arranjar uma forma de financiamento diferente da de sempre.
Para além disso, não fez parte das Direcções do SCP. Parecendo que não, é um trunfo. O que diz muito do momento do Clube.

Está na altura de mudarmos. Mudarmos a sério. Porquê tanto medo?

domingo, 20 de março de 2011

Para o ano é que é!

Quem viu o Sporting "jogar" ontem em Alvalade, e ao fim e ao cabo ao longo das últimas 3 épocas, ( para manter 1 registo optimista) e ouve as promessas dos candidatos de que para o ano o Sporting "vai ser campeão", no mínimo tem razões para perguntar: campeão de quê?! Futsal ou campeão nacional de Atletismo, eventualmente. 

Entusiasmos à parte era bom que TODOS reflectíssemos  um pouco mais sobre o que se anda por aí a prometer. A leitura do artigo de Pedro Guerreiro mal de certeza que não fará:


PARA O ANO É QUE É
As eleições para a presidência do Sporting atingiram o momento Durão Barroso: todos sabem que o Sporting vai ser campeão, só não sabem é quando. Mas alguns até conseguem prometer (sem se comprometerem) que é já na próxima época. Prò ano é que é?

Os candidatos medraram como cogumelos e há-os de todos os tipos, dos que parecem institucionais aos que parecem chico-espertos. Todos acenam com carteiras de cheques, que provavelmente não estão visados, e com magistrais engenharias financeiras que resolvem e solvem o clube e o preparam para ganhar. 

Compreende-se o afã. Os sportinguistas têm razões para ter a autoestima nos mínimos, não ganham taças, perdem no campo com o Benfica e com o Porto há dois anos. O presidente que sai foi uma deceção e deixa o Sporting pior que encontrou: sem dinheiro, sem títulos, sem glória. O clube e a sua sociedade anónima desportiva representam hoje um dilema desportivo e um problema financeiro, e ambos parecem insolúveis. Daí que a disponibilidade para acreditar num discurso ferrenho e de cheques ao portador seja grande.

Este estado de necessidade não deve no entanto fazer das meras miragens grandes alucinações. Dizer que o Sporting vai ser campeão “já” é como prometer que a economia portuguesa para o ano vai crescer mais que a da Alemanha. Não é verosímil. Porque, como o país, também o Sporting precisa de fazer a sua “desalavancagem” antes de voltar a ter dinheiro para investir. 

A campanha para a presidência do Sporting está a ser um regalo para os franco-atiradores que trazem miríades com a validade de cheques carecas. Quem ganhar vai, provavelmente, ganhar sem “maioria absoluta” e ficará com poder abalável. Mais abalável será se prometer o que não vai cumprir. Nesse caso, estas eleições serão apenas intercalares.

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