Por mim chega! Dêem uma oportunidade ao Sporting
A decisão foi tomada na véspera das eleições, quando acabava de escrever o post “Que estas eleições não sejam mais uma bola na trave” e comunicada aos restantes elementos que compõem o blogue. Fundada no sentimento de que a direcção saída das novas eleições não preencheria os requisitos mínimos para com ela me sentir identificado – de todas as 5 candidaturas só me pareciam passíveis de ser eleitas a lista de BdC, GL e DF – não me sentia motivado para “voltar à luta” de sempre. Por outro lado tinha consciência que a direcção que poderia sair das eleições, cada uma delas por razões diferentes, teria que lutar contra conjuntura externa e interna adversas para se afirmar, pelo que o mínimo que poderia fazer pelo meu clube era conceder aos novos dirigentes um período de graça. Os meus augúrios, aparentemente pessimistas, viriam a ser confirmados e até superados pela realidade por uma conjunção de coincidências que, como uma tempestade perfeita, se abateram sobre o Sporting. Neste quadro fazia ainda mais sentido o que começou apenas como um pressentimento vago: a suspensão da publicação do “A Norte de Alvalade”.
Este sentimento não era novo e há alguns meses atrás o havia colocado aos meus companheiros de blogue. Na altura sentia-me já desiludido com a queda abrupta de qualidade da blogosfera, quer em termos gerais, mas sobretudo ao nível do comentário. Das poucas centenas de visitantes diários, e por razões que nunca consegui perceber, o “A Norte” passou a milhares de visitantes. Mas à quantidade de comentários e visitas nem sempre correspondeu a qualidade, e, como primeira medida vi-me obrigado a retirar a possibilidade do comentário “anónimo”. Os bons debates ficaram demasiado dependentes da participação dos elementos do blogue, o que nem sempre ocorreu, bem como de alguns leitores mais exigentes que o cada vez mais comum consumidor da blogosfera. Por outro lado polulam os sítios cuja única preocupação parece ser a vaidade pelas audiências, cuja objectivo único parece ser anunciar o próximo trilião de visitas, mas sem qualquer compromisso com o rigor ou mesmo preferindo a invenção delirante à verdade para atingir os seus fins. Ou quem se preocupe apenas em surfar os picos das ondas emocionais, sem o mínimo de racionalidade, sem apego à lógica e à responsabilidade. Julgo que estes são alguns dos muitos factores que têm contribuído para a descredibilização do meio e para a desmotivação que se pressente de forma generalizada.
O resultado e os episódios, alguns deles degradantes, das recentes eleições mais contribuíram para justificar a decisão de me remeter ao silêncio. Não o faria se tivesse dúvidas que o resultado eleitoral tivesse sido falseado, mesmo que o candidato eleito fosse o meu, o que até nem é o caso. Faço-o justamente porque há demasiado barulho que já está a prejudicar o Sporting e cujas consequências se estenderão por um tempo e amplitude impossíveis de determinar hoje. Acho que nesta questão se foi longe de mais, seja pelo sentimento de impotência gerado pelo objectivo de mudança há muito desejado por alguns, nos quais me incluo, e ao qual dedicam já alguns anos, pela frustração de outros por não ter ganho e, sem dúvida, também pelo mau perder. Tudo isto inflamado por uma cobertura da comunicação social irresponsável, desviando-se daquela que devia ser a máxima preocupação: informar e não vender informação. Com tudo isto o Sporting está hoje colocado, no que à credibilidade diz respeito, abaixo do rating do Zimbabwe de Mugabe ou tantas outros. Muitos foram ontem os adeptos portistas e benfiquistas que, como muitos sportinguistas diga-se, desconhecendo questões básicas como a eleição independente dos diversos órgãos sociais, apontavam para as diferenças de votos entre o CD, CL, AG e CFD como uma evidente prova de falcatrua.
Os motivos que assim me levam a pensar relativamente ao acto eleitoral estão descritos no post anterior, e que não vi contestação que me abalasse a convicção firmada em testemunhos de pessoas em quem acredito, que participaram no acto e que representavam listas que concorriam com as duas que disputaram renhidamente a vitória. Ao que atrás deixei só vi contrapor rumores, grande parte sem sentido, ou situações que resultam de desorganização própria de um clube que não se modernizou, do elevado número de participantes, da preocupação excessiva com celeridade e não com a eficiência, mas que não configura ou justifica a suspeita de fraude.
Este sentimento não era novo e há alguns meses atrás o havia colocado aos meus companheiros de blogue. Na altura sentia-me já desiludido com a queda abrupta de qualidade da blogosfera, quer em termos gerais, mas sobretudo ao nível do comentário. Das poucas centenas de visitantes diários, e por razões que nunca consegui perceber, o “A Norte” passou a milhares de visitantes. Mas à quantidade de comentários e visitas nem sempre correspondeu a qualidade, e, como primeira medida vi-me obrigado a retirar a possibilidade do comentário “anónimo”. Os bons debates ficaram demasiado dependentes da participação dos elementos do blogue, o que nem sempre ocorreu, bem como de alguns leitores mais exigentes que o cada vez mais comum consumidor da blogosfera. Por outro lado polulam os sítios cuja única preocupação parece ser a vaidade pelas audiências, cuja objectivo único parece ser anunciar o próximo trilião de visitas, mas sem qualquer compromisso com o rigor ou mesmo preferindo a invenção delirante à verdade para atingir os seus fins. Ou quem se preocupe apenas em surfar os picos das ondas emocionais, sem o mínimo de racionalidade, sem apego à lógica e à responsabilidade. Julgo que estes são alguns dos muitos factores que têm contribuído para a descredibilização do meio e para a desmotivação que se pressente de forma generalizada.
O resultado e os episódios, alguns deles degradantes, das recentes eleições mais contribuíram para justificar a decisão de me remeter ao silêncio. Não o faria se tivesse dúvidas que o resultado eleitoral tivesse sido falseado, mesmo que o candidato eleito fosse o meu, o que até nem é o caso. Faço-o justamente porque há demasiado barulho que já está a prejudicar o Sporting e cujas consequências se estenderão por um tempo e amplitude impossíveis de determinar hoje. Acho que nesta questão se foi longe de mais, seja pelo sentimento de impotência gerado pelo objectivo de mudança há muito desejado por alguns, nos quais me incluo, e ao qual dedicam já alguns anos, pela frustração de outros por não ter ganho e, sem dúvida, também pelo mau perder. Tudo isto inflamado por uma cobertura da comunicação social irresponsável, desviando-se daquela que devia ser a máxima preocupação: informar e não vender informação. Com tudo isto o Sporting está hoje colocado, no que à credibilidade diz respeito, abaixo do rating do Zimbabwe de Mugabe ou tantas outros. Muitos foram ontem os adeptos portistas e benfiquistas que, como muitos sportinguistas diga-se, desconhecendo questões básicas como a eleição independente dos diversos órgãos sociais, apontavam para as diferenças de votos entre o CD, CL, AG e CFD como uma evidente prova de falcatrua.
Os motivos que assim me levam a pensar relativamente ao acto eleitoral estão descritos no post anterior, e que não vi contestação que me abalasse a convicção firmada em testemunhos de pessoas em quem acredito, que participaram no acto e que representavam listas que concorriam com as duas que disputaram renhidamente a vitória. Ao que atrás deixei só vi contrapor rumores, grande parte sem sentido, ou situações que resultam de desorganização própria de um clube que não se modernizou, do elevado número de participantes, da preocupação excessiva com celeridade e não com a eficiência, mas que não configura ou justifica a suspeita de fraude.
Já ouvi todo o tipo de argumentação mas não vi abordar o que, na minha opinião, torna bem evidente que o caos generalizado da noite das eleições colide com a teoria da conspiração: Rogério Alves chegou a dar os parabéns a Eduardo Barroso e Godinho Lopes preparou os seus colaboradores para a derrota, quando circulou o rumor de que BdC havia ganho. Dificilmente o fariam de forma tão pronta e ligeira se estivessem calçados por uma chapelada. Por outro lado, esta, a existir, dificilmente ficaria pelos escassos e desconfortáveis 360 votos, obviamente.
Não nego o direito de procurar o seu esclarecimento, bem como o apuramento de responsabilidades a quem tiver provas concretas sobre algo de menos próprio que tenha ocorrido nas eleições . A forma como o fizer será também um indicador dos seus propósitos.
Os tempos que se advinham são difíceis. O 3º lugar será muito difícil de manter e o inêxito desportivo dará gás à contestação já instalada. A insanidade parece querer tomar conta do clube, os que conseguem gritar mais alto parecem querer fazer um take-over a um clube que não lhes pertence em exclusivo e que não representam, apesar das suas prestações vergonhosas nos embaraçarem e comprometerem a todos. Não participarei neste suicídio colectivo. O meu silêncio é de protesto contra tudo isto!
A direcção, que já teria que lutar em ambiente hostil e o presidente que é considerado fraco, acabou de ser eleito e, em lugar de um discurso de vitória, foi humilhado e com ele todos os Sportinguistas, tendo que fugir debaixo de insultos e tentativas de agressão. Por maior que sejam a sua determinação, empenho e até preparação ficou em posição fragilizada ante os nossos adversários, ante os nossos credores e perante parceiros comerciais e demais instituições. Perdemos todos. Alguém é capaz de estimar o impacto que tudo isto terá junto do próximo treinador a contratar, por exemplo? Que profissionais quererão trabalhar num clube em guerra civil, arriscando a carreira?
Há razões para ter esperança, mesmo que comedida. O presidente eleito esteve ontem na SIC muitos furos acima das suas prestações no debate, o que nem surpreende, tendo em conta a sua formação. Falou de coisas que são caras a muitos de nós, como a auditoria, o voto à distância, na valorização do papel do sócio. O PMAG teve ao mesmo nível no seu habitual programa, falando como o representante de todos os Sportinguistas.
Dêem uma hipótese ao Sporting! Acima de tudo e todos pensemos no clube que herdamos e no clube que vamos deixar ficar aos nossos filhos. Não impus o Sporting ao meu filho, da mesma forma que não lhe impus a religião, credos políticos ou ideológicos. Gostava que, tal como eu, fizesse a sua opção pelo Sporting de forma consciente e voluntária. Temo que por este caminho o amor filial que lhe leva a fazer o esforço que faz em ser Sportinguista como o pai seja ultrapassado pelo desencanto.
P.S- Não sei se voltarei a escrever aqui. Obviamente que este interregno, que poderá redundar em final, é uma decisão dolorosa, mas também consciente. O blogue poderá continuar ou não, estando isso dependente dos restantes editores.