De Teo a Doumbia às promessas Acuña e Martinez
No mesmo dia que se soube da saída em definitivo de Teo Gutierrez começou a desenhar-se a confirmação da aquisição de Doumbia. E certamente não faltará muito para o mesmo acontecer com Mathieu e eventualmente com pelo menos um argentino Acuña, que até poderá não vir só.
Talvez se devesse ter aprendido alguma coisa com a passagem de Teo. O valor realizado pela sua venda é inferior a metade do que se pagou por ele. Os dividendos desportivos são mais que duvidosos, não estando incluídos os custos de aquisição e salários pagos. É aí que o entusiasmo pela chegada de Doumbia esmorece, embora este não tenha o registo de instabilidade emocional do colombiano.
Os valores ainda por confirmar nesta transacção serão seguramente altos, os prémios de assinatura também o serão e os ordenados igualarão os de Bas Dost. Será porém muito difícil que a retribuição desportiva do marfinense possa igualar a do holandês, acrescendo que os 30 anos (?) de idade serão um sério obstáculo à realização de mais valias num futuro, que não poderá ser obviamente muito distante. Do ponto de vista da sustentabilidade este é indiscutivelmente um investimento de elevado risco.
Acrescem ainda as minhas dúvidas sobre a adequação das características do avançado às do nosso campeonato. A sua principal arma é a mobilidade que imprime aos lances a partir de trás - o que o faz parecer mais veloz do que é - aparecendo em frente aos centrais já quase impossível de parar. Se terá espaço para isso no nosso campeonato, é a minha principal dúvida, juntamente com a da compatibilidade com Dost. Doumbia é contudo um goleador de uma eficácia terrível, senhor de apurado instinto e sentido posicional letais dentro da área, falhando muito pouco quando visa a baliza.
As dúvidas são sempre muitas na hora de contratar, especialmente quando se fala de valores tão elevados, e que não estávamos habituados. Mas a qual(idade) paga-se e é por isso que o preço a pagar por Acunã e Pity Martinez será sempre elevado. Mas, para lá das inevitáveis dúvidas na adaptação dos sul-americanos ao futebol europeu, estamos a falar de bons jogadores que, em condições normais, permitirão ao clube realizar elevadas mais-valias quer desportivas, quer financeiras.
Sendo dois bons jogadores, Acuña é "mais normal" e Martinez é especial. E não é só pelo seu drible rápido e curto, e saídas das linhas para o centro (diagoanais) que desarticulam os adversários. O passe é uma das suas melhores armas, assistido por uma visão de jogo e capacidade de bem decidir notáveis. Terá ainda muito que aprender quanto à importância de recuar e gerar reequilíbrios quando a equipa perde a bola, o que será provavelmente mais fácil para Acuña, um jogador mais versátil e capaz de realizar mais funções na equipa.