terça-feira, 29 de novembro de 2016

Sporting160: quando sou eu o entrevistado

O João Castro é um Sportinguista que tive oportunidade de conhecer recentemente e que criou um programa de entrevistas na plataforma Twitter a que chamou Sporting160. Já decorreram três entrevistas, a última das quais foi a minha. Hoje transcrevo-a aqui (as restantes e próximas podem ser acompanhadas no blogue Bancada de Leão). 

Para quem não sabe a plataforma permite apenas 140 caracteres, pelo que as respostas são por isso condicionadas, fazendo com que fique uma sensação de que fica alguma coisa por dizer. Por isso, neste post, adicionarei em itálico alguns comentários ou acréscimos às respostas dadas, visando com isso tornar mais claro e mais objectivo o meu pensamento.


Vamos dar inicio a mais um #Sporting160 hoje com um Leão do Norte, @leaodealvalade, que desde já agradeço por ter aceite o convite

Antes de mais tenho que agradecer o convite. É uma formalidade mas é também um agradecimento genuíno

1-Como é que é ser um Leão a Norte de Alvalade?

É surpreendente a quantidade de Sportinguistas que existem A Norte, sobretudo para quem não conhece a realidade de perto. Hoje é mais fácil pelo trabalho feito nos núcleos que aproxima os adeptos como eu que vivem o clube.  

A possibilidade de comprar bilhetes antecipadamente é uma enorme conquista, que anula a tradicional incerteza de empreender viagens sem garantia de assistir ao jogo.

2-Achas que no Norte sentimos o clube de maneira diferente?

Sinceramente, sim! Talvez pela distância ou por outra razão qualquer. Tantas vezes em Alvalade que vejo os adeptos sair após um mau resultado, penalizador para a nossa equipa, a falar de banalidades como se não tivesse sido nada.  

Provavelmente tal não sucede apenas connosco, mas com a generalidade dos vivem como nós nas mesmas condições. Ir a Alvalade ou a qualquer lado ver o Sporting é sempre uma festa, o que por vezes parece ser vivido em Lisboa como uma ida às compras ou ao cinema. Claro que isto é uma generalização que até se aplica mais ao publico tradicional das centrais. Mas só quem mora longe sabe o que é fazer 300 Km no maior silêncio após um resultado desfavorável.

3-Como é que entrou o Sporting na tua vida?

Como entraram todas as outras paixões: pura sedução, mas sem grande explicação. Na minha família ninguém liga muito ao fenómeno clubistico. Fui crescendo e interessando-me pelo fenómeno e quando dei por mim estava a entrar em Alvalade, sem ter dito a ninguém que ia. Era um adolescente, tive que aprender por mim tudo sobre o clube e também, depois desse episódio, que não se sai de casa sem avisar especialmente se vais chegar tarde.

4- Esse amor pelo Sporting, já o replicaste para as gerações mais novas?

Sim, tenho um filho já adulto que é do Sporting, tenho que confessar que essencialmente porque gosta do pai. Ele é mais basquete e já teve oportunidade de conhecer um grande capitão da modalidade (e andebol!) e campeão. Teve a sorte de estrear em Alvalade, quando o Liedson desfez a coluna do Luisão, coisa que ainda se nota na falta de cabelo.

5-Na Galeria dos Imortais, qual o maior de sempre?

Dos que eu vi jogar, Manuel Fernandes, indiscutivelmente. Não só porque foi um grande jogador mas também um grande capitão e um exemplo de dedicação ao clube. Felizmente a nossa história tem vários exemplos do género, de grande mérito e de escolha para todos os gostos.

6-Qual o golo dele que mais recordas, o mais especial?

Com sinceridade, nenhum em especial, porque foram muitos, mas a participação dele nos 7-1 é para sempre.

7- Mudando agora o assunto. Formação, temos o modelo adequado?

É difícil responder com pouco tempo e espaço a uma realidade complexa em constante mudança e p2 falamos de ciclos. Podemos estar a trabalhar bem mas ser penalizados no recrutamento, enfim, há muitas variáveis.  Já estive mais descansado sobre esse aspecto, gostaria por exemplo que o plantel A fosse mais curto e houvesse mais espaço para quem estivesse na B (que já teve mais qualidade) visse a "A" como alcançável e este ano isso é quase impossível. 

Tenho ideia que este seria o modelo, já anteriormente aplicado, que mais nos convinha. Parece-me fazer muito pouco sentido ver jovens com progressão tapada por jogadores como Meli, Petrovic, etc, que não passam de segundas linhas e de valor muito duvidoso. Acrescentaria que também me pareceria recomendável uma maior contenção nas mexidas, que têm sido constantes, (quer a nível técnico quer de composição do plantel da B e juniores), por exemplo, sem se perceber ou haver sequer tempo para perceber que méritos encerram. O recente regresso de Luís Martins é à partida uma excelente noticia, de que se esperam bons resultados.

8-Ecletismo, és a favor ou preferias uma aposta mais forte no Futebol?

Tenho que responder a 2 níveis: eu sou mais futebol, embora goste praticamente de todas as modalidades. Mas se há  algo que aprendemos juntamente com o descobrir da história deste grande clube é que ninguém é do Sporting algo que aprendemos juntamente com o descobrir da história deste grande clube é que ninguém é do Sporting sem gostar dele eclético, foi também por aí que nos tornamos no que hoje somos e não lutar para que assim nos mantenhamos é alienar o esforço de gerações que nos precederam e a quem devemos muito do que hoje somos. Daí que não tenhamos outra alternativa senão continuarmos a respeitar esse legado para manter a nossa identidade.  

9-Vamos lá acabar com o mito que foi criado na Internet, votaste em Godinho Lopes nas ultimas eleições?  

Não, mas últimas eleições votei no Couceiro ;). Mas nas eleições onde o GL concorreu votei em Abrantes Mendes. Não, mas últimas eleições votei no Couceiro ;). Mas deixa-me dizer 1 coisa importante: ninguém no clube deveria ser estigmatizado pelos candidatos em que votou. Porque todos nos enganos e muitas vezes somos levados ao engano. 

Aliás, se assim fosse as elevadas percentagens que elegeram Roquette e os presidentes que se seguiram, com a ratificação em A.G. da cooptação de Dias da Cunha, deixariam de fora, para todo o sempre, um elevado número de Sportinguistas, certamente que, alguns dos quais, senão todos, são hoje membros dos órgãos sociais

Mais importante parece-me o acompanhamento do trabalho que fazemos depois de eleitos. Creio que a história recente do clube prova que é indispensável o sentido critico, que devemos acima de tudo pelo clube que queremos deixar aos nossos filhos. Nesse sentido (as últimas) gerações têm muito que explicar-lhes. Não por falta de amor ao clube, não conheço nenhum Sportinguista que não o sinta mas pela forma como o acompanha e como acompanha as decisões que são tomadas. Julgo que há ainda uma pacificação interna para ser feita, embora também acho que ninguém deve escapar impune de acções que se comprovem acções dolosas ou deliberadas para se aproveitar do que é afinal de nós todos. Só assim viraremos a página.

Mas não posso deixar de olhar para trás e considerar que se o meu candidato tivesse ganho então estaríamos muito mal servidos de treinador, o que teria sido de certeza fatal para o projecto. Que se BdC tivesse ganho provavelmente não seria hoje já presidente do Sporting, porque o treinador por ele escolhido tinha tudo para ser o seu Vercauteren. Que Domingos, talvez a melhor escolha, teria tido mais condições de sucesso, apesar das limitações que evidenciou, com a actual direcção, muito mais coesa e focada que o choque de egos e o "salve-se quem puder" em que se tornou a direcção de Godinho Lopes. Enfim, um exercicio de futurologia com o passado.

10-Porque razão te associaram aos chamados "croquetes"?

Pela voragem dos acontecimentos online, que a minha capacidade em modo de arrastadeira não conseguiu acompanhar, não respondi a esta pergunta. Há várias respostas para ela, a mais importante das quais é a ignorância. Desconhece-se o que pode falar por mim, que são os artigos que escrevo desde o dia 28 de Agosto de 2008. Não é assim tão pouco e, sem modéstia, posso dizer que hoje o Sporting estaria muito melhor se a generalidade do adeptos tivessem a mesma consciência e o mesmo sentido critico. Provavelmente serão os mesmos que então me chamavam terrorista quando contestava as alienações de património e outras, cujo resultado é hoje evidente, entre outros. 

Creio que tal associação se fez pela minha contestação no blogue à forma como se procedeu ao movimento de destituição de Godinho Lopes, em que felizmente o bom senso acabou por imperar, não tendo assim ocorrido muitos dos problemas que facilmente se antecipavam. Como provavelmente em tantas outras matérias não tinha razão, embora me pareça que ainda se vive muito sob o signo desse período.

É por isso que insisto tanto na necessidade de pacificação do clube porque ele será inevitavelmente mais pobre se abdicar do espírito universal e inclusivo dos fundadores e deixará de ser um clube de todos para ser apenas de uma facção, mesmo que esta seja grande. Isto não é lirismo, como alguns apodam, é convicção nos valores que transformaram a ideia de uns quantos aristocratas, num clube popular e incontornável na história do nosso País. De outra forma a ideia não teria resultado mais do que uma agremiação fechada e há muito extinta.

11- Em Março votarás BdC perante o cenário atual?

Não posso dizer "desta água não beberei" mas é praticamente impossível de acontecer à luz de hoje. Sou muitas  critico porque acho que tem falhado em coisas que até seriam mais fáceis, como por exemplo a questão da pacificação interna. Creio que foi uma oportunidade perdida por falta de vontade e de percepção da importância para o clube e mesmo para ele. Quem ganha é que dita as condições com que se faz a paz a isso junto também a forma de comunicar que se afasta muito da identidade que me habituei a conhecer e gostar. Mas isso não invalida o reconhecimento do trabalho feito, nas condições que recebeu, na atenção dedicada adeptos que se nota no fervor clubistico que se experiência em todo o lado onde o Sporting joga. coisas que muitas vezes eram mal feitas sem se perceber porquê. Se tivesse que qualificar o seu grande mérito conseguiu a normalização do clube como se o pior ano de sempre não tivesse sucedido. Não é nada pouco!

A construção do pavilhão, quase concluída, a demonstração prática que o Sporting pode valorizar os seus jogadores como os nossos rivais, assim como os contratos televisivos, a estabilização financeira, ainda não totalmente concluída mas com progressos assinaláveis são alguns outros dos méritos, entre outros. Mas a minha falta de empatia com Bruno de Carvalho vem desde o momento de apresentação da sua candidatura, em 2011, que até era então a minha intenção de voto. Até hoje, ao invés de se esbater ainda se acentuou.

12-Futebol dentro do campo. Como viste a vitória no Bessa?  

Com esperança, acima de tudo. Muita qualidade, o que equivale a uma nítida subida de produção. O senão do final não deve ser dramatizado em excesso, havia 1 jogo esgotante nas pernas e a falta do segundo golo intranquilizou. Madrid, Guimarães pesam muito ainda, como não podia deixar de ser.

13-Agora questões com respostas mais curtas e diretas. És fã de JJ?

Às vezes julgo que sou o seu maior fã :-)

14.Apuramento na CL esta difícil, apostarias na Liga Europa?ou somente na liga?

Um Sporting grande tem de apostar sempre o melhor prémio ao seu alcance.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

O golo do Boavista que não foi

Consegui escapar à polémica discussão sobre um possível golo do Boavista, quando os pés do Rui Patrício ficaram para lá da linha de golo. Se todo o perímetro da bola passou ou não a linha de baliza ainda não sou capaz de formular um juizo, porque até ao momento não vi nenhuma imagem que me elucidasse.

O Sporting preferiu abster-se de comentar o lance oficialmente, o que se compreende em parte, por provavelmente não poder sustentar com rigor argumentos que provem a validade da decisão da equipa arbitragem. 

Porém, atendendo a que o clube tem feito da introdução das novas tecnologias na análises a este tipo de lances duvidosos, esta era uma boa oportunidade para demonstrar que a sua luta é feita por convicção e que esta pretensão não é apenas invocada quando o juízo dos lances ocorre em desfavor das suas pretensões. Era uma oportunidade para marcar pontos que assim se perdeu, quem não deve não teme, lembrando que se as suas pretensões já tivessem sido atendidas o futebol teria mais verdade e menos problemas.

sábado, 26 de novembro de 2016

Boavista 0 - Sporting 1: Xeque duplo com sucesso

O Sporting apresentou-se no Bessa de forma autoritária, dominando o jogo e o adversário, construindo jogo e oportunidades em quantidade e qualidade para ter  resolvido a partida logo na primeira etapa. Uma entrada de muito bom nível colectivo, com destaques individuais para:

William a fazer de maestro, a marcar os ritmos na forma como decidia jogar curto ou em lançamentos longos.

Adrien, pelo nervo e pelo exemplo no inconformismo e reacção.

Campbel, pela criatividade e improviso e pela forma inteligente como ia ligando Bas Dost à equipa, pena foi que fosse desaparecendo, até descer ao balneário.

Bruno César, talvez o jogador mais constante de toda a temporada e, à semelhança de Adrien, dos mais importantes a gerar equilíbrios e a criar superioridade em espaços e pontos decisivos do jogo.

Gélson pela criatividade e pela forma rápida e quase constante como arrasta a equipa para a frente, fazendo de uma recuperação de bola da equipa constantes lances de perigo para o adversário. "The Assistant", já com seis serviços perfeitos para golo e só contabilizando a Liga, servem para demonstrar a preponderância do miúdo no nosso jogo.

Bas Dost, não só pela eficácia (marcou um e não se pode considerar de todo um falhanço a bola que, de primeira, envia ao poste) mas por finalmente demonstrar que a inteligência nas desmarcações nas costas dos defesas também pode ser usada para descer linhas para ajudar a equipa a subir, oferencendo-se mais ao jogo, com ganhos evidentes para a ligação do nosso jogo ofensivo.

A segunda parte acabaria por ser um outro filme, não tão agradável à vista como os primeiros quarenta e cinco minutos. Algum cansaço certamente, alguma reacção boavisteira, mas sobretudo muita passividade e, à medida que os minutos iam decorrendo, aquela sensação incapacitante de, não resolvendo o jogo, estar à mercê de um golpe de azar ou  de inspiração individual. O que se sentiu com mais acuidade a partir da bola na barra de Bruno César e que provocou o efeito inverso na equipa adversária.

Foi então que o jogo entrou numa fase nada agradável, mas onde o Sporting soube ir buscar a frieza e inteligência que terá faltado noutros jogos (Madrid e Guimarães, por exemplo) e que tantas vezes reclamamos. Quando ganhamos perdemos muita da legitimidade para reclamar. Mas é inevitável considerar que com este Boavista podíamos ou devíamos ter podido e sabido gerir melhor as emoções e sobretudo a gestão da posse de bola. 

Com maior ou menor dificuldade lá obtivemos os indispensáveis três pontos, que não apenas nos permitem pensar que, na pior das possibilidades, mantemos a distância à frente da tabela. Tão bom como isso, como acabamos por regressar a um lugar, o segundo, que deve ser sobretudo encarado como moralizador para um Dezembro terrível que temos pela frente.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Walk the way you talk, Bruno - Uma visão externa

Este blogue constrói-se de opiniões pessoais por isso é muito raro aqui a colocação de opiniões externas. Hoje, excepcionalmente deixarei um artigo do jornalista do MaisFutebol Sérgio Pereira porque, como visão externa, me parece interessante e equilibrado, merecendo por isso atenção. No fundo, e de forma resumida, para se assumir como uma força de mudança tem que adequar o discurso à prática. A sua publicação não significa porém total concordância, porque a minha opinião é diferente. 

O artigo:

Ponto prévio: já tive oportunidade de conversar informalmente duas ou três vezes com Bruno de Carvalho e em todas elas saí do encontro bem impressionado com o presidente.

Pensa o futebol da maneira que eu penso, e que, acredito, é a correta. 

Bruno de Carvalho defendeu, por exemplo, a centralização da venda dos direitos televisivos, não como se faz em Inglaterra mas num modelo próximo do italiano. Na Série A, recorde-se, as receitas televisivas são distribuídas pelos clubes tendo em atenção vários factores: adeptos do clube, habitantes da cidade, resultados do ano anterior e média de resultados das últimas cinco épocas. Como se sabe esse não foi o caminho seguido, muito por culpa do Benfica, é verdade. 

Bruno de Carvalho sempre se insurgiu contra o paradigma que assiste à existência da Liga de Clubes. Diz ele que as reuniões na Liga só servem para discutir arbitragem: um presidente queixa-se do último penálti, um diretor duvida de determinado fora de jogo. Ninguém discute os temas de facto importantes para o futebol. Por isso defendia que a Liga de Clubes devia mudar, para se aproximar do que acontece em Inglaterra: tornar-se uma unidade de negócio. Basicamente seria uma entidade privada detida pelos clubes da I Liga, sendo que cada clube tem um certo número de ações da Liga. Quando desce o clube cede a participação ao clube que sobe, mas durante dois anos recebe parte das receitas televisivas para não se gerar um fosso grande.

Tudo isto permitiria à Liga de Clubes tornar-se um espaço  apenas para tratar do negócio futebol: negociação dos direitos televisivos, de patrocínios, de contratos de publicidade. Tudo o que é arbitragem, tudo o que é disciplina, tudo o que não faz parte do negócio futebol passaria para comissões independentes. Mais uma vez muito bem: totalmente de acordo. Mas ainda há mais.

Bruno de Carvalho defendia também que os presidentes dos clubes não têm de ser amigos, mas têm de ser capazes de trabalhar em conjunto pela valorização do negócio futebol, sob pena de um dia destes os clubes não terem audiências.

Criticava ele que os dirigentes são os primeiros a desvalorizar o jogo, enchendo-o de suspeição e negatividade, e acrescentava que era preciso tornar o negócio um produto mais charmoso, atraente e sedutor. O que traria mais público, mais dinheiro e um melhor futebol.

Admirável, não é?

Infelizmente o que se vê do presidente do Sporting não tem muito a ver com o que ele defende que devia ser o futebol português. O que se vê é Bruno de Carvalho em tricas constantes com dirigentes, árbitros e até treinadores.

Um presidente constantemente na crista da onda, e nem sempre pelos melhores motivos. O que é mais doloroso é que Bruno de Carvalho é um dirigente jovem, que acabou de chegar ao futebol.

Não é um homem sem formação, não traz vícios de antigamente, sabe o que o negócio precisa, mas mesmo assim comporta-se como todos os outros: achando que quem grita mais, está mais perto de ganhar jogos. Há dias, o treinador Marc do Santos, que está a trabalhar nos Estados Unidos, dizia  ao Maisfutebol que gosta de seguir um velho ditado americano.

Walk the way you talk.

O futebol português precisa desse Bruno de Carvalho: que reflita sobre os temas importantes, que tenha ideias frescas e que caminhe do jeito que fala.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

No mais puro "croquete style"

A SAD do Sporting aproveitou as vésperas do jogo como o Real Madrid para divulgar a entrada de novos investidores, numa operação a rondar os 18 milhões de euros. Divulgar que é bem diferente de informar, uma vez que não são avançados os nomes das entidades ou pessoas envolvidas como obrigam as mais elementares normas de transparência. 

Quem são, o que fazem, ao que vêm? Qual a razão para manter o nome em segredo? Admitamos que o segredo é alma do negócio enquanto este está por concretizar. Mas se a razão é essa porque se divulga já? Enfim, um sem número de questões, estas e outras que se levantam. Mas o mais importante aqui é a "divulgação" de uma noticia, num timing claramente escolhido para se furtar à atenção dos interessados que somos todos nós, Sportinguistas.

Mas, para lá do aspecto formal, há que considerar as suas implicações. É que esta não é uma mera operação de aumento de capital, implica a emissão de mais um lote das já famosas VMOC´s, no valor 55 milhões de euros. Assim, o valor total de obrigações convertíveis cifrar-se-á em breve em 190 milhões de euros, isto para uma sociedade com um capital social de 85 milhões de euros. 

Entretanto, se nada for feito, em 2026 o clube está obrigado a recomprar 52% desses 190 milhões, o num valor a rondar os 99 milhões de euros. Os bancos, outrora uns ladrões, hoje amigos, já detêm um terço da SAD, que com esta reestruturação financeira tantas vezes elogiada como exemplar, alienou cerca de 40% do seu capital. 

A possibilidade de os bancos ficarem com dois terços no final da operação parece-me remota porque não têm interesse nem vocação para administrar SAD's pelo que, se o clube nada fizer, terá que se haver com quem os credores encontrarem para ficarem com as acções que então deterão.

Esta forma de onerar os vindouros e o método e o tempo escolhidos na sua divulgação fazem lembrar, para pior, o que muitos hoje chamam de "geração croquete". Infelizmente muitos desses deviam estar a dormir aquando das primeiras emissões e, pelo que se vai vendo, ainda não acordaram. Se nada for feito, em 2026 acordamos todos. Provavelmente aos gritos. 

Qual é o meu receio? É que em 2009, quando esta solução foi apresentada, "isto" ia ser resolvido, só que a maturidade da primeira tranche chegou em Janeiro deste ano e a solução encontrada foi empurrá-la, ela mesma, a solução, para 2026...

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Sporting 1 - Real Madrid 2: quando e porquê os deuses se zangaram connosco?

Não há palavras para descrever o orgulho que é ser Sportinguista. Não há palavras que expliquem o que é o amor incondicional por este emblema, pelas nossas camisolas, que nos leva a nunca virar as costas, em qualquer circunstância. Foi o que hoje ficou demonstrado num espectáculo sem par dado pelos adeptos nas bancadas em Alvalade e que leva os que nos visitam a perguntar: como é possível esta abnegação inquebrantável com tantos anos sem ganhar? 

Não é o parágrafo acima a sublimação da frustração pelo resultado de hoje ou a expressão do regozijo possível à falta de melhor e muito menos a celebração da derrota. A cada dia que passa a vitória nas principais competições que o clube disputa é ainda mais urgente e necessária. Mas, uma vez mais como em muitas outras ocasiões, de todo o erro cometido é-nos emitia de forma imediata uma amarga factura. 

Foi o que hoje sucedeu mais uma vez quando Semedo prefere adornar um passe fácil e o que nos poderia dar um contra-ataque rápido acabou num livre fatal e pontuado pela sorte merengue, com a bola a acabar na nossa baliza. Ou o incorrigível João Pereira, que mesmo sem merecer expulsão, não fez mais do que pôr-se a jeito da teatralidade de Kovacic e da discricionaridade do árbitro, mas ainda assim inadmissível a este nível e num jogador experiente? De assinalar que ambos os lances acontecem em momentos em que o Sporting estava completamente por cima do jogo.

Parece que algures no tempo os deuses do futebol se zangaram connosco, quando as nossas vitórias se multiplicavam e lhes faziam inveja, penalizando-nos agora a cada oportunidade e tornando as nossas vitórias nos custam mais do que o suplicio de Tântalo ou os trabalhos de Sisifo

Obviamente que as razões para a derrota não devem ser encontradas na construção de uma mitologia privada para as nossas derrotas ou aceites como um fado mas sim explicada antes de tudo nas nossas falhas recorrentes. De outra forma a possibilidade de as corrigir e inverter a ausência de títulos só estará a ser prolongada, excepto o campeonato da auto-desculpabilização.

Não somos nós contra o mundo nem o mundo contra nós, não é a Europa do futebol que não nos quer, somos nós que ainda não somos suficientemente competentes para vencer. Aceitar o azar e a desgraça é descrer da inteligência, é uma forma de desistir.

Mais do que um jogo, uma prova Real de vida

O destino do Sporting na actual Liga dos Campeões ficou traçado logo no momento do sorteio da fase de grupos. Daí que, mais do que uma competição normal, esta participação na Liga dos Campeões tornou-se numa difícil tarefa de luta contra esse destino. 

Até agora o cumprimento desse desígnio tem ficado aquém não só do necessário em termos pontuais e, exceptuando pouco mais de oitenta minutos em Madrid, em termos exibicionais. Com apenas três pontos conquistados e outras tantas desilusões: duas totais, resultantes do duplo embate com os alemães e uma parcial mas particularmente dolorosa de escassos minutos de reversão de resultado em Madrid.

Considerando a débil exibição com os então igualmente débeis polacos do Légia, esta passagem pela suprema competição de clubes está até agora aquém do necessário, quer em pontos quer em "contos". Mesmo os serviços mínimos estão ainda por garantir, que é qualificação para a Liga Europa.

É por isso que o jogo de hoje com o Real Madrid assume hoje a importância de uma prova de vida. Não só para uma tão ambicionada mas muito difícil continuidade na prova, mas até mesmo também para a passagem ao degrau abaixo, a Liga Europa. Isto porque o Légia de Varsóvia ressuscitou precisamente ante o adversário de hoje e tem pela frente uns alemães em viagem de turismo  - estão apurados, falta apenas definir o lugar - em Varsóvia.

domingo, 20 de novembro de 2016

Tão imbecis como os mais imbecis da Europa?


Fui estes dias surpreendido por um extracto de um programa exibido na BTV onde José Nuno Martins, profissional conhecido da comunicação social, com o canalha de serviço à sua frente, fazem um absurdo exercício de imbecilidade. Sem dúvida surpreendente não naquele canal mas com este protagonista, que até goza de alguma reputação junto da generalidade do público. 

Mais surpreendente é o próprio José Nuno Martins, sem qualquer noção do ridículo, considerar que "estamos a exagerar, a perder sensatez" ele que até se considera "uma pessoa de paz" enquanto cospe as maiores imbecilidades.

É neste campeonato que queremos ver o Sporting jogar, com as comunicações do Saraiva e o troglodita do Dolbeth?

Queremos ser tão imbecis como estes imbecis, respondendo à letra, descendo a este nível, ou deveríamos distanciarmo-nos e marcar a diferença?

sábado, 19 de novembro de 2016

10 anos de Patricio: da turbulência à tranquilidade


A carreira de Rui Patrício, que hoje completa dez anos, é o exemplo paradigmático e condensado da célebre fase de Thomas Edison, que aqui vai ser dita em forma revista e adaptada: o sucesso é construído por 10% de talento e 90% de transpiração. 

O elevado grau de profissionalismo e uma personalidade ímpar de tenacidade e superação de Rui Patrício fazem-no ser inteiramente merecedor deste momento. Mas também a perseverança e convicção de Paulo Bento, que o lançou e, pode-se dizer sem rodeios, o aguentou na baliza muitas vezes contra o que me pareciam ser os interesses do Sporting e mesmo até do próprio Rui Patrício. 

A verdade é que não sabemos como teria sido, sabemos, isso sim, que foi por aqui que se começou a construir aquele que hoje é, de forma incontestável, o melhor guarda-redes português da actualidade e que tem já um lugar de destaque reservado nos melhores de sempre:
"O grande contributo ao Rui não foi colocá-lo a jogar... foi, mais tarde, não o tirar. Não era fácil um jovem entrar para o aquecimento e já estar a ser assobiado. Aliás, houve um momento, acho que nunca lhe contei, após um jogo em Setúbal [derrota por 1-0, num lance em que Rui Patrício é mal batido], disse para mim que nunca o iria tirar. Foi o empurrãozinho que lhe podemos ter dado, o resto foi dele"

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

A balada do mestre André, o Ferrari vermelho e Jesus misericordioso

Resumo analitico-sintético do jogo com o Praiense:

Castaignos é um jovem cavaleiro frísio abnegado, mas pouco convincente. Ele era cartas, era e-mails, algumas flores e telegramas que nunca chegavam ao destino. Chega o Mestre André, jeito gingão e a voz maviosa dos trópicos e com apenas dois toques do tipo "olha, deixa-te de merdas e vamos embora ao que interessa". E a miúda lá viu o padeiro. E gostou do que viu, porque foram logo duas seguidas, sem tirar nem por. Fica o registo: O jovem Castaignos para já reúne as condições ideais para... ver os jogos do Bas Dost e André de posição privilegiada: do banco e/ou bancada.

Enquanto isso Alan Ruiz andava às voltas para desestacionar o Ferrari vermelho. Mas nem para a frente nem para trás. E se alguma alma misericordiosa puder passar hoje por Alvalade por favor verifique se não andará às voltas para sair da garagem. O meu receio é apenas um, que até são talvez dois: pelo menos não danifique o relvado, que andamos muitos anos até acertar no adubo.E que não acerte em nenhum dos pilares mestres, é certo que a nossa casa tem alguns defeitos de construção, mas é a nossa e não temos outra.

Com isto se prova que Jesus é misericordioso com os que mais precisam: com os açoreanos do Praiense, que tiveram que atravessar metade do Atlântico sem medo de ser vaporizados,  com o jovem e inocente Castaignos e com o argentino Ruiz, que nem para ir buscar o Mel(i) parece ter jeito. Mas não é por falta de tentar sempre mais uma e outra vez que o homem se há-de perder dos caminhos do nosso senhor.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Entre o fumo e saliva, o que nos resta?

(Texto da autoria do leitor do blogue "Leão Devoto")

Nos últimos dias os sportinguistas foram confrontados com mais um episódio infeliz que envolve o seu presidente. Imagens de cenas muito pouco edificantes, em que desta vez até me parece que o presidente do Sporting não foi o principal culpado. Com a discussão centrada entre se exteriorizou saliva ou fumo (confesso que depois de ver várias vezes as imagens me parece que foi fumo, mas nem quero perder muito tempo com isso) e com a certeza de que existiram agressões do presidente do Arouca a stewards e contacto físico com BdC, este caso foi explorado até à náusea pelos comentadores de TV e pelos jornais, tendo os ecos chegado até à imprensa estrangeira.

Há de facto uma grande atenção a tudo o que BdC faz, incluindo a sua vida pessoal. Será perseguição e ele uma vítima de tudo isto? Será esta a ideia que se pode instalar nos sportinguistas e que até é compreensível. Mas a verdade parece mais profunda que isto.

A credibilidade e a confiança que alguém inspira demoram muito a conquistar e podem perder-se em muito pouco tempo. BdC foi minando a sua credibilidade com a conversa das “nádegas”, com posts brejeiros no facebook, com várias mudanças na comunicação do clube e quase sempre para pior, com idas a programas da TVI para denunciar uma situação grave como os vouchers oferecidos pelo Benfica (que seria a ponta do iceberg) mas não resistindo a ser ele o protagonista e dando projecção a personagens rasteiros como Pedro Guerra e projecção ao programa. BdC não consegue resistir aos holofotes, o seu egocentrismo não lho permite, tem de estar sempre na agenda mediática. É pois ao mesmo tempo vítima e culpado de estar sempre na berlinda.

Queixamo-nos da SIC, mas entregamos-lhes imagens de desacatos nas nossas instalações. Protestamos contra Guerra e outros comentadores mas o presidente vai ao programa onde ele debita alarvidades, mesmos sabendo que o continuaria a fazer e com mais projecção ainda, depois de BdC lá ir.

A nossa estrutura é muito fraca e confusa. Alguém sabe o que Octávio faz actualmente no Sporting? Ou está lá apenas porque Jesus assim o pediu? Quem é o verdadeiro responsável pela Comunicação? Como nos relacionamos com os media? Qual a influência que temos nas instâncias que decidem o futebol português? Mudou alguma coisa desde que BdC lá está? Ou continuamos atabalhoadamente a apoiar candidatos como Proença e Lobo que nunca nos foram favoráveis?

Entretanto continuamos sem ganhar. Mas já não somos diferentes na postura e na respeitabilidade. O Sporting não melhorou o desporto português como muitas vezes fez no passado mas estamos a deixar que o futebol português piore o Sporting. E isso é lamentável. Muitos diziam que era por essa postura que não ganhávamos. Não era. Era por isso que valia a pena lutar.

Queremos todos muito vencer e não temos produzido presidentes que nos façam entrar nesse caminho como todos desejamos. Isso já acontecia antes de BdC e chegou ao ponto mais baixo com Godinho Lopes. Mas dispensamos que o Sporting seja constantemente motivo de chacota ou de polémica diária. Muita dela provocada e exacerbada pela propaganda do Benfica (que é por isso competente) mas para a qual também nos colocamos a jeito. E BdC facilitou-lhes a vida ao minar a sua própria credibilidade e ao não apostar numa estratégia de antecipação. Jogou sempre segundo as regras que o adversário impôs e deixou-se assim apanhar e derrotar mais facilmente.

Não nos damos ao respeito. E assim é muito mais fácil um qualquer Carlos Pinho vir a Alvalade provocar arruaça e mesmo assim ficarmos com dúvidas se BdC não terá também culpa no processo. Bruno de Carvalho é hoje muito fácil de acusar e de implicar em qualquer ato indigno. E em larga medida a culpa é de si próprio. Será dos mais odiados do futebol português, como dizia hoje o Artista do Dia. Mas faltaram-lhe ponderação, inteligência e elevação onde sobraram impetuosidade, precipitação e brejeirice.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Entre baforadas ou cuspidelas há um autogolo indefensável

A revelação das imagens da refrega entre Bruno de Carvalho e Carlos Pinho ontem efectuada pela SIC é mais um dos muitos episódios que o futebol português é infelizmente muito profícuo. A cena seria normal se passada num qualquer Canelas das distritais, entre dirigentes de futebol profissional é inqualificável. 

Para o Sporting, tendo o seu presidente como protagonista é demolidor. Não apenas pelo que um episódio degradante como este representa para um clube centenário, mas também para a bandeira tantas vezes empunhada por Bruno de Carvalho da ética, transparência e da necessidade de reforma e regeneração do futebol português. Não se reforma com retórica, mas sim com práticas. 

Acaba de ser uma questão de somenos ter havido ou não cuspidela - para a questão disciplinar não será - toda a cena é degradante e devia e podia ter sido evitada. As tentativas de defesa de um autogolo destes não é apenas ridículo, mas acaba por significar a validação de um comportamento indigno e reprovável e por isso mesmo permitindo a possibilidade da sua repetição.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O ensurdecedor barulho dos talheres

Ainda não começou o tempo oficial da campanha eleitoral que levará os Sportinguistas às urnas mas é cada vez mais notório que esse tempo está próximo. É assim que se compreende o abandono por Bruno de Carvalho da postura discreta e até cordata adoptada no inicio da época, num curto espaço de tempo, endurecer o discurso, como é manifesto num post inqualificável e injustificável sobre "os híbridos" e no recente discurso por ocasião do Jantar comemorativo da 36ª edição dos Prémios do Rugido do Leão. Como diria um conhecido filósofo inglês (não chinês...) "a natureza é frequentemente escondida, algumas vezes dominada, mas raramente extinta."

Não havendo oposição constituída e recolhendo Bruno de Carvalho um nível de aceitação e aprovação elevado entre os associados e adeptos do clube, esta postura é de todo incompreensível, a menos que ela tenha origem nas recentes noticias sobre a sua vida pessoal e passado profissional. Mas, assim sendo, não faz qualquer sentido inseri-la num contexto de uma qualquer campanha com origem em inimigos externos ou internos, por terem origem em actos da sua exclusiva responsabilidade pessoal. E de forma a mantê-los nessa esfera pessoal, como julgo que é de todo conveniente, não seja o próprio a inseri-las na agenda do clube.

Voltando ao discurso no referido jantar, haveria muita matéria que mereceria análise e verificação (fact check), mas o que me merece nota é o tom entre o paternalista e o autoritário usado numa reunião que é conhecida como uma festa do Sportinguismo.
Tom ainda de nível inferior no referido post sobre "os hibridos"  e ambos a  remeter-nos para um tratamento que até no tempo cognominado de "roquetismo" é difícil de encontrar.
Até quando isto será tolerável? E tudo porque um qualquer paineleiro ligado ao SLB decidiu avançar com um nome de um putativo candidato, candidatura que o visado já desmentiu. Isto comprova aquilo que várias vezes aqui tenho afirmado: em Alvalade os assuntos da agenda comunicacional do Sporting é escrita pela punho dos paineleiros benfiquistas.

Como dizia acima, tudo isto acontece ainda antes de entrarmos em período eleitoral e sem candidaturas visíveis. É caso para perguntar porquê tanta hipersensibilidade e nervosismo? Se este é agora o nível como será se aparecer alguém com ideias e projectos alternativos, algo que os Sportinguistas deviam desejar e promover em nome do melhor para o clube, mesmo que isso atrapalhe agendas pessoais de poder, como será quando for aberta a caça ao voto?

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Descobrindo craques debaixo de cada pedra levantada

O interregno no campeonato seguido de uma vitória a interromper um mau ciclo não podia ter vindo mais a propósito para refrear alguns pessimismos em modo de instalação rápida na ligação extremada que uma parte substancial dos adeptos mantêm com o clube. 

Este intervalo é ainda mais feliz porque alguns dos protagonistas da partida com o Arouca foram precisamente dois dos reforços cuja chegada havia provocado maior expectativa e fraca prestação colectiva dos últimos jogos tinham servido para colocar tudo em causa, no âmbito da acima aludida relação destemperada. 

Estou a falar obviamente de Bas Dost, cuja ausência de golos já vinha minando a confiança nas suas qualidades de goleador. Falo também de Campbell, cuja intermitência nas aparições e exibições o estavam a fazer resvalar da condição de craque para flop. O regresso aos golos do primeiro e número de golos até agora obtidos - apesar da intermitência - e a exibição do costa-riquenho por certo contribuirá para uma normalização dos vaticínios e expectativas.

Muito por causa das dúvidas que se instalavam, nos dias que antecederam a partida com o Arouca assistiu-se à descoberta de craques a saltarem debaixo de cada pedra revirada, apontando-se quer para para jogadores da formação que militam nos escalões inferiores ou a "rodar" noutros clubes, até mesmo a outros que poderiam chegar em Dezembro como aqueles que melhor colocados estariam para nos oferecer melhores performances e competitividade.

Há muito a dizer sobre a formação do actual plantel e em especial ao critério seguido na sua formação. Há claramente gente a mais e outros sem nada feito até agora que justificasse a sua chamada, e já vamos com quase quatro meses de competição.  Outros que não justificaram a preferência face a alguns que já cá estavam e acabaram preteridos. Mas, salvo alguma ou outra excepção, que não pode ser comprovada por não poder ser testada, uma grande parte das imaginadas soluções dificilmente o seriam na prática.

Hoje é consensual que foram as ausências de Slimani, João Mário e depois de Adrien  as responsáveis pelo sucedido. Talvez agora nesta fase de acalmia se possa perceber de uma forma racional que nos lotes referidos (dispensados a rodar, jogadores da equipa B ou juniores) não constavam jogadores com nível e características semelhantes para serem chamados à responsabilidade de substituírem os três acima referidos. E, pelo que se vai percebendo, os que chegaram ou não possuem as mesmas características, não estão ainda identificados com o que lhes é exigido ou, em alguns casos,  o seu valor suscita as maiores dúvidas.

Assim, de forma objectiva, há que considerar que o problema da falta da competitividade exigida e esperada que originou os maus resultados não era apenas motivada:

- pela falta de um ou outro jogador, como a partida de Slimani, João Mário, e a lesão de Adrien. 

- Não era apenas um problema de falta de confiança, originado pela sequência negativa de resultados.

- Não era apenas a falta de integração dos novos jogadores. 

- Não podia ser um problema de qualidade dos laterais, por serem os mesmos do ano passado. 

Parece-me, isso sim, o resultado de todas as ocorrências referidas em sequência, em que os resultados assumem a principal fatia de responsabilidade. Na sua ausência, tudo se precipita, tudo é posto em causa, até as convicções. 

Provavelmente seriam outras as minhas escolhas. Mas, pondo o nome nas coisas:

- Pedro Marques está ainda a dar os primeiros passos. Lançá-lo na fogueira em que viveram as últimas semanas não passa de um delírio.

- Gauld, Slavchev, Helton, André Geraldes, Chaby, Domingos Duarte, Ponde não me parecem ter condições neste momento para um lugar no plantel.

- Mané, Ewerton, Palhinha, Jonathan, Tobias Figueiredo no máximo poderiam ser terceiras opções.

- Podence, Iuri poderiam ser segundas linhas nas nenhum deles tem as caracteristicas dos três apontados como falhas cruciais.

- Teo provou que não é a falta de qualidade que faz dele um indesejado mas sim o compromisso com o clube e postura profissional. 

- Francisco Geraldes está a chamar a atenção de meio mundo e a merecê-la inteiramente. Está pelo menos a reivindicar um lugar para si no próximo ano. Mas se era para não jogar ou para recair nos seus ombros a responsabilidade de outros mais experimentados ou para depois ser queimado mais vale estar onde está e a jogar.

- Falou-se muito de Matheus, mas do que tenho visto falta-lhe ainda muita consistência e segurança para executar sob pressão, como lhe seria exigido na equipa A, porque talento não parece faltar. 

Concluind, em regra, e salvo raríssimas excepções, o melhor momento de lançar uma promessa é fazê-lo entrar quando a equipa está "por cima" e não obrigá-lo ao papel de salvador, que em regra não é mais do que queimá-lo. Isso deve ser exigido aos mais bem pagos em mais experientes.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Sururu no pós Arouca: quando o futebol desce ao nível dos estábulos

Três verdades
Afinal a vitória sobre o Arouca não foi de todo tranquila como pensávamos, quando o árbitro apitou para o final. Já no decorrer da flash-interview ouviu-se claramente uma altercação violenta cujos protagonistas sabemos agora foram Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, e Carlos Pinho, presidente do Arouca. 

Não sabemos exactamente o que se passou mas sabemos como tudo vai terminar, como aliás termina sempre: haverá a verdade do Sporting, a verdade do Arouca e a verdade contemplada na decisão que a Federação tomará, por via dos seus órgãos disciplinares e eventualmente jurisdicionais de apelo. Entre as três versões ficará possivelmente a verdade dos factos ou uma parte substancial dela.

Os factos
Do que se sabe até agora é apenas a existência propriamente dita da altercação, correndo já várias versões do sucedido. O Sporting sustenta a sua versão em imagens gravadas, que serão cedidas à investigação do C. D. da Federação. O Arouca alega que se limitou a responder a uma provocação feita por Bruno de Carvalho. As imagens até agora disponibilizadas são inconclusivas.

Os antecedentes
As relações entre o Arouca e o Sporting nunca foram exemplares pelo que não haverá neste episódio grande surpresa. Surpresa terá sido o empréstimo de alguns jogadores (Iuri Medeiros e Fokobo, 2015) quando era já conhecido o desrespeito que Carlos Pinho e outros representantes do Arouca nutriam pelo Sporting, exemplificadas nas tentativas de agressão a Manuel Fernandes (2012) e demais elementos da equipa B do Sporting. 

Houve quem se apressasse a divulgar compilações de imagens em que responsáveis do Arouca são apanhados em actos que abonam pouco ou nada em seu favor e da postura que deve ser exigida a quem deve dar o exemplo, como são os dirigentes desportivos. Infelizmente são já também vários os exemplos em que são imputados a Bruno de Carvalho actos igualmente condenáveis e até mesmo sancionados pelas entidades disciplinares. 

O caso de 2015 com o Gil Vicente (ver imagem de relatório abaixo) foi bastante falado desde domingo como tendo sido posteriormente despenalizado, o que em rigor não é totalmente verdade. No recurso entreposto ao T.A.S. Bruno de Carvalho viu reconhecido que não houve ofensas físicas, mas foram proferidas palavras que na decisão censurou como "eticamente censuráveis".

A minha opinião
Até prova em contrário vou tomar como boa a versão apresentada pelo Sporting. Isto apesar de conhecer já versões diferentes que a colocam em causa, suscitando esta dúvidas que inevitavelmente terão que ser esclarecidas. Acrescentaria para já apenas o seguinte:

- É lamentável que o nome do Sporting seja envolvido numa polémica de contornos tão rasteiros. Isto é descer ao nível dos estábulos e muito pouco edificante para o clube, seja qual for o prisma que se analise. Um episódio contrastante com o facto de o presidente do clube se preparar para proferir uma palestra na Web Sumit sobre o "negócio do futebol".

- Se não me parece admissível que o Sporting seja insultado na sua própria casa, sem reagir, considerarei reprovável que a reacção não tenha sido nos termos que não nos suscitem vergonha. O comportamento pusilânime que tantas vezes reprovamos outrora não pode ser substituído por um qualquer outro que igualmente seja contrário aos nossos melhores interesses.

- Será contudo inadmissível que se venha a provar que o Sporting em algum momento tenha faltado à verdade ou usado expedientes para conformar os factos com a sua versão.

- Como é óbvio sou particularmente tolerante às reacções a quente. Comprovando-se que Bruno de Carvalho reagiu a uma provocação, usarei desse critério benevolente para avaliar a sua participação neste incidente. Não deixo contudo de reparar que, atendendo à fama que vai granjeando, não esteja a tornar-se numa vitima de si próprio e das suas reacções intempestivas. Isto é, quem o quiser atingir, sabe que basta provocá-lo para obter os fins a que propôs.

- Abona muito pouco em favor dos nossos argumentos o triste papel desempenhado por Nuno Saraiva, na sequência dos tristes acontecimentos. É bom lembrar que o actual director (?) de comunicação é jornalista de profissão, onde é comum o tratamento nos termos registados na peça divulgada. Já a um representante do Sporting em exercício de funções exige-se um comportamento que o elevem da vulgar condição de carroceiro, em qualquer circunstância. 
Estranho é que tal não mereça rejeição absoluta e ainda haja quem a procure justificar este tipo de atitudes a quem pagamos bem para nos deixar mais uma vez ficar mal, como se tratasse de um "novo normal".


domingo, 6 de novembro de 2016

Sporting 3 - Arouca 0 Virada a página para um novo capitulo?

O adversário não seria o mais qualificado para examinar a saúde da equipa, a sair de um mês conturbado, mas isso também não o era o Tondela. Assim, havia uma natural expectativa para aferir a qualidade da resposta às face às contrariedades e aos resultados decepcionantes. Ainda maior se tornou com o resultado favorável registado no clássico que antecedeu o nosso jogo, complementado por outro de igual sinal registado pelo Sp. de Braga na Madeira. Cumprida a obrigação de ganhar, por números dilatados e sem sobressaltos, fica o desejo de se ter virado a página e inaugurado um novo capítulo, desta feita mais feliz.

sábado, 5 de novembro de 2016

Sinal amarelo avermelhado

O Sporting deixa para trás um negro mês de Outubro. Exceptuando a vitória em Famalicão, já de si escassa em números e qualidade, a equipa não fez mais do que coleccionar empates e derrotas. Seguramente que até ao final desta época este mês continuará a ser lembrado pelo peso que terá nas contas finais, esperando contudo que não seja mais do que uma referência a um passado ultrapassado.

Mas o peso dos resultados menos conseguidos continuará a ser sentido na pressão psicológica sobre a equipa, que sabe que no que já ultrapassou em muito a tolerância às falhas quer do ponto de vista da distância pontual, quer da ligação afectiva com os adeptos. Nesta configuração todos os jogos adquiriram a importância do jogo da época

É nesta conjuntura que o Arouca jogará em Alvalade e essa inevitável pressão um dos principais jogadores de Lito Vidigal. Ele sabe que quanto mais tempo conseguir manter a sua baliza inviolável mais perto estará de conseguir os seus objectivos, que passam por pontuar.

Uma das questões a despertar curiosidade para este jogo será a manutenção ou não dos três centrais. Do meu ponto de vista, o Sporting não retirará daí grande vantagem por duas razões essenciais: 

- O Arouca não tem os mesmos argumentos técnicos que o Borússia, nem é capaz para, de forma permanente, colocar tantos elementos no ataque, de forma a obrigar-nos a por tanto cuidado na retaguarda. Claro que nos daria muito jeito que Vidigal reincidisse na bizarra opção de manter no banco o seu melhor avançado, Walter Gonzalez, à semelhança do que fez com outros rivais.

- Os laterais que jogaram em Dortmund não têm qualidade ofensiva suficiente para emprestarem a dinâmica e qualidade de decisões que signifique valor acrescentado para a equipa, pelo que , a manter-se este sistema, a escolha deveria recair em outros elementos, que não necessariamente laterais. Bruno César na esquerda é uma escolha quase intuitiva, embora para a direita já não fosse tão seguro avançar com um nome. 

Esta questão, juntamente com a felicidade na hora da escolha do elemento de ligação a Dost, a actuar nas costas do nosso avançado de referência, parece-me muito mais determinante para o nosso sucesso que o importante regresso ou não de Adrien.

Seja em que sistema e com que jogadores o Sporting está parado num sinal amarelo, cada vez mais avermelhado e sabe que tem que ganhar para avançar até ao semáforo seguinte.




quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Dortmund 1 - Sporting 0: confirmam-se os piores diagnósticos

No post que antecede este tentava diagnosticar os principais problemas que a equipa do Sporting enfrenta para reverter o período medonho que atravessa. O jogo de ontem serviu para confirmar os piores receios. Embora a equipa tenha estado uns níveis acima do que vinha fazendo ultimamente, deixou bem claro que:

- Existe uma crise de confiança, fazendo com que os jogadores executem abaixo daquilo que já demonstraram ser capazes.

- Essa falta de confiança é agravada pela falta de rotinas no nosso jogo, em particular no que é mais difícil e mais demorado de alcançar, que são as rotinas na organização do ataque. Quer em transição quer em ataque posicional - sobretudo esta - são hoje muito inferiores às que víamos a equipa executar há um ano a esta parte. 

A ausência de João Mário - sobretudo este - e Slimani são seguramente importantes, mas tendo já três meses de trabalho conjunto é caso para perguntar o que é que se tem andado a fazer em Alcochete. E aqui remeto novamente para o post anterior: 

- fazem sentido  as apostas erráticas sem qualquer continuidade que permita aos jogadores ganhar ritmo e confiança? Como se salta de Alan Ruiz para Markovic, depois para André e agora para Castaignos, sem parente critério?

- Faz sentido o recurso a um sistema de jogo radicalmente diferente do que a equipa está habituada a jogar, com a integração de um terceiro central, cujo tempo de treino deve ter sido insuficiente, ao invés de apostar no que está mais rotinado? 

- Como pretende o técnico recuperar a confiança dos seus jogadores se reincide constantemente na sua desvalorização pública? Depois do que disse a seguir ao jogo em Madrid - " a diferença está no treinador" - agora é o reconhecimento de "perda de qualidade", logo quando o clube só em dois jogadores para a frente de ataque  - Alan Ruiz e Bas Dost - gastou quase vinte milhões de euros?

Sem dúvida que este é um problema de ordem técnica cuja resolução está em grande parte nas mãos de Jorge Jesus. Mas é também um problema de organização do próprio clube, pelo que não se percebe que, mais uma vez, quando o foco devia estar em agregar forças para vencer este momento, se persista em comunicações laterais sobre questões ligadas ao atletismo, que podiam ser abordados posteriormente em Lisboa. Muito menos deveria estar sobre as eleições, usando expressões como "hibridos" que fazem parecer os discursos dos seus antecessores ditos "roquetistas" cantos angelicais. E isto ainda sem oposição visível ou constituída.

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