domingo, 29 de abril de 2018

Portimonense 1 - Sporting 2: My name is Bruno, Bruno Fernandes!

Quanto mais se aproxima o final do campeonato mais se intensifica a sensação de que esta liga poderia ter sido nossa. Matematicamente ainda é possível mas é muito pouco provável. E assim sendo há que concentrar todos os esforços e atenções na consolidação do segundo lugar agora alcançado, num jogo muito difícil e pouco conseguido do ponto de vista colectivo em Portimão. 

E é quando o colectivo não funciona que os mais dotados têm que se assumir. Foi aí que Bruno Fernandes, mesmo parecendo em grandes dificuldades físicas na segunda parte, apareceu em primeiro plano. E tanto o fez com a elegância da técnica no primeiro golo, como com a precisão e força num remate indefensável. A exibição de uma panóplia de recursos dignos do James Bond que o titulo do post evoca.. Um verdadeiro jackpot este miúdo, como muito bem o definiu Jorge Jesus, certamente já pensando numa futura transferência. Mas já o está a ser, se atendermos à importância que o segundo lugar terá nesta e em futuras épocas.

O Sporting até entrou bem no jogo, podendo mesmo ter entrado praticamente a vencer, tivesse Battaglia sido mais assertivo na cabeçada que permitiu uma grande defesa ao guarda-redes algarvio. Mas ali, em cima da linha é obrigatório fazer melhor, até porque oportunidades destas são raras. E foi por cima do jogo que o Sporting se manteve até ao golo de Bruno Fernandes - quem mais?... - muito bem servido por Bas Dost. O holandês, não tendo "molhado o pão na sopa", teve um papel determinante no desgaste do adversário e sempre preocupado em servir os companheiros. Um golo pleno de elegância e de um médio que já vai nos dezasseis golos nesta época! 

Foi após o golo que Vítor Oliveira, treinador dos algarvios, decidiu intervir no jogo, acabando por  controlar o meio-campo. Aproximando Nakajima a Fabricio e com Tabata ligeiramente mais recuado na ala esquerda, conseguiu que a sua equipa se superiorizasse em número e, jogando com os jogadores mais próximos, obtia maior dinâmica que o meio-campo do Sporting não conseguiu neutralizar. Battaglia era constantemente ultrapassado, abrindo o corredor central à frente de Coates e Petrovic. Os jogadores algarvios chegavam muitas vezes em maioria e com a bola controlada ás imediações da área de Patrício.

Jesus tentou contrariar a estratégia de Vitor Oliveira, mexendo nos sítios certos, mas sem grande sucesso. O Sporting continuou  a exibir grandes dificuldades em segurar a posse de bola e por isso não conseguia ligar o seu jogo. Estava no ar a impressão de que o jogo poderia cair para qualquer dos lados quando Bruno Fernandes recorre à artilharia de última geração para desfazer a igualdade. Um grande golo de um jogador cada vez maior.

Para o que ainda falta jogar e do que ainda há para ganhar nesta liga esta vitória altera muito pouco ou quase nada do que precisamos de fazer para consolidar este mais do que merecido segundo lugar. Empatando teríamos que ganhar o dérby que se segue e assim continuamos a ter que o fazer para assegurar em definitivo a posição que será muito importante para a definição da próxima época.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Jorge Jesus continua a ser o treinador que o Sporting precisa?

Vamos já na terceira época de Jorge Jesus no Sporting e, como é normal com um treinador carismático, mas que tem ainda por cumprir o principal desígnio que levou à sua contratação, o consenso à sua volta está ainda por alcançar. Os eventos que se seguiram ao jogo  de Madrid, com o presidente de um lado a suspender a quase totalidade do plantel e Jorge Jesus a conseguir impor – imagina-se in extremis… - uma última réstia de bom senso, trouxe a descoberto uma faceta que os seus detractores desconheciam ou julgavam inexistente: as preocupações do treinador não se ficam apenas pelo chorudo ordenado e por projectos com condições imbatíveis para superar a concorrência. Jorge Jesus não abdicou do seu papel de lider, revelando além disso um total compromisso com os interesses do clube que representa.

Se assim não fosse a Jesus bastaria recostar-se no seu cadeirão e aguardar calmamente pelo final da época de cada um dos poucos meses que ainda restavam para o final do campeonato para recolher o seu quinhão e escolher a próxima paragem. Certamente que não faltariam – nem faltarão - aliciantes projectos, sejam eles apenas de cariz financeiro, num qualquer destino exótico, ou que até clubes dos melhores campeonatos europeus olhem para ele com atenção e mesmo apetite. Sem se saber muito bem como tudo isto vai acabar sabe-se pelo menos que a discussão sobre o interesse da permanência do treinador foi mais uma vez relançada.

Estamos já muito longe do ano da sua estreia como treinador em Alvalade, indiscutivelmente o seu melhor período até agora. O impacto da sua chegada foi enorme pela espectacularidade do futebol apresentado, na retumbância das vitórias e especialmente da superioridade exibida ante os rivais FC Porto e sobretudo SL Benfica, a quem ganharia a Supertaça logo no dealbar da temporada. O titulo desse a ano haveria de ficar à distância de um ressalto na canela de Bryan Ruiz. Pelo menos será assim eternizado, sendo a explicação claramente redutora.

Não podia por isso ser mais contrastante a época seguinte. Quase se pode dizer que tudo começou também em Madrid. A exibição foi merecedora de nota elevada, mas o resultado foi apenas o anúncio de uma característica que tinha vindo para essa época: incapacidade de segurar bons resultados, permeabilidade defensiva estranha em equipas de Jesus. Isto num ano em que os meios colocados à disposição, somados à época anterior levaram a antever uma equipa temível. Na realidade essa característica nunca o foi para os adversários, mas apenas para os adeptos tantos foram os resultados negativos coleccionados.

Os anticorpos que Jesus tinha criado aquando da passagem pelo rival do outro lado da estrada começaram a fazer-se ouvir. O seu talento para construir plantéis passou a ser questionado, especialmente pela indiferença a que foi votada a “cantera” várias vezes preferida, em fúria despesista, por soluções que nunca o viriam a ser. Apostas em nomes sonantes mas de carreiras intermitentes ou sob o signo ocaso – dos quais André, Campbel e Markovic sejam os melhores exemplos – revelar-se-ia um erro e o contributo para a maior contestação ao trabalho do treinador.

A questão da formação não é de somenos. É uma das bandeiras que o clube ostenta e que os adeptos gostam de ver ulular orgulhosa e altaneira. Com uma agravante, Jesus encontrou em Alvalade aquela que se pensava ser mais uma geração de ouro made in Alcochete, mas sem produzir os resultados que certamente muitos esperavam. Iuri Medeiros, Carlos Mané, Wallyson, Matheus Pereira, Palhinha, Esgaio, Tobias Figueiredo e Francisco Geraldes, entre outros, não viram ainda os benefícios da passagem do treinador que tem no currículo a descoberta de inúmeros talentos e reinvenções de carreiras.

Mas esta moeda tem outra face nas vendas de João Mário e Rúben Semedo e na exponenciação do valor de Gélson Martins. Ainda assim parece pouco quando se olha para alguns dos jogadores mencionados acima e de quem se esperava poderem crescer sob o manto de Jesus. Mas foi também por ele e com ele que Bruno de Carvalho conseguiu fazer os seus trespasses mais volumosos. É que ainda que não tenha conseguido títulos é consensual que a chegada de Jorge Jesus a Alvalade ajudou diminuir distâncias para os principais rivais muito pela qualidade dos seus processos e como eles são eficazes na subida de competitividade do Sporting. Mas também pela mudança de mentalidades. Isso foi evidente no ano da sua chegada, pela primeira vez ao fim de muitos anos os Sportinguistas viram a sua equipa jogar sem medos, sendo até temido por FC Porto.

Infelizmente Jesus viria a ser vitima de si mesmo e da sua entrada triunfal, muito por causa de uma das suas maiores imperfeições: a comunicação. O entusiasmo e a rivalidade com a anterior entidade patronal contribuiriam para um discurso que teria o efeito de toque a reunir, acabando os seus mind games por ser não só inócuos como até mesmo o combustível de que o carro vermelho de Rui Vitória tanto precisava.

A época ainda curso parecia sobre rodas até ao estranho despiste no Estoril, quando o clube se distraiu com um par de assembleias gerais. Parecia já perdida após a derrota abúlica em Braga, para renascer exactamente quando parecia que tudo se ia desmoronar após a já falada derrota de Madrid. Está ainda por saber o significado e importância que a passagem, mesmo que episódica e breve, do treinador e presidente por campos opostos terá no futuro da sua relação. Ninguém duvida que Jorge Jesus marcou pontos junto de largos sectores de adeptos e associados verde e brancos. Também ninguém duvida que no nucleo duro e indefectível de apoiantes de Bruno de Carvalho serão muitos aqueles que não perdoarão o embaraço e o protagonismo do treinador.

Este episódio marcará a passagem de Jorge Jesus no Sporting. Infelizmente trará à discussão questões de pendor “politico”, afastando-a da objectividade com que se deveria ponderar o seu abandono ou continuidade. Tem ele o perfil ideal para ser treinador do Sporting? Mas é também nesse episódio que nasce um ponto muito importante em seu favor: foi ele o cimento que ajudou a manter de pé o que restava da época. O que teria acontecido se a seguir ao jogo de Madrid o Sporting se tivesse apresentado, como era desejo do seu presidente, com a sua equipa B? Ninguém sabe exactamente mas mesmo que vagamente se intui que a final da Taça de Portugal seria apenas uma miragem e o segundo lugar agora ao alcance numa perspectiva opitimismo não passaria de uma luta denodada para se manter no pódio.

Daí à conclusão inevitável vai um passo: a discussão sobre as qualidades de Jorge Jesus e a adequação do seu perfil é comprovadamente válida. Mas não pode ser isolada de outra, talvez ainda mais pertinente: o Sporting, como organização, reúne no seu seio as condições indispensáveis para interromper o ciclo vicioso que se arrasta sem títulos? No que a Jesus diz respeito estou certo que no dia em que ele se tenha que preocupar exclusivamente com o treino e com o plantel à sua disposição ele estará mais perto de cumprir o sonho de seu pai, o seu e o nosso: voltar a ser campeão.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Sporting 1 - Boavista 0: Continua boa a vista para um lugar melhor

Antes de ir ao tema principal do post gostava de realçar com inteira justiça o bom momento desportivo que o clube vive em diversas modalidades, onde ou lideramos ou pelo menos estamos na luta pelos titulos em disputa. Neste passado fim-de-semana chamaram particular atenção as vitórias sobre o FC Porto em andebol e sobre o SL Benfica em voleibol. Obviamente pelo facto de terem sido alcançadas sobre os eternos rivais, mas também pela qualidade do desempenho e, não menos importante, pela força e raça demonstradas. Sobre o futsal falarei depois, em post dedicado ao assunto.

Quanto à vitória sobre o Boavista aconteceu o indispensável e o necessário: a conquista dos três pontos e a manutenção da distância para os adversários da frente e para o que segue atrás. Dessa forma o Sporting continua a ser senhor do seu destino para poder fechar a época com chave de ouro. É verdade que não houve nota artística algo que se pode atribuir perfeitamente ao cansaço físico e saturação competitiva. Ainda assim a equipa conseguiu produzir lances interessantes e suficientes para construir senão um resultado robusto pelo menos um jogo tranquilo para si e para os adeptos que o presenciaram.

O cansaço explica em grande parte a dificuldade exibida para finalizar com êxito os lances de ataque, ora por um toque a mais, ora por um toque a menos, ora por deficiente pontaria. O resultado viria a construir-se através de um penalty marcado deferidamente, quase em slow motion, por intervenção do VAR. Do lado do adversário, nem um remate, nem uma carta, nem um telefonema a Rui Patricio que, felizmente, já pode beneficiar da subida recente da temperatura, não correndo o risco de congelar entre os postes.

E agora? Agora é conseguir os nove pontos dos três jogos que faltam para sermos felizes, que bem merecemos.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

30 milhões é a factura pelo apuramento para a final da Taça?

Depois do pedido em plena crise do adiamento do reembolso do empréstimo obrigacionista, justificada então no ponto 3 do comunicado  pelas "recentes tomadas de posição públicas por terceiros” somos surpreendidos ontem, enquanto festejávamos ainda o apuramento para a final da Taça de Portugal, com a noticia de que a SAD vai agora pedir autorização aos acionistas para poder avançar com um empréstimo obrigacionista global num montante até 60 milhões de euros até final do ano.

Se isto é sério não parece.

Primeiro porque as tomadas públicas de posição referidas que poderiam por em causa o processo foram feitas pelo próprio presidente a partir daquele famoso post, que agora parece até que não aconteceu, e não por terceiros.

Depois porque um empréstimo obrigacionista que deveria conhecer a sua renovação ou devolução aos investidores teria que estar já praticamente fechado quando faltasse um mês para que tal ocorresse. Se problemas havia, e que agora se confirmam, eles já existiam e por isso não teriam a ver com as tais tomadas de posição públicas de terceiros (Holdimo e PMAG Marta Soares na linha de mira) Já as do presidente, que deram origem a todo o imbróglio, só contariam a partir do momento em que foram proferidas, mas ainda assim julgo não constituiria motivo suficiente para o adiantamento do pagamento das obrigações, bem antes pelo contrário. Era do interesse da SAD dar um sinal de normalidade, o que o adiamento acabou por desmentir, aprofundando os sinais de crise, deixando no ar  de que afinal o discurso das contas exemplares talvez não fosse bem assim.

É muito provável que este adiamento esteja relacionado com a dificuldade de um dos bancos, ou até mesmo de ambos - BCP e NB (ex BES) -  em sustentar o "revolving" do empréstimo obrigacionista de 30 milhões, que entretanto vence. Ambos os bancos têm contas a prestar aos accionistas e o NB em particular apresentou maus resultados muito recentemente [LINK], sendo por isso provável que o Estado, - isto é, todos nós, Sportinguistas ou não - seja de novo chamado a abrir os cordões à bolsa. Uma operação com elevados riscos políticos, é bom de ver.

E finalmente é pelo menos pouco transparente que se salte da posição inicial, invocando aqueles motivos, para ir agora até à possibilidade de duplicação dos valores iniciais,  invocando problemas adicionais de tesouraria e deixando a sensação de que se aproveita o momento de festa para ver se ninguém repara.

Veremos por quanto vai ficar valor final do empréstimo obrigacionista e especialmente como será feito o revolving e por quem. Não seria de todo surpreendente que a recente viagem do vice Carlos Vieira estivesse relacionado com este assunto. Assim como não seria propriamente uma surpresa que, viéssemos a ser confrontados com uma operação de cessão de créditos por parte de um dos bancos ou de ambos, o que poderia contribuir para o agravamento dos custos do crédito, a acrescer aos que já se estão a registar pelo adiamento do pagamento do reembolso no tempo acordado. A possibilidade de o ser o próprio clube a fazer cessão de créditos para abatimento de dívida (a la SLB...) também não pode ser de todo descartada.

Veremos o que irá determinar a AG da SAD agendada para o dia 11 de Maio, especialmente que posição publica irá tomar a Holdimo, até agora parceiro estratégico da SAD. Esta já tinha manifestado o seu desagrado com "o debate público sobre questões internas (...) que é "absolutamente dispensável e atentatória da melhor tradição da marca Sporting, com potencial prejuízo para os ativos da sociedade".

A seguir com atenção.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Sporting 1 - Porto 0: O Jamor é para o coração maior

Não há coração maior do que a de um Sportinguista, pois não? Coração que sabe sofrer sem nunca desistir, que aguenta a emoção e ainda tem força para se superar e ir à procura sempre de mais uma vitória. Foi assim ontem, em mais uma jornada épica. Agora faltam ainda quatro jogos do campeonato e acima de tudo e sempre respeitar o adversário desde este momento até ao final do jogo, tenha ele o tempo que tiver.

Mas vamos ao jogo, porque foi através dele que chegamos a este importante triunfo. Foi um jogo de elevado grau de dificuldade quer para quem esteve em campo, quer para os jogadores. Um jogo de elevada intensidade física e emocional e foi por estes dois parâmetros que começamos e acabamos por chegar à final, de forma inteiramente merecida.

Há que realçar a categoria do adversário ou de outra forma estaremos a desvalorizar o nosso próprio mérito. O FCP foi sempre uma equipa difícil, que mimetizou os seus comportamentos da jornada do campeonato em que lograram um precioso empate em Alvalade, na primeira volta. A tentativa de bloquear as acções de Bruno Fernandes foi bem sucedida, não conseguindo este receber a bola em boas condições e quando o lograva não tinha espaço nem tempo para executar com a qualidade que se lhe reconhece. Isso é o mesmo que dizer que grande parte da nossa eficácia no último terço ficou desde logo comprometida. À frente Soares esticava o jogo até à nossa área com Brahimi a secundá-lo, cabendo-lhes a eles a criação de maiores lances de perigo, o que contribuía para o conforto dos azuis e brancos no jogo.

Apesar disso e sem conseguir encontrar o melhor caminho para igualar a eliminatória, o Sporting manteve-se imperturbável, sem sinais de desespero. Foi muito por aqui, por esta demonstração de maturidade competitiva que se começou a carimbar a passagem ao Jamor. E contámos também com a indispensável sorte nos pormenores que os campeões precisam. Piccini lesionou-se e Ristowski entrou muito bem no jogo, quer a defender, quer a atacar, anulando Brahimi. Soares lesionou-se e Aboubakar não entrou bem no jogo. Tudo isto teve o epilogo que todos ansiávamos para continuar com o Jamor no horizonte: Coates, versão ponta-de-lança acabou por marcar já com os noventa minutos a quererem fazer-se anunciar.

E a sorte não nos abandonou no prolongamento nem nos penaltys. Sorte e muita maturidade, repito! uma vez que esta era já a segunda edição de desempate de grandes penalidades e mais uma vez estivemos irrepreensíveis. E que mais poderíamos pedir para selar a passagem à final do que um dos heróis de  para lembrar a épica conquista de 2015. Esta final é inteiramente merecida, porque fomos uma equipa adulta, soubemos sofrer quando foi preciso e soubemos procurar e merecer a sorte que tivemos. Saibamos agora fazer reverter para o clube os créditos deste importante momento.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Bruno de Carvalho: defeito ou feitio?

Assim de repente, sem nada que o fizesse prever ou sem qualquer aviso prévio, o Sporting apressou-se a mergulhar numa crise profunda. Quase tão rapidamente também parece agora que não aconteceu nada, mas aconteceu e só por ingenuidade se poderá pensar que não haverá consequências próximas dos dias que recentemente sacudiram o clube de alto a baixo. Vive-se um curto período de tréguas, mas é bem claro que o choque institucional entre Marta Soares e Bruno de Carvalho é uma factura com o pagamento ainda em aberto. E falta saber ainda o mais importante: o que pensam os adeptos.

É muito provável que a corda parta do lado mais fraco que neste caso é Marta Soares. Nunca foi um nome consensual, não tem a popularidade de Bruno Carvalho, não se sabe até que suporte terá dentro do órgão a que preside. De forma quase irónica poderá sair quando proferiu a sua declaração mais consensual, pelo menos no momento em que foi proferida:
"Bruno de Carvalho não tem condições para continuar. Com Bruno de Carvalho não há paz no Sporting!"
Acontece que depois destas declarações, Marta Soares remeteu-se ao silêncio e, sem se saber exactamente que iniciativas possa ter tomado entretanto, sabe-se apenas que terá realizado algumas auscultações de sensibilidades. Manterá a vontade de convocar uma nova assembleia geral?

Da parte do Conselho Directivo foi particularmente notório o silêncio inicial. Nem declarações, nem palavras de circunstância, apenas um silêncio tremendo de quem nada pode fazer, mas percebe a gravidade do ocorrido. Depois o silêncio tornou-se estratégico. Jogava-se com o tempo, esperando que os animos esmorecessem e a memória do sucedido se fosse esbatendo, mas sem se notar qualquer estratégia para controlo de danos.

Esse seria feito pelos actores do costume. Os mesmos de sempre, os mesmos nomes, as mesmas ideias, os erros de sempre: os mesmos estafados e já descredibilizados Barrosos, Zeferinos, Pedro Madeira Rodrigues, etc, etc. Naquele momento foram os melhores aliados de Bruno de Carvalho, ao chamar a si o foco das atenções, poupando-o ao fogo em que se consumia cada vez que saía a terreiro a proferir uma declaração pior do que a anterior. Foram eles a abrir caminho à relativização e à indiferença e ajudaram a transformar Bruno de Carvalho de autor da crise em vitima. No que foram coadjuvados  por uma comunicação social cujo único objectivo, nos infindáveis programas sem grande conteúdo, parecia ficar-se pelo fazer render o triste espectáculo que lhes havia sido servido em bandeja.

A anunciada vontade de convocar nova AG parece ter perdido o interesse para todos os intervenientes. De Marta Soares já falamos. Bruno de Carvalho, pela interposta pessoa do vogal do CD Bruno Mascarenhas, já fez saber que pelo menos a demissão e eleições são cenário que só será colocado se a isso forem obrigados. Aguarda-se o que pretende fazer para concretizar a ameaça de apear Marta Soares, o que só não acontecerá se for de todo impossível, o que também é fácil de prever. E, ao ao contrário do que é muitas vezes anunciado pela comunicação social e aceite estrategicamente pelo Conselho Directivo, não há uma oposição constituída e com força para desencadear um processo que leve até à convocação de uma assembleia, apenas vozes isoladas e sem grande representatividade colectiva.

Estamos agora ainda na fase de controlo e contenção de danos. Primeiro foi o abandono do Facebook por parte do presidente, seguido do recuo na intenção de processar disciplinarmente a quase totalidade do plantel. Mas nem uma nem outra medida parecem ter sido tomadas com grande convicção, como se percebe pelas declarações efectuadas a este propósito pelo próprio Bruno de Carvalho, A que acrescem as mensagens enviadas por sms ao plantel.:
"Se o Sporting CP fica mais forte desta forma, seja feita a vontade da maioria. Para mim ficará a missão de gerir o Clube da forma que acham melhor. Erradíssima mas o Clube é vosso."
Talvez ainda mais sintomático seja o facto de que Bruno de Carvalho não ter percebido as consequências que os seus posts no Facebook estavam a produzir, o que é particularmente notório ao afirmar 
 "Vamos novamente perder todo o respeito que aos poucos estávamos a ganhar em alguma comunicação social e em muitos Stackholders. Isso vai morrer.
Ora questão era exactamente a  oposta e de maior gravidade: o problema não estava na ferramenta (o Facebook), mas sim no utilizador. Assim, com ou sem Facebook, e sem ter percebido o essencial, é muito provável que o que aconteceu no triste episódio pós-Madrid se volte a repetir.

Essa é agora a questão principal, juntamente com outras igualmente pertinentes: como ficarão agora as relações nas três frentes de batalha que Bruno de Carvalho abriu? Será Bruno de Carvalho capaz de restaurar a confiança perdida junto do treinador, do plantel e dos adeptos em simultâneo? Estará ele interessado em fazê-lo?

O treinador é aqui o elo mais fraco. Jorge Jesus subiu na consideração geral pela ponderação, sangue frio e acção na preservação do interesse colectivo revelado na gestão de uma situação para a qual não há capítulos escritos nos manuais de formação de treinadores. Falta saber se Bruno de Carvalho lhe perdoará o protagonismo por ter agido também como o presidente que ele deveria ter sido e não foi.

Quanto ao plantel é certo que não pode ser refeito de um dia para outro sem que o mercado fareje o sangue e compareça aos saldos. Mas em ano de Mundial é muito provável que Bruno de Carvalho aproveite a oportunidade para se desfazer dos rostos que são reconhecidos como lideres do balneário e cuja relação parece estar já exposta a profundo desgaste.

Mas claro que a mais importante de todas as frentes é frente interna, a dos sócios do clube. Se é certo que a maioria não deseja uma crise institucional e o regresso a eleições, quando ainda há pouco o actual CD foi investido e confirmado por maiorias esmagadoras, parece também certo que ninguém quer reviver o actual pesadelo ao virar de cada esquina. A confiança em Bruno de Carvalho está seguramente abalada pelas suas acções recentes, em particular pelo paulatino afastamento do que eram as melhores qualidades que lhe eram reconhecidas. O Bruno de Carvalho que quando apareceu declarava que não seria preciso que lhe mostrassem lenços brancos e insultos, porque antes disso seria o próprio a tomar a iniciativa de se retirar, é o mesmo que hoje afirma ser preciso muito mais do que isso para o fazer.

A ideia de que parece estar mais preocupado com preservação do seu poder do que em exercê-lo em prol dos que o elegeram e do bem geral do clube é uma das acusações que terá que dificuldade em rebater. Especialmente quando se lhe juntam as imagens das sucessivas assembleias gerais que agitaram o clube, num momento em que a equipa da modalidade mais representativa parecia confortável e segura de si na disputa da liderança do campeonato. Assembleias que emperraram justamente pelos pontos que denunciavam o reforço e ampliação do seu poder, que não parecia satisfazer-se com o apoio ractificado pelos sócios de forma arrasadora. Assembleias que acabariam também por coincidir com o pior período da equipa e, falta ainda a história fechar definitivamente, o adeus ao ambicionado titulo.


Esta é uma crise imposta ao clube por Bruno de Carvalho. Foi assim que foi percepcionada pelos adeptos que por isso o invectiveram. Não foi ingratidão, mas sim por imposição do próprio presidente  na sequência da catadupa de post no Facebook. Entre um e outro os adeptos quiseram dar conta da sua escolha.

Desta feita não foram os "sportingados", a de quem ele se valeu para agitar fantasmas para a aprovação das alterações que pretendia ao regulamento disciplinar. Não foi uma das muitas facções ou "sensibilidades" tantas vezes mencionadas como causa das entropias que impede o avanço do clube. Não foram os inimigos externos nem os poderes ocultos do futebol. Por isso terá que ser ele a demonstrar que aquela que parece ser agora a justificação escolhida "foi um erro, e quem nunca errou que atire a primeira pedra" é justa e não uma desculpa circunstancial. De outra forma a imagem de que tem apenas perfil de um líder de transição, o ideal para tirar o clube do marasmo, mas incapaz da indispensável consolidação do clube acabará por vingar.

Mas esta justificação de um erro sem repetição tem três problemas: o próprio Bruno de Carvalho, pelo trajecto e passado recente. E por tardar em reconhecer que errou e sobretudo, como vai deixando no ar, a cada intervenção que faz, que não se perderá pela demora. Estará ele a fazer o número daquele que se faz de morto e vai dizendo entre dentes: deixa-os pousar?...

Um segundo, que é o da identidade e da representatividade. O discurso de Bruno de Carvalho é cada vez mais pontuado pelo "eu" e cada vez menos pelo nós. Não são apenas as alterações estatutárias desnecessárias e inoportunas apenas para controlar o clube. São as suas declarações impensadas e inconsequentes, o  "mau gosto" do discurso e dos comportamentos, a depreciação de uma marca centenária que se construiu em volta de valores, e que por isso tem subsistido aos períodos de mingua dos resultados. Há cada vez mais quem não se reveja e não se sinta representado por esta conduta, o que é um problema se atendermos a que o presidente é ou deveria ser não só a figura de proa mas também o maior guardião dos valores do clube.

O outro é o diagnóstico de "burnout" do seu amigo e mentor, Eduardo Barroso. Ou o clínico se enganou, pelo que a tentativa de minimização do sucedido cai por terra e continua a ser necessária a explicação e prestação de contas. Ou então o presidente precisa quanto antes de repousar e de se refazer, até porque o futuro imediato do clube vai requer - requer sempre! - uma luta incansável e sem tréguas . Ao fim e ao cabo a pergunta que nasce daqui e cuja resposta tentam muitos Sportinguistas obter há dias para cá é essa: o que este episódio nos revela sobre Bruno de Carvalho é o seu feitio e por isso não há lugar a qualquer esperança de mudança ou tratou-se de um mero acidente (defeito) de percurso?

domingo, 15 de abril de 2018

Belenenses 3 - Sporting 4: um resultado cheio de VARiações

Houve emoção e espectáculo num jogo marcado pela VARiação do placard, o que tornou imprevisível quase até ao final o nome do vencedor do jogo, marcado também pelas intervenções dos treinadores. Jorge Jesus não foi muito feliz nas alterações efectuadas ao intervalo uma vez que, para poupar Coentrão, acabou por perder o meio-campo para o discípulo Silas. Wendell nunca conseguiu oferecer a oposição necessária aos azuis nem ser um elemento determinante para a posse de bola e controlo do jogo.

Jogo esse que, do ponto de vista do rendimento, do lado do Sporting, foi marcado por um profundo desgaste, consequência clara do jogo com o Atlético de Madrid. Este jogo acaba também marcado pelas sucessivas intervenções do VAR, tendo uma delas sido objecto de uma má decisão que acabou por nos favorecer.

Termos saído vencedores e recuperado a possibilidade de chegar ao segundo lugar dependendo apenas de nós foi mesmo o melhor que nos podia ter acontecido. Mas pelo meio ainda temos um jogo de elevado nível de dificuldade, em que definiremos a possibilidade de conquistar o segundo troféu da temporada.

Destaque para mais uma grande partida de Bruno Fernandes, por onde passou a importante reacção ao resultado adverso logo no inicio da partida.

sábado, 14 de abril de 2018

O Cisma, ou a crise do Sporting contada pelo Expresso





"Eram dez e qualquer coisa da noite, o Sporting tinha ganho ao Paços e ninguém estava preparado para o que se seguiu. Bruno de Carvalho (BdC) entrou, sem avisar e a coxear, na sala de conferências pouco depois do jogo e de Jorge Jesus ter dado a flash interview a defender os jogadores. Este não é um detalhe. O presidente ajeitou o microfone e perguntou se estava ali alguém da comunicação do clube, mas nem Nuno Saraiva nem José Ribeiro estavam lá. A agenda não tinha marcações, e os dois responsáveis não esperavam uma conferência presidencial, muito menos uma conferência presidencial assim.

Então, BdC disse aos adeptos para “insultarem a família deles”, por não tolerar “faltas de respeito”; não admitiu demitir-se em consequência da semana inusitadamente conflituosa, mesmo para os atuais padrões leoninos; e esclareceu que os atletas estavam com um processo disciplinar e não suspensos, como tinha dado a entender no post em que lhes chamou “meninos mimados”. No ar ficou também um reparo a Jorge Jesus, que entrou em Alvalade após anos no Benfica: “Não representarei mais ninguém a não ser o Sporting.”

Horas mais tarde, BdC fez chegar um recado a Jorge Jesus, dizendo que se sentia atraiçoado por este o ter “morto” na flash e na conferência de imprensa. Jesus, por sua vez, fez saber-lhe que não era bem assim, que defendera o Sporting e, por extensão, o presidente. Mas o mal estava feito: naquele instante, o treinador passou a desconfiar irremediavelmente do presidente. E ainda que, agora, BdC diga nos bastidores que Jorge Jesus fez bem o trabalho dele, do outro lado está um treinador que já não sente condições para continuar com BdC. Porque o histórico leva-o a crer que o momento em que este presidente se sente enganado é aquele em que as relações profissionais rasgam as pessoais — e acabam. Numa outra volta inesperada da vida — e a dele já deu as suas —, Jesus acha que lhe pode acontecer o mesmo que a Marco Silva, treinador dispensado de Alvalade no final de um conflito insanável com BdC. E também alguns futebolistas passaram a acreditar que o mesmo lhes acontecerá após a colisão, num contexto de insuportável tensão entre empregados e patrão.

É que no sábado, véspera do Sporting-Paços de Ferreira e um dia depois da rábula dos posts, dos comunicados e das ameaças de greve ao treino, os jogadores, Jorge Jesus e equipa técnica, Jaime Marta Soares (presidente da AG), Bruno de Carvalho e André Geraldes (team manager) olharam-se nos olhos... e não correu bem. “Vocês são mercenários, prima donne, não merecem vestir esta camisola.” Entre insultos, BdC despejou expressões antes ouvidas pelos atletas e que estruturam o seu pensamento: os futebolistas vivem numa bolha milionária e perderam o contacto com a realidade. Rui Patrício, William Carvalho, Bas Dost e Fábio Coentrão já tinham sinalizado a vontade de sair de Alvalade ao assumirem a liderança no manifesto coletivo anti-BdC no Instagram; a reunião descontrolada com o presidente, acham, legitimou as suas posições junto dos colegas e dos adeptos. E dos sportinguistas influentes.

O pós-jogo
De todos, Jaime Marta Soares era um dos últimos de quem Bruno de Carvalho esperava uma “traição”. Os dois estiveram juntos no domingo, noite do Sporting-Paços de Ferreira, e falaram sobre a gravidez da mulher do presidente do Sporting, que daria à luz na segunda-feira. Só que, na manhã seguinte, Jaime Marta Soares deu uma entrevista à TSF a defender a saída de BdC: “Estão esgotadas as hipóteses de manutenção da atual presidência.”

Não demorou muito até BdC disparar contra Marta Soares no Facebook: “O presidente da AG é um traidor.” Outras vozes próximas de BdC juntaram-se a Marta Soares nas críticas: Dias Ferreira, um suposto apoiante do presidente, disse à Lusa que gostava de o ver sair pelo próprio pé; a Holdimo, empresa de Álvaro Sobrinho, principal acionista individual da SAD [ver peça ao lado], pediu uma AG para “debater e resolver os problemas internos”; José Maria Ricciardi, banqueiro que teve um papel importante na primeira eleição de BdC, garantiu ao “Record”, na quarta-feira, que se demitia do Conselho Leonino (CL) e que lhe “retirava o apoio”. Num instante, quatro apoiantes passavam a ex-apoiantes, alimentando a perceção de que o exilado BdC iria cair com estrondo. Nesta altura, mas apenas nesta altura, Jaime Marta Soares sentia-se confortável na posição de pioneiro da revolução. O tempo iria mostrar-lhe o quão depressa as coisas se transformam.

Seguiram-se os óbvios ‘antibrunistas’, saídos da sombra para se posicionarem no terreno a preparar uma sucessão que julgavam possível no imediato, dada a “fragilidade do presidente”. Os ex-dirigentes Paulo Abreu, Vítor Ferreira e Torres Pereira deram entrevistas a condenar o líder leonino, chegando este último a afirmar ao “Público” que “toda a gente sabe que Bruno de Carvalho está muito doente”. Não era a primeira vez se falava publicamente da saúde de BdC. Um dia antes, o médico Eduardo Barroso avançara à SIC Notícias que o presidente estava “em burnout”, aconselhando-o a tirar uma licença de paternidade para descansar; outros amigos íntimos falam ao Expresso em “stresse brutal, uma hérnia e uma gravidez complicada da mulher”. E foram estes amigos que convenceram BdC a deixar de vez o Facebook — algo que a estrutura do Sporting considera ser “definitivo” — e também a levantar os processos disciplinares aos jogadores, em nome da coesão interna. E para agradar aos homens das finanças, que poderiam estar a cavalgar o contexto. E, quando BdC disse ‘sim’ a tudo, tudo mudou. Ou, melhor, parece que tudo mudou.

O enredo adensa-se
No Expresso Diário desta sexta-feira, Dias Ferreira escreveu um artigo a criticar os críticos de Bruno de Carvalho: “É o que vimos assistindo diariamente na comunicação social, com a colaboração de associados do Sporting — uns ávidos de um poder que já foi deles; outros ressabiados de não passarem de resíduos.” Dias Ferreira, antigo dirigente que chegou a afirmar no início da semana que podia ser candidato, pede apenas contenção verbal a BdC: “O silêncio das palavras dá ênfase à obra feita.” Ao Expresso, José Maria Ricciardi é comedido e garante não fazer “sentido falar em candidatos quando não há processos eleitorais em curso, e o que é preciso agora é calma para o Sporting”.

Neste governo-sombra remoto, a estratégia é simples: estabilidade política até final da época. Porque é possível ao Sporting ser campeão ou chegar à Liga dos Campeões e à final da Taça de Portugal. Porque há muito dinheiro em jogo e um plantel que não deve ser desvalorizado. E porque ninguém quer vestir a pele do abutre; sobretudo o mais presidenciável dos nomes não quer ser visto como um. Rogério Alves, advogado que defende Álvaro Sobrinho em alguns processos, só irá a votos se a vitória for certa e gorda — e é impossível garantir uma contra BdC neste momento.

Ainda assim, e por mais que estes homens queriam manter o statu quo e as aparências enquanto a bola rola, as divergências são reais: José Moniz Pereira, Francisco Calheiros, Francisco Soares dos Santos, António Pedro Carmona demitiram-se do CL, o órgão consultivo do qual Ricciardi também saiu. Não que BdC se importe muito com isso, porque quase que despreza o CL, por este não lhe dar o resguardo que entende merecer. A BdC interessa fazer-se de morto até ao seu regresso, renovado, menos beligerante, sem Facebook e com o apoio maciço dos adeptos novamente. A estrutura que lhe é fiel no Sporting e os amigos confiam que a mudança de estilo funcionará, porque os insultos de Alvalade estão “circunscritos no tempo”, não são um problema. Mas os problemas com Jesus são outra coisa, e não é o tempo que os resolverá. E isto é um cisma.

SAD nas mãos do BCP e Novo Banco
Além de ter de pagar €87 milhões aos dois bancos, o Sporting tem de reembolsar €30 milhões de obrigações este ano.A sociedade anónima desportiva (SAD) do Sporting tinha no final de 2017 financiamentos de €117 milhões, dos quais €87 milhões estavam nas mãos de apenas duas entidades: Novo Banco e BCP. Os restantes €30 milhões dizem respeito ao empréstimo obrigacionista que a Sporting SAD deveria reembolsar em 25 de maio mas que só deverá pagar em novembro.

A Sporting SAD tem conseguido reduzir o endividamento (principalmente à boleia das receitas com a venda de jogadores), que no segundo semestre do ano passado baixou €18 milhões. Mas o seu futuro financeiro está nas mãos do Novo Banco e do BCP. Fruto da reestruturação feita no final de 2014, a Sporting SAD assumiu perante estes dois bancos vários compromissos, incluindo a cedência de créditos futuros (que só em pagamentos de curto prazo superam os €20 milhões).

Se a SAD leonina não cumprir esses compromissos, os bancos podem converter os títulos emitidos no âmbito da reestruturação, o que significaria a tomada do capital da SAD pelo BCP e o Novo Banco. Atualmente, a Sporting SAD é controlada pelo Sporting Clube de Portugal (64%), mas tem também como acionista de referência a Holdimo, de Álvaro Sobrinho (29,9%).

O advogado Nuno Líbano Monteiro, coordenador da área de contencioso da PLMJ, admite que, no que toca ao empréstimo obrigacionista de €30 milhões, “a sociedade está numa situação difícil”, mas não crê que as SAD dos maiores clubes de futebol corram riscos iminentes de ficarem insolventes. No caso do Sporting, o adiamento do reembolso não constitui um incumprimento, se esse adiamento for aprovado na assembleia de 4 de maio por mais de 50% dos investidores.

MP investiga
Uma equipa especial de três magistradas nomeadas pela procuradora Maria José Morgado está a investigar todas as denúncias relacionadas com o universo do futebol. Esta semana, a revista “Sábado” noticiou que um dos inquéritos está relacionado com o Sporting e, mais concretamente, com a gestão de Bruno de Carvalho. Em causa estará a renegocia­ção da dívida com o BES, as transferências de Tanaka e Bruno César e o uso em proveito próprio de bens do Sporting.

Segundo o Expresso apurou, há uma investigação a decorrer que, para já, se baseia nas denúncias recebidas, em especial do ex-inspetor da PJ e ex-dirigente do clube Paulo Pereira Cristóvão, condenado a quatro anos e meio de prisão no caso Cardinal e acusado de liderar um grupo de assaltantes. “A investigação está numa fase embrionária”, revela uma fonte

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Sporting 1 - Atl. Madrid 0: Pedimos desculpa por esta exibição, a crise segue dentro de momentos

E se os centrais não tivessem falhado? E se Montero tem marcado aquele golo em Madrid? E se tivéssemos marcado as oportunidades que tivemos logo nos primeiros vinte minutos?... E se?.. E se?...Estas são algumas das perguntas que mais uma vez se farão, como que a pedir uma explicação aos deuses da bola porque parecem ter deixado de olhar por nós.

A verdade é que contra todas as probabilidades, contra todas as contrariedades e contra tudo o que é recomendável para a preparação de um jogo desta importância, a equipa do Sporting fez uma das melhores exibições da época numa demonstração de profissionalismo e de superação. Essa é talvez a ilação mais importante a retirar desta eliminatória. 

E agora, depois deste pequeno intervalo, voltamos a mergulhar no caleirão de crise em que de repente ficamos imersos. Gostava de conseguir antever como os vindouros olharão para nós e conseguirão compreender este momento. Aposto que não vamos ficar bonitos na fotografia...
 



terça-feira, 10 de abril de 2018

Foram os 90% que te lixaram, Bruno…

O Fim do Brunismo...

Bruno "morreu". Mas, como se verá a seguir, vai tentar levar o SCP para a penumbra com ele. Porquê? Porque na realidade o que sempre lhe interessou foi o seu próprio triunfo. Claro que só o conseguiria caso o Sporting, nomeadamente o futebol profissional, a mola real do clube, triunfasse… Nessa ânsia, deitou sempre tudo a perder… Com actos e declarações bombásticas, as quais, quase sempre prejudicavam e desestabilizavam o plantel do Sporting ao aumentar a pressão sobre este e, simultaneamente, ao espicaçar adversários, provocando reacções briosas nestes… Um erro sempre repetido. À exaustão. Tinha (e mantenho) amigos de longos anos de luta "anti-croquete", que o apoiavam incondicionalmente. Muitos concordavam com a “truculência” da personalidade, mas respeitavam e louvavam o decisor, o “gestor”… O maior erro foi esse, eu jamais acreditei e jamais acreditarei que um mau carácter, alguém que mente, manipula, intoxica de forma a ficar sempre por cima, seja um bom gestor, nomeadamente de recursos humanos. A um líder, perdoa-se que se engane numa decisão, mas não se perdoa a falta de carácter. Um líder desaparece nas alturas do triunfo colectivo, e dá a cara, responsabilizando-se pelos seus na hora da derrota. BdC fez sempre exactamente o contrário…

Esta ultima sucessão de decisões “à la Bruno” que ditaram o seu fim, não foram um caso isolado, não! São fruto de um padrão comportamental que manifestou desde sempre, mas que se acentuou após a sua estrondosa vitória eleitoral em Março de 2017. BdC convenceu-se, ainda mais, que podia exercer o cargo de forma déspota. Ele convenceu-se, de ser o Rei-sol… a quem tudo lhe era permitido. Enganou-se… Os 90% derreteram-se … Após ter sido, finamente, desmascarado, sem apelo nem agravo. Espanta-me, aqueles que antes sempre o apoiaram, até nas situações mais absurdas, e que agora o condenam tão veementemente: esquecem as incontáveis atitudes irreflectidas, d egocentrismo inerente, o oportunismo latente que ele sempre manifestou.

O que aconteceu então de diferente, desta vez? A reacção publica de (praticamente) todo um plantel. Farto de serem usados, os futebolistas profissionais do SCP manifestaram-se publicamente, após Madrid. Por fim… Recorde-se que Bruno de Carvalho já havia admoestado publicamente os jogadores noutras ocasiões… Que me lembre, após derrota em Guimarães e Chaves para a Liga, e com aqueles albaneses para a CL. Isto para não falar das posições contra equipa B e outras equipas das modalidades (Hóquei em Patins, Futsal?????, Andebol, etc, etc)… Não obstante ter sido alvo de criticas, mais ou menos veladas, por essas reacções extemporâneas, Bruno não quis aceitar, como aliás, nunca aceitou escutar quem o criticava, fosse qula fosse a matéria ou o tema em causa… Julgava-se infalível, lá está, no seu complexo de “Deus-sol”.

Alguém com um pingo de bom senso e equilíbrio mental, teria conhecimento de uma das regras mais básicas e sagradas da liderança: criticar os seus súbditos em privado e elogiá-los em publico… BdC, mais uma vez, foi useiro e vezeiro, em proceder exactamente de forma contrária, aparecia para recolher louros nas vitórias (ridícula a volta olímpica em Alvalade após eliminação de um adversário de escalão inferior em eliminatória da Taça de Portugal, no que foi talvez o ex-libris da falta de sentido de ridículo), e expunha os atletas à opinião pública nas más situações. Como aconteceu na génese de toda este episódio final.

Foi, portanto, o deflagrar publico, de um mal-estar prolongado e latente, que tornou clara, a falta de capacidade de liderança de uma pessoa que, para além de graves lacunas no seu carácter pessoal, também se revelou um flop na gestão humana e desportiva. Resumindo, este é apenas mais um caso que prova a impossibilidade de fazer de um mau carácter, um bom líder.

Espero por novas eleições e aguardo que, para bem da nação leonina, o próximo líder do Sporting, não deixe de continuar a pugnar pelas lutas justas em que o Sporting se embrenhou, e que Bruno de Carvalho também se bateu (apesar de não ter sido pioneiro, como tantas vezes quis dar a entender). Temos muitas batalhas para combater, mas que o faça de forma inteligente, incisiva e polida. Que finalmente arregimente as tropas. Que se reuna de uma equipa sólida que o apoie, que o aconselhe e que a ESCUTE. Que não use o falhanço dos seus antecessores para justificar as suas eventuais falhas. Que não divida para reinar: que não estimule o ódio entre “facções”… No fundo que exerça uma liderança forte, promovendo a imagem do Sporting, dos seus atletas e não a sua própria imagem… Que seja alguém com bom senso, lutador, bravo, leonino, mas educado. Essas características podem (e devem) existir em simultâneo. A cultura do Sporting assim o exige e na nossa História existem sobejos exemplos disso mesmo. Farto de pseudo salvadores e de homens providenciais...

Por fim, uma palavra ao plantel: aproveitem toda esta confusão e provem, a todos, que vocês não são maus profissionais. Só há uma forma de o fazer: dar tudo. Comer a relva. Esfarraparem-se e, se a sorte não for arredia, com a vossa qualidade, ainda damos a volta por cima. Acabo com idioma futebolês: “não atirem a toalha ao chão” e lutem. Sejam felizes e façam-nos felizes.

Esforço, dedicação, devoção e glória - Eis o Sporting Clube de Portugal!

segunda-feira, 9 de abril de 2018

O Sporting deitado na marquesa

A ilustração perfeita do estado de excepção em que se encontra neste momento o Sporting, lançado em crise às golfadas por cada intervenção do presidente, é que até parecia que o resultado do jogo de ontem não interessava para nada. Mas interessava. Como interessam os que se seguem porque a época ainda não acabou e o Sporting, pasme-se (!), ainda tem muita coisa a ganhar e a perder. Mais, o Sporting é um actor importante na definição de vários resultados, como o de campeão, onde as hipóteses são remotas mas existem, bem como na luta pela manutenção e acesso à Europa.

E são precisamente os momentos que antecederam e sucederam ao jogo que ganharam importância sobre o jogo. Acontecimentos que marcarão a vida do clube nos tempos imediatos e, consequentemente, o seu próprio futuro.

De um lado BdC completamente alheado da realidade e dos interesses do Sporting que preside, a procurar construir uma narrativa que defendesse a sua posição e interesses, lança mais um comunicado a duas horas (!) do jogo, quando os jogadores estavam já em fase adiantada de concentração e preparação para o jogo. 

Comunicado mais uma vez lamentável, a tentar lançar os adeptos contra os jogadores. Jogadores que acusa de várias coisas, entre as quais de espalhar rumores que estavam em todos os órgãos de comunicação social do dia. Que, lamentavelmente, não passavam de rumores até então, e que o seu post acabava de confirmar. 

O comunicado onde a palavra presidente é usada quase três dezenas de vezes, numa tentativa vã de fazer esquecer o que e quem é o autor material desta crise e que poderia ter sido escrito no séc. XVII, pelo absolutissimo rei Luis XIV: "O Presidente faz e age como quer e onde quer". 

Foi no final do jogo que emergiu aquele que neste momento é claramente o garante de alguma normalidade e de defesa dos interesses do clube: Jorge Jesus. Absolutamente notável a sua intervenção após o jogo, colocando as pintinhas nos "i's". Não há clube sem os seus adeptos e sem os seus jogadores. "agradeço esta forma afirmativa dos adeptos ao Sporting, nós estamos aqui para defender os interesses do Sporting, não do treinador nem de ninguém. E do Sporting!" Uma intervenção de compêndio para quem quiser ser treinador e liderar um balneário. 

O que se passou a seguir, em mais uma intervenção de BdC é inenarrável, digno de guião de novela mexicana. A rábula da saída do banco, a conveniente "fuga" da fotografia deitado numa marquesa, seguido da acusação, já hoje, a "um jogador". Ora naquele momento os jogadores ainda estariam às voltas no relvado. Mas ainda que assim não seja, num ambiente restrito e com os elementos que aparecem na fotografia de frente, alguém acredita que não conheça o autor da foto? Quem é assim tão ingénuo que não perceba o que se pretende com isto?

Pior ainda foi a intervenção que se seguiu. Não foi uma intervenção do presidente do Sporting. Foi uma intervenção de um cidadão preocupado com a sua saúde, com situações familiares pendentes. Curiosos comentários de quem se queixa de trazerem a sua vida pessoal para o debate, ou mesmo sobre os insultos que recebeu, ele que os usa frequentemente. A este propósito devo dizer que sou completamente contra, naquelas circunstâncias e naquela forma. 

Julgo que BdC não percebeu que as circunstâncias mudam. E que há uma realidade que parece imutável e que em sim mesma é motivo de alguma esperança para encontrar uma saída que defenda o Sporting: acima de tudo os Sportinguistas gostam do Sporting. Foi isso que provavelmente não entrou nas contas de BdC. 

Com dizia no post anterior, BdC não terá percebido - tenho dúvidas que tenha condições para perceber muita coisa que o rodeia... - que a legitimação que os sócios lhe conferiram eram acima de tudo uma demonstração de gratidão e sempre de responsabilização. Creio que em breve seremos chamados a pronunciar sobre aquilo que mais inquietará os sportinguistas neste momento: será que Bruno de Carvalho tem condições para continuar a exercer o cargo?

Ah! E não é que ganhamos o jogo? Não quero sequer pensar no que poderia acontecer, nas circunstâncias em que ocorreu, se o resultado não fosse positivo. As palmas e a volta foram inteiramente merecidas por aqueles profissionais, cujo valor e honra havia sido várias vezes posta em causa por aquele que os deveria defender. É que é bom não esquecer quem, quando, como, onde e por onde tudo isto começou!

sábado, 7 de abril de 2018

Sporting Harakiri de Portugal

Não há palavras capazes de descrever a estupefacção com que se assiste a um hara-kiri de cariz absolutamente inédito e inacreditável, mesmo avaliando por parâmetros sul-americanos, onde episódios assim são mais comuns. Ou mesmo avaliando pelos nossos próprios parâmetros, especialistas que nos temos tornado em dar sucessivos tiros nos pés. Mas este em particular está para lá da mais fértil imaginação. Este Sporting assim não precisa de inimigos ou sequer de adversários. 

Tal como Bruno de Carvalho não precisa de oposição. Ele tem sido o seu mais fiel e dedicado opositor. É ele que se tem encarregado de eclipsar o melhor do seu trabalho com acções incompreensíveis e inaceitáveis sob qualquer prisma, que infelizmente não apenas o desqualificam como abalam a imagem do clube. Mas desta feita foi longe de mais.

Já não bastava o "esforço" que tem feito, de há meses para cá, a inventar crises institucionais e outras que mais não têm feito do que conseguir ofuscar a crise, essa sim, em que deveriam estar afogados os nossos rivais mais próximos. Até a derrota recente do FCP pôde ser digerida em silêncio e recolhimento dentro de portas. Deveriam ambos enviar reconhecidos os agradecimentos a BdC.

Nada disto poderia ter acontecido. Provavelmente nem sequer teria acontecido, mesmo após a publicação do rastilho inicial da crise, aquele infame post sobre a exibição do Sporting e em particular de alguns jogadores, estavam ainda estes a tomar banho em Madrid. Bastaria que Bruno de Carvalho estivesse presente à chegada e não deixasse que a infecção que ele inoculou incubasse e ganhasse maior dimensão.

É essa ausência e os seus efeitos que provavelmente se procura atenuar no  momento em que escrevo isto, com os jogadores a reunirem com BdC. Mas também não me parece que se possa ilibar totalmente os jogadores deste momento. Mas não se pode nunca esquecer que, tendo contribuído com o comunicado para o agravar da crise, respondiam a uma atitude inqualificável de quem deviam confiar e que, ao invés de os defender, ainda os expôs num momento de particular fragilidade. Post rastilho que na mesma leva de irracionalidade deixou ainda em causa o valor de todos e mesmo o profissionalismo e honestidade de alguns.A forma como se imiscuiu na área técnica revela falta de consideração em respeito também por JJ.

Aos jogadores responsabilizo sobretudo por não terem levado em conta o impacto que a sua tomada de posição ia ter para os adeptos que vivem e sofrem de forma intensa o clube e que os idolatram. E por passarem por cima do líder do balneário que deve ser considerado o treinador, ainda por cima com o carisma de JJ. Mas, repito, quem devia ter acautelado em primeiro lugar os interesses do clube era BdC que, não satisfeito, e em total desvario, ainda ripostou no Facebook, insultando e ameaçando, quando deveria estar preocupado em tentar colar os cacos do edifício que acabava de estilhaçar. Provavelmente este foi o momento que os jogadores entenderam para marcar uma linha e dizer basta, os indícios de uma relação atribulada estavam há muito no ar.

Mas BdC na sua irracionalidade só conhece o fugir em frente, mesmo que seja contra uma parede. Foi isso que fez ao suspender os jogadores. Um elefante numa loja de cristais não seria capaz de causar maiores danos. Basta olhar para a repercussão mediática que o caso alcançou já, sendo noticia a nível internacional. Na relação com o plantel já pouco haverá a fazer a não ser apelar ao profissionalismo dos jogadores, lembrando que servem o Sporting e que esse é acima de tudo de TODOS os Sportinguistas. 

Não sei como tudo isto vai terminar mas é claro que ainda que à última hora se restaure a normalidade (?) e o Sporting se apresente na sua máxima força (?) o clube sai a perder. Mas afinal o que é a normalidade com BdC? E que força poderemos ter se é em casa que começamos a perder? 

Fiquei obviamente surpreendido com tudo isto, mas não totalmente. Os sinais estavam todos lá, de há 5 anos para cá e que se vêm agravando há medida que os Sportinguistas mais sinais de confiança lhe foram dando. BdC não percebeu que esses eram sinais de responsabilização e não uma licença ilimitada para dar conta do que é o pior de si. Mais cedo do que tarde terão que ser novamente ouvidos, porque a relação de confiança no líder do clube mudou de forma significativa.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

C. Atl. Madrid 2 - Sporting 0: Perder no Wanda e perder no Spotify, perdão, no Facebook

Após o desaire com Sc Braga que carimbou o adeus ao campeonato e com o resultado do FC Porto a lembrar-nos de forma cruel que fomos nós que o perdemos remeti-me voluntariamente ao silêncio. Não porque a semana não tenha sido fértil em acontecimentos que merecessem comentários. Mas a forma como mais uma vez entregamos de mão beijada e dando tão fraca conta de nós e o jogo importante em Madrid levaram-me a guardar-me para perceber pela reacção dos jogadores que equipa temos nós.

Infelizmente foram precisos apenas vinte e dois segundos (!) para oferecer em bandeja de prata a situação vantajosa que o anfitrião mais desejaria para fazer vingar a sua estratégia para este jogo. A falha de Coates, inadmissível a este nível e num momento desta importância seria mais tarde complementada por outra de igual teor de Mathieu atrás e de várias outras de Coates. A cereja estragada num bolo desconjuntado seria colocada por Montero num alivio para a bancada quando o que se pedia era que encostasse para a rede e, dessa forma, nos voltasse a colocar dentro da eliminatória.

Como se pôde ver, sobretudo pela primeira parte e enquanto William esteve em campo, a estratégia era a adequada para trazer a definição da eliminatória para Alvalade. Mas não há estratégia que resista a tantos erros, muito menos ao nível da fase final desta competição, uma espécie de II Liga dos Campeões. O mais estranho é que os erros tenham surgido precisamente de jogadores experientes e internacionais. A dupla de centrais encarnou ontem a versão de uma dupla que não deixou história nem saudades: Nabi Sarr e Rami Rábia. Na linha de outros como Gladstone, Néné e muitos outros. Infelizmente muitos.

Estava eu a redigir este texto quando fui surpreendido com a reacção do presidente no Facebook, seguida de longa nota explicativa em directo no canal televisivo do Correio da Manhã. Não há palavras que qualifiquem estas duas intervenções, elas falam por si e pelo seu autor. E foi ao ter conhecimento dela que moderei as minhas criticas aos jogadores. Porque se é evidente que falharam e que falharam aqueles em que mais confiámos e a quem mais pagámos é também evidente que falharam no campo, onde, ao contrário do presidente, não estão conforto do sofá, antes pressionados pelos adversários.

O que Bruno de Carvalho tem feito por estes dias de forma reiterada revelam alguém que não está à altura do cargo que exerce e do clube que representa. O seu post de ontem no Facebook é a antítese do que deve ser um líder e é uma espécie de manual do que não fazer. Talvez esta equipa seja precisamente feita à sua imagem: inconsequente, pouco confiável. "O fraco rei faz fraca a forte gente." A acontece que, à excepção dos magníficos adeptos que tem, como ontem mais uma vez ficou demonstrado, não temos sido assim tão fortes como devíamos ser. 

O fraco rei faz fraca a forte gente.

domingo, 1 de abril de 2018

Sc Braga 1 - Sporting CP 0: Desta Páscoa já não haverá ressureição

Não foi ontem que o Sporting disse adeus ao sonho de voltar a conquistar o campeonato. Ontem foi apenas o dia em que a desilusão se fez a realidade que já se anunciava. E uma desilusão que se confirmou de forma categórica trazendo consigo uma ameaça.

As confirmações
A primeira confirmação que salta à vista é que a época esteve longe de ser bem planeada, nomeadamente na composição do plantel. Do ponto de vista estritamente financeiro a aquisição de Bruno Fernandes serve de garantia para os rotundos falhanços do ponto de vista desportivo que significam quase todos os outros. Ontem mais uma vez se confirmou que não havendo William, não acertando Gélson e sem conseguir servir Bas Dost a preceito, este Sporting 2017/18 não consegue ser mais do que banal e inofensivo.

Confirma-se que Battaglia encolhe quando aumentam as dificuldades, sem se conseguir perceber ainda muito bem qual é o seu lugar de melhor rendimento. Quando Bryan Ruiz consegue mostrar-lhe o que deveria fazer melhor está quase tudo dito. Confirma-se também como é bom Jorge Jesus a preparar os jogos mas tem imensa dificuldade em adaptar-se sempre que as circunstâncias mudam. E foi muito por aí que começou a vitória do Braga de Abel. Depois de ser dominado, saber sofrer, o treinador soube fazer os devidos ajustes e acabou a sair por cima, especialmente pelo que conseguiu fazer na segunda parte.

E foi assim que surgiu a mais inquietante das confirmações saídas do jogo de ontem: à excepção do jogo no Dragão, o Sporting foi quase sempre inferior às melhores equipas do campeonato. E além disso, ou por causa disso, tem até agora uma trajectória divergente dos seu rivais. O FC Porto pouco oscilou. O SL Benfica soube superar as dificuldades e os piores momentos para afirmar agora como um sério candidato.

A ameaça
O número de pontos perdidos nesta segunda volta não apenas demonstra a nossa impreparação como nos deixa sob a ameaça de perder o último lugar do pódio, o que é no minimo intrigante, para não dizer inconcebível. Mas ainda que tal não se venha a confirmar não deixa de ser evidente que o Sporting gasta demasiado dinheiro para os resultados que tem obtido. Pelo menos levanta sérias dúvidas sobre o que foi e como foi feito na reabertura de mercado: o Sporting não ficou melhor. Ou falhou o scouting (?...) ou Jorge Jesus do que recebeu apenas queria Rúben Ribeiro...

Desculpas & fait divers
Obviamente que o Sporting não perdeu o jogo em campo pela forma como foi derrotado fora dele nos momentos que antecederam o jogo. Mas é por isso que esta derrota ainda custa mais a engolir: o "labrego e trolha" ainda se sai a rir. Quem sabe se o Sporting se poupasse um pouco mais em desculpas e fait-divers - a verdade é que em campo não demonstrou superioridade, como acima se reconheceu - tivesse mais atenção para se organizar internamente e falhar menos na organização e no planeamento. E mesmo que o resultado fosse mais ou menos o mesmo poupava-se a sensação de perder duas vezes no mesmo jogo: antes e depois dele ter lugar.

O que falta agora?
Falta salvar a época. O que não se afigura nada fácil. A Taça de Portugal está também num plano inclinado desfavorável. Não sendo impossível tem de ser um Sporting de consistência quase inédita esta época a surgir. A ideia de que tal pode ocorrer pela vitória na Liga Europa não passa de uma miragem, pelo menos com o actual nivel de competividade que podemos oferecer. A menos que nos contentemos com a quase certa  exibição monumental de amor incondicional dos adeptos em Madrid mais uma vez esta semana. Mas, como se prova quase sempre, não é por ai que o Sporting não ganha

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