quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O protesto "inadmissível" e mais algumas notas sobre a actualidade

Foto Público/ Ina Fassbender/Reuters 
O inadmissível
Sem surpresa a UEFA rejeitou o protesto apresentado pelo Sporting, relativamente ao jogo com o Schalke 04. Surpresa isso sim, registei na tradução feita pela generalidade dos órgãos de comunicação social, que fizeram, de forma preguiçosa ou reveladora de ignorância, uma transposição literal da palavra inglesa "inadmissible". Ora o protesto do Sporting não foi considerado inadmissível, no sentido de "intolerável" ou "inaceitável" mas sim rejeitado como inválido, o que é bem diferente. Saúde-se a explicação dada pelo Noé Monteiro, ontem na Antena 1. (ouvir neste link)

Questões de semântica à parte, vinco o sentido do anterior post sobre a matéria: o Sporting fez muito bem em protestar. Era, isso sim, inadmissível que não o fizesse. Mas, insisto, é lamentável que o tenha feito nos termos que o fez. O que UEFA veio dizer é que os regulamentos não prevêem quer a repetição do jogo quer a entrega do valor pedido pelo Sporting. Pior é o Sporting aceitar a troca de um principio - a da reposição da justiça - por um valor monetário qualquer que ele seja, quando pede "a repetição ou o dinheiro."

A contratação de Sara Moreira e o atletismo
Acabaram por se confirmar os rumores que já circulavam há alguns dias sobre a possibilidade de o Sporting contratar Sara Moreira. Uma excelente noticia que se junta a outras de abandonos já confirmados e de rumores de mais saídas. Provavelmente será melhor esperar mais algum tempo para se perceber qual o sentido das mudanças numa modalidade que outrora já deu tanto ao clube mas que, face à realidade instalada, requer uma profunda reflexão. É verdade que as verbas despendidas pela modalidade não se assemelham ao que se gasta no futebol, mas não é menos verdade que os tempos em que as camisolas do clube são envergadas pelos atletas da modalidade são escassos.

Já se pode estar preocupado com a formação sem ser acusado ou insultado?
A formação é desde há muito tempo um tema caro neste espaço. Infelizmente, tanto agora como no passado, demonstrar preocupação, discordar de determinadas decisões ou até de avaliações de jogadores, é quase sempre entendido como pretexto oportunista para fazer "oposição". O tempo, como sempre, encarregar-se-á de fazer justiça. 

Acontece que a semana foi mais uma vez marcada pela continuação da instabilidade em Alcochete. A época leva pouco mais de 3 meses e o rodopio de treinadores continua. A demissão de Bento Valente deve ser entendida como um verdadeiro tiro no porta-aviões, se atendermos à forma como o seu regresso havia sido anunciado. A par disso os resultados são os que se sabe, com as humilhações consecutivas a nível internacional a contrastarem com os pergaminhos do clube nestes escalões.  A saída de Lima não ilude a dúvida sobre a qualidade do plantel de júniores, por exemplo. Qualidade que vem sofrendo erosão consecutiva e foi a qualidade, como sempre, que fez a formação do Sporting deter o estatuto que detém. Estatuto que não nasceu ontem, mas que pode acabar amanhã se as decisões certas não forem tomadas. Construir leva tempo, implodir não.

Virgílio é o nome no centro do furacão. Tido pelo presidente como o "o homem que respira futebol" e a quem foi entregue o poder (e o fardo) de tudo decidir em Alcochete, vem acumulando uma série de decisões altamente questionáveis. Despedir treinadores com a época a começar ou com poucas jornadas decorridas é pelo menos sinal de mau planeamento. Tenho também muitas dúvidas que a preferência por nomes de Sportinguismo inquestionável como Barão ou Venâncio, mas sem nada que se recomende no curriculum, sejam as medidas correctas. Aliás, tal como os seus ex-companheiros, além do passado em comum, registam também em comum quase duas décadas de afastamento quase total do futebol, quer profissional quer de formação.

As noticias às pinguinhas sobre a auditoria
Começou por se saber que o clube iria processar ex-dirigentes e profissionais, o que já parece estar em curso. No fim-de-semana "soube-se" que Gomes Pereira gastava muito dinheiro em medicamentos, o que o antigo responsável pelo departamento clínico veio agora desmentir. Não sei a quem interessa este tipo procedimento, o Sporting não ganha nada com tipo de exposição. 

Sobre este tema chamaria à atenção o que se vem passando no Barcelona, cujas feridas das acções intentadas contra ex-dirigentes dividiram profundamente o clube e custarão muito mais do que este alguma vez receberá. Isto se alguma vez receber alguma coisa, uma vez que as acções movidas a ex-dirigentes foram recentemente rejeitadas judicialmente, mas as suas consequências ainda permanecerão por tempo indeterminado.

A propósito deste tema dizia ontem o conhecido jornalista espanhol Martin Perenau:

1.- Sandro Rosell, el más votado de la historia, pudo ser el presidente de la concordia en el Barça, pero eligió gobernar desde el rencor.


2.- Rosell heredó el mejor equipo de siempre, un gran entrenador, una Masia bien dirigida y una metodología y modelo de juego irrefutables.


3.- Rosell también recibió una herencia mala. Heredó problemas de gestión, carencias, errores y defectos.


4.- Rosell pudo ser magnánimo: perfeccionar la herencia buena, hacerla suya y aprovechar los réditos. Y limpiar y corregir la herencia mala.


5.- Sandro Rosell optó por el rencor como guía y norte de su mandato. Hoy, es un fantasma errante porque el rencor nunca construye nada.

Quem sabe nós pudéssemos aprender alguma coisa com isto.    

Duas notas adicionais ao post inicialmente editado:

O aumento de Slimani
O clube decidiu dobrar o salário de Slimani, colocando-o entre os que melhor pagos do plantel. Era conhecida a insatisfação do ponta-de-lança,  o que terá originado o seu afastamento, conhecido de todos, no inicio da época. Ao que se foi dizendo, o Sporting não acedeu aos seus pedidos de aceitação de propostas de clubes estrangeiros, propostas essas que, pelos vistos, eram mais aliciantes para o jogador que para o clube. O aumento é uma medida justa e acertada, o jogador não viu as suas pretensões inteiramente satisfeitas, mas vê a sua importância reconhecida.

As eleições na Liga
A primeira nota para a representação do Sporting. Esta esteve a cargo do presidente da nossa delegação na Invicta, o Solar do Norte, Carlos Miguel. Independentemente do posicionamento do clube relativamente ao organismo, não me parece uma medida que mereça qualquer reparo. A sede da Liga é no Porto, o Solar do Norte é, como delegação do clube, um digno representante para um acto desta natureza. Eu, que sou amigo e sobretudo particular admirador do empenho e dedicação à causa Sportinguista dos dirigentes e habituais frequentadores do Solar do Norte, até acho que é uma honra e um prémio inteiramente merecidos.

Já quanto à estratégia, não me parece a que mais favoreça os interesses do Sporting. Não se fazem revoluções sozinho,não se lidera ou inspira a mudança a partir do isolamento. O Sporting devia fazer isso mesmo, liderar e, para isso, tem que estar na linha da frente e acompanhado. Acredito que não é fácil, mas ninguém nos virá buscar a Alvalade. 

terça-feira, 28 de outubro de 2014

O fim da PT e do BES e os novos (grandes) desafios

Não colhe ninguém de surpresa as noticias de que quer o Novo Banco (ex BES) quer a PT (não a PT SGPS mas a PT Portugal) vão deixar de ser os grandes patrocinadores dos três grandes. O BES já há algum tempo que havia saído das camisolas, a PT, via MEO desaparecerá no final da época. A noticia, de que a imagem do post dá conta, saiu no Expresso este fim de semana, e é aqui agora aproveitada para lançar algumas questões que, mais tarde ou mais cedo, estarão na agenda do clube.

Quantos somos, até onde e a quem chegamos? A pergunta faz cada vez mais sentido quando, apesar de todas as promoções e descontos as bancadas do Estádio José Alvalade dificilmente ultrapassam os 40 mil espectadores e só em ocasiões muito especiais. Não serão estes números reveladores de uma dificuldade de alargamento do seu leque de adeptos? Não estarão, por isso, os sacrifícios constantemente exigidos a ser suportados permanentemente pelos mesmos, com os consequentes perigos de saturação/erosão da sua base de apoio?

Que importância tem de facto o Sporting na sociedade portuguesa, para lá dos míticos, mas pouco científicos, mais de três milhões? Que imagem projecta o clube de si mesmo e que importância essa imagem tem como veículo de promoção?

Que capacidade tem o clube de influenciar decisões, não apenas no âmbito desportivo mas, sobretudo no caso agora em apreço, as de ordem comercial, em directa concorrência com os seus rivais?

Conseguirá o Sporting manter patrocínios de valor equivalente ao FCP, como era o caso das camisolas (3,7 milhões ano)? Superar ou igualar as propostas para o naming das bancadas ligadas à PT? 

Estas deviam ser as questões que devíamos saber nós, ou pelo menos os nossos dirigentes. Saberão com certeza os parceiros que se disporão a negociar na hora de propor cachet's e as respostas a estas perguntas chegarão de uma forma mais prática que qualquer discurso de ocasião. Com elas se decidirão muitas das condições que os três grandes disporão para concorrer entre si. Condições que serão determinantes para a a disputa dos pontos em disputa a cada jogo.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

As camisolas bonitas trouxeram felicidade

Está quase a ser o momento da noite
Ganhar e ainda por cima com muitos golos e emoção é um dos factores que leva os adepto a ter vontade redobrada de regressar aos estádios. Suponho que quem teve a possibilidade de ver o jogo com o Marítimo em Alvalade saiu de lá satisfeito e de peito cheio de boas emoções e felicidade.


Felicidade foi a nota dominante de um jogo que teve momentos altos, como o golo de Montero, as assistências de Nani e Adrien e um regresso, que felizmente foi fugaz, de alguns dos piores fantasmas que nos assombram, desta feita nas cavalgadas de Mazou. Feliz, e julgo que decisivo, foi também o auto-golo logo aos sete minutos, que permitiu alguma estabilidade emocional para lidar com um adversário que, desde muito cedo, demonstrou conhecer bem onde e como nos fazer sofrer.

O Marítimo iniciou o jogo sem grande surpresa, com um bloco baixo, procurando as transições rápidas para tentar surpreender o Sporting, no que não foi inteiramente bem sucedido, uma vez que, chegado o momento de rematar, não foi particularmente eficaz. O Sporting, revelando maturidade, não pareceu ficar muito perturbado com a afoiteza dos insulares. Com um meio-campo com grande dinâmica ofensiva, mercê do bom aproveitando do facto de o Marítimo não conseguir ultrapassar a pressão do Sporting e, no momento das perdas constantes de bola, ter pouca gente em posição de se opor, as oportunidades iam surgindo em catadupa. Das julgo que sete oportunidades criadas, aproveitou três até ao apito para o intervalo. 

Ainda antes de o intervalo chegar o Marítimo foi tentando esticar-se como podia, percebendo que, naquela disposição, arriscava-se a levar um avião cheio de golos para a Madeira. A felicidade que podia ter tido aqui e ali, foi recompensada com juros logo nos primeiros dez minutos do segundo tempo. Duas arrancadas de Mazou, com o lado esquerdo da defesa a ver os comboios passar e Patrício, que nos havia salvo antes e salvaria depois, também não foi particularmente feliz, parecia demonstrar que no balneário a hidratação havia sido à base de poncha.

O treinador do Marítimo, ao mandar Mazou explorar os espaços que Jonathan se esquecia de fechar e as dúvidas de Maurício sobre como o defender - correr atrás dele ou simplesmente fazer oposição? - demonstrou ter feito algum trabalho de casa. Felizmente, e após os assobios da ordem, a equipa lá se lembrou de regressar finalmente ao relvado, quando o "intervalo" já somava mais dez minutos aos quinze da praxe.

Dava o Marítimo os últimos retoques no cenário de mais um filme de terror quando eis que surge do nada Freddy Montero, aproveitando um passe de antologia de Adrien. Surgir do nada é tão apropriado como injusto para o colombiano. O jogador parece, à primeira vista, alheado do jogo e desligado da equipa. Porém, as suas movimentações, explorando os espaços entre linhas, entre os centrais, entre estes e os laterais e jogando como ninguém com os limites do fora-de-jogo, é chave para criar desequilíbrios, desposicionar defesas, enfim, para abertura de portas aos que surgem de outras posições para nos fazerem felizes. Montero é dos nossos melhores jogadores, é por isso dos que mais pode dar à equipa e seria uma pena por ser talvez um estilo menos popular que o esforçado Slimani que dele não retiremos o melhor dos proveitos. No banco não rende.

Assinale-se o regresso das bonitas camisolas Stromp, cuja diminuta utilização nos últimos anos é difícil de compreender, um estádio vibrante, numa jornada em que o Sporting volta a depender apenas de si mesmo para ser campeão.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Ainda sobre o Borshch russo na Veltins Arena: o que quer o Sporting com o protesto?

Imagem MaisFutebol
Não podia estar mais de acordo com o protesto junto da UEFA, na sequência da arbitragem levada a cabo por um quarteto russo. Na verdade teve mais de cozinhado do que de arbitragem, mais parecendo uma borshch (sopa típica russa). Mas, se o acordo é total quanto ao acto, já assim não é quanto ao conteúdo e, de certa modo, também quanto à forma, especialmente quanto à forma como comunicou.

Comunicado sem conteúdo
O Sporting teve o cuidado de elaborar um comunicado informando os seus adeptos e associados da vontade de realizar o protesto, mas não mencionou os termos em que o faria. Negligenciou o facto de, além do clube, haver mais duas partes intervenientes no processo, a UEFA e o Schalke 04. As pretensões do Sporting acabaram por ser tornadas públicas pelo clube alemão o que, não sendo grave, é desagradável. Devo dizer que esperei que o Sporting reagisse à noticia, o que não aconteceu. O silêncio acaba por ter que ser interpretado como assentimento. Não me parece que o Sporting não reagisse caso os termos invocados pelos alemães não fossem verdadeiros e é nesse pressuposto que escrevo o presente post. Preferia que não fosse verdade e sendo, ter sido informado pelo clube e não por terceiros.

O quer mesmo o Sporting?
Segundo o que o Schalke tornou público, o Sporting elaborou o seu protesto exigindo uma de duas reparações: ou a repetição do jogo, ou o pagamento do valor correspondente ao empate que teria ocorrido, não fora a actuação da arbitragem. Confesso que não percebo o que pensa o clube ganhar com isso, a menos que o principal objectivo seja apenas receber o prémio do empate. A UEFA gosta de decisões salomónicas, (basta ver a que hoje foi tornada pública sobre o encontro Sérvia - Albânia) porque não gosta de se aborrecer com coisas miúdas. E os interesses do Sporting são-o, o mesmo não o serão os próprios e o do seu patrocinador, a GazProm.

Juris & prudência
O titulo deste parágrafo não é um erro, nem pretende ser um neologismo. É sim uma decomposição arbitrária da palavra que todos conhecem: jurisprudência  que é o termo jurídico que designa o conjunto das decisões sobre interpretações das leis feitas pelos tribunais de uma determinada jurisdição. Isto é, e de forma simplista, as decisões aplicadas anteriormente em casos semelhantes. E aqui, no caso presente, o Sporting não esteve com meias medidas e carregou com todo o stock de tintas: pediu duas decisões que julgo serem inéditas: a repetição de um jogo por erro do árbitro ou a reparação do erro com um prémio que teria normalmente recebido. 

Não se trata de reconhecer ou não razão ao Sporting, que é evidente. Mas parece-me pouco prudente e, devo dizer também, um protesto mal orientado. A diferença está no "ou". "Ou" a repetição "ou" o dinheiro. Não desconsiderando a importância do dinheiro, parece-me de duvidosa ética aceitar uma reparação monetária, fechando os olhos ao que mais importante se disputa num jogo: o resultado. Sendo o mais provável que não receba nada, a mim incomodar-me-ia que o Sporting se desse satisfeito pelo dinheiro.

Uma oportunidade perdida, na melhor das hipóteses, do mal, o mal
Se assim acontecer, e as probabilidades são muitas, o Sporting terá perdido uma boa oportunidade. Quando li o o comunicado do clube, especialmente a parte em que refere o recurso às novas tecnologias, pensei que seria o momento ideal para lembrar as propostas feitas pelo clube nesse sentido, quer a nível nacional, quer internacional. 

O sucedido em Gelsenkirchen constitui um exemplo perfeito para demonstrar o anacronismo das decisões do International Board. Em trinta segundos, e com o recurso ao visionamento do lance, que ficaria esclarecido à primeira tentativa, evitar-se-ia uma injustiça que, agora, dificilmente terá reparação. Ao invés, prefere manter um individuo na linha de fundo que, intervindo de forma descontinuada, também fica mais exposto ao erro.

Ao vir pedir a repetição do jogo ou o dinheiro o Sporting dá também o flanco: parece estar mais preocupado com o seu umbigo do que com o bem geral da modalidade, como apregoa, o que o deixa muito próximo dos demais que tanto critica.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A Norte, onde o amor é mais forte

(Pedido de divulgação dos organizadores do evento)
Caro/a Sportinguista,

Na celebração do seu 24º aniversário, o Solar do Norte junta-se ao lançamento do Movimento de Sportinguistas de Matosinhos, num almoço que contará com a presença do nosso presidente Bruno de Carvalho e em que haverá ainda lugar à merecida homenagem a dois grandes Sportinguistas, Aurélio Pereira e Bernardes Dinis.

O almoço decorrerá no próximo dia 1 de Novembro a partir das 12h00 no Espaço ELM em Leça da Palmeira.
Este almoço é uma organização conjunta do Solar do Norte e do Movimento de Sportinguistas de Matosinhos que tem em vista a aglutinação dos matosinhenses para a fundação do Núcleo do Sporting Clube de Portugal de Matosinhos.
Adultos:  15 €
Crianças: 7.5 €

(Por favor divulgue entre os seus amigos)

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Entre as teorias da conspiração, os poderes ocultos e o futebol

Foto MaisFutebol
Teorias da conspiração
A maior companhia de gás do mundo (que por sinal é russa) e o Schalke 04 (tido como tendo das maiores massas adeptas do país) um dos maiores clubes da Alemanha (que por sinal é a maior economia europeia e a quarta maior do mundo) foi o que que o Sporting Clube de Portugal teve que defrontar ontem.

Isso é o que todos nós conseguimos saber e são esses dados objectivos sobre os quais devem ser feitas as comparações das forças em confronto. Se a presença de uma equipa de arbitragem também russa e que nos mais de noventa minutos teve o azar (?) de se "enganar" apenas e sempre contra o Sporting é mais do que uma mera coincidência, fica para a a interpretação de cada um. Eu tenho a minha que, mais do que fundada em certezas, é produto de uma amálgama de sentimentos, que vão de uma profunda revolta até à estupefacção.

O que me parece importante reter no escândalo de que ontem fomos vitimas é que quem governa o futebol (e se governa) está pouco preocupado com as normas mais básicas da transparência. A nomeação descuidada - versão benévola - de uma equipa de arbitragem da mesma nacionalidade do patrocinador do clube da casa pode ser entendida como um erro(?) circunstancial, no contexto mais grave de uma atitude reiterada de negação perante a evidência da necessidade da introdução de meios que permitam repor a verdade no jogo e eliminar os efeitos do erro humano. 

Adeptos como eu, mesmo querendo ser optimistas, esbarram sempre na dúvida se esta negação é a evidência da vontade de não deixar que os resultados dos jogos sejam aquilo que deveriam ser sempre: o somatório das forças em confronto, associadas à imponderabilidade que torna o futebol tão atractivo para os adeptos. Juntando a isto o facto de o patrocinador do Schalke ser também patrocinador da competição, temos campo aberto para dar livre curso à imaginação. O pior é que dinheiro e poder muitas vezes conseguem superar, nas suas acções, as imaginações mais produtivas e fantasiosas. 

Só mais uma pequena nota neste tema da arbitragem. São arbitragens como as de ontem que, por cá, engrossam o saco de desculpas, já de si bem pesado, para nada mudar do que há de substancial a mudar na arbitragem. Quando houver razões para protestar contra os erros que parecem ser um pouco mais do que isso lá nos virão outra vez lembrar que "lá fora ainda é pior". O que não é verdade. Às vezes, como ontem, até foi, mas normalmente cá é pior.

E o futebol, onde fica?
São jogos como os de ontem que me levam a interrogar no tempo e dinheiro que perco à volta de um jogo que é também uma das minhas maiores paixões. É nestes momentos que sou forçado a interrogar-me se estive a ver um jogo ou um filme com um guião com fim pré-determinado. É que filmes e peças de teatro prefiro-os nas salas respectivas porque mesmo os mais perturbadores raras vezes vêm os seus efeitos prolongarem-se muito para lá do pano ter descido ou do fim surgir no ecrã. Como para a grande maioria dos adeptos, o que sucede ao Sporting adquire sempre um carácter pessoal sendo, consoante o evento, fomento de alegria ou tristeza.

Para o bem ou para o mal a ligação ao Sporting acaba sempre por superar os dissabores, as desilusões e as amarguras. Hoje especialmente, porque o que a equipa fez ontem merece que não se fechem as portas à esperança. Tal constituiria uma espécie de traição ao esforço e abnegação perante as contrariedades de todos os que intervierem, directa ou indirectamente, no jogo. Mas a esperança não se esgota apenas no esforço, na garra e no inconformismo revelado, mas por estar de mãos dadas com a qualidade do futebol praticado. Duas condições que ditaram o controlo de um adversário várias vezes mais abastado e nutrido de grandes jogadores como Draxler ou Huntelar, seguidos de perto por Boateng. Duas condições que, a manterem-se, serão ingredientes para produzir os bons resultados que todos desejamos. 

Ter esperança não invalida abdicar do mais elementar realismo. Continuamos a cometer demasiados erros para sermos totalmente bem sucedidos. Ontem, até à expulsão do Maurício, foi dos jogos onde me pareceu que a equipa denotou maior evolução no aspecto defensivo. A expulsão e até mesmo a primeira falta que originam o cartão amarelo inicial, parecem-me demasiado rigorosos o que, na comparação do que foi permitido aos alemães, tem ainda pior aspecto. Contudo, ignorar a tendência do homem do apito é uma falta de sensibilidade e inteligência que se paga caro, como se veria no salto tão imprevidente como desnecessário  que ditaria a expulsão do defesa brasileiro. Que necessidade tem um defesa central de ir a correr atrás do avançado quase até aos balneários? Continua a ser aqui o nosso ponto mais débil e fonte de tantos dissabores no presente ano e, sem a sua resolução breve, arriscamo-nos a jogar bem mas, aqui e ali, não conseguir muito mais do que essa triste consolação.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Era impossível, mas nunca merecemos tanto ganhar

Nos grandes jogo, os erros pagam-se caros. Hoje o Sporting pagou caro os seus próprios erros, que depois teve alma enorme para recuperar, mas não conseguiu superar jogar cerca de uma hora com dez contra 15. Talvez só mesmo assim fosse possível ao Schalke 04 bater hoje esta equipa do Sporting.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Luis Duque e o regresso do Sporting ao poder

Duque é um aristocrata do futebol e dos tribunais
A chegada de Luís Duque ao cargo de presidente da Liga marcará o regresso de um Sportinguista a um alto cargo no futebol português. Se a minha memória não me falha, Luís Duque sucederá a a Silva Resende como presidente da FPF - cujo consulado correspondeu à consolidação da infecção de que hoje enferma o futebol português - e de Hermínio Loureiro como presidente do mesmo organismo que, pelos vistos, presidirá. A estes nomes juntaria Vítor Pereira e até mesmo o recentemente desaparecido António Garrido que, depois de pendurar o apito, sempre preferiu a sombra dos corredores, mas nem por isso deixou de ter um papel preponderante, como hoje se sabe. 

Infelizmente não espero muito melhor de Luís Duque do que dos supracitados e esta afirmação é proferida com uma enorme vontade que o futuro próximo a desminta. Mas a esperança é diminuta, uma vez que a importância do cargo se encontra esvaziada com a transferência de poder para a FPF. É sabendo isso que a "Santa Aliança" - que muitos julgam ser um mito mas que existe, e os resultados práticos estão na partilha de cargos e benesses - não faz agora mais do que propor a Luís Duque que se torne num verbo de encher, não deixando de repetir, desta vez com sucesso, a provocação já anteriormente tentada com o convite a Godinho Lopes. É pois com profunda vergonha que vejo um Sportinguista aprestar-se a mais este triste papel, ignorando de forma olímpica a afronta que se pretende com esta nomeação que, ao que parece, é unânime.

Como já aqui havia dito anteriormente, não acredito nos frutos do auto-isolamento que direcção do clube parece preferir. Para mudar alguma coisa é preciso estratégia, massa critica e isso implica planear a médio/longo prazo, o que é bem mais difícil do que simplesmente dizer não. Mas esta súbita unanimidade em torno de Luís Duque só por muita ingenuidade não pode ser entendida como uma afronta deliberada ao Sporting. Ora, como não se atiram pedras a árvores que não dão frutos isto revela que o Sporting está a incomodar e, mais uma vez, os interesses aparentemente antagónicos são capazes de ter na oposição ao clube um interesse comum. Um bom sinal, ao fim e ao cabo. Muito mais entusiasmante e revelador do que as palavras de circunstância a dar conta da necessidade, para o bem do futebol português, de um Sporting forte.

Com Luís Duque na presidência da Liga o Sporting não chega ao poder, é o poder que pretende atingir o Sporting.

domingo, 19 de outubro de 2014

Leões refastelam-se com xanfana servida no Dragão

Foto ZeroZero
É comum no futebol usar-se a expressão "matar o borrego" quando uma equipa alcança uma vitória há muito tempo fora do seu alcance. O termo por certo refere-se ao ritual de matar um dos melhores animais do rebanho para celebrar um acontecimento festivo. No caso de ontem talvez fosse melhor pensar num animal mais velho, uma cabra já com sete anos de idade, tantos quantos o Sporting não ganhava naquele recinto. E aí não houve meias medidas, o Sporting matou a dita cabra, esfolou-a, confeccionando de seguida uma bela chanfana, com que se refastelou até ao último ossinho. Uma vitória categórica que se vê no resultado e se viu quase sempre no relvado.

S. Marco, caçador de dragões
Pela segunda vez consecutiva Marco Silva fere de morte o dragão na sua própria toca. Tal como se imaginava, Marco Silva apostou numa equipa pressionante, reduzindo o espaço de jogo com uma defesa subida e condicionando a saída de jogo do adversário, com elevado grau de agressividade, logo desde que a bola caía nos pés dos centrais. Se é verdade que Lopetegui tem alguma razão quando refere que os seus jogadores falharam em demasia num jogo desta importância, a sua afirmação não pode minimizar o enorme mérito dos jogadores do Sporting, cuja acção contribui de forma decisiva para os erros dos seus adversários. 

Há quantos jogos não marca Montero?
Foi assim quando Montero apareceu a tentar cabecear, fazendo com Marcano se desarticulasse, e seria o mesmo Montero a pressionar quase na linha de fundo, a obrigar Maicon a errar para, uns metros acima, servir com mestria Nani. A provar, se preciso fosse, que a importância de um avançado não se resume nos golos que obtém, por mais que sejam apenas estes que servem para avaliar a sua produção. Quando, de forma insistente, se refere que, com esta retaguarda, a presença do colombiano tenderia a render proveitos é a isto que se tem em mente. A mim, desde que o Sporting ganhe, é-me indiferente quem marca, o importante é por a redondinha lá dentro da baliza. A pergunta do parágrafo pode ser importante para fazer manchetes, mas não belisca a qualidade do colombiano, um dos melhores do nosso plantel.

A muralha
Foi preciosa a lembrança do Cantinho ao lembrar o azar dos que pretendiam apoucar Patrício. Uma atitude bacoca e provinciana. Ignorante até do facto de o nosso guardião estar a viver talvez o melhor período da sua carreira. A morte de Patrício foi, após o Mundial, mais uma vez anunciada prematuramente. A sua capacidade de superação e indiferença perante a mesquinhez e azares próprios da posição em que joga é absolutamente notável!

Um moinho no meio-campo
William está aos poucos a regressar ao que melhor conhecemos dele. Ontem, talvez por Marco Silva lhe tenha pedido que voltasse a ser mais posicional do havíamos visto em alguns jogos anteriores este ano, esteve ao nível que o tornaram um dos jovens mais apetecíveis do mercado europeu.

Um gigante invisível
Este não é o Nani que vendemos ao Manchester United. Esse era muito mais inconsequente e inseguro que o que temos o deleite e o orgulho de ver de leão ao peito. O azar do FCP ontem foi não o conseguirem ver, enorme, gigante, a empurrar a equipa para a frente e, para lá da miséria que ia fazendo a médios e defesas azuis e brancos, ainda teve tempo para mandar bolas ao poste, marcar golos e assistir. 

A âncora que impede o barco de navegar a todo o vapor
Marco Silva começou por ganhar o jogo quando sentou Sarr. Mas ainda há alguma coisa para fazer para a equipa poder ser considerada tão candidata como os seus rivais: a consistência defensiva. Algo que não passa apenas pela qualidade individual, mas pelas dinâmicas colectivas. A quantidade de oportunidades que concedemos aos adversários são ainda demasiadas, e ainda por cima grande parte delas apenas com Patricio na frente dos adversários. Se encontrarmos um melhor equilíbrio neste aspecto do jogo então aí a conversa muda completamente.

Os omnipresentes
Onde tu fores eu vou lá estar é um lema que os adeptos cumprem a rigor. Ontem, por circunstâncias especiais, pude assistir de posição privilegiada a um verdadeiro show de bola dos nossos adeptos, que fez lembrar os anos em que pintávamos de verde e branco a velha superior norte do estádio das Antas. Um consolo para quem não pôde celebrar os golos com a euforia desmedida de sempre, como de devem celebrar todo e qualquer golo do Sporting, como se fosse o primeiro ou o último. Chanfana já era um dos meus pratos preferidos, desde ontem ainda um pouquinho mais.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Clássico Porto-Sporting: optimismo à prova de... nevoeiro

Foto Guilherme Venâncio LUSA
Poucos metros mais acima do que onde fica hoje o estádio do Dragão, o Sporting sofreria um dos golos mais caricatos que há memória no futebol português: um golo marcado por um apanha-bolas!. Foi em 1976, no antigo estádio das Antas, golo validado por Alder Dante, sob o pretexto de que, com o cerrado nevoeiro que então se havia instalado, não ter visto a manobra daquele elemento exterior ao jogo. O mais engraçado é facto de o jogo de amanhã ocorrer precisamente a 18 de Outubro, como já havia sucedido anteriormente com o famigerado clássico de 1976.

A história está contada aqui para quem não a conhece e vale a pena a leitura. Veremos amanhã que episódio fica escrito na já longa história de clássicos FCP-Sporting. Confesso o meu optimismo, que não se esgota num mero palpite mas também na confiança em Marco Silva e nos homens que estarão em campo. Não é demais lembrar que, apesar do golo irregular, o Sporting acabou por ganhar o jogo, o que, quanto a mim, é o espírito que deve presidir a qualquer adepto ou atleta do Sporting: sejam quais forem as dificuldades, o jogo é para ganhar. Especialmente estes.

Vantagens
O não jogar em casa e a equipa não se sentir pressionada a ter que assumir o jogo é talvez a principal. Equipa com confiança por ter percebido que, no confronto anterior, não foi inferior. Para lá das questões psicológicas, grande parte da sorte do Sporting jogar-se-á na exploração das debilidades defensivas portistas. Especialmente no espaço entre os centrais portistas e as costas do 6 portista, pressionando a saída da bola e fraca qualidade em posse dos dois elementos do centro da defesa. Aí Montero, não apenas porque está mais fresco que Slimani, mas porque pode combinar melhor com os médios e extremos e porque sabe melhor gerir os tempos e decisões (de segurar ou soltar) poderia ser muito mais útil que o Argelino.

Desvantagens
Perdemos no confronto individual, uma vez que o treinador adversário, a esse nível, pode escolher mais e melhor. E, como sabemos, este aspecto tem quase sempre papel determinante na resolução dos jogos equilibrados. Padecemos de mal semelhante na segurança defensiva, o que não confere conforto para a equipa. Não há momentos ideais para sofrer golos,  mas será muito importante gerir os momentos iniciais do jogo, sobretudo do ponto de vista emocional.

Resumo da entrevista de Godinho Lopes

Não tive a oportunidade de ver a entrevista de Godinho Lopes ontem a uma cadeia de televisão. Se se proporcionar, ainda vou tentar ver em diferido, se o programa estiver disponível em podcast. No entanto um dos meus mais fieis comentadores fez o favor de fazer o seu próprio resumo, que agora partilho com os leitores:

JÁ AGORA! deves ter tido um orgasmo anal a ver o teu querido Paquetes lopes na rtp, não é, lambuças mongoloide? 

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Apenas mais 50 cêntimos para a "aposta na formação"

Sporting e Portugal como denominadores comuns (Imagem FPF)
Uma breve reflexão, sem grande profundidade, na sequência da jornada europeia de selecções. Esta abrangeu também as selecções sub-21, concorrendo para que o Sporting contasse com uma mobilização, em ambos escalões, de 19 (!) jogadores cuja formação foi da sua responsabilidade. A saber:

Nos sub-21: Ié, Ilori, Bruma, Mané, Esgaio, Iuri, Ricardo e Tobias. Os 3 primeiros seriam excluídos por lesão e o último, Tobias, acabaria por entrar na convocatória posteriormente.

Nos AA: Patrício, Beto, Cédric, Fonte, Moutinho, Nani, João Mário, William, Adrien, Ronaldo, Quaresma.

O prestigio - Por muito que custe admitir a muitos, especialmente por razões de alergia clubista primária, o Sporting tornou-se no principal criador de jogadores de selecção.  Esse facto é reconhecido internacionalmente de forma frequente, embora por cá não pareça merecer o mesmo destaque.

A evidência de uma aposta - O presente lote de jogadores deve ser considerado circunstancial, porque tanto inclui jogadores de "lugar cativo" na selecção, como outros que estão de passagem. Isto tanto quer dizer que o número de jogadores pode ser menor ou até maior, não sendo o mais importante agora. Mais importante que o número, é a disseminação de jogadores de diversas gerações em cujas pontas do leque estão Beto e João Mário, completando 11 anos de diferença de diferença entre si.

Não estendo a análise aos sub-21 pois, neste escalão, é ainda demasiado cedo para falarmos em certezas. Ainda assim atrevo-me a dizer que Ilori, Bruma, Mané, Esgaio, Ricardo e Tobias têm tudo o que é preciso para nos obrigarem a fixar os seus nomes pela próxima década ou quase. No meio ficam jogadores como Patrício e William a assegurar a manutenção do nome do Sporting para lá da fase final do Europeu de 2016, com Nani, Moutinho, Ronaldo e eventualmente Quaresma a constituírem nomes incontornáveis pelo menos até lá. Para não tornar a análise demasiado especulativa, fico-me pelo critério do seleccionador que presidiu à actual escolha, abstendo-me assim de apontar outros nomes, mesmo que evidentes, a poder entrar para a actual selecção.

O que estes números revelam, e que me parece acima de qualquer contestação, é que o trabalho de prospecção, criação e de incubadora do departamento de formação do Sporting há pelo menos duas décadas consecutivas se elevou a um nível elevado, superando os seus concorrentes directos neste capitulo. Repare-se que mesmo os mais novos de idade são já quase veteranos no clube. Mané, por exemplo, tem apenas 20 anos, mas está no clube desde 2001, há 13 anos, portanto. O que perfaz mais de metade da sua ainda curta vida, sendo por isso um dado incontornável e absolutamente notável!

Campanha de apuramento invicta (imagem FPF)


No aproveitar é que está o ganho. Ou o prejuízo - Se olharmos para os dezanove jogadores da amostra rapidamente se conclui que apenas dez representam ainda o Sporting, sendo que um deles (Nani) o faz de forma episódica. Dos restantes nove que não possuem já ligação, quatro estão já definitivamente com um pé fora de Alvalade, apesar de pertencerem ainda aos sub-21. Precisamente aqueles que apontaríamos como os melhores da respectiva geração. Um dado a merecer reflexão, para se perceber se estamos a olhar para um mero episódio ou para uma tendência. 

Obviamente que um clube que todos os anos lança para o mercado um plantel inteiro de jogadores acabados de chegar a seniores tem que se conformar com o facto de não poder ser infalível nas suas estimativas, quanto ao futuro dos jogadores. Assim como se deve (re)conciliar com ideia de que não pode impedir os jogadores que forma de quererem mais - seja isso dinheiro, notoriedade, campeonatos mais competitivos, etc - do que o clube pode oferecer. Neste capítulo o Sporting só pode fazer duas coisas: (i) procurar o ressarcimento do investimento feito no jogador e, num futuro tão breve quanto possível (ii) tornar-se ainda mais atractivo como projecto de carreira para os seus formandos. O que, por muito que nos custe admitir, poucas vezes o tem sido. 

Necessidade ou convicção? - Duas razões me parecem acima de contestação para justificar o sucesso da formação do clube: (i) a elevada qualidade dos jogadores que forma, tornando-os apetecíveis aos olhos de quem tem disponibilidade para pagar o que eles valem. Olhe-se, se preciso fosse, para os clubes que representam. E o facto de o clube (ii) incorporar diversos jogadores no seu plantel principal com origem na sua academia, o que o distingue claramente dos seus rivais. 

Falta saber se o faz por necessidade - seja ela por falta de mais recursos, seja ela ditada por motivações eleitoralistas - ou por convicção. É que sempre que parece haver um pouquinho mais de dinheiro para gastar a convicção parece perder força e os jogadores da casa lá têm que correr mais do que os outros, ganhando quase sempre menos, para, quase sempre, e com grande facilidade, fazerem mais e melhor do que os "forasteiros".

O que dizem as bolas de cristal sobre o futuro? - Alguns dados recentes, como sejam a falta de títulos - cujo valor indicativo é ligeiramente significativo, mas é apenas "um dos"- o número de jogadores nas selecções jovens, os resultados gerais e os especificios com os rivais e clubes que melhor formam como, por exemplo, Vitória(s), Braga, etc, etc, já fizeram soar várias campainhas. Ora isto são apenas resultados que ocorrem quase nunca por acaso mas, como a palavra indica, como corolário do trabalho da prospecção, da qualidade dos técnicos e dos dirigentes. 

Mais do que um libelo definitivo, ditado por ocorrências esparsas, é necessária reflexão. Dispensam-se excesso de optimismo ou pessimismo militante, que a realidade se encarrega de desmistificar. Até porque as transformações estruturais, e por isso basilares, raras vezes são detectadas a "olho nu" requerem demorada digestão e compilação de factos. 

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Os bilhetes para o clássico: "Da guerra, o dano vem cedo e tarde o proveito"

Pela primeira vez - pelo menos que me lembro - foi exigido a um clube o pagamento antecipado dos bilhetes a que os seus adeptos têm direito. O jornal "ABola" afiança que o FCP cumpriu o regulamento - embora não invoque a qual se refere, suponho que da própria Taça de Portugal  - nomeadamente o ponto 9 do artigo 77 que reconhece o direito a 10% da lotação do recinto "desde que os bilhetes sejam solicitados e pagos com 8 dias de antecedência. 

O Sporting reagiu em comunicado dando conta desta "inovação" (Entretanto parece que já foi retirado do site do clube onde foi publicado). Quando e quem o fez certamente que desconhecia o regulamento ou  o comunicado teria ficado na gaveta. . O que não podemos desconhecer é o estado das relações entre os dois clubes, o que faz com que o jogo de sábado seja encarado não como um "caso de vida ou de morte" mas muito mais do que isso.

Para mim o Sporting teria falado pouco ou nada sobre o jogo, fechava-se sobre si mesmo e encararia o jogo exactamente da mesma forma como deve estar a ser encarado o jogo mais a norte. Na actual guerra com o clube de Pinto da Costa as vitórias nas "batalhas no relvado" são as únicas que verdadeiramente contam, os "queixumes" só revelam fraqueza e impreparação.

NOTA IMPORTANTE: O Solar do Norte está a promover a venda de bilhetes para clássico, funcionando como uma extensão da bilheteira de Alvalade. Se seguir este link clicando aqui, poderá adquirir o seu bilhete. Era bom que, à semelhança do que sucedeu o ano passado no Dragão, o Sporting, através dos seus adeptos, desse mais uma demonstração da sua grandeza, não deixando nenhum lugar seu por preencher.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Do "pateta alegre" ao "orgulhosamente só", que comunicação e que estratégia para o Sporting?

Se havia matéria em que, de forma rara, as opiniões dos Sportinguistas tendiam a coincidir, eram as relativas aos comportamentos dos presidentes e demais representantes, em relação aos seus homólogos rivais. Sobretudo quando estavam em causa respostas ou reacções a acções daqueles, no contexto das quase sempre tortuosas relações entre os grandes. 

Na memória dos Sportinguistas estão, de forma genérica, a importância das acções do FCP, de Pinto da Costa, no sentido de menorizar o papel do Sporting, no que teve prestimosa colaboração interna, na inépcia de uma parte importante da nossa classe dirigente. Ou, de forma muito particular, em episódios como os da camisola de Rui Jorge, e referências insultuosas directas - "o cabelos brancos" a Bettencourt, ou "falou antes ou depois do almoço?" a Soares Franco - com os visados a ignorarem olimpicamente as ofensas, indo por vezes ainda mais longe, ao conviverem alegremente entre si, como se nada tivesse passado. A totalidade dos Sportinguistas que conheço indignavam-se e não se sentiam representados pelos seus eleitos, a quem muitas vezes acusavam de fazer a figura do "pateta alegre".

Com alguma razão os nosso vizinhos lisboetas iam-nos acusando de andarmos a reboque das estratégias de Pinto da Costa, acusação que se justifica pelo menos pela lassidão das reacções ou, por vezes, total  inacção perante os vexames a que éramos sujeitos, sem a devida resposta.

A entrada de Bruno de Carvalho para a presidência do clube equivaleu, logo nos seus primeiros instantes, a uma altercação com uma das figuras gradas do séquito de Pinto da Costa, Adelino Caldeira. Não sei se estamos a falar de um acto casual ou estratégico nas relações com os clubes. E dizer isto é também confessar que qualquer uma das hipóteses sugeridas poderia ter origem em qualquer um dos lados. O que é facto hoje por todos testemunhado é que não há relações institucionais entre os dois clubes e o episódio acima referido assumiu um carácter determinante. Pior do que isso são os relatos do que têm sido as trocas de mimos entre as diversas comitivas, cada vez que os clubes se encontram. 

Sobre esta matéria a minha opinião, como sócio e adepto do clube, é assumidamente ambivalente. Da minha vontade, o Sporting não daria nunca inicio a este tipo de confrontação, porque não me parece que tal honre o estatuto que detém ou o legado que recebeu dos que nos antecederam. Já no que às reacções diz respeito, não sou muito de dar a outra face muito menos a quem, de forma reiterada, não partilha dos mesmos critérios no que às regras de urbanidade, civismo e conduta desportiva diz respeito. E, no que concerne ao FCP, o histórico acumulado é tal, que nem sempre consigo manter a coerência relativamente aos princípios que me foram incutidos pela educação recebida e pelo que representa a responsabilidade de ser do Sporting.

Há no entanto excepções ou limites que convém manter, sob pena de perdermos a legitimidade. Por exemplo mencionar o "clube visitante" sem o nomear, não hastear a sua bandeira, não me parece correcto. O FCP é uma da maiores instituição desportivas nacionais que não deve ser confundida com a pequenez de quem a dirige. É assim que espero que o Sporting seja também sempre entendido e não confundido.

Ao nível do discurso do presidente referências pouco edificantes a "septuagenários" ou outras de estilo semelhante, merecem o meu total repúdio. E o acicatar de ânimos nas vésperas dos jogos deste teor, já de si com uma carga emocional normalmente elevada, é imprevidente. Ao contrário do que parece ser a preocupação do presidente, não é nos camarotes e balneários que ocorrem as situações de maior perigo para a integridade física das pessoas que frequentam os estádios. São os adeptos que muitas vezes tanto têm que fugir dos "ladrões" como dos policias. Certamente que BdC é já conhecedor de factos ocorridos recentemente na cidade do Porto, que pelo menos indiciam que o clássico pode, antes e depois do jogo, constituir um perigo para qualquer um que ostente o verde e branco, o que tornam as suas declarações pelo menos imprudentes.

Num contexto mais lato, apenas mais um ponto sobre a comunicação do presidente do clube: quantas vezes falou ou foi citado esta semana aos órgãos de comunicação social, sobre os mais diversos assuntos? Se, como julgo, o Sporting tem assessores de imprensa ou profissionais especializados em comunicação não será a altura de os ouvir?

Para finalizar uma breve reflexão sobre a estratégia de relacionamento que o clube adoptou, parecendo cada vez mais encaminhado para o "orgulhosamente só". Voltando ao passado recente, era também queixa comum entre nós verificar que o Sporting não lograva nem fazer-se ouvir nos órgãos de decisão nem deles fazer parte integrante. Os resultados e a factura que hoje ainda pagamos por isso são conhecidos de todos.

Esta senda de isolamento não vai conduzir, por um caminho diferente, ao mesmo destino? Caminho que, todos o sabemos, não é fácil, atendendo ao que é o futebol português. 

Mas, um clube como o Sporting tem mais a perder ou a ganhar isolado, a correr por fora, do que participando e fazendo-se ouvir não apenas nos jornais, mas também nos centros de decisão? Ou estamos à espera que nos venham buscar a Alvalade e dizer que temos toda a razão?

Se a maioria dos clubes tem uma visão diferente da nossa relativamente à Liga, por exemplo, e para citar o caso mais recente, seria melhor o Sporting afastar-se, como parece ter acontecido, ou permanecer e procurar influenciar positivamente os demais com a sua própria visão?

Que peso tem este isolamento para um clube formador que teria muito a ganhar se conseguisse colocar alguns dos seus talentos emergentes (Esgaio, Iuri, Chabi ou até mesmo Rúbio, Zezinho e Semedo, que se arrastam por campeonatos sem expressão) a competir num escalão de nível mais exigente do que aquele que é a II Liga?

E que reflexos tem ou terá um excessivo acantonamento face à abrangência e universalidade da imagem que o Sporting Clube de Portugal deve projectar de si mesmo junto de futuros adeptos e até mesmo de parceiros e patrocinadores?

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Contratar Deus é apenas mais uma peça num puzzle de dificil percepção

A contratação de João de Deus como pretexto para pensar o que quer da formação (foto OJogo)
Sabe quantos jogadores jogaram na equipa B do Sporting nas duas últimas épocas?

47 jogadores na época 13/14. Destes 47 jogadores 13 jogadores da A - Cissé, Wilson, Salomão, Slimani, Rinaudo, Magrão, Shikabala, Vitor, Piris, Jefferson, Wélder, Boeck -  acumularam diversos minutos de jogo, o que,  inevitavelmente, retira o indispensável espaço de afirmação que deveria ser, para os jogadores oriundos da formação, a equipa B.  Mais ainda, entope o fluxo normal de ascensão de jogadores júniores. Na época em curso foram já usados 27 jogadores em apenas 10 jogos efectuados, dos quais Miguel Lopes, Gauld, Geraldes, Sacko, Cissé, Jonathan e Slavchev deveriam estar no escalão superior.

Sabe quantos jogadores foram contratados para a equipa B nesse mesmo período?

A resposta não é linear porque há diversos jogadores cujo objectivo da contratação e o destino final não se percebe muito bem, como são os casos de Gauld, Sacko, Cissé, Slavchev, Geraldes, etc, etc. Mas pelo menos 7 podem ser assim considerados, a saber: Perez, Sousa, Sambinha, Tiziu, Dramé, Enoh, Gazela.

Qual deles justificou justificou a contratação dentro do critério lato (i) não haver ninguém para o lugar ou (ii) ser melhor do que já havia?

O critério de "serem jogadores baratos" não colhe porque, ao seu preço deveria ser somado o quanto o Sporting poderia ganhar se promovesse jogadores de indiscutível valor como os ainda tem no seu plantel na equipa B. Nunca saberemos. Sendo justo, também eles, os jogadores contratados, sofrem com o mesmo problema que afecta os jogadores da casa,  afinal o barco é o mesmo e, tal como eles, também precisavam de mais tempo. Mas com 28 jogadores inscritos (incluindo júniores) e a concorrência dos A's não é fácil consegui-lo.  

Como evoluem e se afirmam jogadores que não jogam ou jogam pouco?

Sabe quantos jogadores ascenderam da equipa B à A e aí se fixaram? 

De forma directa um, Mané, o ano passado. Este ano nenhum, uma vez que João Mário precisou de ir arejar a Setúbal, quando já se aprestava para entrar no rol crescente de "indisciplinados" e "ingratos". Esgaio já soma vários minutos, o que torna ainda mais notoriamente questionável a contratação de Geraldes. Surpresa seria terem entrado muitos, atendendo ao modelo adoptado e à falta de qualidade geral do jogo registado o ano passado e que se estende pela época em curso.

Sabe quantos treinadores já passaram pela equipa B no mesmo período?
3 treinadores. Abel, que deixou a equipa a dias de começar o campeonato, Barão que aguentou 10 jogos e que agora, sem grande surpresa face ao que a equipa (não) produzia, cedeu o lugar agora a João de Deus.

João de Deus porquê?
Às perguntas de cima poderia juntar-se esta. Não tendo opinião formada sobre ele, limito-me a desejar-lhe sorte e a constatar que o critério seguido não é muito diferente do anterior: parece mais uma aposta casuística, como foram as de Abel e Barão, que não tinham nada de especial que os recomendasse.  Mas a contratação deste treinador, cujo curriculum é absolutamente neutro no que a recomendações diz respeito, é apenas mais uma peça num puzzle de difícil percepção relativamente ao que se pretende para o resultado final. 

Responder às perguntas acima, e a outras que se deveriam fazer, poderia significar perceber pelo menos uma parte dos problemas que se intuem na formação. A sucessão inusitada de casos disciplinares, abandono de jogadores talentosos (com os quais se tornou difícil renovar, após a leva inicial de jogadores que ficaram presos a contratos longos, de cláusulas elevadas e com ordenados reduzidos face aos que chegam) e alguns resultados confrangedores são alguns deles. São questões meramente circunstanciais ou revelam uma tendência?

O que já é mais difícil de perceber é os efeitos que esta saga experimentalista de jogadores e treinadores terá não apenas no imediato mas no futuro de médio prazo. Repare-se no tempo que foi necessário dar a Adrien, Cedric, Martins e até João Mário até eles se conseguirem impor como opções do treinador.

Obviamente que sendo eu, neste blogue, a fazer estas perguntas que todos deveriam fazer, sobretudo os responsáveis, muitos preferirão responder que é apenas a minha má-vontade, por ser "do contra", que motiva as minhas questões. Para esse nível de discussão binária não contem com o meu contributo, até porque essa acusação além de me ser indiferente, não respeita os factos: estas são mais ou menos as mesmas preocupações e questões levantadas no passado.

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