Troféu 5 Violinos: estará já afinada a orquestra?
Com a realização do Troféu Cinco Violinos (boa ideia a dos 5 violinos no relvado) chegou ao fim a pré-temporada. O jogo com a Fiorentina era esperado com alguma expectativa, atendendo que o que se havia visto nos jogos anteriores tinha deixado algumas preocupações quer relativamente à evolução da equipa, quer a alguns elementos e sectores.
Nesse sentido, a escolha do adversário não poderia ter sido mais feliz, não apenas tendo em conta a relação especial que existe entre as duas principais claques dos respectivos clubes, como pelo aquilo que os italianos representam neste momento. A equipa viola, sendo um nome sonante, está ainda numa fase de preparação anterior à nossa. Os primeiros compromissos a sério só terão lugar no final do mês, faltando ainda aguardar pelos efeitos recomposição do plantel, após importantes saídas (Borja Valero, Bernadeschi, Ilicic). Assim, a vitória alcançada reforçou certamente a auto-confiança dos jogadores e acalmou teorias mais pessimistas nas bancadas.
Mas, pese embora o bom resultado, o confronto com os italianos esteve longe de ser um teste exigente, como poderia ser daqui a um mês. E certamente não apagou as interrogações deixadas nos jogos anteriores. De forma surpreendente, não foi desta vez a defesa a dar as maiores preocupações, quer porque quase todos estiveram bem, quer porque os italianos ainda têm muito que caminhar na ligação do seu jogo.
Para esta subida na prestação defensiva três factores decisvos: o abandono da ideia ainda por assimilar dos "três centrais", o contributo de William (boa lição de como ler o jogo, orientar os apoios, sair da pressão com a bola jogável) ao lado do quase sempre aflito Tobias e a presença mais à frente de Battaglia. A má noticia é que com isto William pode por JJ a pensar em voltar atrás outra vez na história do número de centrais. É justo também mencionar que quer Gélson, quer Acuña se mantiveram sempre vigilantes. Menção para Picinni, que teve a sua melhor presença até ao momento, mesmo considerando o que foi dito acima sobre a exigência colocada pelos italianos.
A produção de lances de ataque é que deixou muito a desejar. Bas Dost lá molhou a sopa, mas quase nunca foi servido. Doumbia entrou numa fase em que o jogo já tinha acabado, tantas foram as substituições, mas teve o mesmo problema. E parece que afinal JJ não o vê como parceiro do holandês. Gélson, apesar de agitar o jogo ainda tem por afinar a decisão final. Mas tanto ele como Podence (para já, o lugar é dele) são uma promessa da imprevisibilidade e criatividade com que desmontam as defesas. O lençol de Acuña ainda não estica o suficiente para desequilibrar à frente, mas é um jogador de equipa e finalmente parece que temos homem para as bolas paradas que não sejam meros chutões para a molhada.
A vitória dissipou todos os receios e problemas? Certamente que não. Se possível haverá post para falar mais em pormenor de alguns deles, mas é óbvio que os erros de planeamento da defesa (não é apenas o lateral em falta...), a questão física (Bataglia, Coentrão, entre outros, não têm pernas para 90 minutos e está aí agosto cheiinho de jogos) são as que mais me preocupam para já. Isto sem saber se algum marajá estará na disposição de bater as cláusulas de rescisão dos nossos melhores. É que dos excedentes nem novas nem mandados...
Nota final para o videoárbitro, o que se tem assistido até agora tem vindo a provar ter chegado com décadas de atraso. E muito bem também a comissão de arbitragem a divulgar as decisões através de uma conta especialmente criada no Twitter: @Viedeoarbitro