domingo, 28 de fevereiro de 2010

Leão morde onde dói mais!

O Sporting feriu hoje de morte o dragão, colocando-o fora da disputa da Liga Sagres, razão para encher de orgulho os adeptos. O Sporting de que eu gosto não faz fretes, tem uma camisola para honrar.

Exibição quase irrepreensível, num jogo que começou a ser ganho no gabinete do treinador e complementada no campo com a agressividade e empenhamento. A qualidade individual e postura colectiva fizeram o resto. Este ano quando existiu uma verdadeira equipa ganhamos ou pelo menos disputamos os jogos do princípio ao fim conseguindo ocultar os seus pontos fracos. Por certo hoje ninguém consegue apontar um jogador que não tenha merecido a vitória!

Não pode passar em branco a devolução do correctivo da Taça, devolvendo uma eliminação,desta vez no campeonato. Como esteve diferente esta equipa hoje! Defendendo longe da área, manietando os extremos e estendendo o nosso ataque, assegurando presença na área no ataque. No 1º e no 3ª golo tinhamos 4 jogadores dentro do último reduto azul. No lançamento do jogo pedia para jogarmos bem, conseguimo-lo e por isso ganhamos!

É para jogar bem!



A poucas horas do clássico são pouco importantes as palavras. À equipa do Sporting peço apenas que jogue o que sabe, que jogue o que está ao seu alcance. E se o fizer estará meio resultado feito. O resto ficará a cargo dos factores aleatórios de qualquer modalidade desportiva. Tendo em conta a importância do jogo na decisão da Liga Sagres, esperemos que não haja qualquer manobra para inclinar o campo. Poucos têm sido os jogos com o adversário de logo em que isso não tem acontecido. Para melhor oportunidade ficará a análise à convocatória para o jogo de logo.

Não termino sem deixar a excelente sugestão do nosso leitor Nastase, que muito nos honra. Provavelmente já não a tempo do jogo de logo, mas muito pertinente, por estar relacionado com um esquecimento muito comum entre os Sportingistas:O Sporting é de Portugal e do mundo inteiro, onde existem Sportinguistas e não apenas de um bairro ou cidade.

Já se sabe que num clássico desses, tem vindo a ser cantado de forma recorrente o "Cheira bem, Cheira a Lisboa". Eu não sou de Lisboa. Uns 60Km mais a Norte. Apesar de ser uma cidade que trago no coração, não me revejo nesse cântico pois o Sporting, como toda a gente sabe, é de Portugal.

Por isso gostaria de sugerir uma nova letra para ser cantada sobre a mesma melodia:

Uns Leões de vitórias esfomeados,
Cheira bem, cheira ao Sporting!
Uma história de glória centenária,
Cheira bem, cheira ao Sporting

Do Futebol, basquetebol ao hóquei!
Andebol, atletismo ou futsal!
Cheira bem porque é o Sporting,
O Sporting Clube de Portugal!

Pode parecer pouco mas julgo que este seria um bom incentivo para nos apropriarmos de uma melodia muito conhecida e relembrar às pessoas que o Sporting é, de facto, um Clube de Portugal! O único com o nome da nação!

Pedro Anastácio aka Nastase
Sócio nº 61.107

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Vitaminas

Costinha é o novo director desportivo, o Sporting alcança os oitavos-de-final da liga Europa e Izmailov permanece em Alvalade. 3 boas noticias, ocorridas num espaço de 24 horas, uma quebra numa fastidiosa rotina de desapontamento e frustrações. Uma recarga vitaminica na auto-estima a verde-e-branco.

A escolha de Costinha colheu de surpresa a nação verde-e-branca, - não o “ANortedeAlvalade” – mas, observando a reacção geral, está longe de ter sido decepcionante. Tem a vantagem de não ter anti-corpos em Alvalade, de ser uma opção pessoal de ingresso no clube do seu coração de um profissional bem reputado e titulado. A missão está longe de ser fácil, como sugerem os rápidos carimbos de “homem de Jorge Mendes” ou outros que se atiraram para lançar a dúvida. É também a prova que o lugar era apetecível para muitos. Voltaremos seguramente a falar de Costinha, mas esta é a hora de ratificar ou rejeitar a escolha. Eu escolho a primeira, pela adequação do perfil. O sucesso, esse está muito mais dependente do que se passará acima dele do que do seu desempenho, embora este seja importante.

A passagem aos oitavos-de-final não pode ser considerada uma grande surpresa, face ao resultado e o que se viu em Liverpool, mas o mesmo não se dirá da forma categórica como foi alcançado. Um merecido prémio para o grupo de trabalho de Carvalhal e para os adeptos. E também, convém dizer, um severo castigo para Moyes e seus boys e para a forma como menosprezaram o valor do Sporting. A postura era inequívoca: julgaram que quem mal consegue rematar em 90m à baliza do Paços ou Olhanense muito menos seria contra eles, acabados de obter triunfos moralizadores sobre dois dos Big Five da League. Acontece que o Everton tanto tentou arrefecer o jogo que acabou por ficar congelado sem conseguir depois reagir. Tivemos pelo menos o mérito de não desperdiçar a oportunidade.

Por fim Izmailov. É minha opinião que se trata de um bom jogador que, no entanto, sofre de demasiadas intermitências, não sendo a sua influência tão intensa como a sua qualidade e a nossa necessidade fariam supor. Não é um extremo como muitas vezes se lhe pede, mas é um bom oficial de ligação do meio-campo com o ataque, como se viu quinta-feira. As suas movimentações pelo interior são essenciais quando não se pode ou não se consegue carrilar o jogo pelas laterais. A sua escolha pela permanência, em detrimento de um saco mensal de petrorublos e o regresso ao clube de formação e do coração, indicam que o pequeno Czar acredita no Sporting. Isto é, se não se foi pelo dinheiro é porque acredita que desportivamente vêm aí bons tempos. Oxalá!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Não caíu do céu

A vitória de ontem foi mais do que merecida e era há muito necessária a um clube onde tudo correu mal desde o inicio. Dizia ontem, no lançamento do jogo, que “é difícil de recordar um jogo que tenha sido ganho de forma categórica do princípio ao fim, independentemente da valia do adversário.”. Pois desde ontem que isso é possível.

Esta vitória justa premiou uma competência que tem andado arredada dos nossos jogos. Não caíu do céu, antes deu muito trabalho a obter. E como é trabalhoso ser competente. E é também um sério aviso a todos aqueles que preconizam o “reviralho” do nosso plantel. Ontem foi apenas uma amostra do que ele é capaz e da qualidade dos seus valores individuais. Imaginem o que seria possível conseguir uma vez estabilizada emocionalmente, e com níveis de confiança “normais”. Foi sem dúvida a vitória da qualidade sobre a dúvida e um prémio para a convicção dos nossos amigos PLF e Kovacevic.

Se alguém mereceu a vitória de ontem foi Carvalhal e o grupo de trabalho que lidera. Apresentado num vão de escada, elogiado na vitória e descartado nos primeiros contratempos, CC tem o perfil humano á altura da grandeza do Sporting. Quem duvida disso que reveja as suas palavras ontem depois do jogo. Se tem a necessária competência técnica para o cargo? Não tenho distanciamento suficiente para responder. O que sei é que CC chegou por acaso ao Sporting – a rábula Villas Boas – mas seria uma pena que saísse de igual modo. Lembro-me da ligeireza com que se despediam os treinadores nos anos 80, nomes consagrados antes ou depois de aqui chegarem. Se não queremos voltar a esses tempos, é bom que não tomemos decisões idênticas. Os adeptos reagem por instinto e paixão. A quem cabe dirigir convém ver além das nuvens dos desgostos e das derrotas.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ele vem mesmo aí, LMGM!

Sejamos realistas

1- Mais do que a categoria individual dos jogadores tem sido a condição psicológica a determinar a época do Sporting. Desde o seu início que as mais diversas peripécias têm minado a confiança individual e colectiva, e é difícil de recordar um jogo que tenha sido ganho de forma categórica do principio ao fim, independentemente da valia do adversário. As primeiras contrariedades, normais num jogo de futebol, fazem soçobrar a equipa, com esta a resignar-se a qualquer sorte.

2- Não é por isso surpreendente para ninguém que, independentemente das opções tácticas dos 2 treinadores que até agora a orientaram, só muito espaçada e intermitentemente a equipa mereceu essa designação. E se o losango se esgotou, o(s) modelo(s) que o sucederam não representaram melhorias significativas.

3- É pois um grupo fragilizado psicologicamente e sem mecanismos colectivos sólidos que hoje decide a continuidade na 2ª prova da UEFA. Não é por acaso que as casas de apostas remuneram bem a passagem do Sporting à fase seguinte. E isso acontece também porque o contraste entre os momentos de Sporting e Everton é evidente. Se o futebol for apenas um cálculo de probabilidades, auxiliado por dados estatísticos, o Sporting tem já traçado o seu destino.

4- Mas o futebol é muito mais do que isso. E o resultado conseguido em Liverpool diz-nos isso. Isto é, uma equipa que, como o Everton, ganha em casa do Chelsea e semi-goleia o poderoso Manchester, deveria ter-nos aplicado um correctivo exemplar no jogo da 1º mão. Não foi o que aconteceu e, apesar daqueles 20 m da 2ª parte, mostramos argumentos muito mais poderosos que a triste época até agora realizada faria supor.

5- Dito isto, quero dizer que eu acredito que temos ainda uma palavra a dizer. Estes são os jogos que os jogadores gostam de jogar, pelo que a condição psicológica importa menos. Com o factor motivacional resolvido, volta a ter peso a organização da equipa. Não ter medo de subir no terreno, jogando com a maior proximidade dos sectores, de forma a, simultaneamente, afastarmos o poderio físico inglês das zonas mais recuadas e a esticar o alcance do nosso ataque parece-me ser, em termos genéricos, a disposição adequada.

6- Lamento que CC não tenha sido consequentemente convicto na implementação de um modelo onde a opção pelos extremos nos permitisse acelerar e dar profundidade ao nosso jogo. É assim que explico a minha opção para o jogo de logo, face aos convocados. Patrício na baliza. Abel, Tonel, Carriço e Veloso. Pedro Mendes (meter Adrien seria queimá-lo, face às opções recentes…) Moutinho do lado direito (Pereirinha não tem tido a oportunidade, nem o ritmo) Yanick do lado esquerdo e Yzmailov ao centro, onde o fogo de meia-distância ganha poder, nas costas de Liedson. E muito querer e capacidade de sofrimento.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Pontos de Vista*


A importância desta época para o Sporting

Os erros cometidos têm uma vantagem: permitem-nos ficar a saber o que não se deverá repetir!
E é isto que devemos exigir ao Presidente José Eduardo Bettencourt.

JEB ganhou claramente as últimas eleições do Sporting. E se 90% dos sócios do Sporting votou em JEB para Presidente do clube, ele tem o direito, e o dever, de dirigir o clube. E todos nós, adeptos mais ou menos fervorosos, e mais ou menos expressivos nos comentários, devemos colaborar com o Presidente nessa tarefa. Será esse apoio, mais ou menos público, que nos deixará de “consciência tranquila” na hora de julgar o seu desempenho como Presidente do clube!

Mas este “dever de saudável Sportinguismo” não nos obriga a fechar os olhos a tudo o que acontece no nosso clube. Pelo contrário, a nossa missão, de Sportinguista “pagante”, “militante”, “apoiante” ou só “sofredor”, terá que ser sempre de alerta a tudo quanto diz respeito ao clube. E eu só reconheço o Sportinguismo quando há paixão, amor e sofrimento pelo clube! E isso significa concordar com o que achamos correcto, e levantar a voz quando discordamos de algo.

O Presidente JEB tem trabalhado com dedicação e paixão pelo clube, é inegável. Resolveu-se o problema com a Câmara de Lisboa, abriram-se perspectivas para a construção do Pavilhão Desportivo, investiu-se na equipa de futebol e fez-se alguma coisa pela recuperação de sócios e antigas glórias do clube. Mas, se isto é verdade, também não deixa de o ser a tristeza que a todos nos invade. E, lamentavelmente, isso deve-se sobretudo às infelizes declarações do Presidente:

- Tivemos o episódio do “Paulo Bento forever”;

- Foram as 2 horas de conferência de imprensa de despedida do P. Bento e a apresentação electrónica do Carvalhal (imagine-se a confiança com o novo técnico terá arrancado…);

- Foi o triste episódio da “guerra com o sócio 90 e tal mil”;

- É esta “luta pelo 4º lugar”, que, sendo esse o lugar que a equipa ocupa, significa que basta olhar para baixo, sem qualquer ambição em chegarmos à frente;

- É a graçola (desculpem, mas não vejo termo mais apropriado) de que se ainda cá estivesse o P. Bento seriam 2 a dar o corpo às balas…!

São já demasiados os exemplos de … vou chamar-lhe «falta de cuidado nas palavras». Por favor, haja alguém próximo do Presidente que o chame à atenção para o que tem dito! Ele é o nosso Presidente, repito, tem o direito e o dever de presidir ao clube…mas queremos que o faça bem. O Presidente dum clube como o Sporting não pode estar constantemente a dar tiros nos próprios pés. Ao máximo responsável pela entidade tem que se exigir demonstrações de confiança em quem tem ao serviço do clube, e não em ex. treinadores do clube.

Agora, dado que para esta época o objectivo está traçado, queremos que se prepare atempadamente a equipa de futebol para a próxima – estamos em Fevereiro e desta vez não haverá a desculpa de que não houve tempo! Mas, com um Director Desportivo e um Treinador a prazo, mais responsabilidades terá que assumir JEB, embora, pela amostra do que se tem passado com o Izmailov, as coisas não pareçam caminhar pelo melhor. E não podemos limitar os horizontes da equipa, quando ainda temos uma prova Europeia em disputa e que pode servir, no mínimo, para elevar o moral de Jogadores e Adeptos, ao mesmo tempo que servirá de montra para junto dos grandes clubes europeus valorizar os nossos atletas!

Os sócios e adeptos do Sporting vivem, e sofrem, por este clube uma paixão única, por isso querem – e merecem – um clube Grande, Organizado e que a estes princípios se saiba conjugar a Ambição de ser o melhor.

Carlos Martins

*Pontos de Vista é uma rubrica onde são publicadas opiniões enviadas pelos leitores do "ANortedeAlvalade"

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ele vem aí LMGM?

"O médio Costinha deixou de ser jogador do Atalanta. Ambas as partes chegaram a acordo amigável para a rescisão do vínculo que as unia.O antigo internacional português desiludiu na passagem pelo futebol italiano. Costinha alinhou apenas por uma vez em jogos oficiais pela turma de Bergamo.Recorde-se que Costinha foi peça fundamental na equipa do FC Porto, liderada por José Mourinho, que conquistou a Taça UEFA e a Liga dos Campeões, em 2003 e 2004, respectivamente." foto e noticia de "ABola"

O nosso editor LMGM advogou aqui, num comentário que não consegui encontrar, o perfil de Costinha como o indicado para assumir o dificil lugar de director desportivo do Sporting. Tido como Sportinguista, discreto, de carreira e nome prestigiados quer nacional quer internacionalmente, tido como bom profissional e líder. Será ele LMGM? Mas não é sábado e nevoeiro nem vê-lo...

Noção de prioridade

 
Por vezes parece-se não se perceber ou não se querer perceber porque não ganha o Sporting tantas vezes como devia. (Devia no sentido da obrigação face ao seu estatuto, mas também no sentido das suas capacidades e das suas potencialidades). Não há uma resposta simples para uma questão tão complexa. Nem vou fazer aqui e agora esse exercício que tem ser exaustivo.

Mas, quando estamos prestes a jogar uma partida decisiva, que nos permitiria resgatar um pouco da tão maltratada auto-estima andamos i) à procura de novo treinador, permitindo a desacreditação do actual,  ii) negociamos um dos melhores jogadores do plantel, supostamente para suprir fundos em falta por uma ida imprudente ao mercado, e iii) com os olhos postos na próxima época, iv) diz-se da qualidade do plantel o que Maomé não disse do toucinho, v) pede-se a cabeça do presidente.
Ninguém parece ver ou acreditar na oportunidade que nos está a passar debaixo dos olhos. Com esta noção de prioridades é possível fazer do Sporting um clube vencedor?

Ou só eu é que acredito que é possível eliminar o Everton?

PS: E o que pensarão os jogadores de tudo isto?

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Só com um dia de atraso

Mais vale tarde que nunca:

"Comunicado

O Sporting Clube de Portugal vem, por este meio, manifestar o seu mais profundo repúdio pelo conjunto de notícias que o jornal "Record" tem vindo a veicular e que fazem acreditar na existência de uma campanha que parece visar denegrir e lesar a instituição através de alguns dos seus protagonistas.

O direito à informação e a liberdade de imprensa são, hoje, conquistas inalienáveis dos órgãos de comunicação social que não podem nem devem ser questionados. Mas a consciência desses factos não é compaginável com o exercício de um jornalismo sem escrúpulos que confunde a análise objectiva dos factos com leituras enviesadas assentes em conjecturas, especulações e impressões pessoais.

É certo que o Sporting Clube de Portugal atravessa um momento difícil da sua já longa vida. Todavia, o Clube, os seus milhares de sócios e os milhões de adeptos e simpatizantes espalhados pelo mundo não deixarão de dar a volta por cima e reagir às adversidades que se têm atravessado no caminho.

Ao "Record", co-responsável por um jornalismo que nos habituámos a admirar mas que, nos últimos tempos, elegeu alvos humanos como se de territórios inimigos se tratasse, exigimos um tratamento ético-profissional e jornalístico à altura dos seus pergaminhos.

Na defesa intransigente dos seus interesses, também o Sporting Clube de Portugal saberá recorrer aos instrumentos que, a cada momento, considerar mais adequados e eficazes."

in Site do SCP.

Reality check

O Sporting vive num momento desafiante da sua história. Encontra-se numa encruzilhada em que se está esgotar o tempo para escolher o seu caminho, ou conformar-se com a inevitabilidade de aceitar o que lhe for possível. O momento do futebol é o que suscita mais atenções, mas a situação que aí se vive acaba por ser transversal a quase toda a sua actividade desportiva.

A grandeza do Sporting é um facto indesmentível, alicerçado na enorme base social de apoio e na sua rica história. Aos que duvidam desta minha afirmação eu lembro que é precisamente esta a altura correcta para se aferir a dimensão de um clube. Quando se ganha todos aparecem, ao contrário, na maré baixa fica à vista o núcleo duro, que é onde me parece estar remetido o Sporting no presente.

(Há uma diferença entre ser um grande ou um histórico. O Belenenses foi paulatinamente mudando de estatuto nos últimos 30 anos. Para aferirmos a sua grandeza ida é necessário consultar os arquivos e já quase não haverá ninguém vivo que a testemunhe. A sua base social de apoio é diminuta e cada vez mais circunscrita ao espaço físico do clube não me parecendo capaz de seduzir fora desse âmbito. É um histórico mas não mais um grande.)

Importa pois perceber que a realidade é dinâmica e nem os que nascem em berço de ouro têm a sua existência ou estatuto assegurados. O Sporting como grande instituição desportiva vem testando a resistência dos alicerces que a suportam. É um grande, mas tem sido incapaz de competir à altura desse estatuto e essa desconformidade continuada com a sua grandeza gerou uma crise de identidade que o ameaça. A par disso parece ter afastado toda e qualquer referência ao seu rico passado, como se o clube tivesse sido acabado de fundar. E, ainda pior, a sua organização, se é que ela existe, não transpira saber ou competência.

As crises, segundo os chineses, são oportunidades. Esta crise em que o Sporting mergulhou não é seguramente uma crise de crescimento, estende-se há demasiado tempo, encerrando consigo todos os sinais de definhamento. Não é realista pensar que a situação a que se chegou se resolva por passes de mágica. Como também não são realistas os gritos que se ouvem “Este não é o meu Sporting!”. É bom que percebamos que é este o nosso Sporting e que, no actual rumo, é bem mais provável que ainda se torne pior antes de dar qualquer sinal de melhoras.

Importa pois saber o que fazer para inverter o rumo. Não conheço nenhuma receita milagrosa e não incorrerei no erro muito comum nos fóruns Sportinguistas de avançar com medidas e nomes avulsos. Mas, sem qualquer pretensão de “ensinar o pai-nosso a todos os vigários”, parece-me que há uma coisa muito simples de fazer e que está ao alcance de todos e cada um de nós. E isso é não voltar as costas ao clube, o que apenas contribuiria para agravar os problemas. E também a única forma de assegurar a legitimidade de exigir, protestar ou apresentar soluções. É agora que podemos ser importantes, é agora que podemos fazer a diferença. Quando todos estiverem a descer do Marquês para a Praça do Município, ou a pintar de verde-e-branco as praças deste País a nossa ausência não será tão notada.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

E que tal começar já hoje?

É já uma imagem de marca do nosso presidente a sua admiração pelo modelo do FCP. A incredulidade dos Sportinguistas é natural. A ideia é tão estapafúrdia como um pai anunciar à família que tutela que, para resolver os seus problemas, esta deve passar a comportar-se como o seu vizinho que enriqueceu sem olhar a meios. E que nesse processo não se coibiu de o ridicularizar ou até de assaltar o seu próprio quintal.

Se JEB quer copiar o modelo presidencialista seguido pelo seu homólogo azul-e-branco, não se pode esquecer que este se legitimou à custa de muitas vitórias, mesmo que inserida numa lógica de ganhar a qualquer preço. Para se alcandorar a esse estatuto JEB tem muita côdea dura para roer e tem que demonstrar, antes de mais, que tem dentes para o efeito. Se JEB quer um modelo presidencialista para poder mandar, isto é, para poder tomar decisões, porque não começa por tomar uma que seja, ao invés de desbaratar a sua autoridade cada vez que faz uma declaração?

E porque não começar já hoje? Se algum mérito pode ser reconhecido à gestão que tem merecido tantos elogios de JEB, o de defender os seus de forma intransigente é um deles. O Record achincalha hoje, de uma forma sem precedentes, um treinador de um clube grande. Nem nos tempos de Cantatore, Vital, Flores, Del Neri ou Couceiro vimos algo semelhante. JEB tem aqui uma boa oportunidade de marcar a sua posição como presidente, tomando a defesa de um alto funcionário do clube. Mesmo que Carvalhal tenha sido apenas uma manobra de diversão para desviar as atenções das suas próprias responsabilidades, impõe-se uma posição de repúdio do clube e até do grupo de trabalho.

É que eu não teria escolhido Carvalhal para substituir Paulo Bento. Não que a sua preparação ou C.V. não o colocasse pelo menos em pé de igualdade, mas porque a sua trajectória recente retirava-lhe a força necessária para o lugar. É que eu também não gosto de algumas opções de CC e suas consequências. Não gosto, p.ex., que CC não perceba que a dupla Liedson/Saleiro não funciona, que a diferença entre André Marques e Grimi são 4,5 milhões de euros e o futuro que se perde em cada jogo do argentino. Não gosto da troca de Adrien pelo futebol “mangas de alpaca” de Pedro Mendes, de passes lateralizados e sem qualquer risco. Mas JEB escolheu CC e cabe-lhe agora defendê-lo. Não de lágrima no olho, em qualquer conferência de imprensa, e também não me parece que seja boa política voltar a apanhar um avião para o Brasil.

Deixar CC à mercê destes “tarefeiros” que lhe fazem a cama é também não querer ganhar. Um treinador despromovido a bode expiatório de culpas próprias e alheias é um treinador menos capaz de vencer. E não me peçam a mim para não acreditar que não é possível ganhar um jogo antes de o disputar. Ainda tenho muita daquela crença, ou “estupidez natural” se quiserem, que era apanágio dos Sportinguistas, que era a de acreditar que a vitória é sempre possível. E de aqui até ao final da época ainda há muitos jogos para ganhar. A começar pelo de quinta-feira. E o que se segue. Essa é a forma de honrar a camisola do Sporting e essa a forma de reconstruir uma mística de vitórias.

Se JEB e a direcção a que preside mantiverem o silêncio perante esta vergonha, sou levado a concluir que ele suspira por PB não para serem os 2 a darem o peito às balas (presume-se pelo Sporting...) mas sim porque quer alguém que o faça por ele.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Em Olhão golo não

Não vale a pena perder muitas linhas com a invernia futebolística em que o Sporting caiu. O jogo de Olhão resume-se em poucas palavras. Na 1ª parte a equipa não soube tirar partido do facto de jogar a favor do tempo. Na 2ª parte não conseguiu jogar contra ele. Ele, o vento, ele o Sporting. Não sabe, nem consegue é a imagem que ficou do futebol do Sporting.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Pára-quedistas




Quando a candidatura Ser Sporting se apresentou para disputar as eleições, não faltou quem os apelidasse de "pára-quedistas" e de "aventureiros", entre outras coisas. Tudo isto porque essencialmente, não eram conhecidos do "grande público" nem eram "gestores de topo".

A exigência para com esta candidatura atingiu níveis que nunca tinha visto nas eleições Sportinguistas. Foi um verdadeiro esmiuçar das pessoas que compunham a candidatura, do seu CV, da sua participação ou não na vida do Clube, das suas ideias e das suas propostas. O que é acertado e era o que se deveria fazer, sem excepção!
Como tal, esperava eu que tal fosse aplicado também a todas as restantes candidaturas. Claro que não.

Bastou aparecer JEB, munido de uma folha, desculpem um projecto, com uma lista por ele escolhida - hmmm não foi ele pois não? - com uma cultura de exigência e assente na competência - desculpem-me novamente, queria dizer que privilegiava os amigos... este Esporão é bom mas um pouco forte...
E que fizeram os mesmos que tanto analisaram, debateram, exigiram - inclusivamente fotos com o candidato e o treinador escolhido por essa candidatura - da candidatura Ser Sporting, em relação à de JEB? NADA! ABSOLUTAMENTE NADA!!

"Ah pá este gajo foi campeão!!", "Enfrentou a Juve Leo", "É o 3º na hierarquia do Santander!!". Como se pode ver, a dualidade de critérios não existe apenas dos árbitros para connosco. E agora?
Agora, uns mostram-se desiludidos; outros, enganados; poucos são os que se mostram esperançados em que se inverta este rumo. Depois há ainda aqueles que, pura e simplesmente, deixaram de aparecer.

No meio disto tudo, onde anda a oposição? Compreendo que se deixe trabalhar a Direcção legitimamente eleita, que haja até um sentimento de "Votaram neles, aguentem com eles" mas falamos do Sporting Clube de Portugal, que é muito superior a qualquer um de nós! É a nossa Paixão e como tal, não deverá haver lugar a rancores e sentimentos similares.

Espero sinceramente que se comece a preparar uma Direcção sombra, que se tente inteirar tanto quanto possível dos dossiers críticos do Clube, de modo a que possa constituir uma alternativa ainda mais credível que anteriormente. Porque acredito, aliás receio, que caso JEB se apresentasse a novas eleições ganharia novamente. O que seria inacreditável.

Inacreditável porque em 8 meses de mandato, a todos os níveis vergonhoso, JEB tem ferido grave e sistematicamente, o Sporting de Clube de Portugal.

- Elogia repetidas vezes os rivais, menorizando o Sporting Clube de Portugal e a sua maneira de estar no desporto Português;

- Despreza um sócio porque o seu número de associado é elevado, apesar de andar empenhado na angariação de novos sócios;

- Não toma qualquer atitude em situações que assim o exigiam, como aquando das pedradas em Alcochete e da peitada de Duarte Gomes em Ricardo Peres enquanto, nosso técnico de GK de então, em pleno aquecimento dos GKs;

- Despede o seu amigo Paulo Bento, fazendo uma figura ridícula e patética, minando logo de seguida o caminho do sucessor que nem direito a apresentação tem;

- Gasta 6.5M€ num jogador que estava encostado no Atlético de Madrid e que não justificava tal investimento;

- Vai de férias para o Brasil na semana mais exigente do calendário leonino, proferindo "JEBardices" mal chega a Portugal e dando a ideia que fugiu para não ter que enfrentar PdC, após a publicação de escutas onde ele e o Paulinho são insultados e gozados;

- Vem de férias e exige profissionalismo aos jogadores, afirmando de seguida que com Paulo Bento é que era, porque "seriam 2 a dar o corpo às balas", fragilizando ainda mais o actual treinador e mostrando sofrer de amnésia;

- Prepara-se para vender Izmailov por uma verba inferior à qualidade do russo, um dos nossos melhores jogadores, depois de ter recusado uma oferta similar quando o mercado ainda estava aberto.

Ainda assim inacreditavelmente, repito, arriscar-se-ia a ganhar novas eleições.

Não acredito em JEB, nem acredito que consiga inverter a sua postura e discurso. É sem qualquer dúvida, um dos piores presidentes da História do Sporting Clube de Portugal, e como tal, espero que se demita o mais rápido possível. No mínimo, e usando uma frase que já faz parte da sua imagem de marca, "Tá calado pá, tá calado!".

SCP SEMPRE!!!

PS: Comentava há uns dias com o LdA que na altura, tirando o Pedro Santana Lopes - pior presidente da História do SCP - e José Roquette, não conhecia mais ninguém. Não fazia ideia quem eram Soares Franco, José Eduardo Bettencourt ou Miguel Ribeiro Telles. Com promessas de gestão rigorosa, transparente, fim da dependência da bola que entra ou não e títulos (3 em 5 anos), ninguém os apelidou de coisa nenhuma a não ser visionários. Deu no que deu mas os outros é que continuam a ser perigosos aventureiros/pára-quedistas.

Excelente entrevista de JEB - Palavra de (ex-futuro?) director desportivo

Deixei aqui apenas uma reacção viral à entrevista de JEB da semana passada. Pensei posteriormente partilhar  uma opinião mais reflectida sobre a mesma, mas o tema é-me de tal forma desconfortável e infeliz que preferi ir adiando até perder actualidade. No entanto, ao ouvir, via podcast, a análise de Luís Freitas Lobo, dei-me ao trabalho de as transcrever.  Esta parece-me pertinente. Não tanto por vir de alguém que até foi dado como candidato ao cargo de director desportivo. (Após estas palavras talvez apenas ex-futuro candidato). Mas por duas razões fundamentais: i) é uma análise externa de alguém que não é seguramente Sportinguista ii) e independente, facto cada vez mais raro na comunicação social. Não deixa também de ser "curioso" ver referir-se ao nosso clube de forma correcta, contrastando com a utilizada pelo nosso presidente. A leitura é longa mas vale a pena.

"Ouvi alguns excertos na televisão, li em vários jornais e penso que foi uma excelente entrevista do presidente do Sporting. Sinceramente. Eu não duvido da sua entrega, da sua competência, da sua vontade de ver o Sporting ganhar, mas eu quando digo que foi uma excelente entrevista, é porque eu penso que ela devia ser gravada em DVD ou em CD e ser entregue a todos os clubes para eles saberem tudo aquilo que não se deve dizer ou não se deve fazer num clube de futebol. Penso que todas aquelas declarações que foram feitas são um completo despropósito e são um elenco enorme…"

"A questão do treinador estar dependente dos resultados e não da competência, quando um treinador entra a meio da época, com um contrato de 6 meses, restam-lhe 3, tem uma Taça UEFA para joga, jogava nesse dia, e é colocado dessa forma, o facto de ele dizer que está a preparar a próxima época, e ao mesmo tempo diz que não tem treinador, e responde que é ele próprio que está a preparar a próxima época, que o objectivo do Sporting é o 4º lugar (penso que o objectivo do Sporting deve ser jogar cada jogo para ganhar, com a máxima entrega, com a máxima capacidade de dignificar a camisola que o Sporting tem)."

"A questão de contratar o director desportivo em função do balneário, dizer que o perfil do director desportivo depende do balneário que existe, exactamente o contrário do que deve ser, porque quem escolhe o balneário é exactamente o director desportivo, em conjunto, como é evidente com o presidente da SAD, com o treinador e restante responsáveis, e só depois é que aparece o grupo e não o contrário."

"A questão Sá Pinto/Liedson, dizendo que um director tem mais responsabilidade que um jogador, é verdade sem dúvida nenhuma, em alguns aspectos. Neste aspecto em concreto, era uma questão para ser dirimida de outra forma. O que esteve aqui foi uma questão muito simples: o Liedson é um ponta-de-lança que faz golos, e o Sporting precisava era que o jogador jogasse, se fosse outro jogador a situação certamente não seria a mesma."

"A questão de dizer que o Sporting não é uma organização vencedora, quando alguém diz isso de si próprio, porque ele é que é o presidente, ele é que representa a organização, dizer que o Sporting não é vencedor, é algo perfeitamente incrível. Não é vencedor porque nem todos podem ganhar o mesmo campeonato, nem ganhar todos os anos, mas tem que ser vencedor para ganhar sempre cada jogo que passa."

"Comparar com o FCP é o absurdo, é dizer que não entende verdadeiramente o que é a Cultura do Sporting, o que faz a história do Sporting, e a herança do Sporting não tem nada a ver com a herança do FCP, que tem uma idiossincrasia completamente diferente, e ainda por cima quando recentemente se soube a forma como o presidente do FCP se referiu ao presidente do Sporting em escutas que foram reveladas."

"Portanto há uma série de situações que são perfeitamente inacreditáveis. E se nos lembrarmos inclusive que o Sporting  esteve no mercado há pouco tempo, que comprou um jogador que ele próprio, o Sinama Pongolle, custa mais de metade do orçamento do Braga, se percebe a incompetência com que o Sporting tem sido gerido. Depois disto, perguntar-se quem é o responsável por o Sporting estar nesta situação, e falar sobre o treinador, e falar-se num jogador, e falar-se nos 4 anos que ficaram para trás em que esteve tudo parado, é de facto algo para deitar as mãos à cabeça"

"Perante isto parece-me que foi uma excelente entrevista para se perceber o que não se deve fazer, e que não se deve dizer. A partir de agora cabe a todos os Sportinguistas pensarem bem isto tudo, para perceberem onde está a razão de ser de o Sporting estar na situação em que está." 


P.S.- A Associação de Adeptos Sportinguistas estará hoje representada pelo seu presidente e conselheiro leonino Pedro Faleiro Silva no programa "Lugar Cativo" da TVI24 pelas 20h10 onde lançará o III Pensar Sporting a ter lugar no próximo sábado, dia 20 de Fevereiro, não se furtando, igualmente, a abordar outros temas da actualidade sportinguista.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sim, Modelo Sporting!


O Leão Transmontano deu o mote num post anterior e eu pego na bola e sigo a jogada.

Desde o período pré-eleitoral que ouvimos referências por parte de José Eduardo Bettencourt sobre a sua admiração pelo modelo Porto em oposição, suponho eu, ao modelo Sporting. É fundamental neste momento que estas declarações sejam concretizadas, para mim por dois motivos, primeiro para saber se o modelo Sporting faliu (sim, nós temos um modelo), segundo para saber concretamente aquilo que pretendemos mimetizar do modelo Porto.

Sobre o meu primeiro motivo, caso se chegue à conclusão de que o modelo Sporting não tem possibilidade de sucesso, esse facto deve ser dito e espalhado aos quatro ventos para que a sociedade civil tenha consciência dos caminhos que as organizações são forçadas a trilhar para serem concorrenciais. Vou especificar, da análise que o Sporting num determinado momento fez à indústria do futebol resultou a conclusão de que era uma actividade altamente deficitária, geradora de enormes buracos de tesouraria e baixas receitas, comparativamente com aquelas que seriam necessárias para manter uma equipa competitiva interna e externamente.

Para conseguir ultrapassar estas dificuldades o Sporting faz um importante investimento, cria com meios próprios aquela que é considerada uma das melhores Academias mundiais para formação de atletas. O objectivo era simples e facilmente identificável. O atleta nacional tem uma óptima qualidade inata, o Sporting tinha na sua estrutura alguns dos melhores técnicos mundiais na área específica da formação.

Ao fazer este investimento, que é estrutural tanto para o Sporting como para Portugal (vide qualquer escalão da selecção nacional), pretendia-se o seguinte, diminuir o orçamento directo do futebol profissional através da integração de atletas vindos da formação, logo sem custo directo em termos de aquisição dos seus direitos desportivos, reduzir a massa salarial por se tratarem ainda de atletas numa fase inicial da sua carreira (entre os 18 e os 23 anos), potenciar receitas pela venda dos direitos desportivos dos atletas fora de série.

Aquilo que está a ser afirmado neste momento é que tudo isto falhou. Mais, tentando deixar de lado a importância da fruta e do galão pela ceia na refeição dos campeões, o caminho que nos dizem os diversos analistas e comentadores que devemos trilhar é investir acima das possibilidades, quer das nossas possibilidades individuais, quer as de todo o mercado futebolístico nacional, endividar, aumentar o passivo e … e rezar a Jesus para que dê certo.

A minha percepção é diferente, não vejo que o modelo Sporting tenha falido, muito pelo contrário. A aposta feita está correcta e não deve ser destruída por um ano horrível em termos de resultados e principalmente de competitividade. Um modelo baseado na formação não tem resultados imediatos para apresentar e nunca será perfeito mas como é estrutural nunca deve ser posto em causa por momentos ou épocas casuais.

Houve necessidade num primeiro momento de forçar o crescimento de diversos jogadores jovens a um nível máximo de competição, jovens esse que queimaram etapas do seu natural crescimento por necessidade premente da organização do Sporting. Hoje graças a esses meninos heróis os seus colegas mais novos têm a oportunidade de crescer fora dos holofotes da fama, da desilusão, do assédio, do insulto, etc.. Os exemplos são diversos, mas salvo raras excepções ninguém é o melhor do mundo na sua actividade aos 20 anos. Em tempos utilizei o exemplo de Miguel Garcia, é para mim o atleta típico que eu preciso da formação, aquele que me permite poupar uns milhões de euros na aquisição de um Pedro Silva e que nunca sendo excelente será sempre uma alternativa válida para um plantel que quer ser campeão porque não admite a derrota.

Assim o modelo que cria e sustenta o Patrício não é um erro, o erro é a obrigatoriedade dele ser titular sem concorrência real, Moutinho não é um erro, o erro é ele ter de ser capitão aos 20 anos e fazer posições no meio campo à la carte, Veloso não é um erro, o erro é a atracção que o seu pé esquerdo faz para o desviar para a linha, Adrien não é um erro, o erro é apostar nele, só nele, para recuperar a equipa, Carriço não é um erro, é um fora de série já com um pé na porta de saída.

Há felizmente muito mais exemplos a dar e gostava que a conversa do paradigma ou do modelo Porto, não seja meramente financeira com o objectivo de atirar milhões de euros para cima de um problema na expectativa que ele desapareça, mas algo de estrutural, de um novo passo de evolução do modelo Sporting que permita aos nossos miúdos serem julgados impiedosamente pela bancada não aos 18 anos mas aos 22 quando já tiveram um percurso profissional e uma bagagem que lhes permita aguentar a nossa paixão e exigência.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Modelo Sporting!




O universo leonino tem assistido com a serenidade possível aos últimos acontecimentos em torno do Sporting. Primeiro, a saída de Paulo Bento, a "choradeira" presidencial com tal facto, a ascensão e queda de expectativas face à contratação de um novo treinador. Depois, uma nova equipa técnica, cheia de vontade, que encontrou um balneário mais parecido com um autentico ninho de víboras, cujo esplendor máximo se resume nas recentes cenas de pugilato entre um director e um profissional do clube. Pouco depois, derrota após derrota, acentuando ainda mais aquilo que já sucedia na era Paulo Bento. Como se não bastasse, duas dessas derrotas, foram goleadas seguidas ante os rivais de sempre, custando a eliminação em duas competições diferentes, para não falar do 4.º lugar na Liga cada vez mais ameaçado pelos clubes de meio da tabela.

Para compor o ramalhete, o Presidente resolve convocar os jornalistas para um pequeno-almoço na Academia, que, diga-se, ainda hoje não está bem digerido pelo mundo Sporting, ao ponto de suscitar incompreensão nos restantes órgãos do clube, conforme o Presidente da Assembleia Geral fez questão de demonstrar, tendo já obtido uma infeliz resposta.

O Sporting neste momento parece ser um barril de pólvora. Nunca pensei que o rastilho pudesse ser aceso por quem tem o dever e a obrigação de apagar o fogo e criar condições para que haja poucos incêndios nas bandas de Alvalade. Quando são os próprios bombeiros a atear a fogueira quem vai apagar o incêndio?

No meio desse pequeno-almoço, JEB referiu-se novamente ao modelo do F.C. Porto, como exemplo a seguir. Claro está que houve logo quem fizesse chacota do assunto, questionando se o modelo a seguir é o modelo da fruta, dos quinhentinhos e das viagens Cosmos. Obviamente que JEB, não se refere a esse género de práticas.

Já em campanha eleitoral, JEB, em lugar de apresentar um programa político e desportivo devidamente coerente e fundamentado, movido pelo espírito leonino, preferiu optar por elevar o modelo do FCP. Sempre entendi, que quem tem um projecto e acredita nele, não precisa de ir copiar o do adversário. E também sempre entendi que o Sporting nos dá a inspiração suficiente para sabermos o que queremos e para onde ir, coisa que está longe de acontecer a quem dirige os destinos de Alvalade.

Não ignoremos porém o seguinte: o modelo do FCP, solidifica a mística e o espírito alicerçado na disciplina. Em campo, há referências, um capitão a sério, homens feitos no clube, que o sentem e vivem e até são capazes de “morrer” por ele, se preciso for. Foi-se o Jorge Costa, veio o Bruno Alves. Meireles nunca diria o que já ouvimos a Moutinho. Algum dia viram algum jogador do FCP a dizer que se queria ir embora? Será que é um balneário sem problemas? Quantos passam cá para fora? Quantos bufos há no Porto? E porque se integram tão bem os que entram de novo? Quem está no banco do Porto? E na estrutura de futebol do Porto? Onde estão as velhas glórias do Porto? E os nossos, onde estão os nossos? Sim, aqueles que comiam a relva e não tinham os luxos nem as facilidades de hoje. Aqueles que sabem transmitir a mística e elevar o espírito do clube. Aqueles que conhecem a enciclopédia, fazem parte dela e sabem motivar os que chegam, com esforço, dedicação e devoção, a conquistar um lugar na glória. Onde estão as velhas glórias do Sporting? Onde estão os nossos?

Acham que o José Mourinho fazia mais do que Carvalhal? E porque é que este também não vai fazer mais do que Paulo Bento?

Quando o Sporting voltar a ser dos Sportinguistas, não precisamos de nenhum modelo à Porto, porque teremos um bem melhor. O modelo Sporting.

Ecos de Liverpool


Há quem tenha visto na equipa inicial apresentada por Carvalhal a intenção deliberada de jogar para o nulo. Se a afirmação até poderia ser aceitável antes do jogo começar, ela acabou por ser desmentida pelo próprio jogo. A desvantagem no final dos primeiros 45m deveu-se à diferença na eficácia, uma vez que o número de oportunidades foi repartido.

É muito fácil criticar Carvalhal, é até cada vez mais popular. Mas, com o histórico de resultados com que se chegou ao jogo de ontem, compreendo que ele privilegiasse a consistência do meio-campo. Essa consistência acabou por falhar não porque o princípio estivesse errado, mas porque o colectivo deixou de o aplicar. Este não é ainda o futebol que desejo, mas creio que seja o possível. E, convenhamos, não foi por jogar como ontem que estamos como estamos.

Aceito a discussão se, nesta fase da sua carreira, Patrício seja o guarda-redes indicado para ser titular. Se todas as camisolas verde-e-brancas pesam muito, a do guarda-redes mais ainda. Mas apontar-lhe uma falha no lance do 2º golo é no mínimo um acto de má vontade. No Público chega-se a escrever esta pérola: “mais uma demonstração de como se pode marcar golos ao Sporting. Canto de Baines, Cahill salta com Patrício em falta e a bola embate em Distin, que faz o 2-0.” Ou seja para marcar golos ao Sporting “basta” fazer falta…

Dia mau para explicar porquê que o futebol do Sporting perde dimensão colectiva com as decisões do Liedson e com isso muitas jogadas de ataque. Perdas de bola no contacto ia em 7 quando deixei de contar. Passes de tabela nem um, apesar de solicitado por Yanick, Matias e Saleiro, mais do que uma vez. Sem ver isto, que quem gravou o jogo poderá confirmar, fica sempre a ideia que o problema é dos outros e nunca dele, porque no final o homem cava sozinho o golo. Como já tinha feito com o slb. E se ele continuasse a fazer o mesmo, jogando também com a equipa, não ganharíamos todos? E na selecção queixar-se-á de jogar sozinho? Jogará mais com o resto da equipa?

Vende ou não vende Izmailov? É uma decisão difícil, sobretudo porque a posição do Sporting no mercado é frágil. Mas os 6 milhões põe a zero o valor pago pelo passe, mais os vencimentos. Quantos negócios destes poderemos nós gabar-nos de ter realizado? Questiono sem dúvida o timming, quando se deixou fechar o mercado. Afinal se o preço é o mesmo, porque não se vendeu antes?

Não posso deixar de manifestar o meu apreço por Carvalhal, pela forma quase estóica como tem remado contra a(s) corrente(s). Enquanto o presidente (não merece a maiúscula…) acha que não deve explicações aos sócios que o elegeram ("Estou mais preocupado com aquilo que as pessoas que trabalham no Sporting dizem" a propósito das criticas de Dias Ferreira a mais um serie de declarações infelizes), Carvalhal apela a um “estádio tranquilo”, com “ambiente positivo”. É o mínimo que podemos proporcionar. O resultado de ontem permite-nos pensar no apuramento. Mas nada indica que ele seja fácil de conseguir.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Quantos Sporting´s há?

O Sporting demonstrou hoje em Liverpool que a maior parte dos seus problemas não estão na qualidade dos seus jogadores, como muitas vezes se que fazer crer. Os problemas de consistência desta equipa, bem evidentes nos lances de golo e no eclipse de grande parte do 2º tempo, serão mais fácil de explicar por um psicólogo do que por um treinador.

É que há vários Sporting´s, por vezes num jogo só, como no de hoje. Mas o que normalmente tem prevalecido é o “mau Sporting”, aquele que de repente se sobrepõe ao que de melhor esta equipa parece querer prometer. Não foi uma exibição capaz de resgatar a equipa dos maus resultados, mas ficou uma porta aberta para a 2ª eliminatória bem como para o que resta do campeonato.

Ameaça ou oportunidade?

Carvalhal põe a questão da forma que me parece correcta para uma equipa que, num curto espaço de tempo, voltou a mergulhar no abismo da falta de confiança: o jogo de logo é uma oportunidade, pela competição e pelo palco, para os jogadores demonstrarem o seu valor. Ao contrário, se encarado com temor, o resultado pode até ser… qualquer um.

O jogo de logo porá frente a frente duas equipas em rotas opostas. Os anfitriões da cidade dos Beatles estão no seu melhor momento da época, como provam os resultados recentes e o Sporting vem da cidade dos móveis com a mobília em cacos. Num jogo em que pude acompanhar ao vivo, ficou por demais evidente que a bola queima os pés dos jogadores, que na maior parte das ocasiões, não a querem passar, antes ver-se livre dela. Foi, quanto a mim, o pior jogo da era Carvalhal, sendo também a sua pior abordagem a uma partida desde que assumiu o comando. Mas, convenhamos, seria preciso ser de aço para manter a serenidade, depois de ter ficado isolado à sua sorte pelas palavras do presidente.

A hipótese de apresentar uma equipa que privilegie a posse de bola, com Pedro Mendes, Veloso, Moutinho e Matias na intermediária parece-me correcta, ante um opositor forte fisicamente e igualmente rápido. Mesmo assim a nossa exposição ao jogo directo ou nas bolas paradas será uma permanente ameaça. A defesa subida, encurtando os espaço e mantendo a bola longe da área foi já demasiadas vezes ensaiada sem sucesso, uma vez que os velhos hábitos acabam sempre por prevalecer. Ameaça ou oportunidade? No momento actual julgo que a grande maioria dos adeptos olha com receio o desfecho de logo.

PS: Já são conhecidos os preços dos bilhetes para o jogo da 2ª mão. Fazê-lo antes de saber o resultado da 1ª mão é uma imprevidência. Marcá-los a 20€ é uma insensatez. Ah, e não se guiem pelo site do clube se quiserem saber a hora do jogo…

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Como é crua a realidade

 
Há quem advogue que o Sporting deve começar de imediato a preparar a nova época, e que para tal deveria refazer o seu plantel de alto a baixo, prescindindo de um grande número de jogadores, para então, com os proveitos dessas alienações, reforçar a equipa.

Acontece que parece escapar a quem defende tal posição que o mercado apenas está interessado nos nossos melhores jogadores. Não é de estranhar por isso o interesse em Moutinho, Izmailov e Veloso ou outros que se seguirão. Mas o mercado actua como um predador implacável, sabendo explorar as debilidades da presa. Com uma época miserável, com anos consecutivos em que os nossos melhores elementos parecem ter estagnado ou eclipsado, as ofertas são feitas por baixo, pelo limiar em que dizer não ou sim merece aturada reflexão. O caso de Izmailov é apenas o prenúncio de que ofertas irrecusáveis dificilmente chegarão.

A crua realidade estará aí então para nos lembrar que o nosso maior problema está naqueles, não tão poucos como isso, que não têm mercado, ou terão que ser alienados sem proveitos, continuando muitos deles a pesar na nossa depenada tesouraria. Esses sim serão os nossos verdadeiros activos tóxicos. Da mesma forma que um produtor de queijo da serra não verá os seus problemas de produção vendendo as melhores ovelhas ficando com as doentes, é do senso comum que o Sporting não ficará mais forte se alienar os seus melhores activos. Mesmo que tivesse muita sorte e saber na hora de ir ao mercado para os substituir.

E quando se sabe que, com tudo o que há para fazer, que o departamento de futebol do Sporting começa e acaba em Carvalhal – Freitas Lobo afirmou-o, e conhecendo pessoalmente CC, devia saber do que falava... – e o próprio treinador está em fim de linha, não será de estranhar que a próxima época possa já estar a começar ser perdida.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Um homem com demasiados corações

O Jogo avança hoje o nome de Paulo Futre como um candidato ao lugar de director desportivo. E quando o próprio diz que lê nos blogues “os adeptos a dizerem que gostavam de me ver no lugar, é claro que fico bastante contente” eu só posso concluir que o Futre não lê o “ANortedeAlvalade”. Falando apenas por mim, não lhe reconheço especiais qualificações para o lugar. E quando ele escolhe o lado afectivo para justificar a opção afirmando que “o Sporting foi a minha mãe e o meu pai no futebol. Foi lá que nasci, que aprendi as regras do jogo, que passei a minha infância e adolescência. Tenho uma costela verde, sem dúvida nenhuma” eu lembro-lhe que é um bocado tarde para manifestações de amor filial, quando as suas opções, quando realmente poderiam ter feito a diferença,foram sempre de rejeição ao clube que agora diz gostar.

Aliás o Futre seria um interessante objecto de estudo científico. Parece um ser dotado de vários corações. Agora é verde-e-branco. Em Dezembro passado confessava-se divido entre 2 amores, partilhando o branco, mas dividido entre o azul e o vermelho. “(…) agora que o F. C. Porto afastou o Atlético, o meu coração está todo com o F. C. Porto”. Se a minha simpatia pelo senhor nunca foi muita, não duvido que o Sporting precise de alguém mais esclarecido sobre um algo tão básico como o clube do coração.

Mas como em Alvalade, segundo o presidente, o modelo a seguir renega o nosso legado histórico, esquece 30 anos de uma hegemonia alicerçada em roubos e trapaças, prejudicando-nos objectivamente, não ser Sportinguista pode até ser uma boa referência.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Nau Catrineta

Estive em Paços de Ferreira. O jogo à sexta-feira, com a temperatura próxima dos zero graus, não era convite muito persuasivo a abandonar o calor doméstico. Não fui o único a fazê-lo, mas fomos muito poucos. Aliás somos cada vez menos, em Alvalade ou num qualquer campo deste País. Mas em Paços de Ferreira parece pior. Um campinho modesto, “à anos 80”do futebol português, ao qual parece estarmos a regressar apressadamente. E enquanto o jogo decorria, com a nossa equipa a não destoar daquele cenário pobre e desprestigiante, não deixei de me interrogar no que haveria ali de premonitório…
E foi já no regresso a casa que, ainda com a cabeça às voltas com mais um mau resultado mas sobretudo sem conseguir digerir as palavras sem tino de quem já tinha obrigação de o ter, quanto mais não fosse pelo cabelo branco, que me lembrei da Nau Catrineta. E o que tem a ver esse poema do cancioneiro popular com o actual momento do Sporting?  Decidam vós. A mim parece-me que tudo. O poema refere-se a uma nau à deriva, sem alimento, que deita à sorte qual dos ainda vivos seria sacrificado para a próxima refeição. E, tendo caído em sortes o nome do capitão, ele tenta com diversos subterfúgios, evitar o que parecia inadiável. Mas o marujo insiste que quer apenas a nau, porque segundo ele, “assim como escapou desta,
doutra ainda há-de escapar".  Os Sportinguistas porém parecem acreditar mais em promessas de quem não feito outra coisa que não cumprir.

Lá vem a Nau Catrineta,
que tem muito que contar!
Ouvide, agora, senhores,
Uma história de pasmar."
Passava mais de ano e dia,
que iam na volta do mar.
Já não tinham que comer,
nem tão pouco que manjar.
Já mataram o seu galo,
que tinham para cantar.
Já mataram o seu cão,
que tinham para ladrar."
"Já não tinham que comer,
nem tão pouco que manjar.
Deitaram sola de molho,
para o outro dia jantar.
Mas a sola era tão rija,
que a não puderam tragar."
"Deitaram sortes ao fundo,
qual se havia de matar.
Logo a sorte foi cair
no capitão general"
- "Sobe, sobe, marujinho,
àquele mastro real,
vê se vês terras de Espanha,
ou praias de Portugal."
- "Não vejo terras de Espanha,
nem praias de Portugal.
Vejo sete espadas nuas,
que estão para te matar."
- "Acima, acima, gajeiro,
acima ao tope real!
Olha se vês minhas terras,
ou reinos de Portugal."
- "Alvíssaras, senhor alvissaras,
meu capitão general!
Que eu já vejo tuas terras,
e reinos de Portugal.
Se não nos faltar o vento,
a terra iremos jantar.
Lá vejo muitas ribeiras,
lavadeiras a lavar;
vejo muito forno aceso,
padeiras a padejar,
e vejo muitos açougues,
carniceiros a matar.
Também vejo três meninas,
debaixo de um laranjal.
Uma sentada a coser,
outra na roca a fiar,
A mais formosa de todas,
está no meio a chorar."
- "Todas três são minhas filhas,
Oh! quem mas dera abraçar!
A mais formosa de todas
Contigo a hei-de casar"
- "A vossa filha não quero,
Que vos custou a criar.
Que eu tenho mulher em França,
filhinhos de sustentar.
Quero a Nau Catrineta,
para nela navegar."
- "A Nau Catrineta, amigo,
eu não te posso dar;
assim que chegar a terra,
logo ela vai a queimar.
- "Dou-te o meu cavalo branco,
Que nunca houve outro igual."
- "Guardai o vosso cavalo,
Que vos custou a ensinar."
- "Dar-te-ei tanto dinheiro
Que o não possas contar"
- "Não quero o vosso dinheiro
Pois vos custou a ganhar.
Quero a Nau Catrineta,
para nela navegar.
Que assim como escapou desta,
doutra ainda há-de escapar"
Lá vai a Nau Catrineta,
leva muito que contar.
Estava a noite a cair,
e ela em terra a varar.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Um passeio à Capital do Móvel


Pouco mais do que isto posso dizer já que pareceu de facto um passeio, um convívio, qualquer coisa menos um jogo de futebol...

Patrício respirava fundo a cada bola que recebia, com medo de cometer mais algum erro e levar com uma enorme assobiadela. Na defesa, realço a exibição do Daniel Carriço e aos restantes jogadores deixo a nota que me fizeram lembrar jogadores de futebol de cinco a marcar penalties com o pé ao lado da bola e cabeça para baixo.

Adrien - o puto inexperiente - terá sido provavelmente o nosso melhor jogador na linha intermédia - e até em campo - mas foi substituído pela Pérola Negra que nada acrescentou, à semelhança do Senhor 6,5M.

Um ou outro rasgo de esforço e suor, mas muito pouco para uma equipa como o Sporting...

Mas como diria o nosso Presidente por altura das eleições: Falta só um bocadinho de treino e um pouco de "cagança". Cá eu mantenho a opinião que tinha no início da época quando se viu logo que tudo estava a ser mal preparado.

E o Sporting acaba por pagar caro...

Bettencourt tem razão!

 
Bettencourt tem razão. Se tivéssemos uma cultura vencedora não permitiríamos que um presidente que dissesse as barbaridades que ele diz continuasse por mais um minuto que fosse.

Bettencourt tem razão. O Sporting precisa de um modelo mais presidencialista do que o actual, em que o comandante abandona o navio na hora da tempestade, e regressa de pára-quedas para exigir aos que virou costas maior empenho. Precisamos de um presidente que não dê o corpo às balas pelo defunto treinador e deixe entregue a si próprio o treinador que escolheu.

Bettencourt tem razão. Perdemos muitos anos e os nossos adversários ultrapassaram-nos. Esqueceu-se é de dizer que ele é um dos principais responsáveis pela façanha, como um dos membros mais destacados dos diversos corpos sociais nos últimos anos.

(Mais) uma história de amor

Nos dias que correm é mais fácil “deixar falar a dor” do que olharmos para os exemplos que demonstram que o Sporting continua a ter muita gente que não se entrega e não desiste. É este o caso que hoje vos trago, contado por um dos protagonistas desta história de amor pelo clube, que amanhã tem um final feliz. Final que se deseja seja o também o inicio de uma história de sucesso.  Havia-me comprometido com o Tiago Marques em dar o meu pequeno contributo, rendendo aqui a minha homenagem a todos quantos conseguiram que a sede de distrito de Aveiro tenha novamente um núcleo. Faço-o apenas hoje, em vésperas de reabertura daquele espaço, devido à intensa actualidade Sportinguista dos últimos dias. Era bom que os Sportinguistas que tenham essa possibilidade acorram amanhã a Aveiro.

"O Núcleo Sportinguista de Aveiro deriva de encontros entre Sportinguistas da região de Aveiro, sendo o seu primeiro espaço uma garagem de um dos sócios fundadores, onde todos discutiam o momento do Sporting Clube de Portugal.

Devido a uma grande adesão das pessoas, começaram-se a combinar almoços e jantares em diversos restaurantes de Aveiro até que, a 15 de Novembro de 1993, se fundou oficialmente o 100º Núcleo Sportinguista: o de Aveiro.Entre 1993 e 1998 o Núcleo teve um grande crescimento e grande dinamismo. Os sócios apareciam em grande número e os eventos eram cada vez mais, desde as deslocações a Alvalade aos almoços e jantares.

A garagem tornou-se pequena para tanta actividade e os dirigentes do Núcleo optaram por se deslocar para diversos espaços até se estabelecer de vez onde está hoje. A sede do Núcleo passou por diversos locais de Aveiro, desde a rua da Palmeira no bairro da Beira Mar, até Taboeira tendo pelo meio passado por Aradas. Hoje, situa-se em Esgueira, na Rua Bento Moura, nº55. Isto deve-se a um desejo, expresso pelo falecido pai de um dos actuais elementos do Núcleo, o Sr. José Carlos, cujo desejo era que o Núcleo se sediasse numa das suas casas... E assim foi!

Entre 1998 e 2004 o Núcleo manteve-se conhecido mas já a diminuir a sua dinâmica, com excepção feita às épocas de 1999/2000 e 2001/2002 que teve um grande dinamismo devido ao título ganho pelo Sporting Clube de Portugal que, durante a época, empolgou toda a gente.

De 2004 até 2009 o Núcleo perdeu o gás, tendo começado a desaparecer do mapa. Oficialmente existia mas não criava eventos, não puxava pelos Sportinguistas de Aveiro e começou-se mesmo a dividir, facto que levou ao surgimento de outro Núcleo Sportinguista na cidade de Aveiro mas com o nome de Núcleo Sportinguista de São Bernardo (uma das freguesias de Aveiro).

O meu interesse pelo Núcleo vem desde pequeno. Juntamente com um grande amigo (André Reis que também pertence à Direcção do Núcleo) dizíamos que um dia iríamos poder ajudar o Sporting com o nosso trabalho, nem que fosse como dirigentes do Núcleo Sportinguista de Aveiro. E assim aconteceu.

Em 2009 tornei-me mais activo, talvez por já ter uma maior formação (sou finalista da licenciatura em Finanças) e comecei a fazer por mim mesmo o que podia pelo Sporting Clube de Portugal.

Tornei-me sócio do clube (já tinha sido mas havia deixado de pagar devido às dificuldades vividas na altura de Santana Lopes para pagar as quotas à distância) e criei a petição online para o Derlei ficar mais um ano no Sporting, petição que me levou a tornar-me um pouco mais conhecido em Aveiro devido às entrevistas dadas para a Sport TV e para a Rádio Renascença, entre outros anúncios nos mais diversos jornais.

No Verão de 2009, tive o prazer de ir a Lisboa gravar o anúncio da Gamebox e em conversa com algumas pessoas ligadas ao Sporting Património e Marketing e mesmo alguns jornalistas (lembro-me que na altura dei uma entrevista para O Jogo) surgiu-me a ideia de realizar um estudo sobre os 3 grandes na cidade de Aveiro, onde procurei saber qual o clube mais apoiado, o jornal de um clube mais vendido, a existência de material oficial e de núcleos/casas dos clubes). E é aqui que me aventuro pelo Núcleo.

Devido a ter umas conclusões que não me deixaram indiferente, achei que estava na hora de fazer ainda mais pelo meu clube (adormecido na região de Aveiro) e que já tinha capacidade para o fazer.

Solicitei uma reunião com o antigo presidente do Núcleo (agora presidente da mesa de assembleia geral do Núcleo) onde dei a conhecer alguns eventos que eu achava pertinentes para o Núcleo realizar.Tal foi o meu discurso que fui logo convidado a formar uma lista e candidatar-me a eleições que, curiosamente, iriam ser marcadas naquela altura.

Assim fiz. Realizei uma equipa de pessoas da minha máxima confiança, aos quais juntei alguns dos sócios fundadores do Núcleo pois a sua experiência e conhecimento é fundamental, apresentei-me às pessoas, apresentei um projecto eleitoral e uma lista de ideias e venci por maioria absoluta as eleições. 


A tomada de posse foi feita a 19 de Dezembro de 2009, altura que aproveitamos para fazer um Almoço de Natal com a cerimónia incluída. Solicitou-se ao Sporting Clube de Portugal um representante oficial e tinha-se tudo combinado com o Jorge Cadete para também estar presente mas, devido a questões de força maior (internas ao clube) não foi possível... Pelo que a cerimónia se realizou sem qualquer presença de figuras do clube.

Chegou o fim do ano e a pessoa que estava a explorar o snack-bar / restaurante do Núcleo terminou o seu contrato e abandonou. Chegou-se a acordo com uma nova pessoa e em Janeiro fechou-se a sede para se realizarem todas as obras e remodelações necessárias. Assim, a 13 de Fevereiro será a reabertura oficial da sede e restaurante do Núcleo (que começará a funcionar a partir de 1 de Fevereiro) num almoço tipo buffet na sede, com o custo de 10€ para quem nos quiser visitar. Este evento conta com a presença garantida de representantes oficiais do Sporting Clube de Portugal, amigos do Núcleo como Jorge Cadete (ex avançado), Madjer (futebol de praia), Isabel Trigo Mira (ex vice-presidente) e Nuno Mourão (Sporting Apoio). 

Tiago Marques

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O Sporting aos Sportinguistas!


Sei que o momento é difícil e de uma forma ou de outra, não há Sportinguista que não se sinta amargurado e perturbado com tudo o que se tem vindo a passar no nosso Clube.

Há lugar para múltiplas análises e especulações, tentando obter explicação plausível para o momento dramático que se vive no mundo verde e branco. O nosso mundo, de magia e emoção. Somos os melhores adeptos do mundo e ultimamente andamos confrontados e revoltados, irados e crispados uns com os outros. Estamos a perder referências, sentimo-nos desorientados, cansados, apesar da fé que nos move e alimenta a alma de leões que somos, porque, na verdade, nós somos verdadeiramente, os melhores adeptos do mundo.

O que mais me entristece e preocupa não é propriamente o prato que os nossos adversários estão a gozar, mas a forma generalizada como o actual momento passou a ser encarado, ou seja, de forma natural, porque parece normal este Sporting continuar em queda livre e isso já não causa estranheza a ninguém.

Não vou aqui traçar o meu veredicto nem deixar a minha táctica para o futuro do nosso Clube. Creio que tudo se resume a uma premissa fundamental: O SPORTING AOS SPORTINGUISTAS!


Post Scriptum: O sorriso desse leãozinho prova como o Sporting pode ser tão importante e gerador de emoções e fantasia, para quem realmente o ama e sente como ele é.

Como é bonito o nosso carnaval...

Este estado de histeria colectiva em que, como quase sempre, todos ralham e têm sempre alguma razão, (ou pelo menos ficam aliviados…), não deixa de merecer reflexão. Bastaram 4 derrotas seguidas e já todos querem correr com JEB. Mas, e se tivéssemos ganho ontem, ou os outro 3 jogos anteriores, quem se importaria que o presidente tivesse ido ao Brasil e voltado a tempo para assistir ao Carnaval de Alvalade? Os jogadores que agora não prestam já seriam bons? E C.C. até seria o treinador que precisávamos? O que há de superficial e circunstancial nas reacções dos Sportinguistas?

Estas perguntas parecem-me que fazem sentido. Sobretudo quando vemos um clube cujo estatuto de grande parece cada vez mais em causa. A competitividade das modalidades (Parabéns a Moniz Pereira, que hoje completa  89 anos) está como se sabe. O passivo cresce, apesar de todas as amputações ao património. Em Alvalade, num derby, as nossas cores estavam demasiadas mescladas de vermelho. E é a aberrante diversão cromática que Taveira nos impingiu que disfarça uma desertificação evidente.

No entanto, e apesar disso, cada vez que há eleições, a gestão que tem produzido estes resultados é sufragada com maioria expressiva e aclamação. Ao que parece isto não parece preocupar os sócios… Se "o isto" não estivesse a ganhar contornos dramáticos, dir-se-ia tratar de uma partida de Carnaval…

P.S.- Carvalhal deu, no final do jogo, uma conferência de imprensa que merece ser ouvida com atenção. Gordos, barbas e schrek´s? Pois um, o gordo, termina assim hoje um artigo "interessante" no record: “Resta saber se o recente abaixamento de forma de Veloso, registado desde a derrota em Braga, que ditou o afastamento definitivo dos leões do campeonato, poderá estar relacionado com o abortar deste negócio.” Comentário gorduroso, não?

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O caminho possível

 
Atónito, sentado no sofá, assisti a todos os diagnósticos, balanços, desabafos que se seguiram ao jogo. Quase todos primam por partilhar um denominador comum: a perturbação e a turbulência que alastra em Alvalade a cada mau resultado. Há quem diga que o Sporting bateu no fundo, que vive o seu pior momento. Quem conhece a história do Sporting e não deixa que a memória seja atraiçoada pela angústia do momento, lembra-se-à de outros iguais ou piores. As feridas abertas preocupam mais do que as cicatrizes, e as de agora têm a agravante de colherem de surpresa grande parte dos Sportinguistas, que tinham visto na eleição dos actuais corpos sociais o prenúncio de estabilidade e com ela o caminho do sucesso.

JEB tem-se comportado como um elefante numa loja de cristais desde a sua eleição, e é difícil imaginar que seja capaz ou até que lhe seja permitido tempo de voltar a colar os cacos a que tem reduzido a confiança que nele depositou uma larga maioria dos Sportinguistas. Mais ainda quando se nota o isolamento a que se remeteu, reduzindo a um número cada vez mais residual o seu circulo de confiança. Muitas são já as vozes que clamam pela sua saída. Sendo provavelmente esse a saída mais fácil, e quando o seu comportamento por vezes o parecer querer desejar ou provocar, não deveria ser esse o caminho. Parece-me que a responsabilização e a adopção em definitivo do mandato que lhe foi confiado é o único rumo que lhe restará, se não quiser figurar na galeria onde jazem os maiores logros da nossa história.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Morto à nascença

3 milhões de cabeçadas na parede não é penitência suficiente para a atitude irreflectida de João Pereira. Talvez agora perceba à própria custa como é pesada a camisola do Sporting, e que não se pode fazer com ela o que é permitida a outras. Mesmo que Tiago diga outras tantas vezes “palhaço” não conseguirá mais do que insultar quem escolheu essa difícil profissão de fazer rir os outros, se elas forem dirigidas ao artista do apito Olegário e ao seu amigo com nome de circo.

O resto é um jogo que não será lembrado pelos seus primores técnicos ou tácticos. E em que a atitude dos jogadores perante a adversidade não merece qualquer reparo. A jogar assim teria sido difícil perder alguns dos jogos que acabaram por nos afastar paulatinamente de tudo o que tínhamos para vencer.

Há vida para além do deficit



Salvar a época? Tudo ou nada? Grande teste para Carvalhal? O Sporting joga a época?
Esta visão catastrofista está longe de representar a realidade, mas é que hoje é expressa na maioria da comunicação social. A época está perdida há muito e não é uma taça de uma competição sem expressão que permitirá salvar o quer que seja. É porém a visão que mais interessa ao nosso adversário, de forma a que a pressão de “a vitória ou o fim” seja mais um jogador do seu lado do campo e do lado de fora, durante o jogo. É “apenas” mais um derby e como tal não espero outro resultado que não a vitória.

Há contudo vida para lá desta época deficitária. E é essa que deve estar na linha do horizonte. Que os Sportinguistas saibam perceber isso, porque é com todos que ela terá que ser construída.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Pare, escute e olhe!

 
Os tempos difíceis que se vivem no Sporting deveriam convidar à reflexão, quanto mais não fosse para que os erros cometidos, e que nos arrastaram para este momento terrível, não voltassem a ser repetidos. Mas os adeptos, que agem instintivamente e com o coração (muito maltratado, diga-se) perto da boca, preferem atirar em todas as direcções, sendo comum, nestas alturas, colocar em causa a categoria dos jogadores e/ou o seu profissionalismo. Como também por vezes sou tentado a reagir de igual forma, mas não conheci ainda nenhum jogador que perdesse de propósito, questiono-me. Não são eles afinal tão vítimas como nós da falta de rigor e de planeamento que grassa em Alvalade? O divórcio litigioso que ameaça romper a ligação entre equipa e adeptos merece reflexão.

Censurar os adeptos é também mais fácil que os tentar compreender. Não foi isto que lhes prometeram, mas isto é infelizmente o Sporting de hoje. Mas deixar que o desespero que a situação suscita tolde o raciocínio não é seguramente o melhor caminho para nos tornarmos mais fortes. Por isso deixo hoje 2 chamadas de atenção feitas em dois espaços da minha preferência, o 442 e a Bancada Nova.

"Saberá José Eduardo Bettencourt que o Sporting alinhou ontem com uma média etária de aproximadamente 26 anos?

Para gáudio e tranquilidade de uma ampla corrente de opinião, o leão recebeu a Académica com apenas dois produtos da academia no onze inicial. Um deles (R Patrício) ofereceu o primeiro golo ao adversário num frango inaceitável a este nível; o outro (J Moutinho, hoje com 23 anos e quase 250 jogos na equipa principal) repôs a igualdade ao romper na zona do ponta-de-lança.

Da linha titular, no entanto, constavam os 11 milhões de euros (Pongolle + J Pereira + P Mendes) que transformaram o clube no mais gastador da Europa este Inverno, além dos 3,75 milhões da superstar de Verão (Matigol),(...)e ainda os 4 milhões com que o AC Milan enganou uns papalvos em Lisboa (Grimi) ou, por exemplo, os 2 milhões que custou uma perna de Vukcevic(...)

Onze milhões de euros depois, praticamente sem vestígios da academia no onze titular, com uma média de idades de 25,8 anos, com todos os jogadores entre os 23 e os 32 anos, excepto Rui Patrício, com Polga em vez de Carriço, Pedro Mendes em vez de Adrien e Pongolle em vez de Saleiro, o Sporting voltou a perder."

"O que pretendem os jornais ou JEB (ou Salema Garção… ninguém sabe quem manda no clube por estes dias) com esta responsabilização directa dos jogadores pela performance desportiva do clube? Aligeirar a responsabilidade da culpa dirigente, que é TOTAL, no que aconteceu esta temporada. Senão vejamos:

1. PB4EVER – esta é a primeira declaração da actual “estrutura dirigente”. Uma declaração que o próprio PB, 4 meses depois, veio dizer que era emocionalmente (por oposição a racionalmente) motivada e, no fim de contas, errada. Um ciclo que deveria ter acabado antes do princípio da época foi alongado por este presidente. Culpa dos jogadores?

2. Estruturação da época – 4 jogos de preparação, contratação de jogadores para o lugar de futuros dispensados antes das dispensas efectivamente terem sido concretizadas, rábula da tentativa gorada de venda de MV24 e dispensa de Rochemback. Culpa dos jogadores?

3. Esgotamento da capacidade técnica da equipa, incapacidade de proporcionar um único jogo aprazível para a massa adepta qualquer fosse o adversário, mínimos históricos no arranque da época. Culpa dos jogadores?

4. Conferência de imprensa de saída de PB, choro convulsivo do presidente, vaticínio de que os sportinguistas terão muitas saudades e não merecem alguém como PB, guerrilhas internas, ameaças de expulsão de associados, ameaças físicas a um associado, assumpção da inexistência de um plano alternativo àquele que havia sido (erradamente) delineado no princípio da época. Culpa dos jogadores?

5. Saída em bloco da estrutura dirigente do futebol – MRT-Barbosa – que era também o suporte ideológico de JEB e cuja cumplicidade foi determinante no avanço da sua candidatura e na sua vitória eleitoral, com a assumpção de um projecto terminado e falhado. Culpa dos jogadores?

6. Desaparecimento público da estrutura dirigente, tentativa gorada de contratar um treinador (que hoje é adversário), contrato por 6 meses com o actual treinador, apresentação pública da contratação de CC feita com uma vergonha que questionava à partida a sua legitimidade para conduzir os destinos do clube. Culpa dos jogadores?

7. Dispensa de dois jogadores (Caicedo e Angulo) contratados no início da temporada e apresentados como mais-valias para o clube. Culpa dos jogadores?

8. Gastos na ordem dos €11M – tornando o Sporting no clube que mais gastou neste mercado de inverno – quando os objectivos passíveis de se atingir, de forma realista, se deveriam reduzir a duas taças, uma das quais de pouca importância. Culpa dos jogadores?

9. Confrontos físicos entre o jogador mais bem pago do clube e o Director de Futebol, posterior demissão deste – tudo em ausência do presidente – após uma vitória sobre o clube com que se partilhava o 4º lugar. Culpa dos jogadores?

10. Derrota histórica com um presidente de férias no Brasil e uma estrutura dirigente reduzida a Pedro Mil Homens e(?) Salema Garção, em dias posteriores à divulgação de escutas que denigrem o actual presidente nas palavras de Pinto da Costa. Culpa dos jogadores?

11. Proposta de revolução de balneário sem que exista uma cúpula dirigente visível ou sequer imaginável, sem que se saiba que será o próximo treinador, em dia de jogo. Culpa dos jogadores?

E estou a ser simpático ao não falar das inúmeras outras ocasiões (como a da invasão da Academia à pedrada e a recente rábula da troca de bilhetes pela antecipação do jogo da Taça da Liga) em que o comportamento da estrutura dirigente tem sido pouco menos que vergonhoso…

E QUEREM TROCAR OS JOGADORES? Troquem mas é de dirigentes.

Havia condições para os jogadores terem um bom desempenho desportivo? A resposta é NÃO."

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