segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Bom Ano! Este é o meu Sporting!

Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, 

a que se deu o nome de ano, 

foi um indivíduo genial. 
...Industrializou a esperança 
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.



Doze meses dão para qualquer ser humano 

se cansar e entregar os pontos. 
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez 
com outro número e outra vontade de acreditar 
que daqui para adiante vai ser diferente para você, 
desejo o sonho realizado. 
O amor esperado. 
...A esperança renovada.

(excerto do poema de Drummond de Andrade)

Tudo seria mais fácil se, ao remetermos para a reciclagem o velho calendário, fossem com ele embrulhados também os velhos problemas. Seria demasiado fácil, e a nada assim tão fácil é creditado grande valor. Talvez não fosse "necessário" que o ano que se aproxima  fosse tão difícil como os indícios fazem prever.

No que ao Sporting diz respeito o contexto não podia ser pior. Mais do que apenas uma crise de resultados da sua equipa de futebol o clube vive dias tumultuosos, sendo muito difícil de prever o seu seu desfecho. Se as crises são oportunidades podemos concluir que o Sporting vive desperdiçando, crise após crise, as oportunidades.

Há quem diga hoje, face à conjuntura, que "este não é o meu Sporting", quem, exija "o seu Sporting de volta" ou até quem pense em "refundá-lo". 

Mas este Sporting de hoje, é  o meu Sporting, clube ao qual me orgulho de pertencer. E, ao contrário do que por aí se vai dizendo, não há neste sentimento um segundo de resignação ou conformismo, antes sim a consciência de que o Sporting é não apenas este momento, é também toda a sua história e o futuro que lhe soubermos oferecer.

Há quem prefira viver o Sporting às fatias, reclamando para si apenas as vitórias. Eu prefiro-o inteiro, com todas as suas glórias e cicatrizes. Este Sporting actual, não sendo o que eu gostaria que fosse, é também o meu Sporting, do qual não desisto de encontrar todos os dias a esperança num futuro sustentadamente melhor. 

E não é por ser um ano que se adivinha difícil, somado às já muitas dificuldades, que anula o desejo e a vontade de conseguirmos prevalecer inteiros sobre as dificuldades. Consegui-lo faria de 2013 um Bom Ano, e esse é o meu desejo para todos os leitores do A Norte de Alvalade.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Equipa do Sporting é a melhor da Taça Desliga

Quase todas as primeiras páginas dos jornais confluem hoje na conclusão que o Sporting se afundou ontem em Vila do Conde. Acontece que o Sporting já se encontra no fundo desde o inicio de época, sendo o momento em que isso para mim ficou mais evidente foi o jogo em casa com o Estoril. Se houvesse uma Taça Desliga seríamos campeões, cada jogador joga por si, sem a menor ligação. O vocábulo colectivo não existe no seu dicionário.

Tenho-o dito aqui várias vezes que a equipa do Sporting - que alguns querem confundir com o clube no seu todo - é das piores da 1ª Liga e os resultados e classificação demonstram-no de forma inequívoca. Não percebo por isso as reacções após cada jogo que o Sporting tem disputado, como se constituísse alguma surpresa  o que vai acontecendo em cada 90 minutos.

Também disse aqui anteriormente que Godinho Lopes se atirou a um poço com uma mó ao pescoço no momento em que hesita na escolha do substituto de Sá Pinto, entregando o comando a Oceano, tendo de seguida escolhido Vercauteren. Passados 2 meses, quanto tempo mais é necessário é para perceber que não houve a mais pequena mudança qualificativa que justifique a manutenção do técnico belga? Pior do que cometer um erro é ter a noção clara da sua existência e nada fazer para alterar as suas consequências. 

A escolha de Jesualdo foi um momento de clarividência que tende a não produzir qualquer resultado se a esta estranha contemplação perante a hecatombe se mantiver. Há limites para o sofrimento e esse não atinge apenas os sócios e os adeptos, nota-se e de forma bem vincada nas expressões faciais dos jogadores. Quanto mais se prolongar esta agonia mais difícil será inverter esta situação cada vez mais terrível e como são os jogadores que jogam.... E convém reter que Jesualdo é apenas treinador, não é nenhum santo milagreiro.

Jesualdo deve ter ficado estarrecido com o que viu ontem no estádio dos Arcos. Não só não deve ter conseguido vislumbrar o que têm andado estes jogadores a treinar esta época como deve ter percebido que a sua missão, se a vier a ter que executar, é bem mais difícil do que por apenas a equipa a jogar com os princípios mais básicos do futebol. É que, mais uma vez, o Sporting jogou o jogo todo em inferioridade numérica desde o apito inicial, sendo o apito um dos jogadores do adversário. E essa diferença foi ainda maior com a saída de Dier, por razões, se aplicada a lei, levariam o Rio Ave a perder ainda mais jogadores. Há quem diga que a jogar assim desta forma não temos o direito de reclamar más decisões dos árbitros. Isto é tão idiota como afirmar que um pobre coitado não tem o direito a reclamar quando o seu casebre é assaltado. 

sábado, 29 de dezembro de 2012

Pereira Cristóvão ao Expresso: O Sporting é um clube autofágico

O Sporting é um clube autofágico, diz Paulo Pereira Cristóvão, entre muitas outras coisas, hoje ao Expresso. 

Com pouco tempo para comentar, partilho com os leitores a entrevista na íntegra, bemo como a a minha concordância com o entrevistado.

E continuo a pensar que faz muita falta ao Sporting quem, como PPC, assim fale e haja, quer para dentro quer para fora do clube.



quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Ainda há algum bom senso no Sporting

Notas breves sobre a actualidade do Sporting, com o mote dado pelas declarações sensatas (e únicas dentro deste tom, até agora) de Abrantes Mendes. Se ainda há algum bom senso no Sporting ele parece estar consubstanciado nas suas declarações:
"Neste momento o ambiente é de explosividade latente para que haja uma AG serena e pacífica como se quer."
 
"Deverá ser Godinho Lopes a resolver a situação e ser ele a convocar eleições."

Com a mesa da AG a dar claros sinais de que deixou de representar todos mas apenas uma parte dos sócios, cabe a Godinho Lopes perceber que eleições a curto prazo, antecedidas por um por um debate cada vez menos civilizado sobre se deve haver ou não AG, a que se seguiria uma campanha eleitoral de cariz idêntico, em nada beneficiam o Sporting. Pior, serão um elemento adicional de instabilidade no seio de uma equipa que está muito mais perto da linha de água do que dos lugares do pódio. 

É curioso assistir ao bramir dos Sportinguistas após cada derrota, vendo-se de seguida pugnar por soluções que em nada alteram o essencial do problema e que podem muito bem concorrer para o agravar. O clube em geral pouco tem a ganhar com mais uma disputa eleitoral preparada à pressa. A menos que a intenção de quem tem que decidir não seja a de que apareçam soluções, mas apenas "a solução"...

Assim, e tornando-se o cenário de eleições incontornável, Godinho Lopes deveria considerar a apresentação da sua demissão e procurando que as eleições, concorrendo ou não, fossem marcadas para o final da época futebolística. Dessa forma permitia 

i) algum desanuviamento em torno da equipa e do clube em geral.

ii) a formação de listas com tempo, procurando-se pessoas para os cargos e não apenas encher as listas.

iii) a preparação atempada da próxima época. Todas as listas concorrentes ficavam com espaço temporal para escolher equipas técnicas e jogadores.

iv) evitava o desgaste desnecessário aos novos corpos sociais que, de outra forma, terão que aguentar com os restos de uma época desastrosa.

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Jurei a mim mesmo não comentar as declarações de Eduardo Barroso ao jornal "ABola".  Mas aproveito para lembrar o que disse aqui sobre escolha para o cargo que agora ocupa:

Eduardo Barroso é um insigne cirurgião nacional, responsável por um trabalho notável e por todos elogiado, e que certamente nos orgulha por ser também Sportinguista. Mas é notório que no exercício das suas funções profissionais não usará da mesma irracionalidade que também o notabiliza no programa semanal na TVI. Tê-lo à frente de uma assembleia geral, onde as discussões acaloradas e a exaltação de ânimos são comuns, parece-me tão avisado como por um pirómano à frente de uma bomba de gasolina. E com isto nem sequer discuto se o cargo não recomendaria um jurista em vez de um clínico.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Porque é Natal

O Natal há muito que é já é mais do que apenas uma celebração de cariz religioso para ser um momento de tréguas. É um momento de regresso, por fugaz que seja, à inocência de acreditar que o mundo que vivemos pode ser melhor. 

O Sporting naturalmente que nos suscita milhentas preocupações, mas o clube é uma entidade que concentra sobre a si a atenção, o carinho, o cuidado, o amor e a paixão de milhões. Isto dito, seria do mais profundo egoísmo vir aqui falar dos nossos problemas, esquecendo todos os que, estando entregues apenas a si mesmos, têm apenas os poucos dias que esta quadra encerra para nos lembramos deles. Com cada vez mais portugueses, de todas as faixas etárias, a viverem à margem do que é indispensável para uma vida digna, se não podermos fazer mais, pelo menos lembremo-nos deles.

Este é também o momento de exaltação do melhor do que a natureza humana ainda conserva e por isso este não é a altura de desperdiçar a atenção e energia com os únicos miseráveis, que são aqueles que tendo tudo - a educação, o conhecimento, etc. - preferem semear o nada.

Não é o momento de desviar as atenções para os que, tendo a facilidade de ser ouvidos, desperdiçam o tempo a cevar o ego, sendo incapazes de deixar outro legado que não seja apenas o seu próprio ruído.

Tenho um ano inteiro para ver triunfar a canalhice, a cobardia e desonestidade e por isso prefiro chamar hoje à atenção dos que não podem fazer mais do que esperar que alguém se lembre deles.

Podemos escondermo-nos na impossibilidade de, sozinhos, mudar o mundo para ficarmos confortavelmente remetidos a um canto, como podemos, com pequenos gestos, mudar a realidade que nos rodeia.

Sendo também este uma quadra de reencontro familiar e sendo este um blogue Sportinguista, é quase obrigatório aproveitar o ensejo para desejar a todos, sem excepção, um Natal Feliz. Um desejo que é extensível a todos, independentemente da sua filiação clubistica.

PS- Já depois de publicado o post fui dar uma vista de olhos pelo histórico do blogue e dei com o último postal conjunto dos editores deste blogue. Foi publicado há 2 anos mas não perdeu a actualidade. Mas foi há 2 anos...


Pode um Natal sem pinheiro, sem rei mago (o Baltasar retirou-se) e com Jesus noutro presépio ser um Natal pobre e triste para os Sportinguistas? Pode, se o Natal não for o verdadeiro Natal. Neste tempo o que realmente conta não é o que se tem mas sim o que se é. Por isso, quando toda a agitação acessória, tão própria da quadra, cessar e olharmos para o que somos e à família que pertencemos  o que fica é a sólida certeza que só podíamos ser assim, Sportinguistas, ou mais nada. Obrigado a todos os que nos distinguem com a sua passagem por aqui, seja comentando ou apenas lendo. Boas Festas!
LDA
 
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"Como estamos na quadra natalícia, e sonhar não custa, gostaria que o Pai Natal - o meu equipa à Stromp - concedesse à Nação Leonina um presente: competência. Porque será ela que nos trará a tão ambicionada união, fruto do aumento da qualidade do trabalho efectuado e por conseguinte os tão ambicionados títulos. A todos os leitores do "A Norte" Boas Festas e que 2011 seja melhor que 2010."
JVL
 
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Foi um ano duro para os Sportinguistas, mais uma prova de fidelidade e militância ao nosso clube e aos nossos princípios. Será fácil dizer que tudo correu mal, mas felizmente tal não é verdade, um possível exemplo é aqui o “A Norte de Alvalade”, aqui vive-se Sporting de uma forma intensa e apaixonada, discutimos, acusamos, gritamos, somos racionais e emocionados, somos Leões! Todos temos razão, na base de qualquer argumento está um desejo, tornar o Sporting melhor, um clube tão grande como os maiores. O meu desejo para o futuro é ver a família reunida em paz e harmonia, não como leões amorfos, enjaulados e acossados mas como um grupo unido de reis da selva, agressivos, combatentes e vigilantes contra as hienas que nos atacam. Já sobrevivemos a 2010, venha de lá 2011. Nesta época de festejos e reunião familiar, quero desejar a todos, companheiros de edição,  comentadores e leitores um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo. Ergue-te Sporting!
LMGM
 
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Confesso que ao fim de viver mais de três décadas de festejos natalícios e com a excepção do meu filho, cuja imaginação não deixa de me surpreender, começou a ser complicado escolher presentes para oferecer aos meus entes mais próximos e, ainda mais, pedir ‘prendinhas no sapatinho’. De modo que, desde há uns bons anos a esta parte, à sazonal pergunta “o que é queres pró o Natal?”, adoptei uma resposta típica: “qualquer coisa relacionada com o Sporting”…

E, perguntam os nossos leitores mais curiosos, onde é que um episódio tão corriqueiro se encaixa com o que este post pretende? Simples, meus caros amigos leões, é que tenho a certeza que muitos mais milhares de sportinguistas têm episódios semelhantes para apresentar. E é o somatório de milhões e milhões de episódios banais como este, por nós protagonizados, que fazem do Sporting o COLOSSAL clube que é e que continuará a ser, eternamente! Assim sendo, os meus desejos para os nossos leitores e os meus companheiros ‘nortenhos’ são igualmente simples: que tenham um Feliz Natal (pintado de verde e branco) e que mantenham esse espírito leonino bem vivo no próximo ano de 2011!
VIRGÍLIO
 
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“Este é um Natal mais triste e amargo no universo Leonino. É inegável o desconforto e a descrença que se abateu em torno do nosso clube. Não escrevo desde Agosto e no meu último post, falava na “morte de Alvalade”. Bem sei que é um tema impróprio para ser relembrado numa quadra de vida como é o Natal, mas a verdade é que nos últimos tempos, Natal após Natal, o nosso Sporting parece que vai morrendo um pouco mais.

E porque este alerta deve estar presente em todos nós, urge para além de expressarmos livremente a nossa opinião, gerar esforços e concertar estratégias que voltem a erguer bem alto os valores e o nomo do Sporting Clube de Portugal. Se assim for, talvez no próximo Natal esta mensagem leve mais esperança e optimismo do que o momento actual.

Independentemente de tudo o resto, o Sporting vive em nós e nós no Sporting. A toda a família leonina, deixo votos de um Feliz Natal e um Ano Novo com muita saúde e sucesso.”
LEÃO TRANSMONTANO
 
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"O meu pedido de Natal desportivo anda à volta do 'sonho' que o Dr. Eduardo Sá Ferreira nos apresentou aqui há umas semanas atrás. E, de todas as dimensões que essa ambição encerrava, centro-me na união de todos os sportinguistas. Custa-me ver-nos desgastados em discussões ácidas e despudoradas. Se o Sporting precisa de todos, juntemo-nos todos para crescermos em conjunto e superarmos as adversidades. O adversário está lá fora. Desejo um bom Natal a todos os 'nossos' - todos os sportinguistas. Sporting Sempre!"
BRUNO MARTINS
 
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"Não sendo religioso, não deixo de aproveitar esta quadra para estar junto daqueles que me são mais próximos e desejar a todas as maiores felicidades para os próximos tempos. Dentro da nossa família leonina, o pensamento é naturalmente equiparável. Tal como as discussões que temos com aquele primo ou tio afastado, também no nosso clube temos as nossas desavenças e os nossos debates. No entanto, é mais forte aquilo que nos une do que aquilo que nos separe.

Durante largos anos, a família leonina soube manter-se unida de uma forma ou de outra, por isso, desejo que nesta quadra exista a oportunidade de consciencializarmos-nos da importância da nossa proximidade e crença pelo nosso ideal: Sporting Clube de Portugal. Boas Festas a todos"
HUGO MALCATO

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Em minha casa o Pai Natal é verde! É verde de esperança, repetida ano após ano, num mundo melhor para todos. É verde de raiva pelo caminho que o meu Clube vai percorrendo: derrotado mais vezes que o admissível, desagregado, onde todos têm as soluções milagrosas e entendem de futebol como mais ninguém no Clube. É verde de angústia por querer olhar para o futuro leonino e não ver aparecer nenhum Sportinguista, com vontade, saber e carisma, para reagrupar as gentes e reerguer o Clube. É verde para ensinar a nova geração que só há uma escolha possível. Mas em minha casa o Pai Natal é verde porque verde é a cor do nosso grande amor, o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL! Um bom natal para todos e um 2011 cheio de vitórias do nosso SPORTING!
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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

De um Sporting pouco conhecido

Da caixa de comentários deste blogue retiro algumas observações aqui deixadas pelo nosso consócio  Francisco Fernandes. A razão do destaque tem um motivo principal: são poucas as vezes que este estrato de associados tem voz na blogosfera, mas são uma parte incontornável de um todo.

O comentário, que pode ser lido na íntegra no post "O Sporting está unido"é um "grito de alma", e tem referências históricas que merecem reflexão. É também revelador da preocupação que todos sentimos sobre o momento do clube. Para que a sua leitura possa ser feita sem "desvios de atenção" foram-lhe retiradas algumas referências à actualidade.

Factos foram os que vivi muito antes do Sr. João Rocha, o melhor presidente que o nosso clube teve! Por pouco me faltar para perfazer 70 anos e ser sócio desde os meus 20 anos, com passagem pela Guiné na tropa e Moçambique em trabalho sem nunca deixar de pagar as minhas quotas como sócio correspondente neste último caso, sei muito bem apreciar a grandeza do SPORTING e o sofrimento que nos causam os momentos menos bons que volta e meia atravessa. 

Acompanhei in loco certas AGs e tive com outros consócios de defender o JR de indivíduos vestidos como motards de ser agredido com os seus capacetes, erguendo uma barreira humana no palco onde discursava, no pavilhão mais próximo do estádio. Vivi muitos momentos menos bons do Sporting e nunca senti como agora as tensões e as fragmentações que se constatam actualmente, em que a internet tem o papel de caixa de repercussão dos dislates que se dizem e que a CS aumenta exponencialmente.

Continuo a afirmar que o momento não é nada bom e que jamais esperava ver o que se passa hoje com a nossa equipe principal de futebol. Se calhar também estou gágá e cegueta, como já li terem chamado ao expoente máximo do ecletismo do Sporting, quando ele afirmou que mesmo que acabasse o pontapé na bola o Sporting não morreria!

Eu comecei a adorar o SPORTING ainda criança por causa do ciclismo, numa aldeia dos contrafortes da Gardunha, ouvindo as chegadas da Volta a Portugal. Sofri e chorei com a final perdida na Taça Latina com o golo do Rogério "pipi", para os nossos rivais de sempre. Alegrei-me com as vitórias memoráveis que o futebol nos proporcionou na Taça das Taças, o hóquei nos tempos do nosso pavilhão a rebentar pelas costuras para apoiar o Ramalhete, o Rendeiro, o Chana, o Livramento, etc., também com o andebol, basquetebol, atletismo, ténis de mesa e futsal, e fiquei triste com desaires inesperados, como acontecia com tantos e tantos sportinguistas que na altura acompanhavam tudo o que era SPORTING.

Não recebo lições de sportinguismo de ninguém, mas também não me acho superior a qualquer outro que comungue do mesmo sentir. Penso pela minha cabeça e não vou nunca atrás de quem se afirma o dono único da verdade. Com o tempo e a idade aprendi que é preciso dar tempo ao tempo e nada acontece com um simples estalar de dedos e muito menos com violência, seja ela física ou verbal.

O barulho e o ódio só trazem ainda mais barulho e ódio, com as consequentes confusões e divisões. É o triste espectáculo a que se assiste hoje entre os sportinguistas para gáudio dos nossos adversários. Será que o ditado que diz: dividir para reinar se aplicará aqui?

Com um viva o SPORTING despede-se o Sócio nº 3.617-0 com game box desde que elas existem com lugar no sector A3,fila 7, lugar 25, nem sempre presente por morar em Abrantes,os jogos serem quase sempre à noite, usar óculos e ter que trabalhar, apesar de reformado, voluntariamente numa IPSS, como membro da direcção.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

De Jesualdo "The Manager", ao caso PPC, até à "Última Ceia"

O Manager
Jesualdo Ferreira foi ontem apresentado como manager para o futebol do Sporting. Uma decisão feliz a contrastar com um momento particularmente infeliz.

Não sabemos se a sua passagem será prolongada ou breve, porque no Sporting cada dia é uma eterna voragem e um triturador de pessoas e vontades. E não é de crer que o que está por fazer seja tarefa para um homem só, porque não é. Mas a sua entrada corresponde a uma decisão necessária e importante na reconstituição do departamento de futebol. 

Podia dissertar se a decisão é meramente politica e ou cosmética, mas prefiro salientar que ela corresponde a uma necessidade há muito identificada pela generalidade das pessoas que se debruçam sobre o futebol do Sporting e esse é o facto que prefiro relevar. Desde ontem que o êxito dele será também o nosso pelo que lhe dou as boas-vindas e deixo os meus singelos votos de boa sorte.

Se há referência para o cargo que agora Jesualdo vai ocupar ela é Fergusson, daí a escolha da ilustração do post. O perfil de Jesualdo - a idade, o curriculum - e o seu trajecto recomendam-no. Mas, para a sua passagem pelo Sporting ter significado é necessário tempo. Por isso era bom que Jesualdo o pudesse ter, como teve Ferguson. E, tal como o escocês, pudesse sobreviver à passagem, quase sempre fugazes, dos corpos sociais. 

O Sporting não pode continuar a ser um cemitério de sonhos, uma vala comum a cada dia mais profunda de desgostos, intrigas, traições e angústias. Para o evitar vai ter que querer dar continuidade a alguma coisa ao invés da permanente vontade de terminar o que mal chega a iniciar.

E diga-se que Jesualdo começou bem. Desde a referência à formação, à importância de manter os melhores jogadores mas apreciei particularmente a forma elevada e simultâneamente lúcida como falou de nós:

«Por fora, sempre que fui adversário do Sporting e daquilo que me habituei a acompanhar da sua história, sempre senti que era um clube diferente dos outros. Tinha uma história diferente, construída de forma diferente. Vibrei na minha adolescência com alguns grandes jogadores e grandes equipas que o Sporting teve, mas acompanhou-me a dúvida permanente do porquê de este grande clube não ser constante, ter tantas oscilações e não ser durante tanto tempo o que tanta gente quer» salientando também a «fidelidade e a paixão da massa associativa, apesar da ausência de títulos»

A última ceia 
A primeira página do jornal do clube que hoje sai para as bancas é um bom exemplo do fracasso que tem sido a politica de comunicação de Godinho Lopes em quase todo seu mandato. Seguramente o fruto de uma má assessoria que resulta de más escolhas. Num momento particularmente delicado da vida do clube e em que a liderança é escrutinada acto a acto, um episódio como este pode ser mais fatal que desligar a máquina a um doente nos cuidados intensivos. 

A falta do mais básico bom senso anula de forma fulminante a vontade de perceber qualquer boa intenção, mais ainda atendendo à importância que a quadra que se pretende comemorar tem nas famílias portuguesas. A capa é ainda mais perniciosa por ainda dar mais foco negativo ao clube, quando este é já excessivo. O Sporting precisa de estar nas noticias, mas por boas razões.

Não sei se alguém quis fazer a cama a Godinho Lopes e gostaria de evitar esta teoria conspirativa. Prefiro pensar que todos nós nos deitamos na cama que fazemos, mas este episódio lamentável revela também que Godinho Lopes está pouco ou mal acompanhado.

O regresso do caso PPC
Pode ser apenas uma coincidência mas, no preciso dia que PPC volta a falar à comunicação social, o seu caso na justiça volta a conhecer desenvolvimentos. E os piores para imagem da justiça, tendo em conta que as noticias chegaram primeiro aos jornais do que ao arguido e respectivo advogado. Isto já não é uma coincidência, é um modus operandi.

Nunca gostei de ver a execução de justiça pelas mãos de quem a reclama. Nunca gostei de vigilantes. Mas também é verdade que, como individuo, nunca foi objecto de assaltos contínuos que me retirem o bem-estar que tão difícil me é de alcançar. E tenho a sorte de viver num sitio onde o portão não é fechado à chave e a porta de casa fica aberta onde ninguém entra sem pedir licença. Se a minha rua fosse anos a fio devassada e as casas assaltadas por um bando de malfeitores organizados, retirando o que é meu para depositar no quintal do meu vizinho, e a justiça ou fosse incapaz ou fosse fechando os olhos, certamente que mudaria de opinião e de actos. 

Se dúvidas houvesse na forma iniqua e desigual como o Sporting tem sido tratado pela arbitragem atente-se à reacção da APAF, que já solicitou o regresso do caso à justiça desportiva e nos últimos trinta anos assistiu caladinha e  muitas vezes conivente, à corrupção e ao tráfico de influências. Nojo, o mais profundo dos nojos é o que eu sinto por estes biltres, cópias decrépitas de mal-feitores saídas de filmes de série B.

Lamento a exposição pública que o caso trás ao clube mas lamento ainda mais a saída de Paulo Pereira Cristóvão. Mas os seus actos, a serem verdade, produziram pelo menos um efeito favorável: uma das bestas negras do Sporting, o tal Cardinal, não tem podido usar a sua bandeirinha mágica.

Quanto à vigilância aos jogadores é para rir. Todos os grandes clubes o fazem e se o Sporting o começou a fazer agora já foi tarde.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O Sporting está unido

Todos os Sportinguistas o assumem: do ponto de vista desportivo este é o pior momento da história do Sporting. Se não é, é pelo menos o pior das nossas vidas. No entanto os comportamentos permanecem iguais aos de sempre, como se o Sporting vivesse no melhor dos seus dias. O resultado pode ser o eclodir de uma tempestade perfeita, cujos sinais parecem estar a ser ignorados, como se o Sporting pudesse permanecer eternamente intangível a todos os danos.

Ora, quer do ponto de vista desportivo quer financeiro o Sporting nunca terá estado tão exposto. Do ponto de vista da sua sua massa associativa, esta está mais fragmentada do que nunca, vivendo-se um clima irrespirável e insano. 

Esta é uma realidade nova para nós. E é muito mais complexa do que pode parecer à primeira vista pelo que a reflexão e cautela deveriam substituir-se aos raciocínios simplistas e aos velhos chavões do discurso Sportinguista. 

Vercauteren não tem conseguido distanciar-se da imagem de mais uma escolha errada e de uma perda de tempo mas, reflectindo 5 segundos, sou levado a concluir que nem na Bélgica seria campeão se a sua proposta de jogo fosse sequer semelhante ao que temos visto. Por isso urge perceber porque não consegue introduzir a mais pequena diferença estando cá a tempo suficiente para o fazer.

Quem viu o Wolfswinkel falhar o penalty com o Nacional pode pensar que ele fez de propósito (porque quer ir para um clube que lhe pague mais e que o livre dos nossos problemas) ou que o peso do momento nas camisolas e nas botas é tão grande que torna a baliza demasiado pequena, mesmo que vista apenas a 9 metros e apenas com um guarda-redes pela frente.Não era mais fácil do que marcar aquele golo, ontem, de cabeça?

Há quem ache insultuoso pensar que o Sporting luta neste momento pela manutenção na primeira liga. Essa é porém uma realidade insultuosa "apenas" para a grandeza de um clube como o nosso. Mas essa grandeza, que nos advém do passado rico e da importância do clube no mundo, não joga à bola. Quem joga à bola é a equipa e, a manter-se a jogar ao nível que o faz, não sairá da posição em que se encontra, sendo mais provável descer do que subir na tabela.

Talvez estivesse na hora de perguntar aos adeptos do FC Borússia Mönchengladbach, do Nottingham Forest, Newcastle, Atlético de Madrid, - exemplos aleatórios - se ainda hoje acreditam que descer de divisão era possível. Bom, pelo menos os do Nottingham não poderão desmentir o pesadelo, porque ele é ainda uma realidade...

Não pretendo aqui fazer o apelo ao discurso da união, porque não acredito nas suas premissas, pelo menos se ele significar a unicidade de pensamento ou uma lobotomia ao sentido critico. No essencial o Sporting está unido: no passado que nos é comum e no que o futuro nos trouxer. O barco é o mesmo e se for ao fundo não leva apenas o Godinho Lopes. Com ele vai também o Bruno de Carvalho, o Pedro Baltazar o Joaquim, o José, a Maria ou Ana, e cada um de nós. Talvez esta, mais do que gritar, seja a hora de simplesmente remar.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Assista às AG´s a partir da TVI

De há muito que me recuso a ver qualquer programa onde participe Eduardo Barroso em representação do Sporting. Desde logo porque não lhe reconheço essa representatividade e porque, no geral, as suas participações me envergonham, quer pelo desconhecimento das matérias que revela, quer sobretudo pela irracionalidade das afirmações e comportamentos. O mesmo para Rui Oliveira e Costa e para a sua argumentação rasteirinha e humilhante. Apesar de algumas semelhanças entre um e outro, o Ferreira ainda tem Dias...

Tinha prometido a mim mesmo não me referir mais a este senhor porque, sendo ele ainda o PMAG, entendia ser meu dever tentar preservar-lhe alguma da dignidade que ele parece querer abdicar cada vez que escreve ou abre a boca. 

Barroso sabe que os Sportinguistas não gostam que acumule a função de paineleiro com a de PMAG, porque quem lhe vai transmitindo a informação "sobre isto aquilo" não podia deixar de lho dizer. Mas ainda assim agarra-se ao lugar, preferindo-o a fazer a vontade dos que representa , preferindo satisfazer o seu ego.

É-me indiferente que uso o seu tempo de antena para um ajuste de contas pessoal com Godinho Lopes por causa da rábula dos médicos, embora considere tal de gosto duvidoso. Mas acho vergonhoso que se sirva do mesmo palco para se pronunciar sobre decisões que resultam de competências exclusivas como PMAG e que, por isso, deveriam ser anunciadas no local,  no momento apropriado e em primeira mão apenas aos Sportinguistas. Isto torna Barroso indigno do cargo que ocupa.

Mas também não é menos mau que este "PMAG de interruptor" se desligue para depois vir, já como adepto, descredibilizar o papel de Jesualdo, quando este ainda não se sentou na cadeira. É que, caso ainda não tenha reparado, a sorte de Jesualdo será também, a partir de agora, também a nossa.

Ao que parece as AG´s do Sporting agora começam no programa da TVI. Este tipo de actuação configura o pior dos desrespeito pelos sócios do Sporting que, ao contrário do que sucederia em AG, não podem servir-se dos regulamentos para manifestarem a sua opinião, favorável ou contrária. . E, no momento em que muitos clamam por eleições, por considerarem a gestão de GL incompetente, qual é o critério que possa ajudar Eduardo Barroso a passar pelo buraco da agulha? Se os Sportinguistas acham que se enganaram ao escolher GL não podem achar que o mesmo não aconteceu com o actual PMAG.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

As entrevistas de GL e Jesualdo

Notas ligeiras sobre a entrevista ontem de Godinho Lopes e Jesualdo hoje ao "O Jogo"

A entrevista ontem de Godinho Lopes à RTPi
Provavelmente hoje o único facto que hoje será objecto de acordo entre os Sportinguistas, relativamente à entrevista de Godinho Lopes, ontem à RTPi é que nela foi confirmado o ingresso de Jesualdo Ferreira no cargo de manager para o futebol do Sporting. O resto cada um ouviu o que quis e do pouco do que foi dito  nada de muito novo foi acrescentado.

Nesse sentido a entrevista seria sempre inútil, porque este é o momento mais baixo de GL com graves danos na sua imagem e credibilidade. Para uns esse é um estado já sem remissão, outros guardam os seus veredictos para ajuizarem do acerto das últimas medidas tendentes a reorganizar o departamento de futebol e o impacto dessas medidas na situação económico-social.

A entrevista, como forma de dar uma explicação aos Sportinguistas sobre o que pretende para o que resta do mandato era no entanto obrigatória, tinha-o dito já aqui. GL esteve bem preparado, tirando alguns coelhos da cartola como o aconselhamento de Aurélio Pereira, a comunicação a uma só voz num registo que mudou muito para melhor em relação às primeiras aparições.

Como entendo o futebol como a mola real do clube foram as alterações a realizar já em Janeiro que retiveram o melhor da minha atenção. E, neste momento muito particular, preocupa-me os efeitos que possa vir a ter no plantel saber-se que há já guias de marcha assinadas sem se saber muito bem quem são. Assim como saber-se que o Sporting está vendedor e os efeitos que isso tem no mercado e na cabeça dos jogadores. O mercado sabe-se que penaliza sempre a necessidade e para quase todos os jogadores sair do clube era não só um alivio como uma possibilidade de relançar a carreira, bem ao contrário do que promete a permanência. Atendendo a que precisamos dos jogadores focados na melhoria da equipa e não com um pé dentro e outro fora...

Neste âmbito fiquei sem perceber o critério usado para chegar a Vercauteren. O "era necessário um estrangeiro" já de si é digno de discussão, e o porquê deste em particular não menos.

A entrevista e (a contratação) de Jesualdo
Há poucos dias dizia aqui que Jesualdo, dentro dos treinadores portugueses disponíveis, seria o treinador indicado para iniciarmos a recuperação há muito ansiada. Para já não será ele o treinador mas, como manager,  e actuando junto com Vercauteren, poderá ser muito mais útil que qualquer treinador adjunto acabado de chegar à Portela, vindo da Bélgica. 

É uma decisão feliz e crucial, especialmente num departamento onde o conhecimento técnico do futebol do futebol não abunda. Jesualdo tem do seu lado uma imagem - e também o proveito - de um profissional rigoroso e competente com passagens bem sucedidas pelos diversos escalões de formação até ao topo, com passagens notórias pelos nossos rivais FCP e SLB, especialmente pelo primeiro. Foi também crucial na subida de nível do Sporting de Braga, que o agora tão incensado presidente governava com um treinador por trimestre. 

Jesualdo adquiriu recentemente uma competência que lhe poderá ser muito útil, juntando aos seus muitos anos de futebol. A sua passagem por um clube - Panathiniakos - e um país - Grécia - em desagregação tornam-no num profissional especialmente habilitado para trabalhar no actual Sporting.

Claro que não faltarão dúvidas relativamente às suas competências ou até à sua origem clubista. Começando pela segunda, esse não foi um problema para Pinto da Costa ao ir buscá-lo, como não parece ter sido para Vieira ao contratar o sportinguista JJ. Depois há que considerar que, no universo Sporting não há quem esteja tão bem habilitado como Jesualdo. Quanto à primeira, e lembrando o que dizia aqui há tempos, ninguém serve para o actual Sporting.

A entrevista de Jesualdo hoje ao jornal "O Jogo" será colocada aqui até ao final da manhã


sábado, 15 de dezembro de 2012

4 em 21

Nem Wolfswinkel nos valeu...

Só com muita falta de brio, que é o mínimo que se deve exigir aos jogadores do SCP, é que se explicam os primeiros 25 minutos de hoje na Choupana. Atitude zero. E quando nem vontade se apresenta, é impossível avaliar todas as restantes componentes do jogo. Mais espanto, a existir, só se for pela demora do Nacional em encontrar o caminho do golo. Depois de se encontrarem a perder, lá se viu um assomo de vergonha e de algum esforço dos jogadores leoninos.


No segundo-tempo melhorou um bocadinho. Pelos menos houve vontade de jogar futebol. Chegou para o Wofswinkel não acertar na baliza na transformação de uma grande penalidade indiscutível e para Cedric fazer um golo que muito dificilmente voltará a repetir: belo remate com o pé esquerdo num golo de excelente efeito. Até ao fim assistimos a mais um punhado de jogadas perigosas de parte a parte, chegando o final da partida com a justa repartição de pontos para as duas equipas de aflitos. O jogo reflecte a classificação que ambas apresentam. A notícia é que não há notícia e tudo continua como dantes, quartel-general em Abrantes. Terça-feira promete mais deste bailinho da Madeira.

Ficha do jogo:

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Izmailov. Que solução?


Izma, outra vez sem treinar...


Apesar dos múltiplos episódios nebulosos relacionados com Marat ocorridos ainda antes do famoso abandono da Academia de Alcochete (em pleno estágio e a poucas horas de um jogo fulcral da Liga Europa contra o Atlético de Madrid), a minha admiração por Izma não sofrera abalos… Tudo mudou a partir desse episódio. Na altura, Costinha, Director Desportivo da SAD, foi eleito pela sofrida massa adepta leonina, como o bode a expiar. A minha posição, contrariando a grande maioria de sportinguistas (começa a tornar-se um velho hábito…), foi a de que o russo em conjugação com o seu empresário, teriam que suportar o ónus de mais uma embrulhada. Não foi esse, no entanto, o entendimento geral. Marat, de potencial criticado, foi transformado em vítima, quase num mártir a glorificar. Note-se que já naquela altura era eu grande crítico da equipe dirigente em funções, principalmente do presidente JEB, e nem isso me impediu de, perante os factos conhecidos, perceber que neste episódio o russo dificilmente poderia sair ‘ileso’. E que Costinha, mesmo tendo-se excedido em declarações extemporâneas, dificilmente poderia ter agido de forma muito diferente naquele famigerado dia. A conclusão, perante a reacção colectiva leonina da altura foi, no entanto, outra: Costinha saiu (definitivamente?) ‘queimado’ e o russo, mais o seu “profissionalismo exemplar”, saíram reforçados daquele triste incidente. Sigamos o percurso posterior de Izma, que é o que nos interessa. Infelizmente, os episódios sombrios protagonizados pelo jogador, não só não cessariam como, inclusivamente, se intensificariam. Quem sabe se em consequência da protecção implícita concedida pela opinião publica leonina, sentindo-se o jogador com as ‘costas mais quentes’ que nunca e que o ‘aftermath’ desse caso lhe acabaria por proporcionar… Izmailov lá continuou no plantel tendo, mais tarde, renovado o vinculo com o SCP numa decisão louvada por quase todos! O investimento no jogador foi renovado, já o retorno desportivo é aquilo que agora sabemos… Passado este tempo todo e perante as notícias de hoje, imagino que será mais fácil contrariar estas declarações de Couceiro. Já li bastantes por aí... Com autênticas cambalhotas opinativas incluídas...

Voltando então ao doloroso presente… Ora, como um mal nunca vem só, sendo que no que concerne ao SCP esta máxima parece dimensionar-se em progressão geométrica, eis que Godinho Lopes tem mais uma situação bicuda para resolver: o enésimo ‘Caso Izmailov’… Como está bom de ver, independentemente da forma como vier a ser gerido este assunto, vai ser SEMPRE alvo de critica negativa. Quer admoeste, quer compreenda a suposta lesão… das costas do nosso 10 (talvez por aquecerem demasiado…); quer venda, quer mantenha o jogador após Janeiro próximo. As decisões que tomar serão escrutinadas até ao mais ínfimo pormenor, e não será em busca de argumentos abonatórios… Estamos perante mais uma previsível “lose – lose situation”, como diria Barack Obama, ou “preso por ter cão e preso por não ter” como diz o Zé Povinho deste nosso rectângulo. Assim sendo, o desafio que lanço aqui, sem qualquer provocação a quem quer que seja, é este:

Imagine o caro leitor que se encontra na posição de Godinho Lopes nas actuais circunstâncias. Como actuaria perante este caso?

Será bom perceber a opinião do povo leonino antes duma decisão… presidencial. Por duas razões. Primeira: para a malta perceber que há situações com que nos deparamos que são demasiado complexas e que uma decisão, seja ela qual for, implica sempre muitos riscos de sair gorada. Segunda: optem. E mais tarde, quando cada um de nós já souber a conclusão deste caso, bem como o destino e futuro rendimento de Izmailov que, diz-se, imitará o de João Moutinho, contrapor com a sua própria solução…

Mas hoje também é dia para celebrar. Faz hoje 26 anos:




O(s) projecto(s) de Godinho Lopes

Muito se tem falado do projecto de Godinho Lopes. Em face dos resultados todas as opiniões confluem no sentido de que ele não existe ou que morreu com  a saída de Domingos, Luís Duque e Carlos Freitas. 

Será bem assim?

Discordo da ideia de que não havia um projecto. Ele foi sobejamente explicado em mais do que uma ocasião, em entrevistas para o efeito, e que se pode resumir nestas ideias-força: o regresso de Luís Duque e Carlos Freitas, referências nos últimos títulos conquistados, para reorganização do departamento de futebol, contratação de um treinador com curriculum e reformulação do plantel. A essa reformulação corresponderiam 2 anos de prejuízos, por força do investimento realizado, e um terceiro de regresso do verde às contas. 

Estas ideias foram concretizadas com a contratação de Domingos e um elevado número de jogadores, divididos por dois lotes distintos, entre promessas para futura rentabilização (Carrillo, Árias, Turam, Rúbio) e jogadores mais "experimentados", (Rodriguez, Schaars, Aguiar, Bojinov, Capel, Rinaudo, Jeffren, Elias, Ínsua, Onyewu e Wolfwswinkel). Em qualquer dos lotes falamos de internacionais pelos seus países de origem.

À luz do que foram as reacções então - hoje a conversa é outra, e também eu hoje teria acertado nos números do totoloto de ontem... - o Sporting reuniu um plantel de valor, significativamente mais qualificado para as exigências do clube e das competições que teria que disputar. Responderam os Sportinguistas voltando aos estádios e o receio mostrado de forma corporativa pelas forças já pouco ocultas do futebol português demonstravam que algo de bom estava a ser feito. O sentimento de então era que mesmo que o campeonato não fosse alcançado, a qualidade dos jogadores e a sua média de idades, davam fundadas razões para acreditar que o tempo corria a nosso favor. Não foi nada disso que aconteceu, sabemo-lo hoje.

Ser-me-ia muito fácil dizer aqui o pensei e aqui escrevi da candidatura de GL, e do regresso de CF e LD. Podia lembrar agora que sempre me pareceu arriscar em demasia investir em contra-ciclo com a conjuntura. Mais importante do que "eu bem disse" a desmarcar-me neste mau momento, é re-afirmar o que foi a boa impressão que me deixou o trabalho então feito e como foram positivamente contrariadas as minhas expectativas. E refiro-me apenas ao futebol, porque é indiscutível que num ano e meio o clube saiu do marasmo a que se havia entregue.

De que se fala quando se fala em projecto? De um conjunto de ideias cuja aplicação prática é apenas  possível com um determinado número de pessoas ou de um modelo que pode ser executado independentemente dos actores? 


Os projectos ou modelos são ideias e não pessoas e, quando ele é bem estruturado, as ideias subsistem à perda dos indivíduos. Neste caso concreto, não pode ser esquecida a importância que a dupla CF/LD teve na vitória eleitoral e por isso, como aqui foi dito já, as eleições, pedidas por alguns desde o dia 27 de Março, deixaram de ser uma questão de "Se" mas de "Quando". Os resultados continuam a soprar nas velas do "Já" e, a manterem-se como estão, serão inevitáveis. Nesse sentido o processo já saiu um pouco das mãos de GL e dos corpos sociais, como aqui também já afirmei. Se eles fossem o inverso do que têm sido poucos se lembrariam da necessidade de re-legitimação que as saídas aludidas obrigam.

GL atirou-se ao poço agarrado a uma mó no momento em que permitiu que LD despedisse Sá Pinto sem qualquer plano B, regressasse ele próprio para o remanso do lar, deixando-lhe a criança nos braços. A oportunidade perdida teve-a quando ele, GL, deixa a mesma criança - o plantel - abandonada um mês sem se perceber muito bem o que queria fazer. Este é o momento em GL aliena o seu mais importante capital, que era a benevolência dos mais moderados, que entreviam responsabilidades partilhadas, mas que sempre lhe reconheceram dedicação e perseverança,  apesar de todas as contrariedades.

Declarar um regime presidencialista por si só, sem a mais leve indicação de como pretende refundar o departamento de futebol (e que o ideal - que não vai ocorrer - seria que essa refundação ocorresse depois de uma grande reflexão que permitisse perceber onde, como, quem e porquê se falhou), associado à hesitação inicial e à posterior contratação de um treinador que nada alterou e que não parece ser capaz de perceber o que é necessário para o fazer, foi um acto falhado. A erosão dos resultados semanais acentuam ainda mais os sinais de incapacidade para lidar com a crise.


Gestão de crise
GL, goste-se ou não, é ainda o presidente do Sporting. Já não tem muito espaço de manobra e, a cada dia que passa, é menos um dia que tem para encontrar uma solução. No seu lugar - que não queria estar e duvido que haja, neste momento quem o realmente queira - em que o barco parece meter água por todos os lados, concentrar-me-ia em perceber onde entra o maior volume de água. E aí identifico 2: o futebol e a comunicação.

A comunicação:
Aqui o exemplo é, mais uma vez, o FCP. Quem conseguiria sobreviver a um processo tão demolidor como o Apito Dourado, sem uma equipa de comunicação altamente profissionalizada?

GL sempre foi mal assessorado a este nível, o que lhe dificultou a sua afirmação como líder. Hoje tudo é comunicação e as últimas aparições públicas, dando ar de uma pessoa acossada e isolada, é-lhe ainda mais fatal. Com todas as suas virtudes e defeitos é, no entanto, e de muito longe, o presidente que mais tempo e trabalho tem dedicado ao clube, batendo aos pontos todos os que o antecederam, pelo menos desde Sousa Cintra. E essa imagem nunca passou.

GL deve neste momento uma palavra aos sócios. Explicar o que está a fazer e o que pretende fazer enquanto for presidente. A contenção dos danos desportivos e como a falta de resultados vai obrigar ou não a redefinir os planos económico-financeiros são pontos incontornáveis.

A necessidade de tréguas é essencial para se poder ter tempo para se concentrar no essencial. Ao invés de convocar apenas os que o têm apoiado ou mantido neutrais - como aconteceu recentemente - GL não faria pior em convocar todos os ex-candidatos das últimas eleições, incluindo Braz da Silva, apresentando de forma clara as dificuldades com que se debate, o que pretende fazer e ouvir e o que lhe têm para dizer. Tentar uma solução de compromisso pode ser do interesse particular de todos e do clube em geral.

O futebol
Quanto mais tempo GL demorar a perceber o equívoco em que caiu ao ir buscar Vercauteren pior. Mas, se esse não for o seu entendimento, antes de lhe permitir mexer no plantel - o corropio de jogadores em 2 anos é também um forte entrave a qualquer consolidação de um modelo - devia perguntar a Vercauteren como pretende estancar a sangria desatada que é forma como continuamos a sofrer golos. E, antes de o deixar contratar uma alternativa/apoio a Wolfswinkel, perguntava-lhe se também o iria condenar a viver isolado da equipa e com a bola a chegar-lhe pouco e mal. E perguntar-lhe-ia se não aceitaria, ao invés de um adjunto que, tal como ele, não conhece o futebol português, se não aceitaria uma assessoria técnica, ou um adjunto português.

Eu não faria nada disso, confesso. Tentaria convencer Jesualdo Ferreira - importante na consolidação do Braga, que vivia um momento muito semelhante ao nosso, com um corrupio de treinadores, tendo sido também importante no FCP de post-Adriaanse -  ou Carvalhal, por esta ordem.

Cancelaria de imediato as férias de Natal, invertendo as viagens marcadas: ao invés de irem os jogadores que viessem as famílias. Acredito que num mês já veríamos as diferenças.

Quem acha isto é uma loucura ainda não percebeu que, a mantermo-nos a jogar assim como jogamos, a loucura pode ser muito, mas muito pior. 

Há dias o meu amigo JG confessava aqui que não dormiu na noite depois do derby. Pois eu durmo mal há semanas e ainda hoje, depois de ficar a dever 2 horas ao meu descanso, uma das primeiras coisas que me veio à cabeça é que o "Manuel Machado come Vercauteren´s ao pequeno-almoço", pelo menos o que se tem apresentado nos jogos que tenho visto até agora.

Nota 1: O que aqui é dito neste post em nada muda a minha posição relativa às eleições neste momento. Continuo a achar um erro e uma irresponsabilidade fazê-las assim e agora. E, provavelmente, a AG uma perda de tempo. Quem acha que não, pense associar à actual crise a falta de pagamentos dos salários dos jogadores. Ou pergunte a muitos das centenas de funcionários que o Sporting tem sob contrato como eles encaram a situação. Que não o percebam, ainda vá lá, que vejam aí uma agenda pessoal  mais ou menos obscura de quem assim pensa  é lamentável.

Nota 2: Como alguém me dizia e com muito acerto, é lamentável que, na terrível situação em que vivemos, e que se repercute nas nossas vidas muito mais do que gostaríamos, o pior sitio para estar seja junto de outros Sportinguistas. A caixa de comentários dos últimos posts é disso a pior das testemunhas. Tenho conseguido resistir à tentação de tomar medidas mais drásticas, premiando os que não merecem e penalizando aqueles que, independentemente da opinião, se relacionam bem com este espaço. Dentro do que me é possível pelo tempo que tenho, passarei a ser mais exigente com os comentários.

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