Na Europa e o que vai trazer o fecho do mercado
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Ao golear o frágil conjunto dinamarquês o Sporting cumpriu ontem a sua "obrigação" (seja lá o que isso for em futebol...) apurando-se para a fase de grupos da Liga Europa cujo sorteio decorreu hoje (Basileia, Genk e Videoton). Numa breve análise importa perceber o que mudou dos jogos anteriores para o jogo de ontem, em que coleccionamos desaires.
Desde logo mudou a sorte, sempre indispensável em qualquer jogo. Com uma equipa naturalmente pressionada pelos resultados negativos, o pior que podia acontecer seria não marcar cedo ou, ainda pior, sofrer um golo. E isso em futebol pode acontecer com a maior das facilidades, sem que esteja em causa a diferença de categoria que existe entre as duas equipas em confronto. Ao contrário do sucedido na Dinamarca, o Sporting marcou primeiro, e já depois de falhar oportunidades clarissimas de golo e que, noutras circunstâncias, poderiam ser penalizadoras para a equipa. Pela primeira vez, em jogos oficiais, o Sporting esteve primeiro em vantagem no marcador.
Mudou para muito melhor também a produção atacante da equipa. Foram construídas mais (muitas mais) e sobretudo oportunidades de melhor qualidade. Algumas das quais (Elias e mais do que uma vez Rojo) imperdoáveis, como foi dito no parágrafo anterior. Esse facto marca uma diferença significativa para os jogos anteriores e explica a razão pela qual Wolfswinkel tornou a marcar, com toda a naturalidade.
A essa subida de produção não serão alheios alguns factores colectivos e individuais. Do lado do colectivo assinala-se um posicionamento mais correcto, em função das necessidades da equipa e das suas características, de Elias, um pouco mais próximo da linha da frente. Nesse sentido esta disposição dos médios parece ser a mais aconselhável para enfrentar a maior parte dos adversários da Liga. Um médio mais posicional à frente da defesa e, à sua frente, 2 elementos que consigam manter o contacto com ambas as linhas que se desenham mais à frente e nas suas costas, consoantes os vários momentos do jogo. A ideia que precisamos de um 10 clássico pode muito bem cair por terra e evitar os equívocos vividos com Matias.
Aproveito a deixa das últimas linhas do parágrafo anterior para partir para a análise individual.
Patricio - teve que dizer presente, ostentar a braçadeira de capitão e pouco mais.
Cedric- Lembro-me perfeitamente da sua primeira participação a sério com a nossa camisola. Foi no último jogo da era Couceiro, em Braga, onde assegurámos o 3º lugar ante a equipa de Domingos, então finalista da UEFA. Jogo de grande dificuldade a que o miúdo correspondeu sempre com muita qualidade e uma maturidade impressionante para a idade. Segui com atenção a sua evolução na AAC e o que tenho visto este ano só me permite uma observação: é capaz de muito melhor do que tem feito. Estranho esta urgência de centrar sem procurar a triangulação ou sem procurar fazê-lo da forma que deixa a defesa em maior dificuldade, que é das costas das defesas, permitindo aos avançados ver a bola e a baliza na mesma perspectiva. Difícil de entender que sejam instruções da equipa técnica, resta pois esperar que melhores resultados permitam melhores decisões, mais de acordo com o que é capaz.
Boulharouz - o passe de bola com olhinhos para Wolfswinkel que permitiu desbloquear o resultado é fabuloso.
Rojo - oportunidades incríveis falhadas. Depois a culpa é do Wolfswinkel...
Pranjic - substituiu com ganho o Ínsua em fase pré-Obelix. Mas quando o argentino voltar ao seu melhor podemos ter uma ala esquerda sólida como há muito tempo não tínhamos, com o croata mais à frente. Mas quer Ínsua quer Shaars estão avisados que não podem dormir na forma. Excelente aquisição.
Gélson - Jogador de equipa, sem preocupações de ser o "mais bonito", antes sim um dos mais úteis. Injustas as criticas que o apontam de "jogador à Custódio". Injustas para ambos, acrescente-se. É nos pés de Gelson que estão os salvo-condutos para as incursões dos outros companheiros de sector. Vai ser um jogador importante esta época.
Elias - De grande categoria parece-me apenas a precisar de perceber que todos os jogos são importantes, sejam quais forem os adversários, pelo facto de só aparecer no seu melhor com os pretensamente mais difíceis ou afamados.
Adrien- faz o que pode mas pode muito mais, aquele não é o lugar dele.
Carrilo- subiu de produção em relação ao que tinha feito com o Rio Ave e até marcou um golão. Um miúdo que tem tudo para nos fazer sorrir e por, (desejavelmente muito mais tarde) o homem dos orçamentos a esfregar as mãos de contente. Um dos que está em melhor forma.
Capel- dentro da linha que já tinha mostrado no ano passado e mais esclarecido que no jogo com o Rio Ave.
Wolfswinkel - cumpriu a sua obrigação, a única diferença para os jogos anteriores foi ter marcado, continuou a trabalhar como sempre. Já só faltam 28 golos...
O que poderá trazer o mercado?
Provavelmente nada, mas são mais prováveis as saídas do que as entradas.
Onyewu quererá continuar a ser a última opção para o centro da defesa ou irá procurar a sorte noutro lugar?
Izmailov poderá regressar a casa? (para saídas a leste este não é sequer o último dia...)
Patricio poderá ser o guarda-redes que Villas Boas precisa depois da aparente recusa de Lloris?
Quanto ao avançado cuja necessidade parece mais do que óbvia parece que não virá. E se não vem agora por favor não gastem o dinheiro em Janeiro...